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saude e segurança pair

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1 ASPECTOS DA PREVENÇÃO E PROTEÇÃO DO TRABALHADOR
Como prevenir a PAIR.
A principal ação no combate ao agravo e ao desencadeamento da PAIR é a prevenção e a prevenção das perdas auditivas relacionadas ao trabalho se faz principalmente pela melhoria dos ambientes de trabalho, com a eliminação ou o controle rigoroso dos riscos existentes. Paralelamente devem ser implantadas medidas de proteção individual, que nada mais são do que paliativos de protetores auditivos até que as medidas ambientais sejam implantadas.
O Programa de Conservação Auditiva - PCA é um conjunto de ações coordenadas que tem por objetivo prevenir ou estabilizar as perdas auditivas ocupacionais. Por se tratar de um conjunto de ações coordenadas o PCA é um processo continuo e dinâmico de implantação de rotinas nas empresas cujos processos geram o aparecimento de ruídos. (BERNARDI & SALDANHA,2003).
Quando existirem riscos para a audição, nos processos produtivos, há necessidade de se buscar redução ou eliminação desses riscos. A identificação, análise e apresentação de dados que favoreçam ações preventivas envolvem a participação de profissionais da área da saúde (Médico do Trabalho, Fonoaudiólogos, Auxiliar de Enfermagem), os diretores da empresa, Engenheiros e Técnicos em Segurança do Trabalho, Recursos Humanos e funcionários de todas as áreas.
1.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL AUDITIVO
Os equipamentos de proteção individual - EPIs devem ser utilizados por todos os funcionários que estão suscetíveis a sofrerem algum tipo de acidente de trabalho ou desenvolver alguma patologia ocupacional. São exemplos de EPIs: óculos, luvas, respiradores, abafadores, entre outros. 
Os EPIs para proteção auditiva são os abafadores e devem ser usados pelos funcionários em tempo integral, enquanto permanecerem no ambiente ruidoso, principalmente se for à única forma de redução do nível de ruído elevado. 
O primeiro fator a ser considerado para a escolha do EPI é o conforto do funcionário, pois serão eles os motivados a usarem e assim prevenirem possíveis alterações auditivas.
1.2 PROTETORES AUDITIVOS TIPO INSERÇÃO DE ESPUMA
Com as mãos limpas, aperte e role o protetor entre os dedos até obter o menor diâmetro possível.
Para facilitar a colocação, puxe a orelha para cima e coloque o protetor no canal auditivo.
Usando o dedo indicador mantenha-o nesta posição (aproximadamente por 30 segundos) até que ele tenha se expandido.
Conheça os principais cuidados que você deve ter para que os protetores tenham uma vida útil longa: • Não manuseie o protetor com as mãos sujas;
Utilize-o durante todo o período de trabalho evitando retirá-lo o máximo possível. Após o uso, guarde o protetor na embalagem para conservá-lo em bom estado de uso;
Não se recomenda a lavagem dos protetores de espumas moldável. Para os modelos de inserção reutilizáveis, recomendamos a lavagem com água e sabão neutro;
Os protetores tipos concha ou abafadores devem ser limpos com pano úmido e sabão neutro, frequentemente;
Quando o protetor estiver sujo, troque-o por um novo.
1.3 PROTETORES AUDITIVOS TIPO INSERÇÃO REUTILIZÁVEIS
Passe uma das mãos de trás da cabeça e puxe levemente a parte superior da orelha e, com a outra mão, introduza o protetor no canal auditivo.
1. Não manuseie o protetor com as mãos sujas;
2. Utilize os protetores durante todo o período de trabalho;
3. Após o uso, guarde o protetor na embalagem;
4. Lave regularmente seu protetor auditivo, com água e sabão neutro;
5. Para retirar o protetor do ouvido, puxe o protetor pela sua.
Evite puxar os protetores pelo cordão.
FONTE: http://pt.scribd.com/doc/6719450/Prevencao-de-Perdas-Auditivas-Ocupacionais
REFERENCIAS:
ALMEIDA, S. Programa de Controle de Ruído e Prevenção da Surdez Profissional.RBM: Otorrinolaringologia. v. 1, n.2, set. 1994. 
AUDIÇÃO e trabalho. Disponível em: <http://ibanezca.com.br/cartilha2.htm>. Acesso em: 05 de fev. 2007.
BARBOSA, E. C. Testando os EPIs: antes da compra de equipamentos de proteção é importante seguir alguns procedimentos. Revista Proteção. v. 46:,p.60-61,1995. 
BRASIL. MINISTÉRIO DOTRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora NR 7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Brasília, DF. Disponível<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07.asp>. Acesso em: 23 abr. 2007. 
BRASIL. MINISTÉRIO DOTRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora NR 9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.Brasília, DF. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_09.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2007.
BRASIL. MINISTÉRIO DOTRABALHO. Portaria n. 19, de 22 de abril de 1988. Diretrizes e Parâmetros Mínimos para Avaliação e Acompanhamento da audição em Trabalhadores Expostos a Níveis de Pressão Sonora Elevados. Brasília, DF:Diário Oficial, 22 de abril de 1988. Disponível em: <http://www.fonosp.org.br/publicar/conteudo2.php?id=315>. Acesso em:23 abr. 2007.
BRASIL. MINISTÉRIO DOTRABALHO. Portaria n. 21, de 17 de abril de 1988. Parâmetros para Monitoração da Exposição Ocupacional a Alguns Riscos à Saúde, da NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Brasília, DF: Diário Oficial, 27 de abril de 1988.Disponível em:<http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/1998/p_19980409_19.asp>.Acesso em: 23 abr. 2007.
DOMINGUITE, M.C.C. Vida útil do EPI. Revista Proteção. v.80, p.70-71, 1998. FERREIRA, M. JR. PAIR - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído: bom senso e consenso. São Paulo, VK, 1998. p.121. 
FIORINI, A.C.; SILVA, S; BEVILACQUA C. Ruído, Comunicação e Outras Alterações.SOS Saúde Ocupacional e Segurança, 1991, v.26, p. 49-60. JERGER, S. Alterações auditivas: um manual para avaliação clínica. Rio De Janeiro, Atheneu, 1989. p.133-137. MELNICK, W. Saúde Auditiva do Trabalhador. In: KATZ, J. Tratado de audiologia clínica. 4. ed, São Paulo: Manole, 1999. p. 529- 547.
MENDES, R. Medicina do trabalho e doenças profissionais. São Paulo: 1980. p. 573.
MONTES, J. A . M. Proteção auditiva do trabalhador exposto ao ruído. In:
NULDEMANN, A .A.; COSTA, E.A.; SELIGMAN, J.; IBANEZ, R. N. PAIR - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído. Porto Alegre: Bagagem Comunicação, 1997. p. 261-268. MORATA, T. C. & SANTOS, U.D. P. Efeitos do ruído na audição In: SANTOS, U. D. P.Ruído: riscos e prevenção. São Paulo: Hucitec, 1996. p.43-54.
RUSSO, ICP, SANTOS, TMM. A prática da audiologia clínica. São Paulo: Cortez, 1993. 253p.
SANTOS, U.D. P. ; MATOS, M. P. Programa de Conservação Auditiva. In:
SANTOS, U.D.P.Ruído : riscos e prevenção. São Paulo, Hucitec, 1996. p.81-87
As principais características da PAIR são: 
• Apresenta perda neurossensorial irreversível, com predominância coclear; 
• Exposição prolongada a níveis de ruídos superiores a 85 dB (8 horas); 
• Perda gradual ao longo de 6 a 10 anos; 
• Inicia-se nas freqüências altas; 
• Estabiliza quando pára a exposição ao ruído. 
A PAIR apresenta diversos sinais e sintomas: 
• Auditivos (perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som); 
• Transtornos Auditivos (Comportamentais, Cardiovasculares, Digestivos, Vestibulares, Neurológicos e de Comunicação). 
Exames 
• Otoscopia; 
• Audiometria Tonal e Vocal; 
• Impedanciometria; 
• Potenciais evocados: BERA e EOA. 
Preparo para os exames 
• Repouso acústico antes da jornada de trabalho ou 14 a 16 horas após. 
Prevenção 
O ideal é que todas as pessoas busquem a prevenção da PAIR, podendo ser realizada através dos Programas de Conservação Auditiva (PCA) que inclui o equipamento de proteção individual e o protetor auditivo. Ressalta-se que ao escolher os tipos e modelos de protetores alguns aspectos devem ser levados em conta como: 
• Grau de conforto proporcionado pelo equipamento; 
• Facilidade de colocação, manuseio e manutenção; 
• Capacidade de atenuação do ruído; 
• Vida útil; 
• Custo do produto
Perda Auditiva Induzida por Ruído
O termo ruído é usado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85 decibéis DB por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinama ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). A Pair é o agravo mais frequente à saúde dos trabalhadores, estando presente em diversos ramos de atividade, principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, entre outros.
Sintomas:
- perda auditiva;
- dificuldade de compreensão de fala;
- zumbido;
- intolerância a sons intensos;
- o trabalhador portador de Pair também apresenta queixas, como cefaleia, tontura, irritabilidade e problemas digestivos, entre outros.
Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária ou definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após um período de afastamento do ruído.
	Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente:
	Nível de ruído (dB)
	Máxima exposição diária permissível
	85
	8 horas
	86
	7 horas
	87
	6 horas
	88
	5 horas
	89
	4 horas e 30 minutos
	90
	4 horas
	91
	3 horas e 30 minutos
	92
	3 horas
	93
	2 horas e 30 minutos
	94
	2 horas
	95
	1 hora e 45 minutos
	98
	1 hora e 30 minutos
	100
	1 hora
	102
	45 minutos
	104
	35 minutos
	105
	30 minutos
	106
	25 minutos
	108
	20 minutos
	110
	15 minutos
	112
	10 minutos
	114
	8 minutos
	115
	7 minutos
 
Consequências:
- em relação à percepção ambiental: dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio;
- problemas de comunicação: em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone.
Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos:
- esforço e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas que impliquem a discriminação auditiva;
- ansiedade: irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido, intolerância a lugares ruidosos e a interações sociais, aborrecimento pela consciência da deterioração da audição;
- dificuldades nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação, irritabilidade pela incompreensão familiar;
- isolamento;
- auto-imagem negativa: vê-se como surdo, velho ou incapaz.
Prevenção:
Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Como descrito anteriormente, existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas. Em relação ao risco ruído, existe um programa específico para seu gerenciamento:
- designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada membro da equipe envolvido;
- avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas;
- gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação audiológica e seguimento do trabalhador exposto a ruído;
- proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador;
- treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa;
- auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das medidas adotadas.
Tratamento e reabilitação:
Não existe até o momento tratamento para Pair. O fundamental, além da notificação que dará início ao processo de vigilância em saúde, é o acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas. Essas avaliações podem ser realizadas em serviço
conveniado da empresa onde o trabalhador trabalha ou na rede pública de saúde, na atenção secundária ou terciária, que dispuser do serviço. A reabilitação pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir da análise cuidadosa da avaliação audiológica do trabalhador. Esse serviço poderá ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o profissional capacitado, o fonoaudiólogo.
Fonte:
 Ministério da Saúde. Perda auditiva induzida por ruído (Pair). Brasília, 2006.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/140perda_auditiva.html
A PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO – P.A.I.R. 
CAUSAS
Existem diversos tipos de perda auditivas e dentre elas encontramos a perda auditiva induzida por ruído (P.A.I.R). Decorre de vários fatores, depende do tempo de exposição, do tipo do ruído e da susceptibilidade individual. Tais perdas são de caráter neurossensorial e, por isso, irreversíveis. 
A P.A.I.R. tem sido alvo de vários estudos. As pesquisas demonstram que os trabalhadores das áreas industriais, aéreas e militares constituem uma população de maior risco de exposição, onde além desta perda auditiva ocorre o zumbido, a insônia, a irritabilidade, o nervosismo, cefaléia, a hipertensão arterial, etc. Estes sintomas aparecem como conseqüência direta da exposição ao ruído. (PINHO E Cols. 1997). 
A exposição ao ruído, durante um determinado tempo, produz uma deterioração auditiva lentamente progressiva, com características neurosensoriais, quase sempre similar bilateralmente e irreversível esta perda auditiva é denominada perda auditiva induzida por ruído. Quando os primeiros sintomas de dificuldade de comunicação aparecem, o grau da perda já se encontra extremamente elevado, por volta de 50% da capacidade da audição. (CNRCA, 1994). 
O crescimento da perda auditiva é mais rápido nos primeiros 10 ou 15 anos de exposição, após os quais sua evolução parece diminuir e atingir um platô. Os padrões típicos mostram a perda máxima na faixa de freqüência de 4000 a 6000Hz com perdas menores ocorrendo em freqüências acima e abaixo desta banda, formando o que comumente chamamos de entalhe. (MELNICK, 1985) 
A PAIR pode ser temporária ou contínua. Se for temporária, expressa pela sigla TTS (Temporay threshold shift), as lesões do órgão de Corti ainda são reversíveis. Mas se for permanente, isto é, PTS (permanent threshold shift), instala-se deficiência da circulação capilar da cóclea e degeneração irreversível das células ciliadas (primeiro as externas, posteriormente as internas) e de sustentação do órgão de Corti, a qual pode atingir as células nervosas bipolares do gânglio espiral se a exposição ao trauma sonoro perdurar através dos anos. Pode ocorrer colapso e até rotura da membrana de Reissner. O trauma sonoro prolongado atinge a destruição total do órgão de Corti. (HUNGRIA, 2000). 
A exposição contínua (PTS), durante seis a oito horas por dia, a ruídos ao nível acima de 85-90dB vai acarretar, em indivíduos predispostos, lesões irreversíveis, em geral bilateral e simétricas, do órgão sensorioneural da audição, começando por atingir a freqüência de 4.000Hz, que é a zona de hipersensibilidade do órgão de Corti ao trauma sonoro. Segue-se a agressão das outras freqüências sonoras no campo auditivo, até completa deterioração da capacidade auditiva ao longo dos anos. A perda da discriminação já é acentuada quando a perda tonal, nas freqüências da palavra articulada, ainda está satisfatória. Os sons com intensidade de 130 dB são dolorosos e lesivos a cóclea. (HUNGRIA, 2000) 
São fatores de predisposição: doenças sistêmicas, como o diabetes, a insuficiência renal, ototoxidez, surdez neurossensorial prévia, etc. agravando o quadro da PAIR. 
ESTAGIOS DA P.A.I.N.E.R.: 
A P.A.I.N.E.R encontra-se dividida em quatro estágios: 
1º estágio: queda em 3k e/ou 4k e/ou 6khz inferior a 30dB, sem queixa auditiva; (CYRIL, H. M. 1987) 
2º estágio: queda em 3k e/ou 4k e/ou 6khz superior a 30 dB , queda em 2khz, já apresenta o sintoma de ouvido tampado e dificuldade na compreensão de fala ; (CYRIL, H. M., 1987) 
O paciente começa a notar alguma deficiência para ouvir e entender uma ou outra palavra; são comuns presença de zumbidos de alta freqüência e sensação de ouvido cheio, abafado. Seo indivíduo afasta logo do ambiente profissional ruidoso neste estágio inicial, ainda pode haver alguma recuperação da perda auditiva ao fim de algum tempo. (HUNGRIA, 2000). 
3º estágio : queda em 3k e/ou 4k e/ou 6khz superior a 30dB , queda em 1k , 2k e 8khz ,apresenta grande dificuldade na compreensão de fala ; (CYRIL, H. M., 1987) 
O fenômeno de recrutamento aqui está presente (HUNGRIA, 2000) 
4º estágio : perda nos agudos de 70 a 90 dB com conservação dos graves , apresenta perda auditiva ,zumbido e vertigem. (CYRIL, H. M., 1987) 
Neste estágio, todas as freqüências estão lesadas, inclusive 500Hz, e a surdez é profunda. (HUNGRIA, 2000) 
O indivíduo exposto ao ruído pode apresentar alguns sintomas não auditivos como: nervosismo, fadiga física e mental, dificuldade no relacionamento social, insônia, tontura, irritabilidade, aumento na freqüência cardíaca e respiratória, aumento na pressão arterial, dilatação pupilar, contração muscular, perda de concentração, distúrbio de visão, alterações gastro-intestinais, entre outros. Como conseqüência tem-se um prejuízo no desempenho profissional, acarretando falta de atenção e piora na habilidade para desempenhar suas funções. (KWITKO, 1993). 
Além dos sintomas citados acima , existem os efeitos específicos do ruído ao sistema extra-auditivo : fadiga muscular ; alterações no sistema cardio-vascular, ocasionando um aumento dos batimentos cardíacos e , com isso , o aumento do risco coronariano ; alterações no sistema pulmonar com aumento no ritmo respiratório com hiperventilação ; alterações no sistema metabólico e endócrino, com alterações no sangue e na urina e , aumento na produção de adrenalina ; alterações no Sistema Nervoso Central ocasionando problemas visuais e vertigem do tipo rotatória ; alterações no sistema gastro-intestinal como náuseas , epigastralgia e até hemorragias. 
Cada pessoa tem seu modo de reagir frente a esta exposição, ou seja, estes sintomas dependem da susceptibilidade individual de cada um. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE). 
A exposição ao ruído pode causar inicialmente uma queda temporária no limiar auditivo, este fenômeno é chamado mudança temporária do limiar (T T S), depois de um período de descanso, este limiar retorna a normalidade. A recuperação do padrão normal, depois de um repouso acústico, depende da susceptibilidade individual e do tipo de exposição à ruído. 
Este processo de ir e vir do limiar pode, gradualmente, causar uma perda permanente da audição, este fenômeno é denominado mudança permanente do limiar (P T S). (BAHANNAN, S. e BAHNASSY, A., 1993). 
TRATAMENTO 
Não há tratamento para as lesões auditivas decorrentes de trauma sonoro ou acústico, a não ser o afastamento definitivo do indivíduo do ambiente ruidoso, a fim de evitar a progressão da perda auditiva ou conseguir, eventualmente, alguma da deficiência já instalada. Em vista disto, o tratamento é profilático, isto é, a proteção do operário contra ruídos contínuos de intensidade igual ou superior a 85 dB. 
Enquanto a engenharia não conseguir reduzir o ruído de máquinas a níveis não – prejudiciais, o único recurso é o profilático, por meio do uso de protetores auriculares individuais, cujo mais comum é o que introduz no canal auditivo. Os protetores são mais ou menos desconfortáveis, mas, na atualidade, são mundialmente usados por operários devidamente esclarecidos sobre suas inestimáveis vantagens na preservação da capacidade auditiva e motivados a recorrerem ao seu uso; os protetores reduzem a intensidade dos ruídos em cerca de 20 ou mais dB (na dependência da freqüência sonora), com isto atenuando o nível de intensidade do ruído ambiente para menos de 80dB, não prejudicial à audição. Além disso, o indivíduo exposto ao trauma sonoro deve ser esclarecido de que as lesões iniciais da audição passam despercebidas e podem caminhar lentamente para a surdez definitiva, que nenhuma reparação pode compensar. A outra opção do tratamento profilático seria a mudança de emprego por parte do operário. (HUNGRIA, 2000)

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