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HERNIAS ABDOMINAIS

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Hérnias da parede abdominalHérnias ventrais
· Hérnia epigástrica 
· Hérnia umbilical
· Hérnia incisional 
· Hérnia de Spiegel
Hérnias inguinais
Hérnia femoral/crural
CONCEITOS 
· Uma hérnia é definida como protusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes. Essa protrusão do conteúdo abdominal se dá através de área de maior fraqueza, de um defeito adquirido ou congênito da parede.
· Tendem a acontecer em locais onde a aponeurose e a fáscia não são cobertas por musculo estriado esquelético. Esses locais incluem áreas inguinal, femoral e umbilical, linha alba e regiões de incisões anteriores 
Muitas hérnias são assintomáticas, mas algumas se tornam encarceradas ou estranguladas, causando dor e necessitando de cirurgia imediata. O diagnóstico é clínico. O tratamento é a correção cirúrgica eletiva
Hérnia: “saída” de vísceras além do limite da parede abdominal 
Redução: colocar o conteúdo de volta para a cavidade abdominal 
· HÉRDIA REDUTIVEL: é aquela que reduzida, ou seja, o saco herniário retorna a cavidade abdominal espontaneamente ou através de manobra manual ou manobra de Taxe.
· HÉRNIA ENCARCERADA (ou irredutível): É aquela em que não é possível a redução manual do saco herniário. Não há alteração circulatória e nem interrupção do trânsito.
· HÉRNIA ESTRANGULADA: Ocorre quando o encarceramento leva ao comprometimento vascular, leva a necrose do órgão herniado, apresentando dor intensa, acompanhada de sinais flogísticos na região inguinal.
Hérnia encarcerada e estrangulada como diagnosticar?
Pedir Rx ou TC para avaliar pneumoperitônio. Toda perfuração de víscera oca vai liberar gás na cavidade abdominal e também dentro do saco herniário, o que não acontece em condições normais. Mediante uma perfuração, muitas vezes você não vai abordar só a hérnia, será necessário fazer também uma abordagem dentro da cavidade abdominal (lavar, drenar), para não infeccionar nem virar um abcesso. 
Tipos mais comuns de hérnias da parede abdominal: Inguinal, Crural, Epigástrica, Umbilical e Incisional. 
EPIDEMIOLOGIA 
As hérnias de parede abdominal são muito prevalentes, cerca de 5% da população mundial desenvolverá algum tipo de hérnia, sendo que 75% desses defeitos da parede abdominal são na localização inguinal. 20% delas é do tipo indireta e cerca de 25% do tipo direta. Dentro desse universo, de 10 – 15% das hérnias são incisionais, 10% são do tipo epigástrica ou umbilical e em menor proporção, existem as hérnias femorais, cerca de 3 a 5%.
Os homens são 25 vezes mais propensos a ter uma hérnia inguinal do que as mulheres. Uma hérnia inguinal indireta é a hérnia mais comum, independentemente do sexo. Nos homens, as hérnias indiretas predominam sobre as hérnias diretas a uma razão de 2:1.
As hérnias diretas são muito incomuns em mulheres. A razão mulher para homem nas hérnias femorais 10:1 e umbilicais de 2:1. Embora as hérnias femorais ocorram com mais frequência em mulheres que em homens, as hérnias inguinais ainda são as hérnias mais comuns em mulheres.
Data-SUS: de 2013-2014, em torno de 245 mil operações foram realizadas anualmente para o tratamento de hérnias
Nos últimos anos houve uma revolução nos procedimentos para o tratamento de hérnias, com o uso de tela sintética por laparoscopia, cirurgia robótica ou por cirurgia aberta, diminuindo as chances de reincidência. 
As hérnias femorais são mais comuns nas mulheres (10:1) entretanto, o tipo mais comum continua sendo a inguinal indireta. 
10% das mulheres de 50% dos homens que tiverem diagnóstico de hérnia inguinal têm ou desenvolverão uma hérnia femoral 
A prevalência aumenta com a idade, assim como a probabilidade de estrangulamento. O estrangulamento é uma complicação grave, uma urgência médica. 
As maiores taxas de estrangulamento pertencem as hérnias femorais (15-20%) por isso a recomendação para que TODAS sejam reparadas mediante diagnóstico. 
- Fatores de risco 
· Os principais fatores de risco associados com as hérnias inguinofemorais são: histórico familiar, sexo masculino, idade (a partir da 7ª década), tabagismo, doenças colagenosas e o aumento da pressão abdominal, que pode ser causado por: doença pulmonar obstrutiva crônica, ascite, hiperplasia prostática benigna e outras condições.
Uma consideração importante é acerca da obesidade, que não entra como fator de risco, na verdade é um fator protetor, pois parece estar associado com um espessamento da pele e do tecido subcutâneo, o que pode exercer uma proteção ao abaulamento das estruturar abdominais.
· Quanto as hérnias incisionais, vale lembrar que há necessidade de um procedimento cirúrgico prévio e alguns outros fatores de risco podem estar presentes, como: Fatores cirúrgicos (infecção da ferida operatória, hematoma e outros), desnutrição, uso de corticoides, uso de radiação local e obesidade.
QUADRO CLÍNICO 
- Sintomas/ sinais 
A principal queixa é o abaulamento na região da hérnia, geralmente isso acontece nos momentos de maior pressão abdominal, como na hora da evacuação e ao pegar algo pesado. O quadro sem complicações normalmente apresenta-se com poucos ou com sintomas leves e não é marcado por pacientes com queixas de dores intensas.
Importante: Se o paciente chegar se queixando de dor intensa, deve-se pensar nas possíveis complicações (encarceramento ou estrangulamento da hérnia). 
- Exame físico 
· Abaulamento em locais sugestivos de hérnia da parede abdominal: região da cicatriz umbilical, abaixo do apêndice xifoide, em regiões de incisão cirúrgica prévia, região inguinal, base da coxa
· Sinais flogísticos (estrangulamento): rubor, calor, dor, edema
OBS: Para a avaliação das hérnias inguinais, pode-se lançar mão da manobra de Landivar: Que consiste em obstruir o anel interno por cima da pele. Solicita que o paciente realize a manobra de Valsalva ou tosse, gerando aumento da pressão intra-abdominal. Se o conteúdo tocar a ponta do dedo do examinador, trata-se de uma hérnia indireta. Se o conteúdo tocar a superfície da antero-lateral da polpa digital, trata-se de uma hérnia direta. 
OBS: O diagnóstico da hérnia é clínico, sendo dispensável – segundo os protocolos – o uso da ultrassonografia, deixando esse exame complementar, assim como outros exames de imagem, para os casos duvidosos e complexos.
DIAGNÓSTICO 
· Método diagnóstico padrão ouro: anamnese+ exame físico (inspeção> palpação> percussão> ausculta)
· O exame de imagem é feito para documentar ou em casos de difícil diagnóstico: USG, TC (pacientes obesos) 
Obs.: Exames de imagem como USG e TC abdominal podem ser necessários para diagnóstico de pacientes obesos ou para avaliar complicações. A TC é o método mais usado para diagnóstico, além de ser importante em casos complexos, bem como para ajudar no planejamento do manejo operatório.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
· Para os quadros de hérnia inguinal: linfedema, neoplasia testicular, hidrocele de testículo, varicocele, testículo ectópico e adenomegalia inguinal.
· Para as hérnias umbilicais: Diástase de reto abdominal (dilatação/afastamento da linha alba), diferente da hérnia pois não há ruptura e é muito mais comum em mulheres (após gravidez, na obesidade e nas mais idosas)
Hérnias ventrais
Anatomia 
Obs.: Ponto anatômico importante - Linha arqueada: ponto anatômico de transição no qual as aponeuroses dos músculos TA, OI e OE passam apenas anteriormente ao Reto abdominal, ou seja a lâmina posterior da bainha fica então reduzida a uma membrana fibrosa, a fáscia transversal.
Hérnia epigástrica
· aparece na linha mediana do abdômen, acima da cicatriz umbilical, e surge entre orifícios nos músculos retos abdominais, podendo ocorrer mais de uma ao mesmo tempo 
Definição: A hérnia epigástrica ocorre na linha média do abdômen, um pouco acima do umbigo.
Fisiopatologia: Ocorre protrusão de gordura pré-peritoneal através de orifícios percebidos na linha alba para passagem do feixe vásculo-nervoso, que corre entre a fáscia transversal e o peritônio.
Clínica: Geralmente os sintomas são dor e aumento de volume na região.Na maioria das vezes as hérnias são pequenas e apenas o peritônio ou gordura fazem parte do conteúdo herniário.
Hérnia umbilical
Definição: A classificação da European Hernia Society (8) para hérnias da parede abdominal primária define as hérnias da linha média de 3 cm acima a 3 cm abaixo do umbigo como hérnia umbilical. 
· A hérnia umbilical pode conter tecido adiposo pré-peritoneal, omento e intestino delgado ou uma combinação deles pode participar. O cólon transverso é muito raramente envolvido.
· O colo do saco herniário é geralmente estreito em comparação com o tamanho do saco herniado, portanto, o encarceramento e o estrangulamento são comuns.
Fisiopatologia: Fraqueza dos tecidos aponeuróticos associados ou não ao aumento de pressão intra-abdominal.
Epidemiologia
· Aproximadamente 175.000 reparos de hérnia umbilical são realizados anualmente nos Estados Unidos. Até 20% dos pacientes cirróticos com ascite desenvolvem hérnia umbilical .
· Em adultos: É o segundo tipo de hérnia mais comum em um adulto após a hérnia inguinal, sendo responsável por 6% -14% de todas as hérnias da parede abdominal em adultos. As hérnias umbilicais em adultos são adquiridas em 90% dos casos e são mais comuns em mulheres e em pacientes com condições que resultam em pressão intra-abdominal aumentada, como gravidez, obesidade, ascite ou distensão abdominal.
· Em crianças: Afetam de 10-30% de todas as crianças ao nascer, as taxas maiores em bebês negros e são mais comuns ainda em bebês prematuros e com baixo peso ao nascer. As hérnias umbilicais nas crianças são congênitas e bastante comuns e se fecham espontaneamente na maioria dos casos por volta de dois anos de idade. Aquelas que persistem após cinco anos de idade são com frequência reparadas por operação.
Clínica
· A hérnia umbilical de pequeno porte costuma ser assintomática e só às vezes causa algum grau de desconforto, sensibilidade e encarceramento são achados físicos comuns já a dor e desconforto gastrointestinal são outros sintomas de apresentação possíveis, mas infrequentes.
· Hérnia Estrangulada: pele eritematosa ou escura, paciente pode apresentar sintomas de obstrução intestinal, incluindo náuseas, vômitos e obstipação, dor intensa INTERVENÇÃO CIRÚRGICA IMEDIATA!
Hérnia incisional 
Definição: Qualquer lacuna na parede abdominal com ou sem protuberância na área de uma cicatriz pós-operatória perceptível ou palpável por exame clínico ou imagem.
Fisiopatologia: As hérnias incisionais ocorrem como resultado de tensão excessiva e cicatrização inadequada de uma incisão prévia geralmente associada a infecção do acesso cirúrgico.
Epidemiologia: 
· As hérnias incisionais respondem por 15% a 20% de todas as hérnias da parede abdominal.
· A taxa de hérnia incisional após laparotomia chega a 15% a 20%.
· Fatores de risco associados ao paciente: diabetes, insuficiência renal, obesidade, tabagismo, desnutrição, medicamentos sistêmicos de longo prazo (esteroides, imunossupressores).
· Fatores de risco associados a cirurgia: local da incisão, complicações, infecção de ferida, técnica cirúrgica, materiais de sutura usados ​​para o fechamento.
Clínica: A apresentação clássica é uma protuberância com um impulso positivo de tosse no local da incisão. O paciente pode ser assintomático, apresentar dor ou complicações como obstrução intestinal e / ou estrangulamento. 
Classificação: 
Hérnia de Spiegel
Difícil de diagnosticar com exame físico, pois é uma hérnia que acontece dentro do arcabouço muscular da parede do abdome.
O conteúdo abdominal hernia para dentro da região entre aponeuroses do músculo oblíquo interno e pelo pequeno espaço, existe o risco de estrangulamento. 
· 1-2% das hérnias da parede abdominal 
· Abaixo da aponeurose do m. oblíquio externo
· USG, TC: diagnóstico diferencial (apendicite) 
TRATAMENTO DAS HÉRNIAS VENTRAIS 
Cirúrgico 
A tendência atual é a realização da sutura + uso de telas. Em caso de infecção evita-se o uso de telas ou prefere-se usar telas biológicas ou sintéticas absorvíveis. 
· Reparo pode ser apenas por sutura ou sutura e/ou uso de tela
· Reparo por sutura pode ser feito com pontos simples ou pela técnica de Mayo 
· Cirurgia aberta é indicada na maioria dos casos
· Cirurgia Laparoscópica é indicada para pacientes obesos ou com defeitos maiores e hérnias recidivadas 
 Reparo cirúrgico com malha
· Os reparos cirúrgicos com malhas podem ser feitos via aberta ou laparoscópica.
· As malhas podem ser sintéticas e permanentes, sintéticas e absorvíveis ou biológicas
· A técnica de enxerto envolve fechamento primário do defeito da fáscia e colocação de uma tela de polipropileno sobre a porção anterior da fáscia. Uma técnica de apoiar ou sustentar envolve a colocação de prótese abaixo dos componentes fasciais. A tela pode ser colocada intraperitoneal, pré-peritonealmente ou no espaço retromuscular.
· Tipos de tela
· Reparo cirúrgico laparoscópico 
O reparo laparoscópico da tela pode ser realizado por meio de abordagem pré-peritoneal transabdominal (TAPP) ou da técnica de malha intraperitoneal onlay (IPOM) colocação de malha sublay/intraperitoneal onlay. 
Obs..: Manejo em crianças - Manejo expectante de hérnias umbilicais assintomáticas até a idade de 4-5 anos. A cirurgia é indicada apenas para complicações da hérnia, que incluem encarceramento, estrangulamento ou ruptura. É recomendado reparar qualquer hérnia umbilical com defeito de 1,5 cm ou mais em crianças com idade superior a 2 anos devido à chance mínima de fechamento espontâneo.
Hérnias inguinais
· Tipo de hérnia de parede abdominal, decorrente da protusão parte do intestino ou gordura pelo canal inguinal, que é um ponto que fica próximo da virilha por onde, nos homens, passa o cordão espermático seguindo até a bolsa escrotal e, nas mulheres, passa um ligamento responsável pela sustentação da vagina (ligamento redondo do útero).
Canal inguinal: canal de 4 cm de comprimento, que está localizado logo acima do ligamento inguinal. O CI estende-se entre os anéis inguinal interno (profundo) e externo (superficial). 
Complicações: encarceramento, situação em que há dor, espontânea e à manipulação, com aumento grosseiro de volume e eventuais queixas de distensão intestinal podem ocorrer. Sua evolução para processo isquêmico leva ao estrangulamento, situação crítica e que demanda cirurgia imediata por risco de graves complicações
- Fisiopatologia 
As hérnias inguinais são formadas em decorrência de uma protrusão do peritônio parietal e das vísceras através de uma abertura normal ou anormal da cavidade abdominal. 
· As hérnias inguinais indiretas ocorrem devido ao não fechamento do conduto peritônio vaginal, fato que gera uma comunicação entre a cavidade abdominal e o canal inguinal, permitindo a ocorrência da hérnia.
· As hérnias inguinais diretas ocorrem pelo enfraquecimento da musculatura da parede posterior do canal inguinal, no ponto mais frágil da fáscia transversalis, no triângulo de Hesselbach.
O triângulo de Hasselbach, ou trígono inguinal, é uma região na porção inferior da parede abdominal delimitada pelas seguintes estruturas: margem lateral do músculo reto abdominal (medialmente), ligamento inguinal (inferiormente) e vasos epigástricos inferiores (superolateralmente). 
Fáscia transversa ou transversal: fina membrana aponeurótica que fica entre a superfície interna do músculo transverso abdominal e o peritônio parietal. 
Classificação de Nyhus - é uma classificação formal e bem estabelecida para ajudar no diagnóstico e na definição de condutas terapêuticas das hérniasinguinocrurais. As hérnias são dividias em quatro tipos:
Direta x Indireta: 
· Direta: deficiência de parede (fáscia transversal) no ponto mais frágil do triangulo de Hasselbach 
· Indireta: deficiência de estrutura do canal inguinal. A hérnia passa pelos orifícios interno e externo do canal inguinal 
O que é importante para o exame físico? 
1- Inspeção de paciente em ortostase e em decúbito 
2- Solicita-se realização de manobras para aumento de pressão intra-abdominal: valsalva,tosse 
3- Palpa-se região inguinal em busca de massas, abaulamentos, sinais flogísticos 
4- Localiza-se o orifício inguinal superficial ou externo do canal inguinal e introduz-se o dedo indicador. 
· Direta: hérnia irá tocar a polpa do dedo, ou seja, conteúdo toca o dedo sem entrar no canal inguinal (diretamente através da parede abdominal)
· Indireta: hérnia irá tocar a ponta do dedo, ou seja, conteúdo toca o dedo pois entrou no canal inguinal (indiretamente pelo canal inguinal)
· Avaliar se a hérnia é redutível ou não: se não, procurar sinais flogísticos (sinal de encarceramento). Se não tiver, pode-se tentar reduzir, com delicadeza e cuidado. Se estiver estrangulada, encaminhar diretamente para cirurgia. 
**disse que vai perguntar na prova**
OBS: no caso da hérnia femoral/ crural, a herniação ocorre pelo canal femoral (inferiormente ao canal inguinal/ ligamento inguinal), logo, no exame físico a proeminência tocará o dedo indicador em locais mais inferiores a polpa digital ou o abaulamento será observado abaixo do ligamento inguinal. 
- Exames de imagem
· USG (barato, eficaz, fácil acesso): deve ser o exame inicial para situações de suspeita de hérnia pela história clínica, mas exame físico normal ou suspeita de diagnóstico diferencial (linfonodomegalia, hérnia incisional, hidrocele, pubeíte, osteíte etc). 
· RNM: caso a dúvida persista com o USG. É superior a TC
Mesmo sendo sensíveis e específicos para diagnóstico, o exame físico e os de imagem não conseguem distinguir de forma confiável as herniais inguinais das crurais
- Hérnias inguinais em crianças 
· Deve ser de conhecimento dos pais para que uma vez suspeitada, a criança seja levada ao médico e o tratamento seja recorrido o quanto antes.
· Reparo de hérnia inguinal é o procedimento cirúrgico mais comum na infância- em crianças de 0-5 anos
· A recidiva é muito menos comum que no adulto 
· Mais frequente no sexo masculino (persistência do CPV)
Estudos sugerem o reparo laparoscópico tem sido recomendando cada vez mais por cirurgiões, mas o padrão ouro ainda é cirurgia aberta
· Embora não existam estudos consistentes que demonstrem a superioridade desse método em relação a cirurgia aberta, com relação a dor pós operatória e tempo de recuperação
· As taxas de recorrência são comuns aos dois métodos 
Persistência do conduto peritônio vaginal- CPV
A obliteração do conduto ocorre normalmente entre a 36ª e a 40ª semanas de gestação
É mais comum em meninos: neles esse orifício só é fechado no final da gestação e, nas meninas, como não há passagem do testículo, se fecha já no início da gravidez. Caso isso não ocorra, a criança pode apresentar cisto de cordão espermático, hidrocele comunicante ou hérnia inguinal. 
Nos meninos, o CPV dá passagem ao testículo e cordão espermático, enquanto que na menina, dá passagem ao ligamento redondo do útero, unindo-o aos lábios externos do pudendo/vulva. 
As hérnias inguinais diretas e as hérnias femorais são pouco frequentes na infância e as vezes podem ser suspeitadas ao exame pela posição do abaulamento, que é mais medial e difuso nas hérnias diretas e lateral e abaixo do tubérculo púbico nas hérnias femorais.
HÉRNIA FEMORAL/ CRURAL 
· Toda hérnia que acontece em local pequeno, tem um risco maior de estrangular, é o caso das femorais.;
· A incidência de estrangulamento nas hérnias femorais é alta;
· A recidiva da hérnia femoral após a operação é de apenas 2%. Reparos de hérnia femoral recorrentes apresentam uma taxa de recorrência de cerca de 10%.
Fisiopatologia: Ocorre pelo canal femoral, que é limitado superiormente pelo trato iliopúbico, inferiormente pelo ligamento de Cooper, lateralmente pela veia femoral e medialmente pela junção do trato iliopúbico e do ligamento de Cooper (ligamento lacunar). Uma hérnia femoral produz uma tumoração ou protuberância abaixo do ligamento inguinal.
Tratamento: **tópico tratamento das hérnias inguinocrurais**
TRATAMENTO DAS HÉRNIAS INGUINOCRURAIS 
Tratamento: cirúrgico
Abordagem: incisão do saco herniário> avaliar conteúdo> reduzir conteúdo (levar de volta para a cavidade abdominal)> colocar a tela> fechar 
**A tela impede que o conteúdo hernie novamente e com o tempo os tecidos do abdome vão aderir a tela**
Conceitos modernos do reparo herniário: sem tensão, próteses de tela sintética 
· Exceções: hérnia encarcerada, estrangulada, onde o sítio cirúrgico está contaminado por conteúdo enteral. Nesses casos, não se coloca a tela, pois em contato com a infecção, as bactérias ficam presas na tela, o sistema de defesa não consegue atuar e a infecção torna-se crônica. 
· Conduta: fazer reparo com prótese tecidual
Decisão sobre botar tela ou não? Avaliar se a ferida está infectada ou não 
- Manejo das hérnias inguinocrurais 
O reparo tecidual ou anatômico da hérnia inguinal confunde-se com o da própria virilha, pois é ela, a virilha, que será reparada ou reconstituída. Talvez fosse melhor dizer "inguinorrafia" ou "inguinoplastia", mas os termos "herniorrafia" e "hernioplastia" (no caso, inguinal) consagraram-se pelo uso e pelo tempo.
Conduta
Tratamento cirúrgico (conservador): indivíduo com hérnia inguinocrural sintomáticos, pois a história natural é aumento progressivo e enfraquecimento, com o potencial de encarceramento e estrangulamento; crianças: mediante diagnóstico; todos os casos de hérnia femoral mediante diagnóstico (estrangulamento)
Tratamento não cirúrgico Observação: indivíduos com comorbidades e com elevado risco cirúrgico; pacientes com hérnia pouco ou assintomática. 
· 70% dos pacientes observados desenvolverão sintomas ao longo de 2 anos de observação, necessitando de cirurgia 
· Muitos pacientes podem ser observados de maneira segura, com baixa probabilidade de complicações: estrangulamento, encarceramento e cirurgia de urgência, condições que apresentam maior morbidade 
- Procedimento 
· Objetivo: reduzir complicação (dor, recorrência), rápida recuperação, reprodutível e bom custo-benefício 
· Não existe uma técnica universal, mas a maioria dos cirurgiões concordam que uma técnica que alcança esses quesitos é o uso de tela 
Aspectos técnicos: 
· Prótese de malha sintética: padrão para reparo de todas a hérnias, exceto em casos de infecção do sítio cirúrgico, onde opta-se por reparo tecidual. A preferência existe nesse caso pois a prótese contribui para a manutenção da infecção, uma vez que as bactérias ficam aderidas aos poros e os antibióticos não consegue agir. 
Composição: polipropileno, poliéster, polivinildeno
· Técnica livre de tensão agora é o padrão: A tela é fixada livre de tensão sobre a fáscia transversal, evitando que ela se solte dos pontos de fixação e consequentemente propiciando a recorrência da hérnia. 
**Tensão no reparo é a principal causa de recidiva**
Técnicas 
Para reparo tecidual aberto: Shouldice (padrão ouro atualmente), Bassini (técnica mais popular antes da consagração das técnicas livres de tensão) e Mcvay (reparo do ligamento de Cooper)
Para reparo aberto com prótese: Lichteinstein (padrão ouro) 
Abordagem laparoscópica: menor dor pós-operatória quando comparado a outras técnicas. A técnica transperitoneal (TAPP) é mais reprodutível do que a técnica totalmente extraperitoneal (TEP), porém, ambas são seguras e eficazes.
- Considerações do pós-op e qualidade de vida 
· Deve-se encorajar os pacientes a reassumir atividades normais assim que se sentirem aptos (sem dor) o que acontece em cerca de 2-7 dias de pós-op, sendo que esse retorno reduz o período de convalescença além de não haver relação com risco de recidiva 
· Levantamento de peso >10kg e exercícios vigorosos devem ser evitados no período de 4-6 semanas de pós op 
· Infiltração da ferida com anestésico resulta em menos dor pós- cirúrgica 
· Não são indicados drenos 
· Não é recomendado a remoção da tela em casos de infecções do sítio cirúrgico 
· Reparos endoscópicos oferecem melhores índices de qualidade de vida quando comparados a inguinotomia 
· Em casos de recidiva, orienta-se realização de reparo por via diferente da cirurgia prévia 
REFERÊNCIAS 
http://depto.icb.ufmg.br/dmor/anatmed/regiao_inguinal.htmMoore, Anatomia Orientada para Clínica. 8ª Ed. Guanabara, 2019.
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/o-que-sao-hernias-abdominais
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912019000400300
http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/3183-hernia

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