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Mayra Gonçalves - Idade gestacional: número de semanas entre o primeiro dia do último período menstrual normal da mãe e o dia do parto; é a diferença entre 14 dias antes da data da concepção e o dia do parto. A idade gestacional não é a idade embriológica real do feto, mas é o padrão universal entre obstetras e neonatologistas para discutir a maturação fetal. - Idade embriológica: tempo decorrido desde a data da concepção até a data do parto e é 2 semanas menor que a idade gestacional. As mulheres podem estimar a data da concepção com base no período de ovulação como identificado por testes hormonais em casa e/ou medições da temperatura corporal basal. Contudo, a data da concepção só é conhecida de modo definitivo quando a fertilização in vitro ou outras técnicas de reprodução assistida são usadas. • Prematuro: < 34 semanas de gestação • Pré-termo tardio: 34 a < 37 semanas • A termo precoce: 37 0/7 semanas a 38 6/7 semanas • A termo completo: 39 0/7 semanas a 40 6/7 semanas • A termo tardio: 41 0/7 semanas a 41 6/7 semanas • Pós-termo: 42 0/7 semanas e além • Pós-termo: > 42 semanas DESENVOLVIMENTO - É o primeiro sistema a funcionar no embrião, surgindo por volta da 3ª semana o coração primitivo e o sistema vascular. É um sistema que surge pela necessidade de satisfazer as exigências nutricionais e de oxigênio do embrião em rápido crescimento, não sendo apenas a difusão suficiente. Assim, o sistema cardiovascular promove a aquisição eficiente de oxigênio e nutrientes do sangue materno e eliminação de dióxido de carbono e produtos residuais. - Deriva principalmente do MESODERMA EXTRAEMBRIONÁRIO ESPLÂNCNICO, MESODERMAS INTRAEMBRIONÁRIOS PARAXIAL e LATERAL e de CÉLULAS DA CRISTA NEURAL. As células progenitoras cardíacas situam-se no epiblasto, num local imediatamente lateral à linha primitiva, migrando através dessa linha cranialmente, posicionando-se no MESODERMA LATERAL. Essas células são induzidas pelo endoderma faríngeo a formarem os mioblastos. FORMAÇÃO DOS CORDÕES Células mesodérmicas da linha primitiva migram para formar cordões pareados bilaterais do campo cardíaco primário. Células progenitoras cardíacas do mesoderma faríngeo são constituídas como o segundo campo cardíaco, que está localizado medial ao primeiro campo cardíaco. DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CORAÇÃO E DOS VASOS SANGUÍNEOS Primeiramente, o cordão angioblástico é compacto, após essa fase, o centro do cordão sofre apoptose das células e se forma um lúmem revestido de células endocárdicas formando o tubo cardíaco. -Por volta do 18° dia, o mesoderma lateral possui componentes de somatopleura e https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/prematuros https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/prematuros https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/beb%C3%AA-p%C3%B3s-termo-p%C3%B3s-maturidade Mayra Gonçalves esplancnopleura; essa última dá origem a quase todos os componentes do coração. Essas células endocárdicas iniciais se separam do mesoderma para criar tubos cardíacos pareados (campo cardíaco primário). Conforme vai ocorrendo o dobramento embrionário lateral, os tubos endocárdicos do coração se aproximam e fundem-se para formar um único tubo cardíaco, se iniciando na extremidade cranial do coração, seguindo caudalmente. Já o mesoderma faríngeo, anterior ao tubo cardíaco primitivo, dá origem a maior parte do miocárdio ventricular e a parede do trato do fluxo de saída (veias e artérias), além de promover o crescimento e alongamento cardíaco (segundo campo cardíaco). O coração começa a bater com 22 a 23 dias. O fluxo sanguíneo se inicia durante a quarta semana, e os batimentos cardíacos podem ser visualizados pela ultrassonografia com Doppler. FUSÃO DOS TUBOS CARDÍACOS - O coração tubular primitivo (derivado do campo primário) tem secundariamente associado a ele durante o processo de torção cardíaca as vias de entrada (ductos atrioventriculares, atrial e sinusal) e saída (bulbo cardíaco), correspondentes ao segundo campo. - São mais de 500 genes envolvidos no processo de desenvolvimento cardíaco, dentre eles os membros da família de genes T-box, responsáveis pela determinação da linhagem, especificação das câmaras cardíacas, desenvolvimento de válvulas e septos e formação de sistema condutor. O Hes-1, no endoderma e mesoderma faríngeo (segundo campo) representa um papel essencial para o desenvolvimento do trato de fluxo de saída. Os genes hélice-alça-hélice básicos, dHAND e eHAND, são expressos nos tubos endocárdicos primitivos (campo primitivo) e os genes MEF2C e Pitx-2 expressos em células precursoras cardiogênicas antes da formação dos tubos também parecem ser reguladores essenciais no desenvolvimento cardíaco inicial. - CAMPO CARDÍACO PRIMÁRIO: linhagem primitiva das células mesodérmicas; formação dos tubos cardíacos pareados; genes envolvidos: dHAND, eHAND, MEF2C e Pitx-2. - CAMPO CARDÍACO SECUNDÁRIO: células progenitoras do mesoderma faríngeo; formação do miocárdio ventricular, parede do trato do fluxo de saída e crescimento e alongamento cardíaco; genes envolvidos: Hes-1. DESENVOLVIMENTO DE VEIAS ASSOCIADAS AO CORAÇÃO EMBRIONÁRIO São três veias que drenam o sangue para o coração primitivo do embrião de 4 semanas, sendo elas as veias vitelinas (retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical), umbilicais (transportam o sangue bem oxigenado do saco coriônico) e cardinais comuns (retornam o sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração). VEIAS VITELINAS: retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical; acompanham o ducto onfaloentérico para dentro do embrião (que conecta a vesícula umbilical com o intestino anterior). Após a passagem pelo septo transverso, as veias vitelinas entram na extremidade venosa do coração, o seio venoso. Com o desenvolvimento, a veia vitelina esquerda regride e a direita forma a maior parte do sistema porta hepático, assim como uma porção da veia cava inferior (VCI). Além disso, conforme o fígado primitivo cresce no septo transverso, os cordões hepáticos sofrem anastomose ao redor dos espaços revestidos por endotélio, originando os sinusoides hepáticos, que se conectaram às veias vitelinas. VEIAS UMBILICAIS: transporte de sangue bem oxigenado para o saco coriônico; correm de cada lado do fígado, transportando o sangue bem oxigenado da placenta para o seio venoso. A veia umbilical direita, durante a 7ª semana, desaparece, deixando a veia umbilical esquerda como único vaso transportando sangue bem oxigenado da placenta para o embrião. Conforme o fígado se desenvolve, as veias umbilicais perdem suas conexões com o coração e se esvaziam no fígado. Dessa forma, a umbilical direita e parte cranial da esquerda Mayra Gonçalves (entre fígado e seio venoso) se degeneram; já a parte caudal persiste e se a torna a veia umbilical (transporta sangue da placenta para o embrião). Em seguida, um desvio venoso ocorre dentro do fígado, o ducto venoso, conectando a veia umbilical à VCI, permitindo que a maior parte do sangue vindo da placenta passe diretamente para o coração do embrião, sem passar pela rede de capilares do fígado. VEIAS CARDINAIS COMUNS: o retorno do sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração; as veias cardinais anterior e posterior (que drenam porções cranial e caudal do embrião) se unem as veias cardinais comuns e entram no seio venoso. Na 8ª semana, as cardinais anteriores são conectadas por anastomose, desviando o sangue da esquerda para a direita, originando a veia braquiocefálica esquerda; a parte caudal da cardinal anterior esquerda se degenera. Já a cardinal anterior direita e a veia cardinal comum direita formam a veia cava superior (VCS). As cardinais posteriores se desenvolvem, primariamente,como vasos dos mesonefros (rins provisórios). Os derivados adultos dessas veias são a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas comuns. Por fim, as veias subcardinais conectadas por meio de uma anastomose subcardinal vão formar o tronco da veia renal esquerda, veias suprarrenais, gonadais e um segmento da VCI. Já a supracardinal esquerda, caudal aos rins, se degenera, enquanto a direita se torna porção inferior da VCI. *Assim, a drenagem do coração, incialmente, se dá pelas 3 veias supracitadas, que formam o seio venoso e, posteriormente, pela VCI, raiz da veia ázigo e veia cava superior, através da veia braquiocefálica esquerda. DESENVOLVIMENTO DA VEIA CAVA INFERIOR Sofre diversas alterações durante o desenvolvimento do embrião devido ao deslocamento do sangue do lado esquerdo para o lado direito, ao retornar da porção caudal do embrião, como vimos acima. Dessa forma, a VCI é composta por 4 segmentos principais: • Segmento hepático: derivado da veia hepática (porção proximal da veia vitelina direita) e sinusoides hepáticos; • Segmento pré-renal: derivado da subcardinal-supracardinal; • Segmento renal: anastomose subcardinal-supracardinal; • Segmento pós-renal: derivado da supracardinal direita. ARCOS FARÍNGEOS, ARTÉRIAS INTERSEGMENTARES E AORTA Os arcos faríngeos se formam entre a 4ª e 5ª semanas, sendo abastecidos pelas artérias dos arcos faríngeos (ramo do saco aórtico, terminando na aorta dorsal). São as células da crista neural que se separam em camadas do tubo neural e contribuem para a formação do trato de saída do coração e para as artérias do arco faríngeo. As artérias dorsais pareadas, inicialmente, correm através de todo o comprimento do embrião, sendo, posteriormente, fundida em sua região caudal, formando uma única aorta. A aorta dorsal a direita regrida e a esquerda se torna a aorta primitiva. DESTINO DAS ARTÉRIAS VITELINAS E UMBILICAIS Os ramos ventrais não pareados da aorta dorsal abastecem a vesícula umbilical, o alantoide e o córion. As artérias vitelinas passam para a vesícula umbilical e depois para o intestino primitivo, que se forma a partir da porção incorporada da vesícula umbilical. Somente três derivados da artéria vitelina permanecem: tronco arterial celíaco (para o intestino Mayra Gonçalves anterior), artéria mesentérica superior (para o intestino médio) e artéria mesentérica inferior (para o intestino posterior). Em relação às artérias umbilicais pareadas através do cordão umbilical primitivo, se tornam contínuas com vasos no córion (porção embrionária da placenta) e fazem o transporte de sangue pobre em oxigênio para a placenta. As porções proximais dessas artérias se tornam as artérias ilíacas internas e artérias vesicais supriores. As distais se modificam e formam os ligamentos umbilicais médios. DESENVOLVIMENTO FINAL DO CORAÇÃO O miocárdio primitivo, correspondente a camada externa do tubo cardíaco embrionário, é formado pelo mesoderma esplâncnico ao redor da cavidade pericárdica (precursor cardíaco do segundo campo cardíaco). Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto por um tubo endotelial fino, separado de um miocárdio espesso por uma matriz gelatinosa de tecido conjuntivo, a geleia cardíaca. O tubo endotelial se torna o endocárdio, ou seja, o revestimento interno do coração e o miocárdio primitivo o próprio miocárdio, ou seja, a parede muscular do coração. O pericárdio, a camada de revestimento externo, é derivado de células mesoteliais que surgem da superfície externa do seio venoso e se espalham pelo miocárdio. Conforme vai ocorrendo o dobramento da cabeça, o coração e a cavidade pericárdica se tornam ventrais ao intestino anterior e caudais à membrana bucofaringea. Ao mesmo tempo, transformações vão ocorrendo no coração tubular, se alongando e desenvolvendo dilatações e constrições alternadas. Assim formam-se o bulbo cardíaco, composto do tronco arterioso, cone arterioso e cone cardíaco; ventrículo; átrio; e seio venoso. O crescimento do tubo cardíaco decorre da adição de células (cardiomiócitos), diferenciando-se do mesoderma da parede dorsal do pericárdio. O tronco arterioso está contínuo cranialmente ao saco aórtico, de onde surgem as artérias dos arcos faríngeos. As células progenitoras do segundo campo cardíaco contribuem para a formação das extremidades arterial e venosa do coração, lembrando que o seio venoso, como mencionado anteriormente, recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal comum do cório. A extremidade arterial está fixada pelos arcos faríngeos e a venosa pelo septo transverso. Devido a expressão gênica do gene Pitx2c em campo cardíaco esquerdo, o coração tubular sofre um giro destro em aproximadamente 23 a 28 dias, formando uma alça direita em forma de U (alça bulboventricular), resultando em um coração com ápice voltado para esquerda. Conforme o coração se inclina, o átrio e o seio venoso ficam dorsal ao tronco arterioso, bulbo cardíaco e ventrículo. Além disso, o seio venoso desenvolve expansões laterais, os cornos dos seios direito e esquerdo. Por fim, enquanto o coração se alonga e inclina gradualmente, também vai se invaginando na cavidade pericárdica. Inicialmente, está suspenso na parede dorsal pelo mesentério (mesocárdio dorsal), entretanto, a porção central do Mayra Gonçalves mesentério se degenera, formando uma comunicação, o seio pericárdio transverso. Assim o coração fica aderido somente às suas extremidades cranial e caudal. SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO PRIMITIVO A septação em canal AV, átrio e ventrículo primitivos e trato de saída se inicia no meio da 4ª semana, terminando por volta da 8ª semana. Didaticamente, vamos estudar a divisão de forma separada, embora aconteçam simultaneamente. DIVISÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR Os coxins endocárdicos são formados, ao final da 4ª semana, a partir da geleia cardíaca e de células da crista neural. Na 5ª semana, essas estruturas são invadidas por células mesenquimais, aproximando e fundindo os coxins AV, com formação de canal atrioventricular esquerdo e direito. Esses canais separam parcialmente o átrio primitivo do ventrículo primitivo, e os coxins funcionando como valvas AV. Após sinais indutores, as valvas septais se originam dos coxins endocárdicos superior e inferior fundidos; e as valvas murais, camadas finas e chatas da parede, se originam da camada mesenquimal. Os coxins endocárdios também originam o septo membranoso do coração. SEPTAÇÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO O átrio primitivo é dividido em direito e esquerdo pela formação de dois septos (com posterior fusão), os septum primum e septum secundum. - Septum primum: fina membrana em forma crescente, que se desenvolve em direção aos coxins endocárdicos que estão se fundindo no assoalho do átrio primitivo, dividindo-o em esquerdo e direito; corresponde a uma grande abertura, localizada entre as margens crescentes livres e os coxins endocárdicos, funcionando como um desvio para o sangue oxigenado passar do átrio direito para o esquerdo. Esse forame vai se tornando menor conforme a dobra mesenquimal do septum primum se funde com os coxins endocárdicos AV fusionados, até seu desaparecimento, com a formação do septo AV primitivo. Antes do foramen primum desaparecer, algumas perfurações produzidas por apoptose aparecem na parte central do septum primum, assim surge uma segunda abertura no septum, o forame secundum. A margem livre do septum primum se funde com o lado esquerdo dos coxins endocárdicos fusionados, obstruindo o foramen primum. - Septum secundum: garante o desvio do sangue oxigenado para o átrio esquerdo; cresce adjacente ao septum primum durante a 5ª ou 6ª semana. Conforme vai crescendo sobrepõe o foramen secundum no septo primum, formando uma divisão incompleta entre o átrio, o forame oval. A porção cranial do septum primum aderido ao átrio esquerdo vai desaparecendo gradualmente.A parte remanescente do septum, aderida aos coxins endocárdicos fundidos forma a valva do forame oval. *Antes do nascimento o forme oval permite que a maior parte do sangue oxigenado que entra no átrio direito a partir da VCI passe para o átrio esquerdo. Ele também previne a passagem de sangue na direção oposta, pois o septum primum se fecha contra o septum secundum (valva do forame oval). Já após o nascimento, o forame oval se fecha funcionalmente, devido à pressão no átrio esquerdo ser maior que no direito. Com aproximadamente 3 meses, a valva do forame oval se funde com o septum secundum, formando a fossa oval. Assim, o septo interatrial se torna uma divisão completa entre os átrios. Uma alteração que ocorre é o aumento progressivo do corno direito resultante de dois desvios de sangue da esquerda para a direita, Mayra Gonçalves sendo: O primeiro derivado da transformação das veias vitelinas e umbilicais; O segundo pela anastomose das veias cardinais anteriores (a qual a esquerda se torna a veia braquiocefálica esquerda e a direita e a cardinal comum se tornam a VCS). Ao final da 4ª semana, o corno direito torna-se maior que o esquerdo e o orifício sinoatrial (SA) vai se movendo para direita, se abrindo na porção do átrio primitivo que corresponderá ao átrio direito no adulto. Conforme esse aumento gradual do corno direito do seio venoso, ele passa a receber todo o sangue da cabeça e do pescoço através da VCS e da placenta e das regiões inferiores do corpo através da VCI. Enquanto o corno direito do seio venoso se incorpora ao átrio direito, o corno esquerdo torna-se o seio coronário. A incorporação do corno direito ao átrio origina uma porção lisa na parede do átrio direito, interna e externamente, chamada de sinus venarum e a outra parte da superfície interna anterior possui uma característica trabeculada e rugosa tanto a parede atrial, quanto a aurícula direita (bolsa muscular cônica). Essas duas regiões, lisa e rugosa, derivadas do átrio primitivo são demarcadas internamente pela crista terminal (parte cranial da valva SA direita) e externamente pelo sulco terminal. * A região cranial da valva SA forma a crista terminal que separa a porção lisa e rugosa do átrio, enquanto a região caudal da valva SA forma as válvulas da VCI e do seio coronário. A valva SA esquerda funde-se ao septum secundum e é incorporada a ele no septo interatrial. Já no átrio esquerdo, a maior parte da parede é lisa devido a incorporação da veia pulmonar primitiva, apesar da existência da aurícula esquerda (trabeculada e rugosa) derivada do átrio primitivo, assim como a aurícula direita. A veia pulmonar primitiva se desenvolve de uma protuberância na parede atrial dorsal, à esquerda do septo primum. Conforme o átrio se expande, a veia pulmonar primitiva e seus ramos vão sendo incorporados ao átrio esquerdo, formando os orifícios separados das quatro veias pulmonares ao final da 8ª semana. *Pode ocorrer é a conexão da veia pulmonar superior D diretamente com a VCS. A gravidade do quadro está relacionada ao grau do shunt da esquerda para a direita, sendo em muitos assintomático e não necessitando de intervenção. Já nas anomalias totais todas as veias pulmonares confluem nessa veia sistêmica, levando a um defeito congênito cianótico, sendo a variante supracardíaca a mais comum. SEPTAÇÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO É iniciada por meio de uma crista mediana, o septo interventricular muscular, ocorrendo próximo de seu ápice. A porção muscular desse septo é constituído por miócitos tanto do ventrículo esquerdo quanto direito. Inicialmente se apresenta com uma margem côncava livre à nível da dilatação dos ventrículos. Com o tempo, uma proliferação de mioblastos no septo promove o seu crescimento longitudinal. Até a 7ª semana, há uma comunicação entre as margens do septo interventricular e os coxins endocárdicos, o forame interventricular, permitindo que o sangue passe entre os ventrículos. O forame se fecha após a 7ª semana como resultado da fusão das cristas bulbares com coxins endocárdicos. Com o fechamento do forame há formação de uma porção membranosa do septo originado da fusão da crista bulbar direita, crista bulbar esquerda e o coxim endocárdico, se conectando com a porção muscular do septo, logo abaixo, e o septo aorticopulmonar, logo acima. O septo aorticopulmonar divide o bulbo cardíaco e o tronco arterioso em dois canais arteriais, a aorta ascendente e o tronco pulmonar. Assim, com o fechamento do forame, os ventrículos perdem sua comunicação, passando o tronco pulmonar a se comunicar com o ventrículo direito e a aorta com o ventrículo esquerdo. A cavitação das paredes ventriculares forma uma massa esponjosa de feixes musculares, as trabéculas cárneas. Alguns desses feixes se tornam os músculos papilares e as cordas tendíneas. As cordas tendíneas se estendem dos músculos papilares para as valvas AV. Mayra Gonçalves CIRCULAÇÃO ATRAVÉS DO CORAÇÃO PRIMITIVO *Os batimentos cardíacos se iniciam com 22 a 23 dias, estimulando o fluxo sanguíneo, o qual se inicia na 4ª semana. - Inicialmente, as contrações cardíacas são de origem miogênicas, ou seja, de origem no músculo. Assim, ocorrem como ondas peristálticas, com origem no seio venoso e que segue continuamente para átrio e ventrículos. - A circulação primitiva é do tipo fluxo e refluxo, se transformando ao final da 4ª semana em contrações coordenadas e com fluxo unidirecional. - Três veias desencadeiam no seio venoso: vitelinas (da vesícula umbilical), umbilicais (da placenta) e cardinais comuns (do embrião). Esse sangue do seio venoso chega ao átrio primitivo, tendo seu fluxo controlado por válvulas sinoatriais (SA). O sangue então passa através do canal atrioventricular (AV) para o ventrículo primitivo. - Ao contrair, o ventrículo bombeia o sangue através do bulbo cardíaco e do tronco arterioso para o saco aórtico, sendo distribuídos para as artérias do arco faríngeo. - O sangue, então, passa para a aorta dorsal para distribuição ao embrião, placenta e vesícula umbilical. CIRCULAÇÃO FETAL - O sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes retorna da placenta sob alta pressão para a veia umbilical. Ao aproximar-se do fígado, aproximadamente metade do sangue passa diretamente para o ducto venoso (conexão da veia umbilical com a VCI); esse sangue não passa pelo fígado. - Já a outra metade do sangue na veia umbilical flui para os sinusoides do fígado e entra na VCI através das veias hepáticas. - O fluxo sanguíneo através do ducto venoso é controlado por uma espécie de esfíncter próximo à veia umbilical. Quando o esfíncter contrai, mais sangue é desviado para a veia porta e sinusoides hepáticos e menos para o ducto venoso. Após um pequeno curso na VCI, o sangue chega ao átrio direito. - A VCI também contém sangue pobre em oxigênio vindo dos membros inferiores, abdome e pelve. Assim, o sangue que chega no AD não é tão bem oxigenado quanto o da veia umbilical, mas ainda possui um alto teor de oxigênio. - A maior parte do sangue da VCI é direcionada pela crista dividens (margem inferior do septum secundum) através do forame oval para o átrio esquerdo, o qual se mistura com uma quantidade de sangue pouco oxigenado, retornando aos pulmões através das veias pulmonares (os pulmões do feto utilizam o oxigênio ao invés de devolvê-lo). - Assim, o sangue da VCI, a partir do forame oval, passa para o ventrículo esquerdo e aorta ascendente. Esse sangue ainda oxigenado é bombeado para cabeça, pescoço, membros superiores e fígado. O sangue que permaneceu no átrio direito alcança o ventrículo direito e é bombeado através do tronco pulmonar (cerca de 10%); a maior parte desse sangue passa através do ducto arterioso para a aorta ascendente e retorna peças artérias umbilicais para a placenta. - O cordão umbilical possui duas artérias e uma veia. * O ducto arteriosoprotege os pulmões da sobrecarga circulatória e permite que o ventrículo direito se fortaleça em plena capacidade para o nascimento. Devido à alta resistência pulmonar na vida fetal, o fluxo sanguíneo é baixo. Assim, aproximadamente 10% do sangue da aorta ascendente entra na aorta descendente; 65% do sangue na aorta ascendente passa para as artérias umbilicais e retornam para placenta para reoxigenação. Os 35% restantes, abastecem as vísceras e parte inferior do corpo. - As veias umbilicais transportam sangue oxigenado da placenta para o embrião. Elas correm em cada Mayra Gonçalves lado do fígado, e com o desenvolvimento desse órgão, as veias umbilicais perdem o contato direto com o coração. - As artérias do cordão umbilical apresentam como função levar sangue rico em gás carbônico do feto para a placenta. *DESTINO DAS ARTÉRIAS VITELINAS E UMBILICAIS: os ramos ventrais não pareados da aorta dorsal abastecem a vesícula umbilical, o alantoide e o córion. As artérias vitelinas passam para a vesícula umbilical e depois para o intestino primitivo, que se forma a partir da porção incorporada da vesícula umbilical. Somente três derivados da artéria vitelina permanecem: tronco arterial celíaco (para o intestino anterior), artéria mesentérica superior (para o intestino médio) e artéria mesentérica inferior (para o intestino posterior). Em relação às artérias umbilicais pareadas através do cordão umbilical primitivo, se tornam contínuas com vasos no córion (porção embrionária da placenta) e fazem o transporte de sangue pobre em oxigênio para a placenta. As porções proximais dessas artérias se tornam as artérias iliacas internas e artérias vesicais supriores. As distais se modificam e formam os ligamentos umbilicais médios. Mayra Gonçalves São mais de 500 genes envolvidos no processo de desenvolvimento cardíaco, dentre eles: - Membros da família de genes T-box: responsáveis pela determinação da linhagem, especificação das câmaras cardíacas, desenvolvimento de válvulas e septos e formação de sistema condutor. - Hes-1, no endoderma e mesoderma faríngeo (segundo campo): papel essencial para o desenvolvimento do trato de fluxo de saída. - Genes hélice-alça-hélice básicos, dHAND e eHAND: expressos nos tubos endocardíacos primitivos (campo primitivo). - Genes MEF2C e Pitx-2: expressos em células precursoras cardiogênicas antes da formação dos tubos também parecem ser reguladores essenciais no desenvolvimento cardíaco inicial. - Fator de transcrição NKX2.5: induzem os sinais do endoderma anterior (cranial) a fazer o revestimento mesodérmico esplâcnico do coração. - Nodal Lefty 2: induzem a formação da alça cardíaca e a lateralidade. SHUNTS Comunicação anormal entre câmaras ou vasos sanguíneos. Dependendo das relações de pressão, os shunts permitem que o fluxo sanguíneo passe do lado esquerdo para o lado direito do coração (ou vice-versa). - SHUNT D➡E: a pele adquire tonalidade azul- escura (cianose) porque a circulação pulmonar sofre um desvio, e sangue pouco oxigenado entra na circulação sistêmica. - SHUNT E➡D: aumentam o fluxo sanguíneo pulmonar e não está associado (pelo menos no início) à cianose. Contudo, ele expõe a circulação pulmonar, de baixa pressão e baixa resistência, a pressões e volumes elevados; - Anomalias da veia cava (VC): Pelas diversas transformações que ocorrem durante a formação da VCS e VCI, podem ocorrer algumas variações em suas formas adultas. Uma variação mais comum da VCI é pela interrupção de seu curso abdominal, ficando a drenagem dos MMII, abdome e pélvis para o coração sob responsabilidade do sistema de veias ázigos. Outra variação é a VCS dupla (por anastomose que forma veia braquiocefálica esquerda ser pequena ou ausente, formando a VCS derivada das veias cardinal anterior esquerda e cardinal comum). - Dextrocardia: efeito de posicionamento do coração mais comum. Decorre da dobra do tubo cardíaco para a esquerda em vez da direita. O coração acaba se deslocando para a direita e o coração e seus vasos são revertidos da esquerda para direita como uma imagem em espelho. * Na dextrocardia com situs inversus (transposição das vísceras abdominais), a incidência de efeitos cardíacos associados é baixa, funcionando o coração normalmente (se não houver nenhuma outra anomalia vascular associada). Já na dextrocardia isolada, esse defeito é complicado por defeitos cardíacos Mayra Gonçalves severos (como por exemplo, um único ventrículo e a transposição de grandes vasos). - Forame oval patente: patologia do septo atrial que leva a um desvio do sangue da esquerda para a direita; resulta da absorção anormal do septum primum durante a formação do forame secundum. Uma reabsorção excessiva, levando um pequeno septum primum, impede o fechamento do forame oval. Outra possibilidade é ocorrer um forame oval anormalmente grande pelo desenvolvimento defeituoso do septum secundum, mesmo com um septum primum normal, o qual não conseguirá fechar o forame oval ao nascimento. -Tronco arterioso persistente (TAP): defeito na divisão do tronco arterioso em aorta e tronco pulmonar. Assim, um único tronco arterial, o tronco arterioso, origina-se do coração e abastece as circulações sistêmica, pulmonar e coronária. O defeito do septo interventricular está sempre presente nessa condição. - Comunicação interventricular (CIV): é a cardiopatia mais frequente e consiste num orifício/defeito no septo interventricular (SIV), sendo responsável por cerca de 40% do total dessas enfermidades. Pode ocorrer em qualquer parte do mesmo, podendo ser único ou múltiplo, com tamanho e forma variável, sendo responsável, então, por uma passagem de sangue entre os dois ventrículos. Pode ocorrer também isoladamente ou associar-se a outras alterações condicionando uma cardiopatia mais complexa. O septo interventricular é dividido numa pequena porção membranosa e uma maior porção muscular, sendo que o muscular possui 3 componentes: entrada, trabecular (ou muscular) e de saída. Assim, acaba por ser dividida em quatro tipos de acordo com sua posição anatômica. CIV perimembranosa (membranosa): o septo membranoso é uma pequena área do SIV adjacente à válvula aórtica (lado esquerdo) e ao lado da válvula tricúspide (lado direito). É a mais comum. • CIV muscular (septo trabecular): é o defeito cuja margem é totalmente composta por tecido muscular, portanto, sem relação com as valvas cardíacas e o feixe de His. São subdivididas em apical (a mais comum), mesosseptal (central), anterior (superior) e posterior, essas CIV são muitas vezes múltiplas (SIV tipo “queijo suíço”) ou associada a outros defeitos. • CIV duplamente relacionada (infundibular, subpulmonar ou subarterial): localizam-se no septo de saída sendo as suas margens constituídas pelo anel pulmonar e aórtico, podendo haver prolapso de uma das válvulas da valva aórtica e regurgitação da mesma associada. • CIV justatricuspídea: É o defeito localizado abaixo da valva tricúspide não relacionada com o septo membranoso. Nesse caso, o feixe de His passa na borda anterior do defeito. Suas margens são constituídas pelo anel da valva tricúspide e pelas bordas musculares do septo muscular da via de entrada do ventrículo direito. O quadro clínico varia de acordo com o tamanho da CIV. Na CIV pequena as crianças são assintomáticas e acianóticas, apresentando um crescimento e desenvolvimento normal. Percebemos sopro sistólico nas primeiras semanas de vida e a segunda bulha é normal, não havendo sopros diastólicos. Na CIV Mayra Gonçalves moderada a grande, percebemos um atraso no crescimento e desenvolvimento, diminuição da tolerância ao exercício, infeções respiratórias de repetição e sinais de IC ocorrem durante a infância. Na CIV moderada, na ausculta cardíaca, observam-se a 2ª bulha hiperfonética na área pulmonar e o sopro sistólico de regurgitação(holossistólico). Na CIV grande, observa-se aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, a 2ª bulha na área pulmonar é intensa e o sopro sistólico de regurgitação geralmente está presente. - Comunicação interatrial (CIA): A CIA se apresenta isoladamente ou associada a outras anomalias congênitas e pode ser classificada em quatro tipos anatômicos: • CIA ostium secundum (OS): é o defeito mais comum e ocorre na região da fossa oval, sendo, por isso, também conhecida como CIA tipo fossa oval; • CIA ostium primum (OP): é conhecida atualmente como defeito do septo atrioventricular parcial e está localizada junto às valvas atrioventriculares; quase sempre está associada a fenda no folheto anterior da valva mitral; • CIA seio venoso (SV): está localizada junto à desembocadura da veia cava superior e, em geral, está associada à drenagem anômala parcial de veias pulmonares direitas; • CIA seio coronário (SC): é um defeito raro, decorrente da presença de orifício no teto do seio coronário, permitindo passagem do átrio esquerdo para o átrio direito através do óstio do seio coronário. Na CIA, ocorre desvio do sangue do átrio esquerdo para o átrio direito (sem turbilhonamento, ou seja, sem sopro identificável) em virtude da maior capacidade de distensão das paredes do átrio direito, da menor resistência vascular pulmonar e da maior complacência do ventrículo direito. * No RN esse shunt ainda é muito leve devido a elevada resistência vascular pulmonar e da menor complacência do ventrículo direito. * Quando em casos de CIA há sopro, esse sopro se justifica por excesso de volume passando pela válvula pulmonar (sopro sistólico ejetivo em foco pulmonar), e não pela passagem do sangue pela CIA. - Persistência do canal arterial: O canal arterial está patente na vida fetal, como um curto e largo vaso conectando a artéria pulmonar à aorta descendente, logo abaixo do istmo aórtico. É uma estrutura fundamental na circulação fetal e, após o nascimento, seu fechamento funcional comumente ocorre entre 12 e 15 horas de vida, e o anatômico é completado entre o 5º e o 7º dia de vida, prolongando-se, em alguns casos, até o 21º dia. Em algumas situações, a PCA é a condição obrigatória para a manutenção da vida do paciente. *ASSOCIADO À RUBÉOLA NA GESTAÇÃO* *Com o nascimento, eliminam-se os shunts fisiológicos (placenta, forame oval e canal arterial) e a circulação torna-se em série. A pressão sistêmica se eleva e a pressão pulmonar diminui progressivamente, atingindo o padrão de adulto em torno de 6 meses de vida. Se houver a PCA, o shunt passa a se direcionar da esquerda para a direita, levando a um Mayra Gonçalves desequilíbrio hemodinâmico, com aumento do fluxo na circulação pulmonar e nas cavidades esquerdas. O aumento de volume nas cavidades esquerdas provoca aumento das pressões diastólicas e, consequentemente, da pressão capilar, desencadeando todo o processo fisiopatológico descrito na CIV. A repercussão hemodinâmica dependerá, portanto, do diâmetro do canal arterial e da resistência vascular pulmonar. Nos prematuros, como a resistência vascular é muito baixa, o shunt da aorta para a artéria pulmonar pode ser precoce e acentuado, provocando um quadro clínico muito importante e diferente do que ocorre no recém- -nascido a termo. Assim como na CIV, a persistência crônica dessa doença é capaz de levar à síndrome de Eisenmenger. TRANSPOSIÇÃO DAS GRANDES ARTÉRIAS/DOS GRANDES VASOS DA BASE Também conhecida como TGA, esta é a cardiopatia cianótica mais comum em recém- nascidos, e de forma ampla, há uma relação anormal entre as grandes artérias e os ventrículos, de modo que a aorta se origina do ventrículo direito, e a artéria pulmonar, do ventrículo esquerdo, ou seja, a circulação pulmonar e sistêmica estão em paralelo. O sangue venoso sistêmico que chega ao átrio direito passa para o ventrículo direito e dele para a aorta, levando sangue insaturado para a circulação sistêmica. Paralelamente, no lado esquerdo, o sangue oxigenado que chega ao átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo e retorna para a circulação pulmonar. Você deve se perguntar como o paciente ainda nasce vivo com essa condição, e isso pode ser justificado pela existência do forame oval patente, ou comunicação interventricular (CIV), ou de um canal arterial persistente, que comunicam os corações defeituosos direito e esquerdo e possibilitam uma mistura do sangue saturado e o não saturado. Com o fechamento fisiológico do canal arterial e do Forame Oval na TGA simples, inicia-se um processo de hipóxia progressiva, em função da mistura insuficiente, que pode levar ao óbito do paciente. Na TGA com CIV isso não ocorre, por causa da manutenção constante da mistura de sangue. CIANÓTICAS X ACIANÓTICAS O aparecimento da cianose ocorre quando a concentração da hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em crianças com anemia. - Cianóticas: • TETRALOGIA DE FALLOT • TRANSPOSIÇÃO DAS GRANDES ARTÉRIAS • ATRESIA PULMONAR • PERSISTÊNCIA DO TRONCO ARTERIOSO • RETORNO PULMONAR VENOSO ANÔMALO TOTAL - Acianóticas: • DEFEITO DO SEPTO VENTRICULAR • DEFEITO DO SEPTO ATRIAL • PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO • DEFEITO DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR • ESTENOSE PULMONAR • ESTENOSE AÓRTICA • COARCTAÇÃO DA AORTA • SÍNDROME HIPOPLÁSTICA DO CORAÇÃO ESQUERDO * TETRALOGIA DE FALLOT - Causa mais comum de ”bebês azuis”. - A maior parte do sangue não passa pelos pulmões, de modo que o sangue aórtico é em sua maior parte sangue venoso não oxigenado. Mayra Gonçalves - Quatro anormalidades do coração surgem simultaneamente: 1. A aorta origina-se do ventrículo direito em vez do esquerdo, ou se sobrepõe a orifício no septo, recebendo sangue de ambos os ventrículos. 2. A artéria pulmonar é estenosada, de modo que quantidades de sangue muito inferiores às normais passam do ventrículo direito para os pulmões; em vez disso, a maior parte do sangue passa diretamente para a aorta, desviando-se assim dos pulmões. 3. O sangue do ventrículo esquerdo flui pelo orifício do septo ventricular para o ventrículo direito, e a seguir para a aorta ou então diretamente para a aorta sobreposta a esse orifício. 4. Como o lado direito do coração deve bombear grandes quantidades de sangue contra a alta pressão na aorta, sua musculatura é muito desenvolvida, causando aumento no ventrículo direito. - O diagnóstico é baseado geralmente em: pele do lactente cianótica, medida da alta pressão sistólica no ventrículo direito (registrada por um cateter), alterações características do perfil radiológico do coração (mostrando aumento do ventrículo direito) e em angiogramas, mostrando fluxo sanguíneo anormal através do orifício do septo interventricular e na aorta sobreposta a ele, porém com fluxo bem menor pela artéria pulmonar estenosada. TERATÓGENOS Os fatores ambientais comuns incluem doença materna (p. ex., diabetes, rubéola, lúpus eritematoso sistêmico) ou ingestão materna de agentes teratogênicos (p. ex., lítio, isotretinoína, anticonvulsivantes). As causas incluem diversos fatores: herança genética, cardiopatias em gestações anteriores ou em parentesco de primeiro grau, uso de antidepressivos como o lítio, por exemplo, alguns tipos de anticonvulsivantes e uso de drogas ilícitas. Doenças maternas a exemplo da diabetes, lúpus, infecções como a rubéola também podem impactar o momento da formação do coração fetal nas primeiras oito semanas de gravidez. Gravidez gemelar e fertilização in vitro também são considerados importantes fatores de risco. EXAMES PARA DIAGNÓSTICO - Ecocardiograma (ECO) bidimensional com Doppler: mais importante no diagnóstico e na avaliação funcional. - Radiografia de tórax e Eletrocardiograma (ECG): mais acessíveis e contribuem na formulação de uma hipótese de diagnóstico, mas não são determinantespara diagnóstico. - TC e angioTC. - Ressonância magnética e estudo eletrofisiológico (nas arritmias): avaliação hemodinâmica.
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