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Thaís Morghana - UFPE-CAA Reposição hormonal feminina INTRODUÇÃO ➔ Perimenopausa, climatério ou transição menopáusica: período de tempo relativo ao final do período reprodutivo, em geral, no final dos 40 e início dos 50 anos de idade. ➔ Menopausa: Um ponto no tempo um ano após a cessação da menstruação ➔ Pós-menopausa: Anos seguintes à menopausa ➔ Insuficiência Ovariana Prematura: Cessação da menstruação antes de 40 anos de idade. PERIMENOPAUSA ➔ Mudanças endócrinas, físicas, emocionais e socioculturais ➔ Etiopatogenia: - Diminuição dos folículos ovarianos e os remanescentes tornam-se refratários às gonadotropinas. - Temos diminuição dos estrogênios, - Diminuição da inibina, - Aumento do FSH e LH, - Tentativa de foliculogênese, - Aumento dos androgênios (testosterona e androstenediona) através da aromatase temos estrona - Atrofia ovariana e redução da capacidade funcional ➔ Sintomas vasomotores por perda de sincronia neuronal, alterações do metabolismo dopaminérgico, com diminuição dos receptores de estrogênio - fogachos SISTEMA DE ESTADIAMENTO Estadiamento de STRAW ➔ O primeiro hormônio a sofrer alterações é o FSH ➔ Estágio -5: início do período reprodutivo ➔ Estágio -4: pico reprodutivo ➔ Estágio -3: final do período reprodutivo ➔ Estágio -2: início da transição menopáusica ➔ Estágio -1: final da transição menopáusica ➔ Estágio +1a: 1º ano após FMP ➔ Estágio +1b: 2º ao 5º ano após a menopausa ➔ Estágio +2: anos pós-menopáusicos seguintes “Janela de oportunidade” - vai de -3 a + 1 no estadiamento de STRAW = Melhor momento para iniciar reposição hormonal QUADRO CLÍNICO ➔ Irregularidade menstrual por insuficiência ovariana, insuficiência do corpo lúteo, amenorreia (≥ 3 ciclos sem menstruação). - Menopausa: amenorréia de > 1 ano ➔ Sintomas vasomotores: fogachos. ➔ Alteração do humor, alterações do sono, irritabilidade, quadros depressivos, alterações de cognição. ➔ Diminuição da libido. ➔ Sintomas geniturinários: ITU recorrente. ➔ Dores articulares, ósseas e fibromialgia SÍNDROME GENITURINÁRIA ➔ O termo “atrofia genital” não é utilizado mais. ➔ Sinais e sintomas vulvovaginais decorrentes do hipoestrogenismo envolvendo mudanças nos genitais, levando a atrofia, ressecamento e ardência, menor lubrificação, dispareunia e sintomas urinários (bexiga hiperativa, incontinência urinária, ITU recorrente). ➔ Fases mais recorrentes de Straw: -1 e +2 ➔ Tratamento: terapia estrogênica vaginal em baixas doses - estriol, promestrieno, hidratante vaginal (em pacientes com CA de mama, que não podem usar os outros medicamentos). Thaís Morghana - UFPE-CAA TERAPIA HORMONAL ➔ Presença de sintomas vasomotores (60-80%): nível de evidência A. Via transdérmica é mais eficaz e segura.. ➔ Síndrome geniturinária da menopausa: via vaginal. ➔ Prevenção de perda óssea (paciente com osteopenia) e menopausa precoce (paciente com mais sintomas; pode ser fisiológica ou devido a histerectomia com ooforectomia): há aumento de atividade reabsortiva osteoclástica, maior turnover ósseo, maior rarefação trabecular e porosidade cortical. ➔ Janela de oportunidade: fases -1, -2 e +1 de Straw. ➔ Tratamento individualizado. ➔ Secundárias: distúrbio de humor e sono, resistência insulínica, demência e melhora da qualidade de vida. ➔ Vida sexual. ➔ Eventos cardiovasculares (o estrogênio tem ação na prevenção cardiovascular): o benefício é apenas em pacientes sem histórico cardiovascular. Benefícios da TH: Fatores relacionados com a menopausa: ➔ Câncer de cólon: a TH exerce efeito protetor. ➔ Tromboembolismo: aumento de 2x o risco, especialmente relacionada com comorbidades. Principalmente se a TH for realizada nos períodos +1 e +2. ➔ A TH sem proteção endometrial: aumenta a incidência de hiperplasia endometrial, que pode evoluir para um CA de endométrio. ➔ AVC aumenta exponencialmente com a idade. Portanto, a TH fora da janela de oportunidade (+2) não vai trazer benefício para a paciente, além de aumentar os riscos cardiovasculares. Obs.: TH com proteção endometrial - estrogênio mais progesterona, em mulheres não histerectomizadas. Contraindicações da TH: ➔ Sangramento vaginal de causa desconhecida. ➔ Antecedentes pessoais de neoplasia hormônio-dependente. ➔ Doença hepática descompensada: principalmente a VO, mas a via transdérmica também pode ter absorção hepática. ➔ Antecedentes pessoais de doença coronariana, cerebrovascular e/ou tromboembolismo. ➔ LES, porfiria e meningioma. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES NA TH EXAMES ANTES DE INICIAR A TH ➔ Anamnese detalhada. ➔ Mamografia digital: a partir dos 40 anos em pacientes com antecedentes familiares, ou a partir dos 45-50 anos em pacientes sem antecedentes, até 74 anos. ➔ Bioquímica: colesterol, Tg, LDL, HDL, VLDL, glicemia. - Pacientes com alterações bioquímicas, dá-se preferência ao medicamento por via transdérmica. - Se achar necessário pedir hormônio, pode-se pedir o FSH, que é o primeiro a sofrer alterações. ➔ USG de carótidas. ➔ USG transvaginal: avaliar endométrio. ➔ Avaliação do risco cardiovascular. TEMPO DE USO DA TH ➔ Deve ser considerado de acordo com a manutenção dos sintomas e com os critérios de segurança utilizado. O uso de TR é uma decisão individualizada. ➔ Avaliação de risco-benefício. MANEJO DA TH Vias de administração: ➔ Oral: maior risco tromboembólico, aumento sérico de PCR, fatores de coagulação e triglicerídeos. ➔ Transdérmica: menos riscos. ➔ Vaginal: pacientes só com síndrome geniturinária. ➔ Estradiol oral ➔ Estradiol transdérmico ➔ Tibolona: tem efeito protetor no endométrio ➔ Promestrieno vaginal, estriol oral e vaginal ➔ Esquema estro-progestacional: TODA paciente com útero. - Contínuo: a paciente não vai menstruar. - Sequencial: 21 dias de estrogênio e 14 dias de progesterona. A paciente vai menstruar. ➔ Tratamento não hormonal ➔ Não medicamentoso: mudança do estilo de vida, acupuntura ➔ Medicamentoso alternativo: fito-hormônios, inibidores seletivos da serotonina e hidratantes vaginais. Thaís Morghana - UFPE-CAA Em todos esses tratamentos hormonais, a paciente pode apresentar sangramento de escape. Paciente sem RH: endométrio entre 0,4 e 0,5 mm. Paciente com RH: endométrio até 1 mm. ESCOLHA DO MEDICAMENTO ➔ Paciente sem útero: estradiol 1-2 mg. ➔ Paciente com útero: estradiol + acetato de noretisterona, didrogesterona. ➔ Estradiol transdérmico + progesterona micronizada 100-200 μg ➔ Tibolona 2,5 mg ou 1,25 mg: droga muito segura, tanto em pacientes com útero quanto em pacientes sem útero. Não causa muito sangramento. ➔ Modulador seletivo de receptor estrogênio (naloxifeno): pacientes na fase +2, em que tem-se como objetivo a proteção óssea. É um medicamento caro. ➔ Estrogênio conjugado + bazedoxifeno ➔ Estriol, promestrieno: local
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