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DOENÇAS AUTOIMUNES • 1 por 100 000 pessoas-ano (ex: hepatite crônica, miastenia gravis, cirrose biliar primária, escleroderma) • 20 por 100 000 pessoas-ano (ex: artrite reumatóide, tireoidite) • A incidência total estimada (analisada pelo somatório de todas as doenças) é de 90 por 100000 pessoas-ano, e a prevalência de ≈3% - a prevalência vai depender de qual é a doença · Miastenia grave – ptose (aonde se tem um anticorpo contra o receptor de acetilcolina – musculo que geralmente está contraído fica relaxado) · Escleroderma – destruição de membrana basal com extravasamento de sangue · Cirrose biliar primária – auto anticorpo que destrói células ductais biliares · Hepatite crônica autoimune • Requisitos: 1 – A presença de uma reação imune específica a algum autoantígeno ou autotecido; 2 – Evidência de que tal reação não seja secundária a um dano tecidual, mas seja de significância patogênica primária (mutação ou um vírus ocasionando uma reação especifica); 3 – Ausência de outra causa bem definida da doença • Doenças especificas x sistêmicas · Específicas mediadas por anticorpos e imunocomplexos: - Anemia hemolítica autoimune (sistema complemento – doença heritroblastose fetal) - Trombocitopenia autoimune (anticorpo contra plaquetas) - Miastenia grave - Doença de Graves (anticorpo se liga a células da tireoide) - Síndrome de Goodpasture (anticorpo anti-membrana basal glomerular) · Especificas mediadas por linfócitos T: - Diabetes mellitus tipo I - Esclerose múltipla (anticorpo contra bainha de mielina) · Sistêmica mediada por anticorpos e imunocomplexos: - Lúpus eritematoso sistêmico · Sistêmica mediadas por linfócitos T: - Artrite reumatóide - Esclerose sistêmica - Síndrome de Sjögren • Doenças causadas por autoimunidade ou por reações a antígenos (acúmulos) microbianos · Anticorpos e imunocomplexos: - Poliarterite nodosa (acumulo de anticorpo na camada média de vasos sanguíneos onde se tem uma inflamação – formando nódulos) · Mediadas por linfócitos T: - Doenças inflamatória intestinal (Crohn, colite ulcerativa – destruição da mucosa do IG – choque séptico) - Miopatias inflamatórias (acumulo de anticorpo entre pleuras musculares ou estreptococos) · Lúpus – Lúpus eritematoso (manchas avermelhadas) sistêmica (LES) • Características – doença inflamatória crônica: · Presença de autoanticorpos (“FAN e “Sm”) – exame de sangue · Acomete mais mulheres que homens · Idade mais frequente do início: 15-45 anos · Predisposição genética · 15 a 50 casos: 100.000 – não é tão raro • Etiologia · Fatores genéticos – causa principal: - Locus HLA-DQ: Loci responsáveis de C2, C4 ou C1q (remoção de imunocomplexos circulantes) - Defeito na remoção de células apoptódicas: demoram mais que o normal para serem fagocitados, tendo aspecto de necrose e causando inflamação generalizada · Fatores imunológicos: - Eliminação defeituosa de linfócitos B e Thelper não tolerantes: falha no timo principalmente · Fatores ambientais: - Exposição a luz UV: teoria; - Virus Epstein-Barr · LE induzido por medicamentos: - Raramente duram mais de 6 meses com a suspensão do medicamento. - Raro acometimento renal e SN - FAN positivo - Drogas implicadas: hidralazina, procainamida, clorpromazina, isoniazida, penicilamina, fenitoína, metildopa, infliximab... - Requisito 3: não se sabe a causa, mas foi usado o produto que produziu anticorpos reativos, ou seja, agora se tem a doença pelo tempo de uso do medicamento • Lupus discoide (cutâneo crônico) - manifestação · 90 % dos casos permanece limitado a pele · FAN positivo · Tem se além das lesões, destruição da pele também · Não é o caso mais grave, mesmo parecendo · Imagem de mulher com argola • LE – cutâneo subagudo - manifestação · 10 % dos pacientes · FAN negativo · Sm positiva · Acentuada fotossensibilidade – mesmo leve · Lesões podem ser semelhantes às da psoríase / eritema polimorfo · Raro acometimento renal e SN · Lesões anulares · Causa muita dor · Imagem do bebê • Tem se várias manifestações causadas pela doença, por isso é sistêmico (proteinura glomerular, miosite, convulsões...) • LES – critérios de diagnostico 1. Exantema zigomático – Eritema sobre as eminências zigomáticas (avermelhamento na maça do rosto 2. Erupção discoide – Pode ocorrer atrofia cicatricial em lesões mais antigas 3. Fotossensibilidade – Erupção cutânea em consequência da exposição a luz solar de modo incomum 4. Ulceras orais (aftas) – geralmente indolores, mais comuns no palato 5. Artrite – não erosivas, comprometendo 2 ou mais articulações. < 5% causa deformidade (joccoud) 6. Serosite – Pleurite (derrame pleural inflamatório ou atrito pleural) e pericardite (ECG, atrito ou derrame pericásdico): acumulo de líquidos em alguma cavidade do corpo 7. Distúrbio renal – proteinura >0,5 g/dL cilindros celulares (hemáticos, granulosos) 8. Distúrbio neurológico – convulsões ou psicose sem outra explicação 9. Distúrbio hematológico – anemia hemolítica ou leucopenia ou linfocitopenia ou trombocitopenia 10. Distúrbio imunológico – anti DNA (FAN) ou anti Sm ou falso positivo para sífilis por menos de 6 meses 11. Anticorpos antinuclear – na ausência de medicamentos que possam positiva-lo e grande sensibilidade OBS.: Considera-se que a pessoa tenha lupus eritematoso sistêmico quando 4 ou mais critérios estão presentes, de modo simultâneo ou em série. • Manifestações clinicas não incluídas nos critérios diagnósticos (condições secundarias): · Oculares: conjuntivite, epsclerite, síndrome seca · Gastrointestinais: Dor abdominal (serosite/arterite/pancreatite), hepatomegalia · Outros sintomas: - Fadiga - Febre - Dor nas articulações - Dificuldade para respirar - Dor no peito ao inspirar profundamente - Sensibilidade à luz do sol - Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória - Linfonodos aumentados - Queda de cabelo · Linforreticulares: linfadenopatia, esplenomegalia · Respiratórias: pneumonite, hipertensão pulmonar • Manifestações clinicas · Hematológicas: Anemia de doença, inflamatória crônica, antioagulante circulante,trombose arterial e venosa · Neuropatia periférica: polineuropatia, mononeurite múltipla, mononeuropatias · Causa hialinose em tecidos como no glomérulo, visto na imagem • Tratamento do lúpus – antinflamatório, protetor solar, corticoide (para lesão cutânea – prevenção) e hidroxicloroquina (abaixando a imunidade, deixando o paciente mais propenso a infecções) · A doença branda pode ser tratada com: - Antiinflamatórios não esteroides para artrite e pleurisia - Corticoide tópico para pequenas lesões cutâneas e protetor solar - Uma droga antimalárica (hidroxicloroquina) e corticoides de baixa dosagem para os sintomas de pele e artrite. - Alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo (imunossupressores) - Drogas citotóxicas (drogas que bloqueiam o crescimento celular) quando não houver melhora com corticoides ou quando os sintomas piorarem depois de interromper o uso. Esses medicamentos têm efeitos colaterais graves, por isso o médico deverá monitorar o uso com muita frequência. - Medicamentos: Androcortil, Azatioprina, Benevat, Betatrinta, Betnovate, Betametasona, Bi Profenid, Celestone, Cetoprofeno, Decadron, Diprospan, Duoflam, Prednisolona, Prednisona, Predsim e Profenid. · Artrite reumatóide • 1% da população mundial • Mais comum entre a 2ª e 4ª décadas de vida • Cerca de 3 a 5x mais frequente em mulheres • Etiologia: · Predisposição genética – alelos HLA-DRB1 · Gene PTPN22 · Autoimunidade contra componentes da membrana sinovial • Patogenia: · Os linfócitos T CD4 + iniciam a resposta imune contra: - Agente microbiano (virus HTLV principalmente) – muda a síntese proteica da membrana sinovial, sendo considerada não self - Autoantígeno contra a membrana sinovial - Início: mal-estar, fadiga, dor musculoesquelética generalizada • Céls e citocinas atuantes OBS.: O osteoclasto age na ajuda da formação do PANNUS (mistura de muitas céls inflamatórias formando um tecido) – limita o movimento 1. No primeiro momento, as cels inflamatórias vão destruir o tecido sinovial;2. Logo em seguida, com ajuda dessas cels e da produção das citosinas, é sinalizada o início da angiogênese, inflamação local, ativando os macrófagos a degradarem a membrana sinovial e a cartilagem, chegando ao tec. Ósseo; 3. Em seguida, os macrófagos recrutam osteoclasto para degradarem o tecido ósseo 4. Começa a doer quando o pannus já está formado (pois é quando chega ao tec ósseo que tem sensibilidade), dificultando no tratamento Conversão dos resíduos arginina em citrulina após a tradução Fibrinogênio, Colágeno II, Alfa-enolase e Vimentina Líquido sinovial turvo, com diminuição da viscosidade, com fator reumatóide OBS.: A lesão histológica básica da artrite reumatoide é a inflamação da membrana sinovial (sinovite crônica inespecífica). O tecido inflamatório sinovial em proliferação é chamado de “pannus”: espessamento inflamatório (hiperplasia e hipertrofia) da membrana sinovial, abundante em células, citocinas e enzimas ativas. • Aspectos morfológicos · Sinóvia edemaciada, espessada e hiperplásica · Sinais clássicos da inflamação · Na histologia: epitélio torna se estratificado cubico e enche se de células inflamatórias · Acumulo de células CD-4 Helper, linf. B, plasmócitos, macrófagos · Articulações quentes, doloridas, rígidas após o sono ou inatividade · Pode acontecer: - Interfalangeanas proximais - Metacarpofalangeanas - Pés - Punho - Cotovelo - Tornozelo - Joelho · Dedo em pescoço de cisne (hiperextensão da interfalangiana proximal e flexão da interfalangiana distal) · Polegar em “Z” · Dedo em “botoeira” (flexão da interfalangiana proximal e hiperextensão da interfalangiana distal) · Sinovite – tumefação (nódulos) de articulações metacarpofalangianas. · Desvio ulnar dos dedos · Nódulos reumatoides subcutâneos - Face ulnar do antebraço - Cotovelos - Região occipital - Área lombosacral · Isquemia e necrose de polpas digitais de dedos em decorrência de quadro de vasculite. · Hálux valgo: desvio lateral da 1ª articulação metatarsofalangeana · Joelho valgo · Mão em dorso de camelo: aumento de volume do punho e das metacarpofalangeanas e hipotrofia dos interósseos dorsais OBS.: Desvios são causados pela inflamação dos tendões, ligamentos e músculos esqueléticos adjacentes • Tratamento · Antiinflamatórios não esteroides: esses medicamentos podem aliviar a dor e reduzir a inflamação. · Os efeitos colaterais podem incluir um zumbido nos ouvidos, irritação do estômago, problemas cardíacos e do fígado e danos nos rins · Esteroides: medicamentos corticosteroides, como a prednisona, podem reduzir a inflamação, dor e lesões articulares. · Os efeitos colaterais podem incluir redução da densidade dos ossos, catarata, ganho de peso e diabetes. · Drogas antirreumáticas sintéticas: esses medicamentos podem retardar a progressão da artrite reumatoide e guardar as articulações e outros tecidos de danos permanentes. Os mais comuns incluem metotrexato, leflunomida, hidroxicloroquina e sulfassalazina. Os efeitos secundários variam, mas podem incluir danos no fígado, supressão da medula óssea e infecções pulmonares graves · Drogas antirreumática biológicas: são utilizadas em situações específicas, em que não há resposta adequada com o uso de drogas sintéticas. Nessa classe, há as drogas inibidoras do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), que é uma substância inflamatória produzida pelo organismo. Inibidores de TNF-alfa podem ajudar a reduzir dor, rigidez matinal e inchaço nas articulações. Exemplos incluem o etanercepte, infliximabe, adalimumabe, golimumabe e certolizumabepegol. Há ainda outras drogas biológicas, com outros mecanismos de ação, como o abatacepte e rituximabe. Os potenciais efeitos colaterais incluem risco aumentado de infecções graves · Imunossupressores: esses medicamentos são utilizados em caso de manifestações extra-articulares, incluindo manifestações pulmonares e vasculites. · Medicamentos: Cetoprofeno, Prednisona, Predsim, Profenid, Decadron, Dexametasona, Diclofenaco sódico, Prednisolona e Meloxicam. · Sídrome de Sjögren • Olhos secos: ceratoconjuntivite seca • Boca seca: xerostomia • Pode ocorrer como transtorno isolado ou secundário de lupus, artrite reumatóide, etc. • Etiologia e patogenia: · Infiltrado linfocitário e fibrose das glândulas lacrimais e salivares · Linfócitos T auxiliares CD4+ · Linfócitos B e plasmócitos · Fator reumatóide encontrado entre 50 a 80% dos pacientes · Anticorpos anti-ribonucleoproteínas: SS-A (ro) e SS-B (La) – 90% dos pacientes – se não for encontrado é porque é secundaria de outra doença · Mutações em: - Loci HLA-B8, HLA-DR3, DRW52 - HLA-DQA1, HLA-DQB1 (são mais frequentes) - Infeccção viral das glândulas salivares pode ser o desencadeante inicial · Virus: Epstein-Barr; hepatite C • Quadro clinico: · Mulheres entre 50 e 60 anos · 60% dos pacientes tem mais de um distúrbio autoimune • Sintomas oculares: · Uma sensação de “areia” nos olhos · Borramento da visão · Coceira · Ardor · Sensibilidade a luz · Edema das pálpebras · Irritação das pálpebras · Secreção espessa acumulada na conjuntiva • Sintomas orais: · A deterioração do dente e, eventualmente, perda de dentes · Tosse seca constante · Dificuldade de mastigação · Dificuldade de deglutição · A voz rouca · Dificuldade na fala · Edema das glândulas salivares · Candidíase oral persistente (infecção fúngica da boca) · Fissuras no dorso da língua