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Ectoparasitos I e II

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Ectoparasitos I e II
Parasito é o ser vivo de menor porte que vive associado a outro ser vivo de maior porte, a custa ou na dependência deste.
Ectoparasito: é o parasito que vive externamente (pele ou pelos/cabelos) no corpo do hospedeiro. 
Pediculose (piolho)
Popularmente conhecida como infestação por piolho, a pediculose humana é uma doença de pele causada por piolhos, que varia de espécie de acordo com o local do corpo.
Na cabeça: Pediculus humanus var. capitis (piolho de cabeça); Tronco: Pediculus humanus var. corporis (piolho do corpo); Púbis: Phthirus púbis (chato). 
Consiste em uma dermatose pruriginosa produzida por piolhos. A principal manifestação é o prurido intenso, principalmente nas regiões retroauriculares e occipitais, encontrando-se pequenos grãos brancos aderidos aos cabelos (lêndeas/ovos).
Na pediculose corporal há lesões pápulo urticariformes e hemorrágicas preferencialmente no tronco, abdome e nádegas, podendo haver escoriações, liquenificação, hipercromia, caracterizando a chamada “doença do vagabundo”.
Anopluros: os piolhos sugadores.
Pertencem a essa ordem, Anoplura. Classe Insecta.
Características: aparelho bucal do tipo picador-sugador; machos e fêmeas hematófagos (comem sangue); corpo achatado dorsoventralmente; áptero (não tem asas); corpo alongado com tórax mais estreito que o abdômen; apêndices preensores de tamanhos iguais (3 pares); ectoparasitos obrigatórios e exclusivamente hematófagos. 
O ciclo biológico é hemimetábolo: com fases de ovo, ninfa e adulta (duração total de 20-25 dias)
Etiopatologia da pediculose
-Agente etiológico: Pediculus humanus capitis (mais frequente em residências, escolas e asilos). Pediculus humanus corporis (menos frequente devido ao hábito da troca de roupa para dormir).
-Ação parasitológica: através da picada para efetuar a hematofagia. 
-Sinais e sintomas clínicos: prurido intenso, erupções papulosas, infecção microbiana associada ao impetigo (doença causada por bactérias). 
-Modo de transmissão: contato direto com a pessoa infectada ou com objetos usados por esta.
-Período de incubação: 7 dias até 3 semanas. 
-Período de transmissibilidade: enquanto houver piolhos vivos na pessoa infectada ou nos fômites. Os piolhos podem viver até 10 dias nos utensílios (fômites) do hospedeiro. 
-Diagnóstico clínico: procura e identificação dos adultos ou lêndeas. 
-Diagnóstico diferencial: escabiose (sarna), pitiríasis capitis (caspa), piodermite do couro cabeludo e corpo. 
Epidemiologia da pediculose
-Hospedeiro e fonte de infestação: o homem.
-Dispersão: idade e sexo não influem.
-Distribuição geográfica: Cosmopolita, em qualquer parte do globo terrestre, podem ocorrer surtos em escolas, creches ou ambientes confinados.
-Complicações: piodermite do couro cabeludo e corpo.
-Tratamento: despiolhamento com inseticidas ou xampus, sabão e loção; imposição de medidas de higiene; educação sanitária e corte de cabelo. 
Etiopatogenia da Ftiríase
Agente etiológico: Phthirus púbis. Características: corpo robusto, tórax e abdômen fundidos, apêndices com garras. 
Epidemiologia
-Ação parasitológica: exerce a hematofagia a vida toda (30 dias).
-Modo de transmissão: contato direto.
-Hospedeiro e reservatório: seres humanos.
-Habitat: regiões pubiana e perineal (axilas, barba e sobrancelha).
-Ciclo biológico: semelhante ao piolho.
-Sinais e sintomas clínicos: prurido intenso, lesões devido a picada, lesões papulosas e eritematosas, pigmentação azul-acizentada na pele (maculae cerulae).
Complicações: pode haver blefarite quando há infestação nos cílios.
-Tratamento: mesmos procedimentos utilizados para o tratamento dos piolhos da espécie Pediculus humanus. 
Doenças causadas por pulgas (sifonápteros)
Quanto ao ciclo biológico, são insetos holometábolos, tem o adulto, o ovo passando ao estado de larva, pupa, até chegar ao adulto novamente. Desenvolvimento de ovo-adulto: 30-75 dias (9 gerações/ano).
As larvas alimentam-se de detritos, geostáticas e fotofóbicas.
Pulgas que atuam como ectoparasitas
Tem na sua saliva aminoácidos e polipeptídeos capazes de deflagrar reações imunológicas. Alimentam-se de 3-20 vezes/dia. Pulex irritans: pulga do homem.
Manifestações: dermatites, anemias do tipo espoliativa, irritação e eczemas.
As pulgas podem atuar também como vetores biológicos de agentes infecciosos e parasitários, como exemplo podem transmitir a peste bubônica. O artrópode ingere o sangue do hospedeiro bacteriêmico (que possui bactéria no sangue) e o bacilo multiplica-se no seu estomago, preenchendo a parte anterior do canal intestinal, determinando o fenômeno chamado “bloqueio”, que as bactérias causam nos insetos. As pulgas ditas “bloqueadas” são altamente infectantes, pois ao tentar se alimentar fazem grande esforço para sugar e provocam a regurgitação do conteúdo intestinal e consequentemente inoculação de miríades de bactérias na corrente sanguínea do novo hospedeiro. A pulga “bloqueada” é, obviamente, mais ávida por sangue, tendendo a picar um maior número de hospedeiros. Fenômeno semelhante a este do bloqueio descrito para pulga acontece em mosquitos parasitados por protozoários. 
Tungose ou tungíase (bicho de pé)
Tungíase é uma parasitose causada por fêmeas grávidas de uma espécie de pulga.
Agente etiológico: é a pulga da espécie Tunga penetrans, que habita o solo de zonas arenosas. A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem proteção nos seus pés. A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera seus ovos para o exterior. 
Essa Tunga penetrans é uma pulga pequena, com 1 mm. Fêmea e macho são exclusivamente hematófagos, o que fica no ser humano causando o bico de pé é a fêmea grávida. 
Pulga cosmopolita, ocorre no mundo todo. Origem na América tropical, introduzida na África, Ásia e Europa no século XIX.
Se desenvolve em locais arenosos quentes e secos, com lixo rico em material orgânico (praias, chiqueiros e estábulos). Provoca uma reação inflamatória com ponto preto central (bicho de pé). 
Transmissão e diagnóstico 
Transmissão: história de contato com praias, estábulos, chiqueiro e lixo. Modo de transmissão: contato direto com o solo contaminado.
Diagnóstico: clínico e epidemiológico sendo uma afecção pruriginosa com pápulas amareladas e ponto preto central nos pés e mãos. Diagnóstico diferencial: abscessos da região plantar, verruga plantar, calosidade.
Reservatório: animais de zona rural que vivem em chiqueiros e currais.
Período de incubação: 1-2 dias.
Patogênese
As localizações preferenciais da fêmea parasita são a sola dos pés, espaços interdigitais e sob as unhas.
Complicações da tungíase: os ferimentos provocados constituem porta de entrada para bactérias e fungos. Infecção bacteriana ou tétano são complicações de alto risco. 
Pode ocorrer infecção secundária por Clostridium tetani (tétano), Clostridium perfrigens e outras espécies, pode ocorrer também infecção por Paracoccidioides braziliensis.
Tratamento é pela extração da pulga com agulha esterilizada, espremer o conteúdo, efetuar a assepsia e aplicar antibiótico creme ou pomada, o ambiente do hospedeiro deve ser desinfetado com inseticida. 
A prevenção é o uso de calçados é a medida profilática fundamental, aplicação de inseticida no ambiente do hospedeiro, fazer a higiene constante do ambiente do hospedeiro. 
Miíases
São infestações em vertebrados vivos, incluindo o homem, por larvas de insetos dípteros, particularmente que, pelo menos em parte de seu ciclo, se nutrem em tecidos vivos ou mortos ou de líquidos corporais, com lesões decorrentes destas invasões. 
Os dípteros causadores de miíases
Os principais são: Sarcophaga hemorrhoidalis, Lucilia cuprina, Cochliomyia mascellaria, Dermatobia hominis, Cochliomyia hominisvorax.
Dípteros são insetos pertencentes a Ordem Díptera, onde se incluem os mosquitos e moscas. Possuem um par de asas desenvolvidas e o segundo par reduzido. Tem corpo com cabeça, tórax e abdômen, um par de antenas, corpo robusto e apresentam cores metálicas com listras. 
O ciclo biológico dos dípteros são holometábolos com fases de ovo, larva,pupa e adulta. Ciclo pode durar de 10-20 dias.
Classificação das Miíases
1. Quanto a preferência alimentar das larvas:
Biontófagas: as larvas alimentam-se, exclusivamente, de tecido vivo. 
Necrobiontófagas: as larvas alimentam-se de tecidos necrosados ou em decomposição.
2. Quanto à forma clínica:
Cavitária: as larvas infestam cavidades naturais do hospedeiros com lesões pré-existentes.
Furunculóide: a larva infestante causa uma lesão semelhante a um furúnculo alimentando-se de secreções purulentas que ali ocorrem.
Modo de transmissão: deposição da larva da mosca na pele e em feridas ou orifícios.
Características epidemiológicas: doença universal de áreas rurais onde se encontra as moscas.
Diagnóstico clínico. 
Miíase cavitária/bicheira: infestação ocorre na pele ou nas mucosas quando ulceradas e nas cavidades. Os locais mais atingidos são as fossas e os seios nasais, os condutos auditivos e os globos oculares. A gravidade do quadro depende da localização e do grau de destruição. Seu ciclo evolutivo (Cochliomyia hominivorax) coloca os ovos, vira larvas, pré-pupa, pupa e adulto. Durante o período larvário que ocorre a miíase cavitária. 
A mosca Cochliomyia hominivorax tem um mecanismo de localização do hospedeiro, que apresenta estruturas sensoriais muito eficazes, identificando o hospedeiro e direcionando o seu caminho para colocar os ovos. 
Apresenta um aspecto clínico característico, com as larvas em grande quantidade movimentando-se dentro da ulceração e um odor fétido.
Diagnóstico diferencial: otites, rinites, corpo estranho e impetigos.
Tratamento da miíase cavitária: lavar a lesão com solução fisiológica e clorofórmio 10% utiliza-se extração manual das larvas, ou a ivermectina sistêmica. A ivermectina causa a morte das larvas que deverão ser retiradas manualmente ou com pinça. 
Complicações: infecção secundária, destruição tecidual, fístulas, destruição óssea.
Miíase furunculóide/furuncular (berne): caracteriza-se por lesão nodular que surge com o desenvolvimento da larva, apresentando orifício central de onde sai a secreção serosa. A lesão é dolorosa e o paciente sente a sensação de “ferroada”.
A infecção se dá pela infestação da larva Dermatobia hominis, nome popular da larva é berne, causa a miíase furuncular. Apresenta nódulos inflamatórios semelhantes a furúnculos, com secreção serossanguinolenta; dor em ferroada, episódica e visualização dos movimentos da larva no orifício. 
O ciclo de vida da mosca Dermatobia hominis, ela deposita os ovos em pleno voo em cima de um outro inseto que é hematófogo. E este inseto carregando os ovos da mosca, irão no processo de hematofagia, inserir os ovos na pele. E a larva irá se desenvolver e formará o berne e é nesse estágio que se trata e tira. No caso de um animal do campo que tenha berne o ciclo iria se completar, a pupa iria para o solo e viraria um novo inseto. 
Nos seres humanos há a procura de socorro na etapa larvária. 
Diagnóstico diferencial: furúnculos causados por bactérias, abscessos de glândula sudorípara. 
Complicações: podem surgir abscessos, linfangite (inflamação geralmente de origem infecciosa dos vasos linfáticos) e raramente tétano. 
Tratamento: asfixia das larvas aplicando no orifício éter, clorofórmio ou oclusão com pomada ou esparadrapo por 24 horas para a retirada do berne com auxílio de uma pinça ou com leve espremedura do nódulo. Dependendo do local, como no olho, o procedimento é cirúrgico em caso de impossibilidade de espremedura ou asfixia. Localizações peri-orificiais em geral requer avaliação do especialista. 
Escabiose ou Sarna Humana
Agente etiológico: Ácaro Sarcoptes scabiei
Os ácaros se enterram na camada superior da pele, mas nunca imediatamente abaixo do estrato córneo, em “túneis” que aparecem como minúsculas linhas serpentiformes elevadas que são acinzentadas ou da cor da pele e podem ter um centímetro ou mais de comprimento.
Alguns ácaros que causam sarna em animais como gatos domésticos, cães, porcos e cavalos podem causar infecções autolimitada em seres humanos com coceira temporária devido a dermatite; no entanto, eles não se multiplicam no hospedeiro humano. Caso acidental.
A escabiose humana (sarna humana) é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, o qual é capaz de se multiplicar na nossa pele.
É uma parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões e forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. As áreas preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões são: regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas anteriores), região peri-umbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos nos homens. Em crianças e idosos, podem também ocorre no couro cabeludo, nas palmas e plantas. O prurido é intenso e caracteristicamente, maior durante a noite, por ser o período de reprodução e deposição dos ovos. A escabiose também é conhecida como sarna, coruba, jareré, pereba e pira. O homem é o reservatório.
Modo de transmissão: contato direto com doentes, roupa de cama de doente, relações sexuais. O ácaro pode perfurar e penetrar na pele em, aproximadamente 2,5 minutos. Os doentes com sarna norueguesa são altamente infectantes, possuindo grande quantidade do ácaro nas escamas da pele. 
Período de incubação de 1 dia a 6 semanas.
Período de transmissão: durante todo o período da doença. São necessários, geralmente, dois ciclos de tratamento, com intervalo de uma semana.
Diagnóstico clínico e/ou com visualização do ácaro a microscopia pelo raspado ou biópsia de pele.
O ácaro tem a fase de desenvolvimento semelhante a metamorfose incompleta. 
A ação parasitológica se dá pela lesão cutânea, pela deposição de ovos e multiplicação desses ácaros nos túneis escabióticos na pele.
Existem 4 critérios para o diagnóstico:
1. Sintomatologia: prurido noturno (deslocamento do parasito na galeria e a sensibilidade do hospedeiro ao ácaro e/ou seus produtos). Poderá ocorrer dor e infecção bacteriana associada.
2. Topografia: tem diferenças em crianças e adultos. Em adultos, interdigitos das mãos, face interna dos punhos, antebraços, cotovelos, axilas, mamas, região periumbilical, nádegas, face interna das coxas e ausência na face e pescoço, exceto em crianças. 
3. Lesões cutâneas: observa-se o túnel escabiótico (pequena pápula linear de 3-8 mm), nódulos castanhos pruriginosos no dorso, nádegas, pernas, no pênis e escroto em crianças e adultos. 
4. Epidemiologia: Lactentes (adquire a parasitose através do contágio com seus cuidadores); pessoas da mesma habitação e contato íntimo (apresentarão quadros semelhantes de prurido a noite, sugerindo escabiose); e no teste laboratorial (escarificação e visualização microscópica do parasito).
Cuidados importantes complementares ao tratamento medicamentosos são banhos, cuidados higiênicos diários e ferver todos as roupas de uso do paciente inclusive toalhas e roupas de cama. 
Sarna norueguesa (crostosa) lesões cutâneas bastante graves onde o número de ácaros é extremamente grande. Lesões extensas, generalizadas, espessas, hiperceratóticas, com crostas e pápulas amareladas, amplamente distribuídas nos membros, lóbulos das orelhas, face, tronco, omoplatas e costas.
Esse tipo de sarna é associada a algum prejuízo imunológico também, faz com que haja essa maior proliferação na pele, o menino na foto tinha HIV. 
Complicações da escabiose: infecções secundárias pela “coçadura”. Em pacientes imunocomprometidos, as lesões formam crostas espessas ou dermatite generalizada, com intensa descamação. Essa forma também pode ocorrer em idosos, nos quais o prurido é menor ou não existe. A forma crostosa ou generalizada é denominada de sarna norueguesa (ou sarna crostosa). Nesses casos é grande a quantidade de parasitos.
Tratamento: ivermectina, dose única, via oral, obedecendo a escala de peso corporal. Permetrima a 5% em creme, ou deltametrina, em loções e shampoos. Enxofre a 10% pomadas a base de benzoato de benzila.

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