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Nomenclatura Fundamental Carcinomas - Tumores malignos epiteliais - Adenocarcinoma (epitélios glandulares) - Carcinoma de células escamosas (epitélio escamoso estratificado) - Tumores mesenquimais (estromais) derivados do mesoderma: sarcomas (malignos) Ex: leiomiomas/ leiomiossarcomas (músculo liso) TGI = Tubo camadas compostas por diferentes tipos de tecidos → variedade de neoplasias de origens diferentes Relembrando Histologia – esôfago Mucosa - Epitélio escamoso estratificado não ceratinizado - Lâmina própria (estroma/ córion), vasos, linfáticos, nervos - Muscular da mucosa submucosa (tecido conjuntivo) - Muscular própria - Adventícia Duas principais neoplasias - Carcinoma de células escamosas (mais comum) - Adenocarcinoma (incidência vem crescendo, surge de metaplasia) - Tumores bem mais raros - Mesenquimais (sarcomas, leiomiomas, hemangiomas, neuromas...) Tumores benignos Pólipos Mais comum: Papiloma escamoso, relacionados com infecção por HPV ou irritação mucosa crônica - Leiomioma - Pólipo inflamatório - Pólipo fibrovascularNeoplasias do TratoGastrointestinal Carcinoma de células escamosas - Adultos, > 45 anos, homens + afetados, > afro-americanos Fatores de Risco: álcool e tabagismo, lesão esofágica cáustica, distúrbios de motilidade, consumo frequente de bebidas muito quentes, radioterapia mediastinal prévia, exposição à mutagênicos (nitrosaminas-embutidos), alimentos contaminados por fungos; infecção por HPV em orofaringe Sintomas - geralmente tardios: odinofagia, disfagia, obstrução, hemorragia, emagrecimento Morfologia Metade em ⅓ médio (proximal ou distal) Macro: massas sólidas, projetam-se para o interior do lúmen obstruindo-o Outros tumores ou são lesões ulceradas ou difusamente infiltrativas que se espalham dentro da parede esofágica e causam espessamento, enrijecimento e estreitamento luminal Citoplasma amplo, eosinofílico ceratinização (pérolas córneas) pontes intercelulares (~ camada espinhosa da pele normal) Adenocarcinoma - Maior risco em pacientes com displasia, obesos, tabagistas, radioterapia - O risco é reduzido por dietas ricas em frutas e vegetais frescos - Maioria em caucasianos e homens Incidência vem aumento (5% 1970; até 50% atualmente em países ocidentais) Sintomas: Odinofagia ou disfagia, emagrecimento, dor torácica, vômitos - Sobrevida em 5 anos menos de 25% quando estádio mais avançado Patogenia Obs: Esôfago de Barrett (Danos na parte inferior do tubo que liga a boca e o estômago) Doença do refluxo gatroesofágico → esôfago/metaplasia de Barrett (transformação do epitélio escamoso para glandular intestinal - (complicação da DRGE crônica) → acúmulo de mutações, progressão para Displasia de Barrett (pré-neoplásico) → Carcinoma - Terço distal (TEG) - Placas planas / elevadas - massas exofíticas - O esôfago de Barrett frequentemente aparece junto ao tumor Morfologia Comumente produzem mucina e formam glândulas, geralmente com morfologia semelhante ao tipo intestinal Estômago Histologia X tumores - Epitélio colunar simples (glandular) → Adenocarcinomas + Lâmina própria, submucosa (vasos, nervos, tecido conjuntivo...) tumores mesenquimais + neuroendócrinos + malt → linfomas Pólipos gástricos - 5% das endoscopias - Vários tipos (podem se desenvolver desde hiperplasia até neoplasia) - Pólipos hiperplásicos e inflamatórios: 75%** Associados a gastrite crônica → hiperplasia foveolar reativa Pólipos glandulares fúndicos - 2091 - Pode ser esporádico ou associados à PAF Aumento após uso de IBPs (comuns) Adenomas “10%” Após gastrite crônica, metaplasia Displasia (evolução para malignidade) - Núcleos mais “escuros”, sobrepostos - Lesões solitárias com menos de 2 cm de diâmetro, mais comumente localizadas no antro Proliferação de células oxínticas/parietais (confirmar qual lâmina) Adenocarcinoma - Neoplasia maligna mais comum do estômago (90%) 55 anos, maioria em homens (2/1) - Quase sempre ocorrem em segundo plano em relação à gastrite crônica com atrofia e metaplasia intestinal Sintomas vagos iniciais Dispepsia, disfagia, náuseas, saciedade precoce → em estágios avançados Epidemiologia: + prevalente em alguns países: Japão, Chile, Costa Rica… + Comum em grupos socioeconômicos mais baixos, em pacientes com atrofia da mucosa e metaplasia intestinal Patogenia - Inflamação crônica induzida por Helicobacter pylori (produção de ILs, TNF) - Maioria não hereditária - Alguns adenocarcinomas familiares tem ligação com o CDH1 que codifica E-caderina (aderência intercelular). A perda da E-caderina parece ser um passo chave no desenvolvimento do câncer gástrico difuso - PAF - gene APC → maior incidência dos tipos intestinais - Mutações do TP53 encontradas em formas esporádicas - Infecção por EBV (10%) Indicadores prognósticos: profundidade de invasão, subtipo, diferenciação, presença e extensão de metástases (linfonodais e/ou à distância) Morfologia/subtipos Classificação de Lauren - mais antiga OMS, 2019: - Tipo Tubular - Tipo Pouco Coeso (incluindo o com células em anel de sinete) - Mucinoso - Papilar - Misto - Hepatoide - Carcinoma com estroma linfoide - Micropapilar - Tipo Fúndico - Adenoescamoso - Entre outros Tipo intestinal de Lauren / “Tipo tubular” (OMS, 2019) - Forma túbulos ou glândulas. Bem ou moderadamente diferenciados Tipo difuso de Lauren - “Tipo pouco coeso” (OMS, 2019) - Células discoesas, soltas - Sem formação ou pouca formação glandular - Podendo ter células em anel de sinete Anel de sinete - células com citoplasma amplo, repleto de mucina, que rechaça os núcleos para a periferia Macroscopia Tipo intestinal X Tipo difuso (Linite plástica) → “cantil de couro Linfomas - Embora possam surgir em praticamente qualquer tecido, isso acontece no TGI, no estômago - Cerca de 5% de todas as neoplasias gástricas malignas são linfomas 1° - No intestino, esses tumores são frequentemente chamados de linfomas de tecido linfoide associado à mucosa (MALT) Linfoma da zona marginal Extranodal/ malt LDGCB Folicular Tumor Estromal gastrointestinal (GIST) - Tumor mesenquimal mais comum do abdome - Origem das células de Cajal (SNA - “marca-passo” da camada muscular) - A maioria tem mutações de ganho de função do gene que codifica a tirosina cinase c-KIT (75-85%) - Outros 8% apresentam mutações que ativam receptor do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFRA) - Receptores tirosina cinases de KIT ou PDGFRA constitutivamente ativos → produzem sinais intracelulares que promovem a proliferação e sobrevivência de células tumorais GIST - ~60 anos (menos de 10% antes dos 40 anos) - Predomínio discreto em Homens - Pode dar sintomas quando volumoso (obstrução, sangramento) - Prognóstico depende do tamanho do tumor, o índice mitótico e a localização (intestinais + agressivos que gástricos) - Tratamento: inibidores de tirosina quinase - De pequenos nódulos, “pólipos” até massas volumosas - Micro: fusocelular (células alongadas) - Menos comum: epitelioide (lembrando células epiteliais) Intestino Outros tumores Tumores neuroendócrinos Leiomiomas Leiomiossarcomas Metástases Outros sarcomas - Histologia: Epitélio colunar simples (glandular) Pólipos intestinais - De forma geral: + Comuns no Intestino Grosso - Sésseis ou Pediculados - Não neoplásicos ou neoplásicos - Alta frequência Pólipo hiperplásico - Muito comum - Proliferação exagerada e não neoplásica - Ineficiência da renovação celular, atraso na eliminação das células superficiais - Sem potencial maligno* - #Dx diferencial importante com LSS - Mais comum no cólon esquerdo - Menores de 5 mm - Únicos ou múltiplos - Micro: Hiperplasia epitelial com aspecto “serrilhado”, grande número de células caliciformes geralmente Pólipos Hamartomatosos - Crescimentos desorganizados, semelhante a tumor compostos por tipos celulares maduros normalmente presentes no órgão - Podem ser esporádicos ou relacionados à síndromes Pólipos juvenis - Mais comum tipo de pólipo hamartomatoso - Crianças < 5 anos - Reto - hemorragia/ prolapso- Esporádicos geralmente únicos - Sindrômicos variam de 3 a + de 100 (Síndrome autossômica dominante da Polipose Juvenil) → ↑ risco de adenocarcinoma Síndrome de peutz-jeghers - Síndrome autossômica dominante rara Múltiplos pólipos hamartomatosos gastrointestinais, hiperpigmentação mucocutânea, risco aumentado para várias neoplasias (cólon, pâncreas, mama...) - Pode estar associada a mutações com perda de função do gene LKB1/STK11 (codifica uma proteína cinase supressora de tumores que regula o metabolismo celular) - HE: rede ramificada de tecido conjuntivo, músculo liso, lâmina própria e glândulas revestidas por epitélio normal Adenomas - Pólipos muito comuns e relevantes (50% dos adultos, ocidente) - Benignos, mas com potencial de evolução (displasia) 0,3 a 10 cm (0,5-2cm*) - Sésseis ou pediculados, textura semelhante à de veludo ou framboesa - Rastreamento importante - Displasia obrigatória (Hipercromasia, alongamento, estratificação nuclear) - Pode haver diminuição da população caliciforme - Aspecto mais “escuro” - Subtipos: Tubular, Viloso ou Túbulo-Viloso - Viloso tem maior risco de evoluir para invasivo Aspecto mais escuro - Displasia é classificada em de baixo ou alto grau - Pode haver invasão/malignização Síndromes Familiares Polipose adenomatosa familiar - Distúrbio autossômico dominante - Mutações no gene APC (ademonatous polyposis coli) - No mínimo 100 pólipos Morfologia = adenomas esporádicos - Evolução para adenocarcinoma em 100% dos pacientes sem tratamento - Risco de outras neoplasias mesmo após colectomia total Câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC) (hereditária não poliponaposa câncer do colorretal) = Síndrome de Lynch - Neoplasias de cólon, endométrio, estômago, ovário, ureteres, cérebro, intestino delgado, trato hepatobiliar e pele (neoplasias sebáceas) HNPCC - Mutações herdadas na linhagem germinativa em genes que codificam proteínas responsáveis pela detecção e reparo de erros que ocorrem durante a replicação do DNA - Genes MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 - Defeitos de reparo do DNA levam ao acúmulo de mutações → principalmente nas regiões que contém sequencias curtas de DNA de repetição (microssatélites) - Neoplasias colônicas em idades geralmente + jovens - Histórico familiar - Cólon direito - Pode haver adenomas, mas não múltiplos - Associação Lesão séssil serrilhada (Adenoma ou pólipo séssil serrilhado) LSS→ > 0,6 cm, cólon direito, serrilhamento em toda a cripta Adenocarcinoma colônico - Neoplasia mais comum do TGI - 2° mais comum em H e M (exceto pele não melanoma) - 3° Em óbitos em H e M (INCA, 2019) - Em contraste, o delgado que corresponde a 75% do comprimento do TGI, tem menor frequência de tumores (neuroendócrinos e adenocarcinomas princ, linfomas e sarcomas menos comuns) Adenocarcinoma - 60-70 anos (poucos antes dos 50 anos) - Ligeiramente mais prevalente em homens - Fatores alimentares: baixo consumo de fibras, alto consumo de carboidratos refinados, gordura, carnes - Fatores de risco: obesidade, sedentarismo, tabaco e álcool Patogenia - Duas vias principais - Via APC/ beta-Catenina - Instabilidade de microsatélites VIA APC/BETA-CATENINA - geralmente envolve a mutação do supressor de tumor APC, essa proteína degrada a B-Catenina e a promove, ao ocorrer a perda da APC, a B- Catenina se acumula e transloca para o núcleo, onde ativa a transcrição de genes que promovem a proliferação e ocorre mutações adicionais (MYC, KRAS, NRAS, TP53 em fase tardia) → Sequência adenoma→ adenocarcinoma 80% dos CCR esporádicos Patogenia - Via da instabilidade de microsatélites - quando as mutações se acumulam em repetições - Defeitos de reparo de erros de pareamento do DNA - Pode haver também mutações do BRAF oncogene Morfologia - Massas polipoides exofíticas, ou lesões constritivas anulares (anel de guardanapo), ulceradas Microscopia - Clássico → Formação de glândulas (se bem/mod. diferenciados) - Células colunares altas Hipercromasia nuclear - Desmoplasia estromal - Glândulas infiltrativas Subtipos menos comuns - Mucinoso - Células em anel de sinete Adenocarcinoma - Importância Rastreamento - Anemia (sangramento) pode ser um sinal - Prognóstico depende do subtipo, diferenciação - Nível de invasão - Metástases Linfonodais (RDT/QMT) - Metástases à distância (Sv em 5 anos 15%) Apêndice - Tumor neuroendócrino (+comum do apêndice) - Neoplasias mucinosas - Adenomas - Adenocarcinomas Tumor neuroendócrino - “NET” = (antigo Tumor “carcinoide”) - Todo o TGI pode ter - mais de 40% no delgado - Origem de órgãos endócrinos ou células endócrinas isoladas (Céls G) - Semelhante aos vistos no trato respiratório - Classificação atual da OMS, 2019 → Tumores neuroendócrinos bem diferenciados (NET G1, G2, G3) / - Carcinoma neuroendócrino (pouco diferenciado) - Massas, pólipos ou nódulos, submucosos - Reação desmoplásica pode causar obstrução ou torção do órgão Tumor Neuroendócrino Morfologia - Ilhas, ninhos, trabéculas, cordões, de células uniformes com citoplasma granular rosa escasso e núcleo redondo a oval e pontilhado (cromatina em “sal com pimenta”) Neoplasias mucinosas do apêndice - Baixo ou alto grau, de acordo com a displasia Mucocele Pseudomixoma peritoneal Histologia - Canal anal - Carcinoma de células escamosas* - Adenocarcinoma* - Tumores mesenquimais (sarcomas, leiomiomas, hemangiomas, neuromas...) Região Anal HPV – papiloma escamoso Canal anal CEC invasivo Revisão Numere de acordo com a resposta (__) Mutações no gene APC. Centenas a milhares de pólipos intestinais. Risco de desenvolver neoplasia em 100% dos pacientes não tratados (__) Formação de glândulas, túbulos, formados por células neoplásicas atípicas, colunares, com núcleos hipercromáticos. Um dos fatores de risco é histórico de inflamação crônica induzida por Helicobacter pylori (__) Pode ocorrer no estômago, delgado, cólon e apêndice. Ninhos, cordões ou grupos de células com núcleo ovalado com cromatina salpicada (“sal com pimenta”). São subclassificados de acordo com o grau (__) Não há formação de glândulas nesse tumor. Caracterizado por células isoladas, infiltrativas, com citoplasma amplo, repleto de mucina, que empurram os núcleos para a periferia (anel de sinete) (__) Células neoplásicas grandes com citoplasma amplo, eosinofílico, com ceratinização. Pérolas córneas e pontes intercelulares (__) Síndrome autossômica dominante. Pólipos hamartomatosos + hiperpigmentação mucocutânea + risco elevado para várias neoplasias (__) Muito comum. Lesão polipoide com grande número de células caliciformes, hiperplasia e acúmulo do epitélio superficial, com padrão de “serrilhamento” (__) Formação de glândulas geralmente. Neoplasia mais prevalente dentre os tumores do TGI. Alguns dos fatores patogênicos são mutações do gene APC/beta-catenina ou mutações das proteínas de reparo do DNA (__) Podem ocorrer no estômago ou intestino. São por definição “pré-neoplásicos” pois exibem displasia, caracterizada histologicamente por hipercromasia nuclear, estratificação e núcleos aumentados (__) Síndrome com alto risco de neoplasias colônicas, ovarianas, endometriais, sem formação de polipose. Presença de instabilidade de microssatélites (__) Forma glândulas. Pode evoluir de um quadro de doença do refluxo crônica com metaplasia (esôfago de Barrett) (__) Tumor que se origina das células “marca-passo” da camada muscular do órgão (células de Cajal). Podem ser fusiformes ou epitelioides. Mutação de C-KIT ou PDGFRA