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DIREITO PENAL P R O F . T A S S I O D U D A 2020 Direito Penal Tema: Aplicação da Pena Privativa de Liberdade Prof. Tassio Duda Fala pessoal, tudo bem? No presente resumo, iremos abordar o conceito de aplicação da pena e os sistemas de aplicação da pena privativa de liberdade. É cediço que a aplicação da pena privativa de liberdade é exclusivamente judicial. O Código Penal, em seus arts. 59 a 76, elencou, de forma detalhada, o procedimento a ser seguido pelo juiz para a aplicação da pena ao condenado. Nucci (2020, pg. 609) conceitua a aplicação da pena como sendo: Cléber Masson (2018, pg. 700), por sua vez, esclarece que: Trata-se, segundo a doutrina, de ato discricionário juridicamente vinculado, pois o juiz está limitado aos parâmetros que a Lei estabeleceu. Cabe ao magistrado observar determinado procedimento no momento de aplicação da pena. A doutrina, basicamente, indica a existência de dois procedimentos – sistemas – para aplicação da pena privativa de liberdade: um bifásico e outro trifásico. 1. INTRODUÇÃO 2. CONCEITO DE APLICAÇÃO DA PENA (...) o método judicial de discricionariedade juridicamente vinculada visando à suficiência para prevenção e reprovação da infração penal. O juiz, dentro dos limites estabelecidos pelo legislador (mínimo e máximo, abstratamente, fixados para a pena), deve eleger o quantum ideal, valendo-se do seu livre convencimento (discricionariedade), embora com fundamentada exposição do seu raciocínio (juridicamente vinculada). Trata-se da fiel aplicação do princípio constitucional da individualização da pena, evitando-se a sua indevida padronização. 3. SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA A atividade de aplicar a pena, exclusivamente judicial, consiste em fixa-la, na sentença, depois de superadas todas as etapas do devido processo legal, em quantidade determinada e respeitando os requisitos legais, em desfavor do réu a quem foi imputada a autoria ou participação em uma infração penal. Mas qual procedimento deve ser observado? Direito Penal Tema: Aplicação da Pena Privativa de Liberdade Prof. Tassio Duda O sistema bifásico, idealizado por Roberto Lyra, preceitua que a pena privativa de liberdade deve ser aplicada em duas fases distintas. Num primeiro momento, o juiz calcula a pena-base levando em conta as circunstâncias judiciais e as atenuantes e agravantes genéricas. Num segundo momento, o juiz avalia a existência de causas de diminuição e de aumento da pena. O sistema trifásico, por sua vez, consagrado por Nélson Hungria, sustenta que a dosimetria da pena privativa de liberdade deve ser feita em três fases. Na primeira fase, o juiz fixa a pena-base, com base nas circunstâncias judiciais. Na segunda fase, aplica as atenuantes e agravantes genéricas, e, na terceira, as causas de diminuição e de aumento da pena. Nas palavras de Victor Gonçalves (2020, pg. 829): Importante destacar que em relação a pena de multa adotou-se o sistema bifásico (CP, art. 49, caput e § 1.º). É fixado, inicialmente, o número de dias-multa e, após, calcula-se o valor de cada dia-multa. Na primeira fase, o juiz irá fixar o que se chama de pena-base, a qual tem como fundamento as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP. O mencionado dispositivo estabelece que o juiz, ao fixar a pena-base, deve considerar: a) a culpabilidade; b) os antecedentes; c) a conduta social; d) a personalidade do acusado; e) bem como os motivos, circunstâncias e consequências do crime, além do comportamento da vítima. Importante lembrar que a pena-base deve observar os limites previstos em abstrato para a infração penal, ou seja, não pode estar aquém do mínimo ou além do máximo. A reforma da Parte Geral em 1984, concretizada por intermédio da Lei n. 7.209/84, adotou expressamente o chamado critério trifásico na fixação da reprimenda, na medida em que o art. 68 do Código Penal passou a prever expressamente que, na primeira fase, o juiz deve levar em conta as circunstâncias inominadas do art. 59; na segunda, deve considerar as agravantes e atenuantes genéricas (arts. 61, 62, 65 e 66 do CP); e, por fim, em um terceiro momento, deve considerar as causas de aumento e de diminuição de pena (previstas na Parte Geral ou na Parte Especial do Código). 4. PRIMEIRA FASE DA FIXAÇÃO DA PENA Direito Penal Tema: Aplicação da Pena Privativa de Liberdade Prof. Tassio Duda Uma vez fixada a pena-base com fundamento nas circunstâncias judiciais do art. 59 do CP, o juiz irá passar para a segunda fase. Nesse momento o juiz irá verificar se há agravantes e atenuantes a serem aplicadas no caso concreto. As agravantes estão previstas nos arts. 61 e 62 do Código Penal, enquanto as atenuantes encontram-se elencadas nos arts. 65 e 66 do mesmo codex. O montante do aumento ou da redução ficará a critério do juiz, pois não há índice preestabelecido no CP. Nesse sentido, Cléber Masson (2018, pg. 702) expõe que: Na terceira fase de aplicação pena privativa de liberdade, o juiz irá considerar eventuais causas de aumento e de diminuição da pena. Tais circunstâncias podem estar previstas na Parte Geral ou Especial do CP. Segundo Victor Gonçalves (2020, pg. 879), é possível identificar uma causa de aumento quando a lei se utiliza de índice de soma ou de multiplicação a ser aplicado sobre o montante de pena estabelecido na fase anterior. Veja os seguintes exemplos: a) no caso do concurso formal, a lei diz que a pena é aumentada de 1/6 até 1/2 (art. 70); b) no crime continuado, a pena é exasperada de 1/6 a 2/3 (art. 71); c) no homicídio e nas lesões corporais dolosas, a pena é aumentada em 1/3, se a vítima é menor de 14 ou maior de 60 anos (arts. 121, § 4º, e 129, § 7º). Por seu turno, cita-se como exemplo de causa de diminuição: a) nos crimes tentados, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 14, parágrafo único); b) nos casos de arrependimento posterior, a pena também será reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 16 do CP); c) no homicídio privilegiado, a pena é diminuída de 1/6 a 2/3 (art. 121, § 1º, do CP). 5. SEGUNDA FASE DA FIXAÇÃO DA PENA As agravantes genéricas são assim chamadas por estarem previstas taxativamente na Parte Geral do Código Penal (arts. 61 e 62) e serem aplicáveis aos delitos em geral. A exasperação da pena, que deve respeitar o limite máximo cominado pelo legislador, é definida pelo juiz no caso concreto, uma vez que a lei não indica a quantidade de aumento. Incidem na segunda fase de aplicação da pena. 6. TERCEIRA FASE DA FIXAÇÃO DA PENA Microsoft Word - APLICAÇÃO DA PENA SISTEMAS.pdf DIREITO PENAL CAPA.pdf
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