Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Kamile Correia Macedo APLICAÇÃO DA PENA CONCEITO: Consiste na atividade de aplicar a pena, exclusivamente judicial, consiste na sentença, depois de superados todos as etapas do devido processo legal, em quantidade determinada e respeitando os requisitos legais, em desfavor do réu a quem foi imputada a autoria ou participação em uma infração penal. • O juiz está preso aos parametros estabelecidos em lei para a aplicação dessa. Buscando uma aplicação justa da pena. • Teoria das margens, ou seja, limites mínimo e máximo para a dosimetria da pena. A aplicação da pena tem como pressuposto a culpabilidade do agente: • A culpabilidade é constituída por imputabilidade, potencial consciência de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Sem a culpabilidade, é impossível a imposição de pena, qualquer que ela seja sua modalidade (PPL, restritiva de direito ou multa). Na hipótese de adequação da pena, poderá o réu suportar uma medida de segurança, se for maior de 18 anos e dotado de periculosidade. Conclui-se, portanto, que a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena, e a periculosidade é pressuposta para a aplicação da medida de segurança. No Brasil, a pena deve ser aplicada, ainda que o condenado, após o crime e por qualquer motivo, não dependa mais da ressocialização. Isso, em razão da adoção da teoria mista ou unificada da pena, que possui, além da finalidade preventiva especial e geral (intimidação da coletividade), mas também possui o caráter retributivo (obrigatoriedade de punição). SISTEMAS / CRITÉRIOS PARA A APLICAÇÃO DA PENA: Existe dois sistemas para a aplicação da PPL (Bifásico e Trifásico). • BIFÁSICO – Idealizado por Roberto Lyra. A PPL seria aplicada em duas fases distintas: Primeiro o magistrado calcularia a pena-base levando em conta as circunstancias judiciais, as atenuantes e agravantes genéricas; Segundo incidiriam, na segunda fase, as causas de diminuição de pena e de aumento de pena; • TRIFÁSICO – Elaborado por Nelson Hungria. Sustentava que a dosimetria da PPL devia ser feita em três fases: Na primeira o juiz fixa a pena-base com o apoio nas circunstancias 2 Kamile Correia Macedo judiciais. Na segunda fase aplica-se as atenuantes e agravantes genéricas. A terceira fase aplica-se as causas de diminuição e aumento de pena. Qual é o sistema adotado pelo código penal brasileiro? Art. 68, caput – “A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento”. De acordo com tal artigo, o código penal brasileiro filiou-se ao critério trifásico de aplicação da pena (para a PPL), porém, para a pena de multa foi adotado o sistema bifásico. Art. 68, caput – “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será no mínimo de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessentas) dias-multa”. ELEMENTARES E CIRCUNSTANCIAIS: Elementares ou elementos, são os fatores que compõem a estrutura da figura típica, integrando o tipo fundamental. Normalmente encontra-se descritas no caput dos artigos; Circunstâncias são os dados que agregam ao tipo fundamental a fim de aumentar ou diminuir a quantidade de pena (normalmente estão nos parágrafos vinculados aos artigos). OBS. O legislador pode prever elementares fora do caput. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS As circunstâncias se dividem em legais e judiciais. Legais - previstas no código penal e pela legislação penal especial. São suas espécies as qualificadoras, as atenuantes e agravantes genéricas e as causas de diminuição de pena. Judiciais - relacionadas ao crime e ao agente, e alcançadas pela atividade judicial. Tem natureza residual ou subsidiária, pois somente incidem quando não configuram circunstâncias legais. AGRAVANTES GENÉRICOS E CAUSAS DE AUMENTO DE PENA São chamados genéricos por estarem previstos taxativamente na parte geral do Código Penal e por serem aplicadas aos delitos em geral. A exasperação (aumento) da pena que deve respeitar os limites máximo e mínimo cominado pelo legislador, é definida pelo legislador no caso concreto, já que a lei não indica a quantidade de aumento (incide na segunda fase de aplicação da pena). CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E QUALIFICADORA As causas de aumento de pena, utilizáveis na terceira fase da aplicação da pena, funcionam exclusivamente como percentuais para elevação da reprimida, em quantidade fixa ou variável (previstas nas partes geral e especial do código, bem como na legislação especial). 3 Kamile Correia Macedo No caso do crime qualificado, o magistrado já utiliza na primeira fase da dosimetria a sanção a ele correspondente (estão previstos na parte especial do código e na legislação especial). OBS. Em nenhuma hipótese a qualificadora estará presente na parte geral do código ATENUANTES GENÉRICOS E CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA Atenuantes genéricas são chamados dessa forma por estarem localizados exemplificativamente, na parte geral do Código Penal (art. 65 e 66) e serem aplicáveis aos delitos em geral. A quantidade de diminuição (abrandamento da pena) não é indicada em lei. Dessa forma, deve ser observado o limite mínimo cominado pelo legislador e definido pelo juiz no caso concreto. Esta situação na segunda fase da aplicação da pena. As causas de diminuição, obrigatória ou facultativa, estão previstas na parte geral e especial do código, bem como na legislação especial. OBS. Podem reduzir a pena abaixo do mínimo legal, e incidem na terceira fase da aplicação da pena.
Compartilhar