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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Controle da Função Cardíaca Ciclo Cardíaco: • Sequência de eventos mecânicos e elétricos que se repetem a cada batimento do coração; • A despolarização do coração se inicia no Nó Sinoatrial (SA), conhecido como marca passo do coração; • Uma via internodal ramificada conecta o nó SA com o nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células autoexcitáveis perto do assoalho do átrio direito. • Do nó AV, a despolarização move-se para os ventrículos. As fibras de Purkinje, células de condução especializada dos ventrículos, transmitem os sinais elétricos muito rapidamente para baixo pelo fascículo atrioventricular, ou feixe AV, também chamado de feixe de His (“hiss”), no septo ventricular. Percorrido um curto caminho no septo, o fascículo se divide em ramos esquerdo e direito. Esses ramos continuam se deslocando para o ápice do coração, onde se dividem em pequenas fibras de Purkinje, que se espalham lateralmente entre as células contráteis. • Atraso do nó atrioventricular (AV): ‣ O atraso causado pelo nó AV possui 2 funções; ‣ A primeira delas é fazer com que a contração seja feita de baixo para cima, e siga o fluxo adequado; ‣ A segunda é atrasar um pouco a contração nos ventrículos, para que ela NÃO ocorra antes que a contração dos átrios termine. • Os marca-passos determinam a frequência cardíaca: ‣ As células do nó SA determinam o ritmo dos batimentos cardíacos. Outras células do sistema de condução, como as do nó AV e as fibras de Purkinje, têm potenciais de repouso instáveis e podem também agir como marca-passos sob algumas condições. ‣ Entretanto, devido ao fato de seus ritmos serem mais lentos do que o do nó SA, elas normalmente não têm a oportunidade de determinar o ritmo dos batimentos cardíacos. • Sincício funcional: ‣ Sincício = rede de células cardíacas juntas que auxiliam na despolarização célula a célula, facilitando o potencial de ação. Além disso, é essa rede que garante o ritmo dos batimentos cardíacos (tecido nodal e cardiomiócitos). • Etapas do ciclo cardíaco: ‣ 1.) Sístole Atrial: - Finalização de preenchimento ventricular; - Valvas atrioventriculares fechadas. ‣ 2.) Sístole Ventricular: - Contração isovolumétrica —> ejeção rápida —> ejeção lenta; - Valvas semilunares fechadas. Universidade Nove de Julho Maria Lívia ‣ 3.) Diástole Ventricular - Relaxamento isovolumétrico —> enchimento rápido —> enchimento lento; - Abertura das valvas atrioventriculares. Ondas do ECG: • Existem dois componentes principais em um ECG: as ondas e os segmentos. As ondas fazem parte do traçado que sobe e desce a partir da linha de base. Os segmentos são partes da linha de base entre duas ondas. Os intervalos são combinações de ondas e segmentos. Diferente componentes do ECG refletem a despolarização ou a repolarização dos átrios e dos ventrículos. • As três principais ondas podem ser vistas na derivação I de um registro eletrocardiográfico normal; • A primeira onda é a onda P, a qual corresponde à despolarização atrial. O próximo trio de ondas, o complexo QRS, representa a onda progressiva da despolarização ventricular. Por vezes, a onda Q está ausente em um ECGs normal. A onda final, a onda T, representa a repolarização dos ventrículos. A repolarização atrial não é representada por uma onda especial, mas está incorporada no complexo QRS. Ciclo Cardíaco - Pao a Pao: • O ciclo cardíaco inicia com os átrios e os ventrículos em repouso. O ECG começa com a despolarização atrial. A contração atrial inicia durante a parte final da onda P e continua durante o segmento P-R. Durante o segmento P-R, o sinal elétrico desacelera quando passa através do nó AV (atraso do nó AV) e do fascículo AV. • A contração ventricular inicia logo após a onda Q e continua na onda T. Os ventrículos são repolarizados durante a onda T, o que resulta no relaxamento ventricular. Durante o segmento T-P o coração está eletricamente quiescente. • Explicando as etapas: ‣ 1. O coração em repouso: diástole atrial e ventricular - ambos estão relaxados e os átrios estão se enchendo. À medida que os ventrículos relaxam, as valvas AV se abrem, com a entrada do sangue os V expandem; ‣ 2. Término do enchimento ventricular: sístole atrial - a sístole inicia seguindo a onda de despolarização atrial, elevando a pressão; ‣ 3. Contração ventricular precoce e 1ª bulha - contração dos átrios e onda de despolarização do nó AV. Com a sístole ventricular vindo do ápice para base as valvas AV se fecham (evita o refluxo). O fechamento das valvas AV geram a 1ª bulha. - Nesse momento, com as valvas fechadas o ventrículo continua se contraindo, mas sem saída de sangue - chamado contração ventricular isovolumétrica. Universidade Nove de Julho Maria Lívia ‣ 4. A bomba cardíaca: ejeção ventricular - a contração dos ventriculos induzem a abertura das valvas semilunares e permite o fluxo sanguíneo. Enquanto isso, as valvas AV seguem fechadas e os átrios se enchendo; ‣ 5. Relaxamento ventricular e 2ª bulha cardíaca - no final da ejeção os ventrículos começam a repolarizar, diminuindo a pressão. Com isso, um fluxo de sangue retrógrado força o fechamento das valvas semilunares, gerando a 2ª bulha. - Com todas as valvas fechadas, os ventrículos ficam isolados novamente, ou seja, sem alteração de volume - chamado relaxamento ventricular isovolumétrico. Dinâmica Valvar: • A abertura e o fechamento das valvas influencia nos sons do coração; • Sons cardíacos: bulhas ‣ 1ª Bulha (B1): - Grave (40-50 Hz); - Prolongada (0,15 seg); - Evento Derteminante: fechamento das valvas atrioventriculares, na sístole ventricular e ausculta no 5º espaço intercostal; - TUMMM. ‣ 2ª Bulha (B2): - Aguda (70 Hz); - Breve (0,11 seg); - Evento Determinante: fechamento das valvas semilunares e ausculta no 2º espaço intercostal (valva pulmonar à esquerda do esterno e valva aórtica à direita); - TÁ. Débito Cardíaco: • Débito cardíaco - dc: ‣ Quantidade de sangue ejetada pelo coração (L ou mL) / min; ‣ DC = FC x VS; ‣ Deve se ajustar às demandas de O2; ‣ DC = 5 a 6 L/min; Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Fração de ejeção: ‣ Porcentagem de sangue ejetado pelo coração a cada batimento cardíaco; ‣ FE = 55 a 75%; • Volume sistólico - vs: ‣ Volume de sangue ejetado pelo coração a cada sístole ventricular; ‣ VS = VDF - VSF; ‣ Normal = 50 a 70 mL; • Volume sistólico final - vsf: ‣ Volume de sangue que permanece no coração após a sístole ventricular; ‣ Normal = 60 a 70 mL; • Volume diastólico final - vdf: ‣ Volume de sangue dentro do ventrículo ao final da diástole; ‣ Normal = 120 a 140 mL; Fator que influenciam o VS: • Débito sistólico - ds: ‣ Depende do retorno venoso - RV (pré-carga) resistência à ejeção (pós-carga) e contratilidade miocárdica (contratilidade); ‣ Não é constante frente à grande variação da FC; ‣ Normal = 50 a 70 mL/sístole. • Pré-carga: ‣ Grau de estiramento do miocárdio antes do início da contração; ‣ Sangue preenchendo é responsável pelo estiramento, então quanto maior VDF = mais estiramento = maior contração; ‣ Maior RV: maior VDF; maior pré-carga; • Pós-carga: ‣ Força contra qual o músculo em ação deve agir -> resistência que precisa ser vencida pela força de contração para que o sangue seja ejetado; ‣ Pressão arterial sistêmica: pós-carga do VE; - Hipertenso: pós-carga maior; ‣ Aumento crônico da pós-carga -> aumenta o trabalho cardíaco, consumo de O2 pelo miocárdio -> insuficiência cardíaca; ‣ Para manter constante o volume sistólico quando a pós-carga aumenta, o ventrículo deve aumentar sua força de contração. Isso, então, aumenta a necessidade de oxigênio e de produção de ATP para o músculo cardíaco. Se o aumentoda pós-carga se torna uma situação crônica, as células miocárdicas hipertrofiam, resultando em um aumento da espessura da parede ventricular. • Contratilidade do miocárdio: ‣ Medida da performance do coração em uma dada pré-carga e pós-carga -> velocidade de contração do miocárdio; ‣ Quanto mais cálcio, maior a contratilidade -> efeito inotrópico positivo; Universidade Nove de Julho Maria Lívia ‣ Toda substância química que causa alteração contratilidade é chamada de agente inotrópico; ‣ Aumento da contratilidade: esvaziamento mais completo do ventrículo durante a sístole, então VSF diminui; - Resulta num aumento do VS independente do VDF -> isso porque o VDF é o mesmo (“constante”), ou seja, não é ele que altera o VS, apenas o VSF. • Curva pressão-volume - trabalho cardíaco: • Relação da FC e débito sistólico: Princípio Frank-Starling: • Princípio fundamental para a homeostase cardio circulatória e independente do SNA; • “A força desenvolvida por uma câmara cardíaca durante a contração é diretamente proporcional ao grau de estiramento a que as fibras miocárdicas estão submetidas no período imediatamente anterior ao início da contração”; • O coração é capaz de ajustar seu débito, em cada batimento, em função do retorno venoso que ocorreu durante a diástole imediatamente anterior. • Quanto mais distendido for o miocárdio durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta; ‣ Aumento da pré-carga -> aumento da distensão do músculo cardíaco -> aumento da força de contração; ‣ Filamentos de actina e miosina ficam dispostos em um ponto mais próximo do ideal de superposição para a geração de força; ‣ Extensão da fibra do miocárdio modifica a sensibilidade das proteínas contráteis ao cálcio; • Relação frank-starling: ‣ O débito sistólico é proporcional ao volume diastólico final. Quando mais sangue chega ao coração, ele se contrai com mais força e ejeta mais sangue. Isso significa que, dentro dos limites fisiológicos, o coração ejeta todo o sangue que chega até ele. ‣ O aumento do VDF da câmara cardíaca determina melhoria do desempenho contrátil do miocárdio e aumento do volume de sangue ejetado em cada sístole; ‣ A dilatação progressiva leva à descompensação mecânica e à falência da bomba cardíaca.
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