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MAURÍCIO TAMER 
https://linktr.ee/mauriciotamer 
 
 
 
AULA 21 - PROCEDIMENTOS JUDICIAIS PARTE II – PROVAS 
DIGITAIS 
 
1- Direito constitucional à prova 
 
- Há verdadeiro direito constitucional à prova. A prova deve ser 
viabilizada de acordo com as configurações com o que o fato a ser 
provado se apresenta. Enquanto direito constitucional fundamental, 
tal premissa não pode ser desconsiderada às partes, sobretudo sob, 
por vezes, o argumento utilizado – e frágil a nosso ver – da ausência 
de um meio típico de prova. 
 
- O principal fundamento constitucional dessa ideia está no princípio 
constitucional da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, CF) 
que se caracteriza como um direito fundamental a uma prestação 
positiva do Estado ou de quem estiver investido na função 
jurisdicional no sentido de solucionar adequadamente o conflito em 
caso de lesão ou ameaça a direito. 
 
2- Conceito de prova e de prova digital 
 
- Conceito de prova: A prova é o instrumento jurídico vocacionado 
a demonstrar a ocorrência ou não de determinado fato, e, em caso 
positivo, delimitar todas as suas características e circunstâncias, 
respondendo não só a pergunta se o fato ocorreu ou não, mas como 
ocorreu e quais sujeitos estão a ele atrelados, ativa ou passivamente. 
 
- Meios probatórios: Os meios probatórios, por sua vez e em si 
considerados, devem ser compreendidos em relação à prova a partir 
de uma relação instrumental de meio e resultado. 
 
É a técnica processual ou procedimental de obtenção da prova. Os 
meios probatórios são técnicas processuais ou procedimentais, 
portanto, porque são mecanismos delineados à obtenção de um 
resultado, no caso, a prova sobre o fato. 
 
Meios probatórios, são, assim, esses meios de transferência ou 
transporte dos fatos de fora dos processos ou procedimentos para 
dentro. 
 
- Conceito de prova digital: Instrumento jurídico vocacionado a 
demonstrar a ocorrência ou não de determinado fato e suas 
circunstâncias, tendo ele ocorrido total ou parcialmente em meios 
digitais ou, se fora deles, esses sirvam como instrumento para sua 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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demonstração. A prova digital é o meio de demonstrar a ocorrência 
de um fato ocorrido em meio digital ou que tem no meio digital um 
instrumento de demonstração de determinado fato de seu conteúdo. 
 
- Exemplos: 
 
- Fatos ocorridos nos meios digitais: 
 
- Envio de e-mail 
- Envio de mensagem por aplicativo 
- Cópia ou desvio de base de dados 
- Cópia de software 
- Disponibilização de um vídeo na internet 
 
- Fatos ocorridos fora dos meios digitais: 
 
- Ata notarial lavrada a partir da constatação pelo 
tabelião de foto em mídia social em que constam 
juntos um colaborador da empresa e um diretor da 
empresa concorrente 
- Monitoramento autorizado judicialmente de conta 
de conversas de WhatsApp se prove a prática de 
tráfico de drogas ou outros crimes 
 
3- Pressupostos de validade e utilidade da prova digital: 
autenticidade, integridade e cadeia de custódia 
 
- Autenticidade: Qualidade da prova digital que permite a certeza 
com relação ao autor ou autores do fato digital. Ou seja, é a qualidade 
que assegura que o autor aparente do fato é, com efeito, seu autor 
real. É a qualidade que elimina toda e qualquer hipótese válida e 
estruturada de suspeição sobre quem fez ou participou da 
constituição do fato no meio digital. 
 
- Integridade: A qualidade da prova digital que permite a certeza 
com relação à sua completude e não adulteração. A prova digital 
íntegra é aquela isenta de qualquer modificação em seu estado ou 
adulteração desde o momento da realização do fato até a 
apresentação do resultado prova. Prova digital íntegra, portanto, é 
aquela não modificada ou adulterada, apta, portanto, a demonstrar 
a reprodução do fato em sua completude e integridade. 
 
- Cadeia de custódia: É preciso preservar a autenticidade e a 
integridade em todo processo de produção da prova digital, desde 
sua identificação, coleta, extração de resultados e apresentação no 
processo ou procedimento de destino. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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A ideia é construir verdadeiro registro histórico da evidência, de toda 
a vida da prova. 
 
A ideia é que se alguém seguir os mesmos passos já dados na 
produção da prova, o resultado será exatamente o mesmo. 
 
Nesse ponto, é importante sinalizar datas, horários, quem teve 
acesso, onde o acesso foi feito e até quaisquer alterações inevitáveis 
relacionadas. 
 
Mais uma vez, se não respeitada a cadeia de custódia da prova, o 
resultado é a sua imprestabilidade prática, justamente em razão da 
dúvida que irá pairar a seu respeito 
 
4- Princípios processuais que orientam a atividade probatória 
 
- Princípio da vedação à prova ilícita: 
 
- Está previsto no art. 5º, LVI, da CF, segundo o qual “são 
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos”. 
 
- O art. 369 do CPC que: “As partes têm o direito de empregar 
todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
ainda que não especificados neste Código, para provar a 
verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e 
influir eficazmente na convicção do juiz.”. 
 
- O art. 157 do CPP: “São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou 
legais.”. 
 
- Conteúdo: Não serão aceitas nos processos e procedimentos 
as provas (resultados sobre a ocorrência ou não de fatos e 
todas as suas características e circunstâncias) ilícitas, ou seja, 
contrárias ao Direito ou confeccionadas em violação ao Direito 
vigente. 
 
- A contrariedade ilegal pode estar na obtenção ilegal da prova 
pré-constituída legalmente, na formação da prova, nem sua 
produção, em sua admissão processual ou procedimental. 
A prova pode ser lícita em si, mas obtida de forma ilícita 
(obtenção ilegal). Pode ser em si ilícita (formação ilegal). Ou, 
ainda, pode ser produzida no processo ou procedimento de 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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forma ilícita (produção ilegal). Ou, por fim, ser admitida de 
forma incorreta ou atemporal (admissão ilícita). Em suma, a 
violação da matriz jurídica que trouxe o resultado prova pode 
ser de ordem material ou processual, podendo ser identificada 
em qualquer ponto da cadeia probatória-cognitiva. 
 
- Também se fala em prova ilícita se esse resultado se dá por 
derivação ou pela aplicação da teoria dos frutos da árvore 
envenenada (the fruit of the poisonous tree). 
 
- Consequência: desentranhamento da prova ilícita 
 
- Exemplos: 
 
- Obtenção de registros de conexão ou de acesso a 
aplicações de internet (registros de log – Endereço de IP 
ou Internet Protocol, data, hora e porta lógica de origem 
sem ordem judicial. 
 
- A prova obtida mediante acesso à conta digital de 
terceiro sem sua autorização ou autorização judicial, seja 
uma conta de e-mail, de mídia social ou de qualquer 
outra funcionalidade online (ex. conta bancária). 
 
- Interceptação telefônica ou telemática sem que tenha 
sido para apuração de crime. 
 
- Interceptação telefônica ou telemática além do período 
autorizado judicialmente. 
 
- STJ: 
 
- A condição de proprietária de dispositivo eletrônico 
não gera, somente por isso, a ilicitude da prova (STJ, 
HC nº 503.518/RJ. 6ª T., Rel. Min. Rogerio Schietti 
Cruz, j. 24.09.2019, DJe 02.10.2019) 
 
- O acesso a conversas de e-mail ou aplicativos de 
mensagens como WhatsApp, Telegram e Microsoft 
Teams, por exemplo, depende necessariamente de 
autorização judicial específica e justificada ou o 
consentimento livre do próprio usuário. 
 
- São ilícitos, portanto e no entendimento do STJ, os 
resultados obtidos a partir da verificação de “dados 
constantes de aparelho celular,decorrentes de 
mensagens de textos SMS, conversas por meio de 
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MAURÍCIO TAMER 
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programa ou aplicativos (WhatsApp), mensagens 
enviadas ou recebidas por meio de correio eletrônico" 
(STJ, RHC nº 78.065/SP, 5ª T., Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, j. 03.09.2019, DJe 12.09.2019) 
 
- Caso o titular das conversas já tenha falecido, já 
entendeu o STJ que são lícitas as provas obtidas a partir 
das conversas de aplicativo WhatsApp se o titular do 
aparelho e das conversas ali presentes já estiver 
falecido em razão da possível prática de homicídio, pois, 
com sua morte, não haveria mais sigilo a proteger, 
mesmo sem autorização judicial (STJ, RHC nº 
86.076/MT, 6ª T., Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 
19.10.2017, DJe 12.12.2017, Informativo nº 617). 
 
- É a ilícita a prova obtida a partir de interceptação não 
autorizada e de interceptação que continuou após o 
período de autorização. 
 
- É igualmente ilícita a prova obtida da interceptação 
telefônica que é colocada nos autos de forma 
descontinuada, pois faculta-se à defesa a integralidade 
das conversas. 
 
- Espelhamento do WhatsApp. O STJ reconheceu a 
ilegalidade da prova obtida por meio do espelhamento 
do aplicativo do WhatsApp por meio da funcionalidade 
conhecida como WhatsApp Web – que pode vir a ser 
aplicado, inclusive, para outras ferramentas de 
funcionalidade similar (STJ, RHC nº 99.735/SC, 6ª T., 
Rel. Min. Laurita Vaz, j. 27.11.2018, DJe 12.12.2018). 
 
- TST: 
 
- A interceptação não se confunde com a gravação 
clandestina (feita por um dos interlocutores sem o 
conhecimento do outro), sendo essa última plenamente 
lícita, inclusive conforme precedentes do TST (TST, 
AIRR nº 0007167-22.2011.5.12.0035, 7ª T., Rel. Min. 
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 07.06.2019). 
 
- É ilícita a prova obtida a partir do acesso pelo 
reclamante à comunicação eletrônica entre membros da 
diretoria da organização, se a obtenção se deu sem 
autorização judicial (TST, RR nº 0044900-
19.2012.5.17.0012, 2ª T., Rel. Min. Delaíde Miranda 
Arantes, DEJT 23.08.2019). 
 
- É admissível o resultado prova decorrente da gravação 
ambiental feita pela organização, se os colaboradores 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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têm ciência, providência essa integrante do poder 
diretivo do empregador. É plenamente lícita a prova 
decorrente do monitoramento ou acesso a e-mail 
corporativo se o empregado tinha ciência inequívoca 
dos limites de sua utilização e, sobretudo, se o 
dispositivo eletrônico utilizado era de propriedade da 
organização (TST, RR nº 0061300-23.2000.5.10.0013, 
1ª T., Rel. Min. João Oreste Dalazen, j. 18.05.2005, DJ 
10.06.2005; TST, Ag no AIRR nº 0000820-
70.2012.5.07.0004, 2ª T., Rel. Min. Delaíde Miranda 
Arantes, j. 21.08.2019). 
 
- Princípio da liberdade probatória: 
 
- Se não há vedação jurídica, qualquer elemento (típico ou 
atípico) pode ser utilizado para trazer o fato à luz e tentar o 
convencimento do destinatário. 
 
- Art. 369 do CPC: “Art. 369. As partes têm o direito de 
empregar todos os meios legais, bem como os moralmente 
legítimos, ainda que não especificados neste Código, para 
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a 
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.”. 
 
- Princípio da persuasão racional do destinatário: 
 
- O destinatário fará sua avaliação sobre o conjunto probatório 
que está à sua disposição. No momento da tomada de decisão 
sobre a ocorrência ou não dos fatos e as consequências 
jurídicas respectivas, confere o valor ou maior relevância ao 
meio probatório e ao fato vinculado que, na sua percepção 
transparente e racionalmente fundamentada, tem mais peso 
no deslinde da dúvida. 
 
5- Prova emprestada 
 
- No fenômeno da prova emprestada, o que se tem é o 
aproveitamento do resultado prova obtido em um primeiro 
processo ou procedimento em outro processo ou procedimento. 
 
- Art. 372, CPC. “Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de 
prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que 
considerar adequado, observado o contraditório.” 
 
- Requisito: respeito ao contraditório: 
 
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MAURÍCIO TAMER 
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- Como se posiciona o STJ e o próprio CPC que basta o respeito 
ao princípio do contraditório em relação à prova 
emprestada colacionada (art. 372, in fine), posição à 
qual aqui se adere. 
 
- STJ: 
 
- “É admissível, assegurado o contraditório, prova 
emprestada de processo do qual não participaram as 
partes do processo para o qual a prova será trasladada. 
A grande valia da prova emprestada reside na economia 
processual que proporciona, tendo em vista que se evita 
a repetição desnecessária da produção de prova de 
idêntico conteúdo. Igualmente, a economia processual 
decorrente da utilização da prova emprestada importa 
em incremento de eficiência, na medida em que garante 
a obtenção do mesmo resultado útil, em menor período 
de tempo, em consonância com a garantia 
constitucional da duração razoável do processo, inserida 
na CF pela EC 45/2004. Assim, é recomendável que a 
prova emprestada seja utilizada sempre que possível, 
desde que se mantenha hígida a garantia do 
contraditório. Porém, a prova emprestada não pode se 
restringir a processos em que figurem partes idênticas, 
sob pena de se reduzir excessivamente sua 
aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. 
Assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto 
é, o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la 
adequadamente, o empréstimo será válido.” 
(STJ, Corte Especial, EREsp nº 617.428/SP, Rel. Min. 
Nancy Andrigui, j. 04.06.2014, DJe 17.06.2014, 
Informativo nº 543). 
 
- Súmula 591. “É permitida a prova emprestada no 
processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e 
respeitados o contraditório e a ampla defesa.”. 
 
- Há um posicionamento minoritário de que deveria existir 
identidade de partes entre aquelas verificadas no processo ou 
procedimento em que a prova foi produzida e no processo ou 
procedimento futuro. 
 
 
6- Prova documental 
 
- Documento é um objeto com capacidade em materializar um fato, 
seja por meio da escrita, de sinais, gráficos, símbolos, etc. São 
documentos, portanto, os filmes, as fotos, as transcrições, desenhos. 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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- Documento, portanto, é qualquer suporte físico ou eletrônico 
em que um fato e suas circunstâncias estão registrados. A prova 
documental, por sua vez, é o resultado obtido no processo ou 
procedimento a partir da utilização desse documento. 
 
- Documento eletrônico: O documento eletrônico é aquele 
produzido, autenticado, armazenado e transmitido em suporte 
eletrônico na sua forma original. É, por exemplo, qualquer 
documento nos formatos e extensões .pdf ou .doc, assinados 
eletronicamente ou não. 
 
- Autenticidade e integridade. São verificadas 
fundamentalmente pela aposição da assinatura eletrônica no 
documento ou, em outras palavras, goza de presunção de 
autenticidade e integridade o documento eletrônico assinado 
eletronicamente. 
 
- MP nº 2.200/2001. Art. 1º. “Fica instituída a 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, 
para garantir a autenticidade, a integridade e a validade 
jurídica de documentos em forma eletrônica, das 
aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que 
utilizem certificados digitais, bem como a realização de 
transações eletrônicas seguras.”. 
 
- Utilização de outros sistemas que permitam a 
conferência da autenticidade e integridade. 
 
- Documento digitalizado: O documento originalmente produzido 
em meio físico e depois transportado, por meio da digitalização 
(fotografia,utilização de aplicativos, digitalização via scanner, etc.), 
para suporte eletrônico. É, por exemplo, o instrumento de mandato 
(procuração ou substabelecimento) feito e assinado em papel e 
digitalizado para protocolo em processo eletrônico. É o contrato 
digitalizado para ser encaminhado por e-mail (o e-mail em si é um 
documento eletrônico, seu anexo, nesse caso, um documento 
digitalizado). É a foto do documento de identidade encaminhada pelo 
cliente para distribuição da ação. 
 
- Autenticidade e integridade. 
 
- Primeiro momento. Próprio documento físico original. 
Deles serão apuradas a autenticidade (se os autores do 
documento ou cujas manifestações de vontade nele 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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consta é o verdadeiro) e a integridade (se o documento 
não sofreu qualquer adulteração material). \ 
 
- Segundo momento. Relacionado à digitalização do 
documento em si considerada. Nesse caso, a 
autenticidade e a integridade serão verificadas, em caso 
de questionamento, com a comparação com a via física 
original. 
 
- Documento eletrônico como título executivo. Leitura dada ao 
art. 784, III, CPC (STJ, REsp nº 1.495.920/DF, 3ª T., Rel. Min. Paulo 
de Tarso Sanseverino, j. 15.05.2018, DJe 07.06.2018, Informativo 
nº 627). 
 
- PL n. 2359/2020: Proposta de alteração. “Art. 784. III - o 
documento particular assinado, manual ou digitalmente, pelo 
devedor, independentemente da existência de assinatura de 
testemunhas.”. 
 
7- Ata notarial 
 
- Prevista originalmente no art. 7º, III, da Lei nº 8.935 de 1994, 
conhecida como Lei do Cartórios, que regulamenta o art. 236 da 
Constituição Federal, a ata notarial também é definida no CPC, em 
seu art. 384, assumindo, a partir de então, a condição de meio de 
prova típico. 
 
- Art. 384, CPC. “A existência e o modo de existir de algum fato 
podem ser atestados ou documentados, a requerimento do 
interessado, mediante ata lavrada por tabelião.”. Inclusive, poderão 
constar em ata “dados representados por imagem ou som gravados 
em arquivos eletrônicos.”. 
 
- Requisito principal: o tabelião precisa ter contato DIRETO com 
a fonte de prova. 
 
- Exemplos: 
 
- Postagens em mídias sociais que atacam diretamente 
terceiros ou atribuem a terceiros fatos desonrosos (Twitter, 
Instagram, Facebook, etc.); ou blogs ou sites criados 
justamente para a mesma finalidade; mensagens enviadas ou 
colocadas em grupos de aplicativos de mesmo teor (WhatsApp, 
Telegram, etc.); etc. 
 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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- Ilegalidades relacionadas ao desrespeito à propriedade 
intelectual de terceiros também encontram na ata notarial um 
meio probatório muito útil. É muito comum, por exemplo, a 
criação de sites ou páginas em mídias sociais utilizando-se do 
nome e marca de terceiros para as mais diversas finalidades 
ilícitas como fraudes e as práticas de concorrência desleal 
(desvio de clientela, aproveitamento parasitário, etc.). O 
mesmo se aplica com a reprodução ilícita de conteúdo autoral 
ou de software. 
 
- A ata notarial também é muito importante, útil e 
recomendável para a preservação de identificação e coleta de 
provas digitais. A presença do notário que acompanha 
pessoalmente e de forma imparcial o procedimento, com sua 
narrativa precisa em ata notarial, reforça a lisura da 
identificação e coleta da prova. Uma coisa é, por exemplo, a 
parte interessada elaborar relatório de identificação da prova, 
apresentando-o de forma unilateral em processo ou 
procedimento. Outra situação, com muito mais força valorativa 
prática, é se esse mesmo procedimento é acompanhado pelo 
notário que tem dever legal de imparcialidade e compromisso 
com a fidedignidade da narrativa. 
 
- Também é recomendável o acompanhamento de notário e a 
lavratura de ata notarial respectiva de: (i) identificação e coleta 
dos registros de log (IP, data e hora) externos indicados por 
empresa como sendo de endereço de conexão externo 
relacionado a acesso indevido à base de dados ou a qualquer 
tentativa de ataque; (ii) identificação e coleta de e-mails de 
colaborador encaminhados para conta sua particular ou para 
terceiros, com o desvio de informações; (iii) a realização de 
clonagem de dispositivos de armazenamento (HD, SSD, etc.) 
para realização de posterior perícia, conferindo fé pública à 
extração do código Hash que assegura que a cópia sobre a qual 
a perícia será feita é idêntica ao dispositivo original; (iv) 
constatação de cópia de código-fonte; etc. 
 
8- Obtenção de conteúdo de provedores de internet (ver material 
da aula de Marco Civil da Internet) 
 
9- Prova pericial 
 
- Meio probatório ou meio transporte do fato para dentro do processo 
ou procedimento que se dá por uma forma necessária e específica: 
por meio da tradução técnica especializada. 
 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631
 
 
MAURÍCIO TAMER 
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- O trabalho do perito é fundamental para que o fato seja 
compreensível e inteligível. Sem sua participação técnica (sua 
tradução) não é possível constatar, com a mínima segurança jurídica 
necessária, a ocorrência ou não do fato e suas circunstâncias. Em 
outras palavras, se o fato demandar uma leitura técnica, portanto, a 
ausência dos trabalhos periciais resulta em meros indícios e mera 
dedução, estimativa ou cogitação sobre o fato e suas circunstâncias. 
 
- A compreensão técnica do fato, quase como uma regra, depende 
da tradução ou explicação sobre (i) como funciona a tecnologia 
utilizada (dispositivos eletrônicos, serviços em nuvem, blockchain, 
etc.); e (ii) o passo a passo técnico do uso da tecnologia utilizada 
(como a tecnologia foi utilizada para a prática do fato e suas 
circunstâncias. 
 
- O fato antes ininteligível ao homem médio, passa a ser 
compreendido, sendo possível, a partir de então, a atribuição das 
consequências jurídicas respectivas. 
 
- Procedimentos: ação de produção antecipada de provas (arts. 381 
e ss., CPC), pedido incidental em ação de mérito e procedimentos 
criminais. 
 
Clara Amédée Péret Motta - 14413498631

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