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Farmacologia dos anticoagulantes, antiplaquetários e trombolíticos

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MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
FARMACOLOGIA DOS ANTIPLAQUETÁRIOS, 
ANTICOAGULANTES E TROMBOLÍTICOS 
ANTIPLAQUETÁRIOS 
 
Legenda: resumo das características dos inibidores de aglutinação das plaquetas 
Os inibidores da aglutinação plaquetária: 
 Diminuem a formação de um coágulo rico 
em plaquetas; ou 
 Diminuem a ação dos sinais químicos 
promotores da aglutinação. 
Os inibidores da aglutinação de plaquetas: 
 Inibem a COX-1; ou 
 Bloqueiam os receptores de GP IIb/IIIa 
ou ADP, interferindo, assim, no sinal que 
promove a aglutinação plaquetária. 
Como essas substâncias têm diferentes 
mecanismos de ação, efeitos sinérgicos ou 
aditivos podem ser obtidos quando fármacos de 
classes diferentes são associados. 
Esses fármacos são benéficos na: 
 Prevenção e no tratamento de doenças 
cardiovasculares oclusivas; 
 Manutenção de transplantes vasculares e 
na patência arterial; e como 
 Auxiliares dos inibidores da trombina ou 
tratamento trombolítico no IAM. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO 
MECANISMO DE AÇÃO 
A estimulação das plaquetas por trombina, 
colágeno e ADP resulta na: 
 Ativação das fosfolipases de membrana 
das plaquetas que liberam ácido 
araquidônico dos fosfolipídeos da 
membrana. 
O ácido araquidônico é convertido inicialmente 
em prostaglandina H2 pela COX-1. 
 
Legenda: AAS inibe a COX-1 das plaquetas 
A prostaglandina H2 é metabolizada a 
tromboxano A2, que é liberado no plasma. 
O tromboxano A2 promove o processo de 
aglutinação, que é essencial para a rápida 
formação do tampão hemostático. 
O AAS inibe a síntese do tromboxano A2 por 
acetilação do resíduo serina no centro ativo da 
COX-1, inativando irreversivelmente a enzima. 
 
Legenda: Acetilação da COX-1 pelo AAS. 
Isso desloca o equilíbrio dos mediadores 
químicos em favor dos efeitos antiaglutinantes 
da prostaciclina, prevenindo a aglutinação 
plaquetária. 
O efeito inibitório é rápido, e a supressão da 
tromboxano A2 e a consequente supressão da 
aglutinação das plaquetas induzida pelo AAS 
persistem por toda a vida da plaqueta, que é 7 a 
10 dias aproximadamente. 
A administração repetida do AAS tem efeito 
acumulativo na função das plaquetas. 
A!! O AAS é o único fármaco antiplaquetário 
que inibe irreversivelmente a função das 
plaquetas. 
USOS TERAPÊUTICOS 
O AAS é usado no tratamento profilático da 
isquemia cerebral transitória, para reduzir a 
incidência de IAM recorrente e para diminuir a 
mortalidade nas situações de prevenção do IAM 
primário e secundário. 
 Ocorre inativação completa das 
plaquetas com 75 mg diários de AAS. 
A!! A dose de AAS recomendada vai de 50 a 325 
mg/dia. 
EFEITOS ADVERSOS 
Dosagens mais altas de AAS aumentam sua 
toxicidade, bem como a probabilidade de inibir 
também a produção de prostaciclina. 
O tempo de sangramento é alongado com o 
tratamento com AAS, causando complicações 
como: 
 Aumento da incidência de acidente 
cerebral hemorrágico e sangramento 
gastrintestinal (GI), especialmente com 
dosagens mais elevadas. 
A!! AINE’s, como o ibuprofeno, inibem a COX-
1 por competição transitória no centro 
catalítico. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 O ibuprofeno, se tomado dentro de 2 
horas antes do AAS, pode impedir o 
acesso do AAS ao resíduo serina e, assim, 
antagonizar a inibição das plaquetas pelo 
AAS. 
 Por isso, AAS de liberação imediata deve 
ser tomado no mínimo 60 minutos antes 
ou pelo menos 8 horas depois do 
ibuprofeno. 
A!! Embora o celecoxibe (inibidor seletivo da 
COX2) não interfira na atividade 
antiaglutinante do AAS, há evidência que possa 
contribuir para os eventos cardiovasculares, 
deslocando o equilíbrio dos mediadores 
químicos em favor do tromboxano A2. 
TICLOPIDINA, CLOPIDOGREL, 
PRASUGREL E TICAGRELOR 
TICLOPIDINA, CLOPIDOGREL, 
PRASUGREL E TICAGRELOR 
São inibidores do receptor P2Y12 ADP, o que 
também bloqueia a aglutinação das plaquetas, 
mas por mecanismo distinto do AAS. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Esses fármacos inibem a ligação do ADP aos seus 
receptores nas plaquetas e, assim, inibem a 
ativação dos receptores de GP IIb/IIIa 
necessários para que as plaquetas se liguem ao 
fibrinogênio e umas às outras. 
 O ticagrelor se liga reversivelmente ao 
receptor P2Y12 ADP. 
 Os demais se ligam irreversivelmente. 
 
Legenda: mecanismo de ação de ticlopidina, clopidogrel, prasugrel 
e ticagrelor. GP, glicoproteína. 
A inibição máxima da aglutinação das plaquetas 
é obtida em: 
 1 e 3 horas com ticagrelor; 
 2 e 4 horas com prasugrel; 
 3 e 4 dias com ticlopidina; e 
 3 e 5 dias com clopidogrel. 
Quando o tratamento é suspenso, o sistema 
plaquetário necessita de tempo para 
recuperação. 
USOS TERAPÊUTICOS 
O clopidogrel é aprovado para: 
 Prevenção de eventos ateroscleróticos em 
pacientes com IAM ou AVE recentes; e 
 Pct com doença arterial periférica 
estabelecida. 
 Profilaxia de eventos trombóticos na 
síndrome coronária aguda: angina 
instável ou IAM sem elevação do seg. ST. 
 Prevenir eventos trombóticos associados 
com intervenção coronária percutânea 
(ICP) com ou sem stent coronário. 
A!! A estrutura da ticlopidina é similar à do 
clopidogrel. 
A ticlopidina é indicada para: 
 Prevenção de ataques isquêmicos 
transitórios (AITs) e AVEs em pacientes 
com evento trombótico cerebral prévio. 
A!! Porém devido às reações adversas 
hematológicas ameaçadoras à vida, a ticlopidina 
em geral é reservada para pacientes intolerantes 
a outros tratamentos. 
O prasugrel é aprovado para: 
 Diminuir os eventos trombóticos 
cardiovasculares em pcts com síndromes 
coronárias agudas: angina instável, IAM 
sem elevação ST e IAM com elevação ST 
tratado com ICP. 
 
 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
O ticagrelor é aprovado para: 
 Prevenção do tromboembolismo arterial em 
pcts com angina instável e IAM, incluindo 
aqueles submetidos a ICP. 
EFEITOS ADVERSOS 
Estes fármacos podem prolongar o tempo de 
sangramento, para o que não existe antídoto. 
A ticlopidina é associada com graves reações 
hematológicas que limitam seu uso, como: 
 Granulocitose; 
 Agranulocitose; 
 Púrpura trombocitopênica trombótica 
(PTT); e 
 Anemia aplástica. 
O clopidogrel causa menos efeitos adversos, e a 
incidência de neutropenia é menor. 
 Porém foi relatada PTT como efeito 
adverso para clopidogrel e prasugrel 
(mas não para ticagrelor). 
O prasnugrel é contraindicado em: 
 Pacientes com histórico de AIT ou AVE. 
A!! Prasugrel e ticagrelor têm advertência na 
bula e na embalagem para o risco sangramentos. 
A!! O ticagrelor tem advertência para 
diminuição de eficácia quando é usado 
concomitante com AAS em dose >100 mg. 
ABCIXIMABE, EPTIFIBATIDA E 
TIROFIBANA 
MECANISMO DE AÇÃO 
O receptor GP IIb/IIIa tem papel fundamental 
na estimulação da aglutinação das plaquetas. 
 O anticorpo monoclonal quimérico 
abciximabe inibe o complexo receptor GP 
IIb/IIIa. 
Ligando-se ao GP IIb/IIIa, bloqueia a ligação do 
fibrinogênio e do fator de von Willebrand e, 
consequentemente, não acontece a aglutinação. 
 
Legenda: mecanismo de ação dos bloqueadores dos receptores de 
glicoproteína IIb/IIIa. 
Eptifibatida e tirofibana atuam de modo similar 
ao abciximabe bloqueando o receptor GP 
IIb/IIIa. 
 O eptifibatida é um peptídeo cíclico que 
se liga ao GP IIb/IIIa no local que 
interage com a sequência arginina-
glicina-ácido aspártico do fibrinogênio. 
 O tirofibana não é um peptídeo, mas 
bloqueia o mesmo local que a 
eptifibatida. 
USOS TERAPÊUTICOS 
Esses fármacos são administrados por via IV, 
junto com heparina e AAS, como um auxiliar da 
ICP para a prevenção de complicações 
cardíacas isquêmicas. 
O abciximabe também está aprovado para 
pacientes com angina instável que nãorespondem ao tratamento médico convencional 
quando a ICP é planejada para as próximas 24 
horas. 
EFEITOS ADVERSOS 
O principal efeito adverso destes fármacos é: 
 Sangramento, especialmente se forem 
usados com anticoagulantes. 
 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
ANTICOAGULANTES 
Os anticoagulantes inibem a ação dos fatores de 
coagulação (heparina) ou interferem com a 
síntese dos fatores de coagulação (antagonistas da 
vitamina K, como a varfarina). 
HEPARINA E HEPARINAS DE BAIXO PESO 
MOLECULAR 
A heparina é um anticoagulante injetável de 
ação rápida, usado para interferir agudamente 
na formação de trombos. 
 Ela normalmente ocorre como uma 
macromolécula complexada com 
histamina nos mastócitos, onde sua 
função fisiológica é desconhecida. 
 Para uso comercial, é extraída da mucosa 
intestinal suína. 
A heparina não fracionada é uma mistura de 
glicosaminoglicanos aniônicos de cadeias retas, 
com uma ampla faixa de massas moleculares. 
 Ela é muito ácida devido à presença de 
sulfato e grupos de ácido carboxílico. 
A constatação de que formas de heparina de 
baixo peso molecular (HBPM) também podem 
atuar como anticoagulantes levou ao isolamento 
de enoxaparina, produzida por 
despolimerização enzimática da heparina não 
fracionada. 
Outras HBPMs incluem: 
 Dalteparina e tinzaparina. 
MECANISMO DE AÇÃO 
A heparina atua em inúmeros alvos moleculares, 
mas seu efeito anticoagulante é consequência da 
ligação à antitrombina III, com a rápida 
inativação subsequente dos fatores de 
coagulação. 
 
Legenda: a heparina acelera a inativação dos fatores de coagulação 
pela antitrombina. 
A antitrombina III é uma α-globulina que inibe 
serinoproteases da trombina (fator IIa) e fator 
Xa. 
 
Legenda: formação do coágulo de fibrina 
Na ausência de heparina, a antitrombina III 
interage lentamente com a trombina e o fator 
Xa. 
Quando a heparina se liga à antitrombina III, 
ocorre uma alteração conformacional que 
catalisa a inibição da trombina cerca de mil 
vezes. 
 Mostrado duas figuras acima 
As HBPMs complexam com a antitrombina III e 
inativam o fator Xa (incluindo o localizado nas 
superfícies das plaquetas), mas não se ligam tão 
avidamente à trombina. 
A sequência singular de pentassacarídeo 
presente na heparina e nas HBPMs permite sua 
ligação à antitrombina III. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Legenda: a heparina e a HBPM intermedeiam a inativação da 
trombina ou do fator Xa. 
USOS TERAPÊUTICOS 
A heparina e as HBPMs limitam a expansão dos 
trombos, prevenindo a formação de fibrina. 
São usadas no/na: 
 Tratamento do tromboembolismo 
venoso agudo (DVT ou PE). 
 Profilaxia da trombose venosa pós-
cirúrgica em pacientes que serão 
operados (substituição de bacia) e naqueles 
com IAM. 
A!! A heparina e as HBPMs são os 
anticoagulantes de escolha para o tratamento da 
gestante, pois não atravessam a placenta, devido 
ao grande tamanho e à carga negativa. 
As HBPMs não exigem a mesma monitoração 
intensa que a heparina, poupando custos 
laboratoriais e tempo de enfermagem. 
 Essas vantagens tornam as HBPMs úteis 
para pacientes hospitalizados e 
ambulatoriais. 
EFEITOS ADVERSOS 
A principal complicação da heparina e das 
HBPMs é sangramento. 
 
Legenda: efeitos adversos da heparina. 
É necessária uma monitoração cuidadosa do 
paciente e das variáveis laboratoriais para 
minimizar sangramentos. 
O sangramento excessivo pode ser controlado 
interrompendo o uso da heparina ou 
administrando sulfato de protamina. 
 Infundido lentamente, este último se 
combina ionicamente com a heparina 
para formar um complexo 1:1 estável e 
inativo. 
 É importante que a dosagem de sulfato de 
protamina seja titulada cuidadosamente 
(1 mg para cada 100 unidades de heparina 
administrada), pois o sulfato de heparina é 
um anticoagulante fraco, e seu excesso 
pode iniciar sangramento ou piorar a 
hemorragia. 
As preparações de heparina são obtidas de 
suínos e, assim, podem ser antigênicas. Então, as 
possíveis reações adversas são: 
 Calafrios; 
 Febre; 
 Urticária; e 
 Choque anafilático. 
A trombocitopenia induzida por heparina (TIH) 
é uma condição grave na qual o sangue circulante 
tem uma quantidade anormalmente baixa de 
plaquetas. 
 Essa reação é imunomediada e traz risco 
de embolismo venoso e arterial. 
O tratamento com heparina deve ser 
interrompido em pacientes que apresentam 
trombocitopenia acentuada. 
No caso de TIH, a heparina pode ser substituída 
por outro anticoagulante, com: 
 Argatrobana. 
A!! HBPMs podem ter sensibilidade cruzada e não 
são recomentadas na TIH. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
A!! Além disso, foi observada osteoporose em 
pacientes sob tratamento prolongado com 
heparina. 
A!! A heparina e as HBPMs são 
contraindicadas em pacientes que têm 
hipersensibilidade à heparina, distúrbios de 
coagulação, alcoolismo ou que foram 
recentemente operados no cérebro, nos olhos ou 
na medula espinal. 
ARGATROBANA 
A argatrobana é um anticoagulante sintético 
parenteral derivado da L-arginina. 
 É um inibidor direto da trombina. 
Ela é usada preventivamente no tratamento da 
trombose em pacientes com TIH e aprovada 
para uso durante ICP em pacientes que 
apresentam ou estão sob risco de TIH. 
Como é biotransformada no fígado, pode ser 
usada em pacientes com disfunção renal, mas 
deve ser usada com cautela na insuficiência 
hepática. 
Como com os outros anticoagulantes, o principal 
efeito adverso é a hemorragia. 
BIVALIRUDINA E DESIRUDINA 
BIVALIRUDINA E DESIRUDINA 
São anticoagulantes parenterais análogos à 
hirudina, um inibidor da trombina derivado da 
saliva da sanguessuga. 
Eles são inibidores diretos seletivos da trombina 
e inibem reversivelmente o centro catalítico da 
trombina livre e da ligada ao coágulo. 
A bivalirudina é: 
 Alternativa à heparina em pacientes que 
serão submetidos a ICP que têm ou 
poderão ter risco de desenvolver TI; e 
também 
 Pacientes com angina instável a ser 
submetidos a angioplastia. 
 
A desirudina é indicada para: 
 Prevenção da TVP em pacientes que 
serão submetidos a cirurgia de 
substituição de bacia. 
FONDAPARINUX 
O fondaparinux é um pentassacarídeo 
anticoagulante derivado sinteticamente. 
Ele inibe seletivamente apenas o fator Xa. 
 Ligando-se seletivamente à antitrombina 
III, o fondaparinux potencializa (300-
1.000 vezes) a neutralização inata do 
fator Xa pela antitrombina III. 
O fondaparinux está aprovado para: 
 Tratamento da TVP e EP; e 
 Profilaxia do tromboembolismo venoso 
nos casos de cirurgias ortopédicas e 
abdominais. 
A hemorragia é o principal efeito adverso do 
fondaparinux. 
 Não existe fármaco para reverter o 
sangramento associado com esse 
fármaco. 
A!! TIH é menos provável com fondaparinux do 
que com heparina, mas é uma possibilidade. 
ETEXILATO DE DABIGATRANA 
MECANISMO DE AÇÃO 
O etexilato de dabigatrana é o pró-fármaco da 
molécula ativa dabigatrana, que é um inibidor 
direto de trombina de uso oral. 
 A trombina livre e a ligada ao coágulo são 
inibidas por dabigatrana. 
USOS TERAPÊUTICOS 
Ele é aprovado para: 
 Prevenção de AVE e embolismo 
sistêmico em pacientes com fibrilação 
atrial não valvar. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
EFEITOS ADVERSOS 
O principal efeito adverso é a hemorragia, como 
com outros anticoagulantes. 
 Não há antídoto aprovado para reverter a 
hemorragia. 
GI são comuns e podem incluir: 
 Dispepsia; 
 Dor abdominal; 
 Esofagite; e 
 Sangramento GI. 
A interrupção abrupta deve ser evitada, pois os 
pacientes estarão sob risco de eventos 
trombóticos. 
O fármaco é contraindicado em pacientes com 
válvulas cardíacas prostéticas mecânicas e não é 
recomendado em pacientescom válvulas 
cardíacas bioprostéticas. 
RIVAROXABANA E APIXABANA 
MECANISMO DE AÇÃO 
Rivaroxabana e apixabana são inibidores do 
fator Xa, de uso oral. 
Ambos se ligam ao centro ativo do fator Xa, 
prevenindo, assim, sua habilidade de converter 
protrombina em trombina. 
USOS TERAPÊUTICOS 
Rivaroxabana é aprovado para: 
 Tratamento e a prevenção da TVP, do 
EP e do acidente vascular em fibrilação 
atrial não valvar. 
Apixabana é usada para: 
 Prevenção do AVE na fibrilação atrial 
não valvar. 
EFEITOS ADVERSOS 
O sangramento é o efeito adverso mais grave dos 
inibidores do fator Xa. 
 Não há antídoto disponível para reverter a 
hemorragia causada. 
VARFARINA 
Os anticoagulantes cumarínicos devem sua ação 
à habilidade de antagonizar a função de cofator 
da vitamina K. 
 O único anticoagulante cumarínico 
terapeuticamente relevante é a varfarina. 
Ela é largamente usada clinicamente como 
anticoagulante oral. 
A INR é o padrão pelo qual a atividade 
anticoagulante da varfarina é monitorada. 
 A INR corrige variações que ocorrem com 
diferentes reagentes da tromboplastina 
usados para realizar testes em várias 
instituições. 
O objetivo do tratamento com varfarina é uma: 
 INR de 2-3 para a maioria das indicações; 
e 
 INR de 2,5-3,5 para algumas válvulas 
mecânicas e outras indicações. 
A varfarina tem um índice terapêutico estreito. 
 Por isso, é importante que a INR seja 
mantida dentro da faixa ideal o máximo 
possível, podendo ser necessário 
monitorar com frequência. 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os fatores II, VII, IX e X precisam da vitamina 
K como um cofator para sua síntese pelo fígado. 
Esses fatores sofrem uma modificação pós-
translacional dependente de vitamina K, na qual 
alguns de seus resíduos de ácido glutâmico são 
carboxilados para formar resíduos de ácido γ-
carboxiglutâmico. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Legenda: mecanismos de ação da varfarina. NADP+ , forma 
oxidada do fosfato de nicotinamida-adenina dinucleotídeo; 
NADPH, forma reduzida do fosfato de nicotinamida-adenina 
dinucleotídeo. 
Os resíduos de γ-carboxiglutamil ligam íons 
cálcio, que são essenciais para a interação entre 
os fatores de coagulação e as membranas das 
plaquetas. 
Nas reações de carboxilação, a carboxilase 
dependente de vitamina K fixa CO2 para formar 
os novos grupos COOH no ácido glutâmico. 
O cofator vitamina K reduzido é convertido em 
epóxido de vitamina K durante a reação. 
A vitamina K é regenerada do epóxido pela 
vitamina K epóxido redutase, a enzima que é 
inibida pela varfarina. 
O tratamento com varfarina resulta na 
produção de fatores de coagulação menos ativos 
(de 10 a 40% do normal), pois lhes faltam 
suficientes cadeias laterais γ-carboxiglutamil. 
A!! Diferentemente da heparina, os efeitos 
anticoagulantes da varfarina não são 
observados imediatamente após a 
administração. 
 Em vez disso, o pico do efeito pode 
atrasar por 72 a 96 horas, tempo 
necessário para esgotar a reserva de 
fatores de coagulação circulantes. 
A!! O efeito anticoagulante da varfarina pode 
ser anulado com a administração de vitamina K. 
 Porém a reversão após a administração 
da vitamina K demora 24 horas (tempo 
necessário para a degradação dos fatores de 
coagulação já sintetizados). 
USOS TERAPÊUTICOS 
A varfarina é usada na/no: 
 Prevenção e no tratamento da TVP e da EP; 
 Prevenção do AVE e do AVE na condição 
de fibrilação ventricular e/ou válvulas 
cardíacas prostéticas; 
 Deficiência de proteína C e S; 
 Síndrome antifosfolipídica; e 
 Prevenção do tromboembolismo venoso 
durante cirurgias ortopédicas ou 
ginecológicas. 
EFEITOS ADVERSOS 
O principal efeito adverso da varfarina é a 
hemorragia. 
 Por isso, é importante monitorar com 
frequência a INR e ajustar a dosagem. 
A!! Pequenos sangramentos são controlados 
com a suspensão da varfarina ou com a 
administração de vitamina K1 por via oral, mas 
sangramentos graves exigem doses maiores da 
vitamina K administrada por via IV. 
 Sangue total, plasma congelado e 
concentrados plasmáticos dos fatores 
sanguíneos também podem ser usados para 
reverter a ação da varfarina rapidamente. 
Lesões de pele e necrose são complicações raras 
do tratamento com varfarina. 
 Síndrome do dedo roxo, uma coloração 
violácea de dedo, dolorosa e rara, causada 
por êmbolos de colesterol a partir de 
placas, também foi observada no 
tratamento com varfarina. 
A!! É teratogênica e nunca deve ser usada 
durante a gestação. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
TROMBOLÍTICOS 
A doença tromboembólica aguda em 
determinados pacientes pode ser tratada com a 
administração de fármacos que ativam a 
conversão de plasminogênio em plasmina, uma 
serinoprotease que hidrolisa fibrina e, assim, 
dissolve coágulos. 
 
Legenda: ativação do plasminogênio pelos trombolíticos 
A estreptoquinase, um dos primeiros desses 
fármacos aprovados, causa um estado 
fibrinolítico sistêmico que pode levar a 
problemas de sangramento. 
A alteplase atua mais localizadamente na fibrina 
trombótica para produzir fibrinólise. 
A uroquinase é produzida naturalmente nos 
rins humanos e converte diretamente 
plasminogênio em plasmina ativa. 
 
Legenda: Comparação entre enzimas trombolíticas. 
A!! Os fibrinolíticos podem lizar trombos 
patológicos e normais. 
CARACTERÍSTICAS COMUNS DOS 
TROMBOLÍTICOS 
MECANISMO DE AÇÃO 
Os trombolíticos apresentam algumas 
características comuns: 
 Todos atuam direta ou indiretamente 
convertendo plasminogênio em 
plasmina, que, então, hidrolisa a fibrina, 
hidrolisando, assim, os trombos (duas 
figuras acima). 
A dissolução do coágulo e a reperfusão ocorrem 
com maior frequência quando o tratamento é 
iniciado logo após a formação do trombo, pois 
ele se torna mais resistente à lise à medida que 
envelhece. 
 Infelizmente, um número maior de 
trombos pode ocorrer enquanto o trombo 
se dissolve, levando a uma maior 
agregação das plaquetas e trombose. 
Estratégias para evitar essa situação incluem: 
 Administração de antiplaquetários, 
como AAS; ou 
 Antitrombóticos, como heparina. 
USOS TERAPÊUTICOS 
Usados originalmente para o tratamento de TVP 
e EP grave, os trombolíticos hoje são usados 
menos frequentemente para essas condições. 
 Sua tendência de causar hemorragias 
também comprometeu seu uso no 
tratamento da trombose arterial 
periférica aguda e do IAM. 
Para o IAM, a aplicação intracoronariana do 
fármaco é a forma mais confiável em termos de 
obter a recanalização. 
 Porém a cateterização cardíaca pode não 
ser possível entre 2 e 6 horas de “janela 
terapêutica”, após as quais uma 
recuperação miocárdica significativa se 
torna menos provável. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 Assim, os trombolíticos são 
administrados em geral por via IV. 
Os trombolíticos são úteis em: 
 Restabelecer a função de cateteres e 
anastomoses (shunts), hidrolisando os 
coágulos que causam a oclusão. 
 Dissolver coágulos que resultam em AVE. 
EFEITOS ADVERSOS 
Os trombolíticos não diferenciam entre a fibrina 
de um trombo indesejado e a fibrina de um 
tampão hemostático benéfico. 
 Assim, a hemorragia é o principal efeito 
adverso. 
Por exemplo, uma lesão prévia insuspeita, como 
a úlcera péptica, pode sangrar após a injeção de 
um trombolítico (Fig. 22.20). 
 
Legenda: degradação de um trombo indesejado e um tampão 
hemostático útil pelos ativadores de plasminogênio 
Esses fármacos são contraindicados em: 
 Gestantes; e 
 Pacientes com ferimentos em cicatrização, 
histórico de AVE, tumor cerebral, 
traumatismo na cabeça, sangramento 
intracranial e câncer metastático. 
ALTEPLASE, RETEPLASE E 
TENECTEPLASE ALTEPLASE 
 A reteplase é um derivado menor de APt 
recombinante, engenhado geneticamente. 
 A tenecteplaseé outro APt recombinante 
com meia-vida mais longa e maior 
afinidade pela fibrina do que a alteplase. 
A alteplase tem baixa afinidade pelo 
plasminogênio livre no plasma, mas ativa 
rapidamente o plasminogênio que está ligado à 
fibrina em um trombo ou um tampão 
hemostático. 
 Assim, a alteplase em doses baixas é 
considerada seletiva para fibrina. 
Ela é aprovada para: 
 Tratamento de IAM, EP massiva e AVE 
isquêmico agudo. 
Reteplase e tenecteplase são aprovados somente 
para uso em IAM, embora reteplase possa ser 
usada extrabula na TVP e na EP massiva. 
A alteplase pode causar angiedema orolingual, e 
o risco aumenta quando há associação com 
inibidores da enzima conversora de 
angiotensina (IECAs). 
ESTREPTOQUINASE 
A estreptoquinase é uma proteína extracelular 
purificada de caldos de cultura de estreptococos 
β-hemolíticos do grupo C. 
Ela forma um complexo ativo um-a-um com 
plasminogênio. 
Esse complexo é enzimaticamente ativo e 
converte o plasminogênio não complexado na 
enzima ativa plasmina. 
 
MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves 
 
Legenda: mecanismo de ação da estreptoquinase. 
Além da hidrólise dos tampões de fibrina, o 
complexo também catalisa a degradação do 
fibrinogênio, bem como dos fatores V e VII de 
coagulação. 
 
Legenda: a estreptoquinase degrada a fibrina e o fibrinogênio. 
A!! Com o advento de novos fármacos, a 
estreptoquinase raramente é usada e, em vários 
mercados, não mais está disponível. 
UROQUINASE 
A uroquinase é produzida naturalmente no 
organismo, pelos rins. 
 A uroquinase terapêutica é isolada de 
culturas de células renais humanas e tem 
baixa antigenicidade. 
Ela hidrolisa diretamente a ligação arginina-
valina do plasminogênio, formando plasmina. 
Só está aprovada para a lise de êmbolos 
pulmonares. 
Usos extrabula incluem: 
 Tratamento de IAM, tromboembolismo 
arterial, trombose artéria coronária e TVP. 
Seu uso foi amplamente superado por outros 
fármacos com relação risco/benefício mais 
favorável.

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