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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES ALUNAS: Fernanda Staniczuk Fassina e Larissa Zago CENA 1 1- Os dias e horários de funcionamento da USF deveriam ser 24 horas nos dias de semana e aos finais de semana das 7h até 00h. 2- O plantonista não se envolveu no caso de Laura, deixando a desejar na anamnese (não perguntou antecedentes e históricos familiares, dados pessoais, uso de medicamento, não examinou sinais vitais....) pareceu que o plantonista não deu muito valor para o relato de Laura. Como era algo de emergência para a paciente, não foi encaminhada imediatamente a um serviço mais especializado. Deveria haver algum tipo de treinamento mensal para os plantonistas e médicos do pronto socorro para poder lidar com situações parecidas como a da Laura, pois a mesma já estava com insegurança consigo mesma e com as redes de apoio. Não sabendo do que se tratava e nem ao menos consultando melhor ela (caso da anamnese mal feita) receitou-lhe um analgesico sem saber se poderia dar algum tipo de reação adversa por conta de sua situação de saúde. 3- Não é certo somente o especialista autorizado solicitar exames, pois no caso da Laura até ela ser encaminhada com o ginecologista especialista, ser atendida e avaliada (lembrando que pode enfrentar filas de espera pela consulta e pelo exame) e realizar seus exames, a situação de Laura pode piorar e ficar mais grave por conta do adiamento do seu diagnóstico e tratamento e até mesmo prognóstico. 4- No requerimento para o especialista dado ao paciente já possuir todas as informações necessárias, até mesmo de transporte caso for preciso. E na questão de organização de fluxos de encaminhamento, o gestor local deveria contratar uma pessoa “guia” somente para auxiliar neste quesito. CENA 2 5- Má desorganização com atendimento, marcação de consultas e profissionais de saúde como a atendente que não são capacitados para atender ao público leigo. Como falamos na questão acima, a demora para o atendimento, realização de exames, diagnóstico e tratamento… a situação de Laura pode piorar mais ainda talvez levando a pessoa a óbito. Laura já estava fragilizada com a situação e com a má vontade dos profissionais envolvidos se sente em um beco sem saída pois ela já tinha ido ao pronto socorro e quando chega no hospital com o encaminhamento, mandando ela para a atenção primária novamente. 6- → prescreve um antibiótico por conta da situação estar se agravando e o medicamento anterior não estar mais fazendo efeito → o médico não especializado encaminha ela para o município vizinho para realizar a mamografia, mas Laura não conseguiu marcar o exame pois a solicitação não era de um médico especializado ginecologista → Laura está em uma situação de urgência e muito angustiada → Medicação duvidosa (antibiótico) → A família toda ficou abalada e ela ficou distante de casa por alguns dias pois foi até a capital procurar recursos melhores → Ao chegar enfrentou uma série de problemas que se coincidiram com a situação de saúde do seu município (fila de espera 2 meses) → conseguiu marcar o exame só porque tinha uma amiga que conhecia um antigo amigo que trabalhava no hospital, caso contrário não teria conseguido por si só ou pela sua atual situação. Laura não teve nenhum tipo de apoio e auxílio do município, que é o dever deles dar qualquer tipo de ajuda em relação a gastar, transporte e hospedagem. Teve que se deslocar até a capital, tendo gastos que “não poderia ter”. Em casos de responsabilização, é por conta do gestor. 7- Pelo que percebemos, o médico da saúde da família não trabalha com prevenção e sim com o tratamento. Ele tomou atitudes rápidas somente após o resultado do exame de mamografia, pois viu que era grave a situação de Laura. O encaminhamento deveria ser ágil desde o começo e não apenas quando há um resultado ruim, talvez se ela tivesse conseguido fazer os exames anteriormente com maior acesso e facilidade o resultado da mamografia poderia ser diferente. CENA 3 8- Sim porque se possui só uma pessoa para realizar esse tipo de serviço ela fica sobrecarregada, e se essa mesma pessoa possui entes queridos ou amigos próximos ela pode acabar passando na frente de quem realmente precisa do atendimento com urgência 9- O fato de certos tratamentos especializados só existirem na capital é pela falta de verba, infraestrutura e mão de obra, pois a maioria dos médicos, enfermeiros e especialistas não querem trabalhar/morar no interior, preferem o litoral ou cidade grande. O sistema de saúde sobre a Oncologia em específico ou outras áreas da saúde deveria ser distribuído entre as regiões do estado, talvez organizando tal dia para tal especialidade e organizar os horários, com mais centrais de atendimentos com profissionais mais responsáveis. Caso não haja como fazer essa distribuição, o município deve arcar com os custos do deslocamento dos pacientes. 10- Com a falta de organização para a realização de avaliações dos resultados dos exames, Laura foi para a cirurgia sem saber exatamente o que seria feito que já é algo errado pois teve que assinar um termo de conhecimento informado mesmo não sabendo o que aconteceria no bloco cirúrgico. Como Laura ficou quase 1 ano para a realização dessa cirurgia, acabou nem pensando se isso interferiria em seu emocional pois tiveram que retirar toma mama dela e isso aconteceu pela demora na execução dos exames e consultas, caso o gestor da saúde pensasse na prevenção, toda essa situação poderia ter sido evitada, além de que como tiraram a mama inteira dela com certeza a auto estima piorou e o sistema de saúde não oferece uma “ajuda” para essas mulheres que passam por essa situação que precisa retirar totalmente as mamas, poderia ser oferecido um implante de silicone para reconstruir a auto estima e confiança em si. Além de Laura se sentir impotente, passou os meses seguintes tratando com quimioterapia e em seguida radioterapia onde vai precisar pelos próximos 5 anos buscar sua medicação sem o auxílio da prefeitura. 11- A Organização do Sistema de Saúde deveria pensar em cuidar não só o físico e também o psicológico dos pacientes. No caso de Laura, deveriam ter como acompanhamento outros profissionais, um deles o psicólogo ou terapeuta e o cirurgião plástico para o implante de silicone, pois a retirada da mama dela o deixou impotente. CENA 4 12- A questão é, quantas Lauras vão precisar passar pela mesma situação para que os gestores, conselheiros e secretários de saúde dos municípios mudem as regras e melhorem a qualidade dos atendimentos e equipamentos? Milhares de pessoas passam pela mesma situação ou pior e nada é feito, parece que nunca será o suficiente para que as coisas realmente melhorem e que o objetivo das USF sejam realmente cumpridos. O caso de Laura não foi suficiente pois eles não remarcaram a oficina proposta e não foi discutido em reuniões subsequentes.
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