Buscar

Crescimento craniofacial - Ortodontia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Beatriz Figueiredo Santos 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL 
Dentro da ortodontia, vamos falar daquilo fisiológico, daquilo que contribuiria para o 
desenvolvimento normal, destacando alguns padrões que fogem dessa normalidade. 
Porque precisamos estudar essa parte de crescimento? 
Principalmente, porque os conceitos de crescimento craniofacial nos norteiam para 
o diagnóstico, lembrando que aquilo que é esperado nos norteia para uma média, mas 
temos as características individuais, familiares, que vamos levar em consideração para 
elaborar o plano de tratamento, onde algumas vezes vamos precisar redirecionar esse 
crescimento, ou estimulá-lo, e quais os limites e possibilidades. 
Então, quando falamos em termos da ortodontia, quando pensamos nas 
possibilidades do tratamento a gente tem que analisar quais fatores contribuíram para o 
paciente chegar nessa condição. 
 
Teorias 
- John Hunter (século XVIII): falava que a mandíbula cresce em direção posterior, por 
reabsorção do bordo anterior e aposição óssea do bordo posterior do ramo ascendente. 
 
 
Então, esse crescimento da mandíbula ele passou a ser mais pontuado no estudo do 
crescimento craniofacial. Isso porque, dentre os ossos que nós temos, a mandíbula ela 
tem uma associação muito pontual com o tecido somático. Sendo assim, podemos 
associar a mandíbula maturação esquelética do indivíduo, ao estágio de 
desenvolvimento desse indivíduo. Além disso, temos a ATM, que é uma situação 
diferenciada. 
- Sicher e Weinmann: falavam em domínio sutural, nós temos que observar áreas onde 
as suturas não estão ossificadas, como as fontanelas, que se encontram abertas que 
são zonas de potencial crescimento. Quando elas estivem ossificadas, já não haveriam 
uma situação de crescimento já tão pontual. 
- Scott: falava do septo nasal, vamos analisar a cartilagem e periósteo, essa região nasal 
tem a ver com a função de respiração, então, quando ela se estabelece no modo 
respiratório normal (nasal) ela indica um importante fator de crescimento e estabilidade. 
Essa zona é uma zona de estímulo de crescimento. 
- Mass: falava da matriz funcional, onde deve-se ter a ligação da forma e da função. 
- Van Limborgh: falava que o ambiente interfere muito. Já que o meio ambiente por 
interferir, favorecendo ou não essa genética. 
- Enlow: falava do crescimento em V, salientava o crescimento da mandíbula, onde as 
estrurutas que tem uma “ponta” mais livre, elas crescem no sentido da abertura das 
extremidades. 
- Petrovic: falava em servossistema, deve-se considerar os fatores sistêmicos e 
biomecânicos do indivíduo. 
 
Conceito (definições): 
- Crescimento: mudanças dimensionais na quantidade de substância viva (volume). 
- Desenvolvimento: mudanças estruturais e fisiológicos do óvulo ao estado adulto 
(diferenciação celular). 
- Maturação: estabilização do estado adulto (crescimento e desenvolvimento). 
 
Então, quando falamos em crescimento craniofacial, os fatores ambientais e a programação 
genética deve, algumas vezes, trabalhar em sentido oposto ou favorecendo. Ex.: 
retrognatismo mandibular. 
A compreensão de como os genes orquestram a morfologia facial é incompleta, mas pode 
levar ao mapeamento genético, trazendo informações sobre que aspectos da morfologia 
facial poderiam ser impactados por variáveis específicas; elucidar a etiologia das 
malformações e estabelecer modelos preditivos de como a face cresce. 
 
A literatura sobre forma da face sugere a existência de uma transmissão hereditária: 
- Desenvolvimento inicial da mandíbula (segregação de vários genes); 
- Altura facial e posição da mandíbula; 
- Alterações na forma facial. 
 
Nós temos alguns fatores que vão ser considerados primários ou secundários aos 
padrões de crescimento craniofacial: 
- Primário: genética 
- Secundário: tudo que envolve o meio ambiente. 
 
Crescimento pré e pós-natal: 
- Intrauterina: embrionária, fetal 
- 1° infância: do nascimento aos 1/2 anos de idade 
- 2° infância: a partir dos 2 a 9 anos de idade 
- Adolescência: dos 10 anos aos 20 anos (OMS) 
 
Período pré-natal: 
- Tudo no período pré-natal, principalmente no primeiro trimestre, é fator de risco ou fator 
favorável. A gestação deveria ser bem acompanhada, bem nutrida, ter hábitos corretos, 
gestante para não ter doenças, menos estresse. 
- A face tem um crescimento mais tardio. 
- Os processos faciais superiores, arcos braquiais e palato secundário (4° a 8° semana). 
- Nossa face é composta por dois processos frontonasais, duas hemimaxilas que se 
fundem e duas hemimandibulas que se fundem. Ou seja, se der um estimulo a uma hemi 
mandíbula, ela responde como um todo. 
- O canino é muito difícil para o alinhamento. Tem um trajeto eruptivo tortuoso, raiz longa 
e fica no meio termo do frontonasal e das hemimaxilas. Quando se pensa em estímulos 
para o canino tem que pensar nesses dois componentes no mínimo. 
 
Período pós-natal: 
- O recém-nascido apresenta desproporção entre o crânio cefálico e a face (distoclusão 
estrutural). A mandíbula se encontra mais para trás. Isso acontece para facilitar a 
passagem no parto natural. 
- O movimento de ordenha estimula a mandíbula. 
- Durante a amamentação, o bebê não solta o peito materno, respirando exclusivamente 
pelo nariz, mantendo e reforçando o circuito de respiração nasal. 
- O intenso trabalho muscular, avançando e retruindo a mandíbula, (mm. pterigoideos 
mediais e laterais, masseteres e temporais) fazem com que a zona bilaminar ou 
retrodiscal das ATM's, altamente inervada e vascularizada, receba uma quantidade 
considerável de estímulos neurais, obtendo como resposta o crescimento 
posteroanterior mandibular. 
 
Período de crescimento: 
- neonatal: 0 a 28 dias (puerpério) 
- infância 
- adolescência: pré-puberal (liberação de hormônios); puberal (surto de cresciemento); 
pós-puberal 
 
Crescimento residual 
Crescimento tardio dos arcos e da base óssea. Foi avaliada as mudanças de crescimento 
que podem afetar as dimensões craniofaciais em indivíduos entre 13 e 17 anos de idade. 
Estes observaram mudanças nas dimensões craniofaciais pós-púberes nas dimensões 
vertical e sagital. O fenômeno do crescimento residual esteve mais presente no sexo 
masculino. Afeta a mandíbula mais particularmente e, em menor grau, a dimensão sagital 
da maxila. 
Esse crescimento residual precisa ser acompanhado, principalmente em pacientes que tem 
tendência a prognatismo. 
 
Tipos de crescimento 
 Geral ou somático 
 Neural: Crescimento rápido do sistema nervoso, nos dois primeiros anos de vida 
 Genital: Latência até o início da puberdade; daí para frente ocorre um crescimento 
rápido. 
 Linfóide: Desenvolvimento máximo até 8 a 10 anos, depois ocorre involução. 
 
Velocidade de crescimento (crescimento diferenciado) 
Cada tipo de crescimento tem uma velocidade, uma resposta diferente, entre outros. 
 
 
Ossificação 
 - Intramembranosa: Iniciada em um modelo conjuntivo (diferenciação celular): 
osteoblastos sintetizam matriz osteóide que sofre mineralização progressiva. 
Ocorre na maior parte dos ossos do complexo craniofacial. 
- Endocondral: é iniciada sobre um modelo cartilaginoso que é autodestruído, 
gradualmente, e substituído por tecido ósseo formado por células mesenquimais 
indiferenciadas, advindas do tecido conjuntivo adjacente. 
Esse tipo de ossificação está associado às articulações móveis e à maior parte da base 
craniana. 
 
 
Mecanismos e movimentos do crescimento 
- Remodelação: processo de aposição e reabsorção óssea, que permite alteração na 
forma, dimensões e proporções do osso. (Da uma nova forma utilizando alguns 
mecanismos). 
- Recolocação: processo de mudança na posição espacial de uma área, a fim de que 
seja mantida a proporção entre as estruturas ósseas. (A medida que vai crescedo vai 
havendo um rearranjo). 
 
 
 + : locais de aposição // - : locais de reabsorção- Deslizamento: é a aposição e reabsorção (remodelação) direta do tecido ósseo e as 
combinações características de ambas, produzindo um movimento na superfície de 
aposição (recolocação). 
- Deslocamento: é o movimento de todo o osso como uma unidade. Resulta da tração 
ou pressão pelos diferentes ossos e seus tecidos moles, separando-se à medida em que 
continuam crescendo. 
 
Obs.: dividimos apenas de forma didática, esses movimentos acontecem juntos. 
 
Surtos de crescimento 
Maior quantidade de crescimento em um menor intervalo de tempo. Surto de Crescimento 
Puberal. Para o sexo feminino o marco de crescimento é a menarca (11-13 anos), conta-
se um e no máximo dois anos para ter o surto de crescimento. Para o sexo masculino isso 
é postergado. 
 
Sítios de crescimento 
Campos de crescimento com significado ou repercussão especial: 
 Côndilo 
 Tuberosidade maxilar 
 Sincondroses da base do crânio 
 Suturas e processos alveolares 
 
A maxila cresce em todas as direções do espaço (trajeto predominante para cima e para 
trás). Este crescimento superior e posterior provoca um deslocamento contrário para 
frente e para baixo. 
 
A estrutura facial média e a cavidade nasal crescem em uma razão que seja proporcional 
as necessidades do oxigênio, visto que a maxila e a mandíbula crescem em uma taxa 
comparativamente elevada para prosseguir com o aumento do metabolismo que continua 
até a idade adulta. 
Ou seja, se a criança é respiradora bucal, temos um retorno menor de crescimento sagital 
da maxila. 
 
Cada parte do complexo craniofacial tem seu próprio padrão de maturação e sua própria 
taxa de crescimento. 
 
Para a obtenção de uma face harmônica e equilibrada é necessário que haja um 
crescimento sincronizado entre os ossos que fazem parte do complexo craniofacial, 
principalmente nas dimensões com orientação semelhante. 
 
Avaliação do crescimento craniofacial 
- Peso 
- Estrutura 
- Idade óssea 
 
A idade óssea por meio da radiografia de mão e punho considera maturação óssea pelo 
grau de mineralização dos ossos das epífises, dos metacarpianos e das falanges e dos 
ossos do punho (estágios de ossificação do osso escafoide ou de cada centro de 
ossificação). 
 
 
 
Sistema de diagnóstico facial 
- Padrão I: Face harmônica. Maxila e mandíbula bem relacionadas entre si. Caso o paciente 
tenha alguma mal oclusão tenho que me preocupar em manter essa relação de equilíbrio 
em maxila e mandíbula. 
- Padrão II: degrau sagital positivo entre a maxila e a mandíbula, decorrente de protrusão 
maxilar e/ou deficiência mandibular (perfil facial convexo). (A gente chama de positivo, 
porque a maxila naturalmente está mais a frente que a mandíbula.) Para o ajuste leva-se 
em consideração a base do crânio. 
- Padrão III: degrau sagital negativo entre a maxila e a mandíbula, em razão do prognatismo 
mandibular e/ou deficiência maxilar. O perfil facial torna-se reto ou côncavo. Precisa de 
intervenção precoce. 
- Padrão face longa: lábios não se tocam, o paciente tem exposição dos dentes 
anterosuperiores em repouso e da gengiva sorrindo, causada pelo excesso de terço inferior 
da face, incluindo a maxila. Ou seja, temos uma facilidade quando vamos fazer movimento 
na vertical e dificuldade quando vamos fazer estímulos no sentido transversal (em geral). 
- Padrão face curta: a altura facial total é diminuída, pela deficiência desproporcional do 
terço facial inferior. Ou seja, temos uma facilidade quando vamos fazer movimento na 
transversal e dificuldade quando vamos fazer estímulos no sentido vertical (em geral). 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
VELLINI, F. Ortodontia: Diagnóstico e planejamento clínico, 7ª ed. São Paulo 2008 
MOYERS, R.E. Ortodontia. Trad. Martins, D.R. 3a ed., 1979.

Continue navegando