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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA DO JURI DE __ ZÉ que esta subscreve (doc. 01), vem a presença de Vossa Excelência, requerer, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade RG n°. , inscrito no CPF sob o nº. , residente e domiciliado na Rua/Avenida , nº. , bairro , CEP , no município de , Estado de , por seu advogado: REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA com fulcro no artigo 316 do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I. DOS FATOS No dia 10 (Dez) de janeiro de 2018, o requerente dirigia-se a casa de seu pai, quando passou em frente de uma construção e surpreendentemente foi abordado pela vítima, conforme declarações não tinham uma boa relação pessoal, uma vez que a vítima acusava o requerente de paquerar sua namorada Emanuelle. Após abordar o requerente, a vítima passou a ameaça-lo, até o momento em que a mesma de maneira espontânea partiu para cima do acusado com fim de lesiona-lo, deferindo-lhe um soco, que foi defendido pelo acusado, uma vez que este possui conhecimentos em Karatê. Após a tentativa de agressão frustrada, o requerente, buscando repelir a injusta agressão, deferiu um chute no abdome de Pedro, que desequilibrou-se após o golpe e caiu no chão, batendo a cabeça em um ferro pontiagudo, causando uma lesão que o levou a óbito. Pessoas que transitavam pelo local, comunicaram a polícia e acusaram o requerido de homicida, preocupado com as acusações indevidas o requerido com medo de um linchamento, evadiu-se do local, sendo abordado pela polícia logo adiante. As autoridades policiais levaram o requerente até a delegacia onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante e posteriormente entregue ao Ilustre Magistrado que entendeu que o requerente havia cometido um delito de natureza grave, no caso o crime de homicídio, determinado que a prisão em flagrante fosse convertida em prisão preventiva. II. DO DIREITO O requerente foi preso em flagrante delito, sendo sua prisão convertida em preventiva, uma vez que o Magistrado entendeu que o delito cometido teria sido o de homicídio, considerando o delito como grave. Segundo o inciso LXV, do artigo 5º da Constituição Federal, a prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judicial. Ainda, em consonância com referido dispositivo, dispõe o artigo 316 do Código de Processo Penal que o juiz poderá revogar a prisão preventiva se restar verificada a falta de motivo para que ela subsista. O artigo 314 do Código de Processo Penal elucida que o Juiz jamais poderá decretar prisão preventiva se o requerente tiver praticado o fato nas condições do artigo 23 inciso I, II, III do Código Penal, que trata dos crimes que foram cometidos mediante Legitima Defesa, Estado de Necessidade e Estrito cumprimento do dever legal. Além disso, o artigo 25 do Código Penal menciona: Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. E no caso em comento o requerido apenas tentou-se defender dos socos que lhe foi proferido, usando, portanto medidas moderadas para repelir a injusta agressão, o que aconteceu foi um acidente, um desequilíbrio da vítima que infelizmente caiu no chão sobre um ferro pontiagudo ocasionando sua morte Para que a prisão preventiva possa subsistir, é necessário que ela preencha os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, se enquadrando em uma das hipóteses do artigo 313 do mesmo Código, o que não se verifica no presente caso, devendo a prisão preventiva ser revogada. Dispõe o artigo 312 do Código de Processo Penal: . Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). Mas não basta o preenchimento dos requisitos definidos neste dispositivo. Para que seja mantida a prisão preventiva, tais requisitos devem ser somados a uma das hipóteses do artigo 313 do Código de Processo Penal: Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê- la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Ocorre que no caso em tela não restou configurada nenhuma das hipóteses deste artigo. O requerente simplesmente revidou o soco da vítima com um chute, não tinha o dolo de cometer o homicídio, ou seja, configura-se um crime culposo, não doloso. Logo, não se enquadra nas hipóteses do artigo 313 do Código de Processo Penal, pois não praticou crime doloso, o crime não foi cometido em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou contra pessoa com deficiência, tampouco há dúvida sobre a identidade civil do requerente, sendo necessário a imediata revogação da prisão preventiva. III – DO PEDIDO Diante de todo o exposto, requer que seja revogada a prisão preventiva imposta ao requerente, nos termos do artigo 316 do CPP, ou, caso Vossa Excelência entenda necessário, aplica-se se for o caso, uma das medidas previstas no artigo 319 do CPP, e expedindo-se o alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. Local e Data Advogado OAB
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