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1 A matriz de uma transformação linear Vimos que se A = (aij) é matriz de ordem m� n, a transformação de�nida por T : Rn ! Rm T (v) = Av é linear. O teorema seguinte mostra que toda transformação linear é da forma acima. Teorema. Seja T : V ! W transformação linear, dimV = n,dimW = m. Sejam B = fe1; e2; :::; eng base de V , eB = ff1; f2; :::; fmg base de W . Existe uma matriz A m� n tal que [T (v)] eB = A [v]B Demonstração. Para simpli�car a notação vamos considerarm = n = 3. Escrevendo v 2 V na base B = fe1; e2; e3g temos v = x1e1 + x2e2 + x3e3 [v]B = 0@ x1x2 x3 1A e daí, sendo T linear, T (v) = T (x1e1 + x2e2 + x3e3) = x1T (e1) + x2T (e2) + x3T (e3) : Como T (e1), T (e2) ; T (e3) 2 W expressamos T (e1),T (e2) ; T (e3) na baseeB = ff1; f2; f3g de W : T (e1) = a11f1 + a21f2 + a31f3 T (e2) = a12f1 + a22f2 + a32f3 T (e3) = a13f1 + a23f2 + a33f3 A�rmamos que a matriz A procurada é A = 0@ a11 a12 a13a21 a22 a23 a31 a32 a33 1A . 1 De fato, A [v]B = 0@ a11 a12 a13a21 a22 a23 a31 a32 a33 1A0@ x1x2 x3 1A = 0@ x1a11 + x2a12 + x3a13x1a21 + x2a22 + x3a23 x1a31 + x2a32 + x3a33 1A = x1 0@ a11a21 a31 1A+ x2 0@ a12a22 a32 1A+ x3 0@ a13a23 a33 1A = x1 [T (e1)] eB + x2 [T (e2)] eB + x3 [T (e3)] eB = [T (v)] eB : �nalizando a demonstração. A = (aij) dada pelo teorema acima é dita matriz da tranformação T em relação as bases B e eB. Exemplos 1) Sejam V; W espaços vetoriais,dimV = n,dimW = m. Obviamente a matriz da transformação identicamente nula T : V ! W; T (v) = 0 para todo v 2 V é A = 0@ 0 0 ::: 0: : ::: : 0 0 ::: 0 1A quaisquer que sejam as bases B de V e eB de W . 2) Sejam V espaço vetorial com dimV = n e B = fe1; e2; :::; eng base de V . A matriz da aplicação identidade Id : V ! V em relação a base B é a matriz identidade de ordemn. De fato, Id (e1) = e1 = 1e1 + 0e2 + :::+ 0 en Id (e2) = e2 = 0e1 + 1e2 + :::+ 0en; ::: Id (en) = en = 0e1 + 0e2 + :::+ 1en: 3) Determinar a matriz da transformação linearR� : R2 ! R2 rotação de ângulo � em relação a base canônica de R2. A base canônica de R2 é B = fe1 = (1; 0); e2 = (0; 1)g. Então, R�(1; 0) = (cos �; sen �) = cos �(1; 0) + sen �(0; 1) = cos �e1 + sen �e2 ; R�(0; 1) = (� sen �; cos �) = � sen �(1; 0) + cos �(0; 1) = � sen �e1 + cos �e2: 2 Logo, a matriz de R� em relação a base canônica é A = � cos � � sen � sen � cos � � : 4) Seja a transformação linear T : R3 ! R2 T (x; ; y; z) = (2x+ y � z; 3x� 2y + 4z) Determinar a matriz da T em relação às bases B = fe1 = (1; 1; 1) ; e2 = (1; 1; 0); e3 = (1; 0; 0)g ;eB = ff1 = (1; 3) ; f2 = (1; 4)g : Seja A esta matriz. Então, A = � a11 a12 a13 a21 a22 a23 � onde, como vimos, T (e1) = T (1; 1; 1) = a11f1 + a21f2 T (e2) = T (1; 1; 0) = a12f1 + a22f2 T (e3) = T (1; 0; 0) = a13f1 + a23f2 (2; 5) = a11 (1; 3) + a21(1; 4) = (a11 + a21; 3a11 + 4a21) (3; 1) = a12 (1; 3) + a22(1; 4) = (a12 + a22; 3a12 + 4a22) (2; 3) = a13 (1; 3) + a23(1; 4) = (a13 + a23; 3a13 + 4a23) assim, obtemos os sistemas lineares� a11 + a21 = 2 3a11 + 4a21 = 5 ; � a12 + a22 = 3 3a12 + 4a22 = 1 ; � a13 + a23 = 2 3a13 + 4a23 = 3 cujas soluções são a11 = 3; a21 = �1; a12 = 11; a22 = �8; a13 = 5; a23 = �3: Logo, A = � a11 a12 a13 a21 a22 a23 � = � 3 11 5 �1 �8 �3 � 3 5) Dadas as bases B = fe1 = (1; 1) ; e2 = (0; 1)g de R2 e eB = ff1 = (0; 3; 0) ; f2 = (�1; 0; 0); f3 = (0; 1; 1)g de R3; encontrar a transformação linear T : R2 ! R3 tal que a matriz de T em relação às bases B e eB é A = 0@ 0 2�1 0 �1 3 1A Primeiro modo. Temos T (e1) = T (1; 1) = 0f1 � 1f2 � f3 = (1; 0; 0) + (0; �1; �1) = (1; �1; �1) T (e2) = T (0; 1) = 2f1 + 0f2 + 3f3 = (0; 6; 0) + (0; 3; 3) = (0; 9; 3) Escrevendo v = (x; y) na base B = fe1 = (1; 1) ; e2 = (0; 1)g de R2, obtemos (x; y) = a (1; 1) + b(0; 1) = (a; a+ b), a = x; b = y � x v = (x; y) = xe1 + (y � x) e2 Como T é linear T (x; y) = xT (e1) + (y � x)T (e2) = x(1; �1; �1) + (y � x) (0; 9; 3) = (x; � 10x+ 9y; � 4x+ 3y) Segundo modo. Temos [T (v)] eB = A [v]B : Já temos [v]B = � x y � x � então [T (v)] eB = 0@ 0 2�1 0 �1 3 1A� x y � x � = 0@ �2x+ 2y�x �4x+ 3y 1A e portanto, T (v) = (�2x+ 2y) f1 � xf2 + (�4x+ 3y) f3 = (�2x+ 2y) (0; 3; 0)� x(�1; 0; 0) + (�4x+ 3y) (0; 1; 1) = (x; � 10x+ 9y; � 4x+ 3y) T (x; y) = (x; � 10x+ 9y; � 4x+ 3y) 4 6) Determinar a matriz da transformação linear D : P2 ! P2 de�nida por D(p(x)) = d p(x) dx em relação a base B = f1; x; x2g de P2. Temos D (1) = 0 = 0:1 + 0: x+ 0:x2; D (x) = 1 = 1:1 + 0: x+ 0:x2; D � x2 � = 2x = 0:1 + 2: x+ 0:x2: Logo, a matriz de D é A = 0@ 0 1 00 0 2 0 0 0 1A : 5) Seja a transformação linear T : R3 ! R4 de�nida por T (x; y; z) = (2x+ y; 3x+ 4z; x� y � z; x+ z) Determinar a matriz de T em relação as bases canônicas de R3 e R4. A base canônica de R3 é B = fe1 = (1; 0; 0); e2 = (0; 1; 0); e3 = (0; 0; 1)g a base canônica de R4 éeB = ff1 = (1; 0; 0; 0); f2 = (0; 1; 0; 0); f3 = (0; 0; 1; 0); f4 = (0; 0; 0; 1)g : Temos T (e1) = T (1; 0; 0) = (2; 3; 1; 1) = 2f1 + 3f2 + 1f3 + 1f4; T (e2) = T (0; 1; 0) = (1; 0;�1; 0) = 1f1 + 0f2 + (�1) f3 + 0f4; T (e3) = T (0; 0; 1) = (0; 4;�1; 1) = 0f1 + 4f2 + (�1)f3 + 1f4: Logo a matriz de T em relação as bases dadas é A = 0BB@ 2 1 0 3 0 4 1 �1 �1 1 0 1 1CCA : Por exemplo, T (3; 4; 7) pode ser obtido do seguinte modo T (3; 4; 7) = A � 0@ 34 7 1A = 0BB@ 2 1 0 3 0 4 1 �1 �1 1 0 1 1CCA � 0@ 34 7 1A = 0BB@ 10 37 �8 10 1CCA : 5
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