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Microrganismos multirresistentes no ambiente hospitalar Inaê Fernanda De Luccas Magalhães Lima Resumo: Os antibióticos são medicamentos muito bons contra microrganismos e salvaram milhões de vidas. Sua principal função é destruir o invasor sem prejudicar o hospedeiro. No entanto, o abuso de antibióticos tornou alguns microrganismos resistentes a eles. Com o passar dos anos decorrente do mau uso de antibióticos a resistência bacteriana tem se agravando no mundo todo. Essa resistência adquirida pelas bactérias tem influência direta na mortalidade de pacientes enfermos. Este artigo de revisão tem como objetivo descrever alguns microrganismos multirresistentes que são mais frequentes no ambiente hospitalar, os microrganismos estudados foram Pseudomonas aeruginods, Staphylococcus aureus, Klebsiella Pneumoniae, Enterobacter sp., Acinetobacter sp. e Enterococcus faecalis. Para o levantamento de dados foram utilizadas ferramentas de pesquisa como, SCIELO e Google Acadêmico, e foi realizada uma pesquisa literária no biblioteca virtual do Centro Universitário Claretiano com o livro Microbiologia médica e imunologia 13ª edição. Foi possível concluir que a presença dessas bactérias em hospitais vem crescendo gradativamente e estão diretamente ligadas aos casos de infecção hospitalar. Alguns métodos para evitar esse tipo de proliferação em hospitais já foram tomados, contudo por meio desta revisão observamos que não são suficientes, o uso inadequado de antibióticos contribui diretamente para que as bactérias se tornem ainda mais resistentes. Palavras-chave: Multirresistentes. Resistência. Antibióticos. Hospital. Multidrug-resistant microorganisms in the hospital environment Inaê Fernanda De Luccas Magalhães Lima Abstract: Antibiotics are very good drugs against microorganisms and have saved millions of lives. Its main function is to destroy the invader without harming the host. However, the abuse of antibiotics has made some microorganisms resistant to them. Over the years due to the misuse of antibiotics, bacterial resistance has worsened worldwide. This resistance acquired by bacteria has a direct influence on the mortality of sick patients. This review article aims to describe some multi- resistant microorganisms that are more frequent in the hospital environment, the microorganisms studied were Pseudomonas aeruginods, Staphylococcus aureus, Klebsiella Pneumoniae, Enterobacter sp., Acinetobacter sp. and Enterococcus faecalis. For data collection, research tools such as, SCIELO and Google Scholar were used, and a literary research was carried out in the virtual library of the Centro Universitário Claretiano with the book Medical Microbiology and Immunology 13th edition. It was possible to conclude that the presence of these bacteria in hospitals has been growing gradually and are directly linked to cases of nosocomial infection. Some methods to prevent this type of proliferation in hospitals have already been taken, however, through this review we found that they are not enough, the inappropriate use of antibiotics directly contributes to the bacteria becoming even more resistant. Keywords: Multi-resistant. Resistance. Antibiotics. Hospital. 1. INTRODUÇÃO As bactérias são encontradas em todos os lugares, cobrem a pele, as mucosas e cobrem o trato digestivo de humanos e animais. Elas são inseparáveis da vida dos organismos e dos vastos ambientes em que vivem. Muitas bactérias são inofensivas, algumas são benéficas para o e fornecendo nutrientes ou proteção contra patógenos e doenças. Os antibióticos são medicamentos muito bons usados para combater microrganismos e salvaram milhões de vidas. Sua principal função é destruir o invasor sem prejudicar o hospedeiro. No entanto, o abuso de antibióticos tornou certos microrganismos resistentes a eles (GROPPO; FIOL, 2000). [...] A descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico de atividade clínica, ocorreu quando Alexander Fleming estudava culturas de Staphylococcus aureus no St. Mary’s Hospital de Londres, após observar que culturas desta bactéria deixadas sobre uma bancada haviam sido contaminadas por um fungo do ar e que ao redor do fungo contaminante não existia crescimento do estafilococo. Intrigado, Fleming resolveu estudar o fenômeno observado, verificando que o fungo pertencia ao gênero Penicilium (mais tarde identificado como P. notatum), o qual elaborava uma substância que, difundindo-se no meio de cultura, exercia efeito antimicrobiano sobre a bactéria ali presente. Esta substância Fleming denominou penicilina e anteviu que seu emprego seria de utilidade no tratamento das infecções por exercer efeitos não só contra os estafilococos, mas também contra os estreptococos, bacilo diftérico, gonococo e meningococo (OLIVEIRA et al 2011; apudTAVARES, 2001; p.73). A resistência bacteriana sempre foi um grave problema de saúde e há muitos anos os problemas bacterianos vêm aumentando no Brasil e no mundo. Crucialmente, está claro que a resistência bacteriana desempenha um papel importante na mortalidade de pacientes doentes (GROPPO; FIOL, 2000). O uso extensivo de penicilina após a Segunda Guerra Mundial desencadeou o surgimento das primeiras cepas de bactérias Gram positivas não susceptíveis a antibióticos penicilínicos, conhecidos como PRSP (“penicillin-resistant” Streptococcus pneumoniae). Da mesma forma, os antibióticos lançados no mercado nos anos seguintes, como os análogos penicilínicos meticilina e cefalosporina, além de tetraciclinas e eritromicinas, aos poucos foram se tornando limitados, devido ao desenvolvimento de resistência múltipla em cepas de enterococos e estafilococos infecciosos (SILVEIRA et al, 2006, p.844) Diversas bactérias desempenham esse papel, tais como: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp., Acinetobacter sp., Enterococcus faecalis são as bactérias mais relatadas no ambiente hospitalar, pois apresentam alta resistência aos antibióticos. Devido ao desenvolvimento de resistência aos medicamentos mais recentes, torna-se mais complicado a cada dia combatê-las (PAIVA, 2013). Esses microrganismo são capazes se causar diversas doenças como por exemplo, endocardite bacteriana aguda, infecção do trato respiratório, abscesso cerebral, além de causarem surtos hospitalares de infecção. O intuito deste artigo de revisão é identificar os microrganismos mais resistentes e frequentes no ambiente hospitalar. 2. METODOLOGIA O presente artigo foi elaborado através de um estudo do tipo bibliográfico, com o objetivo de identificar as bactérias que estão mais presentes no ambiente hospitalar e relacionar a resistência adquirida com a interrupção no tratamento de doenças com antibióticos. Para pesquisa foram consultadas as seguintes bases de dados: Google acadêmico, SCIELO e a biblioteca virtual do Centro Universitário Claretiano, preferencialmente artigos e livros em língua português e entre 2000 a 2014. 3. RESULTADOS Estudo realizado no Estado de São Paulo constatou que as bactérias multirresistentes mais importantes encontradas em unidades de terapia intensiva foram Staphylococcus aureus, Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, entre as quais 18,5% dos pacientes foram as mais comuns É o Staphylococcus aureus, e os pacientes infectados com essa bactéria resistente à meticilina (Staphylococcus aureus resistente à meticilina MRSA) representam uma via de transmissão propícia a essa colonização ( MILLAN; BENEDETTE, 2012). Segundo definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), microrganismos multirresistentes são: • Gram negativos: Escherichia coli, Enterobacter, Proteus e Klebsiella são resistentes a dois dos seguintes antibióticos: amicacina, ceftriaxona, cefepima ou ciprofloxacina. • Gram negativos: Pseudomonas e Acinetobacter são resistentes a imipenem(são antibióticos β-lactâmicos, que têm o espectro mais amplo). • Gram positivos: Staphylococcus resistente a oxacilina. 4. DISCUSSÃO A resistência de cada microrganismo ao medicamento proposto é dividida em duas categorias: natural ou não natural. A resistência natural refere-se à exposição a antibióticos. Resistência não natural A resistência aos antibióticos tem quatro mecanismos principais: alteração da permeabilidade para alterar o local de ação, bomba de efluxo e mecanismo enzimático que altera a estrutura química dos antibióticos. A Organização Mundial da Saúde afirma que vários fatores contribuíram para esse aumento da incidência, tais como: baixo poder aquisitivo, falha no tratamento, formação insuficiente dos profissionais de saúde, globalização e, em última instância, falta de vigilância epidemiológica no país. A prevenção de infecções por bactérias multirresistentes é crucial porque muitos estudos mostraram que o custo da hospitalização e dos medicamentos antibacterianos é bastante reduzido ( MILLAN et al, 2012). Na investigação de casos causados por bactérias, a prevalência é a mais alta: a taxa de mortalidade de Pseudomonas aeruginosa é de 9%. Neste estudo, Acinetobacter baumannii esteve presente em 6,2% dos pacientes, correspondendo a 72,7% dos casos de multirresistência, esta bactéria está relacionada ao clima de seu local apropriado, observa-se que tem incidência em climas quentes. Outro estudo relatou uma infecção endêmica por Acinetobacter baumannii em Hong Kong, e outros estudos relataram um aumento nas infecções por Acinetobacter baumannii em hospitais franceses e britânicos durante os meses mais quentes. Alta prevalência de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa (MILLAN et al, 2012). Para reduzir a disseminação dessas bactérias, algumas medidas preliminares foram tomadas, tais como: treinamento adequado dos profissionais de saúde para o uso correto de técnicas assépticas e tratamento correto dos pacientes; esterilização de uniformes para evitar infecções cruzadas, contudo devido ao aumento da taxa de uso indiscriminado de antibióticos, essas medidas não são eficazes. Quando isso acontece, uma gama maior de antibióticos é usada. Esse mal é vencido, mas pode levar ao vício e tornar as bactérias mais resistentes (MILLAN et al, 2012). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A conclusão é que a presença dessas bactérias no ambiente hospitalar tem aumentado gradativamente e se tornado um grave problema de saúde. Por meio desse estudo, analisa-se que a resistência das bactérias aos antibióticos sempre foi um grave problema de saúde por ser uma doença em disseminação. Diante disso, é importante que os profissionais de saúde conheçam cada tipo de método e o método exato de tratamento, pois qualquer erro aumentará essa resistência. Ao longo do processo de pesquisa, determinou-se que as principais bactérias que chegam ao ambiente hospitalar são: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Acinetobacter baumannii. Dentre elas, a Acinetobacter baumannii é a mais proeminente por ser a infecção hospitalar mais comum. REFERÊNCIAS HAWKEY PM. O fardo crescente da resistência antimicrobiana. J Antimicrob Chemother. 2008; 62 (Suplemento 1): i1-9. GROPPO, Francisco Carlos; FIOL, Fernando Sa del. Resistência Bacteriana. 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