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Imaginologia Professora: Sara Macedo Alunos: Elaine Lima; Hélder Gonçalves PÂNCREAS ● Divisão: cauda, corpo, colo, cabeça e processo uncinado ● Localização: espaço parrarenal anterior do retroperitônio, disposto transversalmente, com a cauda situada mais superiormente que a região cefálica ● Cabeça: situa-se a direita dos vasos mesentéricos superiores ● Processo uncinado: situa-se posteriormente a veia mesentérica superior ● Colo: situa-se anteriormente à veia mesentérica superior ● Corpo e cauda: usualmente estende-se até junto ao hilo esplênico ANATOMIA ● RADIOGRAFIA ↳ Muito limitado ↳ Convencionais pouco acrescentam ao estudo de doenças pancreáticas devido a densidade de partes moles não diferenciar bem das outras estruturas abdominais. ↳ Algumas alterações como calcificações podem ser identificadas por radiografia simples Exames ● ULTRASSONOGRAFIA ↳ Limitações: interposição de alças com gases ↳ Regiões de maior dificuldade de visualização: cauda e processo uncinado ● TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ↳Métodos mais utilizado ↳Boa avaliação de lesões focais e difusas ⇒ TC: deve incluir fase sem contraste 1) Fase arterial: 30 a 40 seg; maior realce de parênquima normal 2)Fase venosa: 60 e 70 segundos; avaliação da relação com as veias adjacentes 3) Fase tardia ou de equilíbrio: 180 segundos; identificação de neoplasias PRÉ- CONTRASTE FASE ARTERIAL FASE VENOSA ● RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ↳ Melhor para avaliação de lesões focais, como neoplasias císticas e tumores neuroendócrinos ↳Devem incluir sequências ponderadas em T2 e sem supressão de gordura com e sem supressão de gordura, imagens em eco de gradiente em fase e fora de fase e sequências ponderadas em Tl com supressão de gordura, antes da administração de meio de contraste e nas fases arterial, venosa e de equilibrio, estas obtidas após a administração endovenosa de meio de contraste para magnético (gadolínio). T2 T2 PRÉ-CONTRASTE T1 ARTERIAL T1 VENOSO ● AGENESIA PANCREÁTICA TC, RNM, CPRM: ausência tecido ANOMALIAS CONGÊNITAS TC agenesia dorsal do pâncreas de cabeça e corpo ● PÂNCREAS ANULAR ● PÂNCREAS DIVISUM ↳Não fusão dos ductos pancreáticos correspondentes aos brotos embriológicos pancreáticos dorsal e ventral ↳Tomografia Computadorizada Os principais sinais na TC são: 1. Aumento homogêneo da cabeça do pâncreas; 2. Fenda hipodensa no colo do pâncreas; 3. Ductos pancreáticos ventral e dorsal sem comunicação entre si; 4. Sinais de pancreatite. ↳Ressonância Magnética Os principais sinais na RM e na CPRM são: 1. Ducto dorsal (ducto de Santorini) longo, desembocando na papila acessória e sem comunicação com o ducto ventral. 2. Ducto ventral curto e desembocando na papila maior Ausência comunicação do ducto dorsal e ventral ● JUNÇÃO ANÔMALA BILEOPANCREÁTICA Canal comum bileopancreático >1,5 cm TC e CPRM ● FIBROSE CÍSTICA Diminuição da secreção de suco pancreático, tornando-o mais espesso, dificultando sua drenagem Esteatorreia, dor abdominal crônica e diarreia, caracterizando síndrome de má-absorção. Pode-se observar também epigastralgia por hipersecreção ácida gástrica. cistose pancreática TC lipossubistituição de parênquima. Hipodensidade de corpo e cauda ● DOENÇA DE VON HIPPEL-LINDAU Inúmeros cistos pancreáticos podem desenvolver diabetes. Os cistos, quando volumosos, podem obstruir o ducto pancreático. TC obtida após o uso de meio de contraste endovenoso. Várias lesões císticas no corpo e na cauda do pâncreas ↳Causas: litíase biliar; álcool; infecciosa; traumática. ↳Achados clínicos: - Epigastralgia com irradiação lombar: dor abdominal em faixa -Náusea, vômitos, febre. -Sinal de Grey Turner e sinal de Cullen que. ↳Achados laboratoriais: -Elevação 3x amilase e lipase -Hiperglicemia e hipocalcemia PANCREATITE AGUDA ↳Principais complicações: -Coleções líquidas pancreáticas ou peripancreáticas hemorrágicas ou infectadas. -Derrame pleural: mais frequentemente à esquerda ou bilateral. -Alterações vasculares: pseudoaneurisma, trombose do sistema porto-espleno-mesentérico. -Coagulação vascular disseminada. -Necrose tubular aguda e falência renal. -Insuficiência respiratória. ↳Diagnóstico - presença de dois dos três seguintes critérios: -Dor abdominal em faixa. -Amilase e/ou lipase aumentada mais de 3 vezes os valores normais. -TC com contraste apresentando aspectos típicos: aumento do volume do pâncreas, indefinição dos seus contornos, realce heterogêneo e densificação dos planos adiposos peripancreáticos. ● Ultrassonografia -Permite excluir outros diagnósticos diferenciais; -Bom para investigar etiologia Pâncreas aumentado de volume e difusamente hipoecogênico. ● TC ↳Diagnóstico e estadiamento ↳Achados: 1. Aumento focal ou, mais frequentemente, difuso do pâncreas. 2. Realce heterogêneo após a injeção EV do meio de contraste, traduzindo áreas de necrose. 3. Densificação dos planos adiposos peripancreáticos. 4. Líquido na cavidade peritoneal e retroperitoneal. 5. Derrame pleural e atelectasias basais. 6. Espessamento da parede do estômago e duodeno. Pancreatite aguda leve/moderada. TC. densificação dos planos gordurosos adjaentes à cauda do pâncreas. Pancreatite aguda leve/moderada. TC. densificação dos planos gordurosos adjacentes à cauda do pâncreas. Pancreatite aguda grave. TC. Imagem obtida na fase venosa do exame mostra extensa área do parênquima pancreático sem realce (necrótica), no corpo e na cauda do pâncreas Pancreatite aguda com necrose infectada . TC Imagem no plano coronal mostra necrose no corpo do pâncreas com gás no seu interior (*). 3. Hipersinal da gordura peripancreática nas imagens ponderadas em T2(na presença de líquido e edema). Mais evidente nas sequências com supressão de gordura 4. Realce heterogêneo, à semelhança do observado na TC e relacionado às áreas de necrose 5. O pseudocisto apresenta na RM um aspecto bastante característico pela presença de debris no seu interior, provavelmente relacionados a material necrótico no interior da coleção ● RM ↳Indicação: definição da causa etiológica, quando a CPRM pode auxiliar no diagnóstico de coledocolitíase com eficácia superior à US e semelhante à colangiopancreatoretrógrada endoscópica (CPRE) e ecoendoscopia ↳Achados 1.Hipossinal difuso do parênquima pancreático nas imagens ponderadas em T1 indicando edema inflamatório 2. Áreas de hipersinal do parênquima pancreático nas imagens ponderadas em T1 indicando hemorragia. Pancreatite aguda c/ extensa necrose pancreática e alterações inflamatórias peripancreáticas. Te sem e com contraste (A e B) e RM com imagens ponderadas em T2 (C) e após a injeção do contraste (D). ↳Alterações morfológicas e danos funcionais irreversíveis do pâncreas. ↳Causa: álcool, hiperlipidemia, hiperparatireoidismo, trauma, doenças autoimunes, malformações congênitas, além da pancreatite familiar e tropical. ↳Achados clínicos: 1. Dor abdominal persistente (> de 6 meses), em faixa, constante ou intermitente e de difícil controle 2. Perda de peso, simulando doença neoplásica. 3. Sinais de insuficiência pancreática, como esteatorreia e diabetes mellitus. Icterícia, causada por obstrução do ducto colédoco intrapancreático. 5. Elevação da amilase e lipase: podem estar ausentes pela extensa destruição do parênquima pancreático PANCREATITE CRÔNICA ● Radiografia ↳Possível observar múltiplas calcificações no epigástrio ● US ↳Achados 1. Alterações nas dimensões e contornos da glândula 2. Dilatação do ducto pancreático comum 3. Pontos hiperecogênicos com sombra acústica posterior, correspondendo aos cálculos (intraductais) e calcificações (no parênquima pancreático). 4.Presença de pseudocisto (coleção anecogênica, unilocular e bem definida) Paciente com pancreatite crônica.US Atrofia do pâncreas. a dilatação do ducto pancreático. cálculos e calcificações. ● TC ↳Diagnóstico a) redução volumétrica do pâncreas b) dilatação e irregularidade do ducto pancreático comum c) cálculos e calcificações pancreáticas ↳Achados 1. Atrofia do corpo e da cauda 2. Dilatação (> 2 mm) e irregularidade do ducto pancreático principal e seus ramos 3. Calcificações 4. Presença de pseudocisto 5.Alterações vasculares: pseudoaneurismas e trombose da v. esplênica e v. porta, com circulação colateral e varizes gástricas TC com contraste EV. Pancreatite crônica, com atrofia do parênquima, calcificações e pseudocisto na cauda (* ). TC com contraste EV. Paciente com pancreatite crônica, caracterizada por dilatação ductal, calcificações e pseudocisto (PC) na cabeça do pâncreas. Notar transformação cavernomatosa da veia porta e circulação colateral (seta), por trombose portal. Pancreatite crônica. TC com contraste (A-C) e sem contraste EV (D). Nota-se atrofia do parênquima, dilatação ductal e cálculos na porção cefálica do órgão (seta). As alterações perfusionais renais podem ser decorrentes de necrose tubular. ● RM: ↳Achados: 1. Atrofia pancreática. 2. Dilatação e irregularidade do ducto pancreático: mais bem caracterizadas na CPRM do que na TC 3. Calcificações pancreáticas: se apresentam como imagens de ausência de sinal no ducto pancreático, na CPRM, porém mais facilmente individualizadas na TC 4. Pseudocisto: com conteúdo heterogêneo (debris), sem realce após a injeção do contraste e correspondendo à material necrótico RM T1. Pâncreas atrófico e dilatação do ducto Wirsung ↳Doença sistêmica que pode acometer glândulas salivares, vias biliares, pâncreas, rins e o retroperitônio, dentre outras estruturas ↳Apresenta-se de maneira semelhante às pancreatites de outra origem, porém com menos dor que a alcoólica ↳Aumento difuso do pâncreas, com perda das ondulações normais do contorno pancreático, acompanhados de tênue densificação dos planos gordurosos peripancreáticos PANCREATITE AUTOIMUNE Pancreatite autoimune. TC. Aumento difuso do corpo e da cauda do pâncreas com tênue densificação dos planos gordurosos adjacentes e perda da lobulação pancreática. ● NEOPLASIA CÍSTICA PANCREÁTICA ○ Achados acidentais (24% das autópsias e em 19% dos exames de RM) ○ 75% assintomáticos - incidentais ○ Tipos mais comuns: ■ Cistoadenoma mucinoso (MCN) ■ Cistoadenoma seroso (SCN) ■ Neoplasia epitelial sólido-cística ( ■ Neoplasia intraductal produtora de mucina (NIPM - IPMN) NEOPLASIAS ● Tumor cístico pancreático mais comum ● 5% das neoplasias pancreáticas exócrinas ● Epidemio: Mulheres na quinta e sexta décadas ○ 95% das vezes ● Achados: ○ Cisto unilocular ou multilocular em cauda pancreática ○ Calcificações parietais ou septais ○ Paredes espessas com realce e possíveis vegetações ○ O cisto pode conter conteúdo espesso, decorrente da presença de hemorragia ou mucina ■ Hipersinal em T1 Neoplasia Cística Mucinosa Neoplasia Cística Mucinosa ● Segundo tumor cístico mais comum do pâncreas ○ 15-20% ● Epidemio: Mais comum em mulheres na sétima e oitava década ○ M 7:1 H ● Não apresenta tanto potencial maligno ● Pacientes portadores da doença de von Hippel-Lindau ● Achados: ○ Cisto com aspecto em " favo de mel" ○ Presença de múltiplos (n > 6) pequenos cistos (2-5 mm), com conteúdo homogêneo ○ Frequentemente na cabeça do pâncreas ○ Calcificações septais e/ou centrais Cistoadenoma Seroso Cistoadenoma Seroso Lesão no corpo do pâncreas com vários pequenos cistos centrais, cistos um pouco maiores na periferia e pontos de calcificações centrais ● Tumor de Frantz ou Neoplasia epitelial sólida e papilar ● Epidemio: mulheres na segunda ou na terceira década de vida ● Baixo potencial maligno ● Achados: ○ Massa com componentes sólido e cístico ○ Sinais de hemorragia intratumoral ○ Eventualmente calcificações ○ Disseminação metastática hepática ou invasão vascular são infrequentes. Neoplasia Epitelial Sólida e Cística Neoplasia Epitelial Sólida e Cística Neoplasia Intraductal Produtora de Mucina ● Tumor benigno produtor de mucina ● Originária do epitélio de revestimento do dueto pancreático principal ou secundário ● Epidemio: Sexo masculino ● Diagnóstico: cistos que se comunicam com o ducto pancreático e abaulamento da papila - CPRE ● Clínica: ⅔ - Sintomas de Pancreatite crônica ● Classificação: ○ Tipo I: Ducto pancreático principal ○ Tipo II: Ducto pancreático secundário ○ Tipo III: Ambos os ductos - Misto Neoplasia Intraductal Produtora de Mucina ● Achados de Imagem: ○ TCMD e a RM com CPRM apresentam os melhores resultados no diagnóstico e acompanhamento da NIMP ○ US abdominal pode ser utilizada no acompanhamento de lesões já diagnosticadas ○ Ecoendoscopia é útil não somente para confirmar uma possível comunicação do cisto com o ducto pancreático comum, mas principalmente para obtenção de material para análise laboratorial nos casos duvidosos ● Principais sinais: ○ Cistos pequenos, agrupados, por vezes assumindo aspecto em " cacho de uva ” ○ Cistos alongados ou esféricos que se comunicam com o ducto pancreático ○ Dilatação do ducto pancreático principal ○ Falhas de enchimento e realce nodular no interior dos cistos ou do ducto pancreático dilatado, correspondendo a focos tumorais, cálculos ou plug de mucina ○ Abaulamento da papila ○ Dilatação das vias biliares Neoplasia Intraductal Produtora de Mucina Neoplasia Neuroendócrinas ● Se originam das células de Langerhans ● Transformação maligna pode ocorrer nos dois grupos. ● Epidemio: H 1:1 M - Pico: 40-60 anos ● Podem ser divididas em funcionantes e não funcionantes. ○ Funcionantes: ■ insulinoma ■ gastrinoma ■ glocagonoma ■ VIPoma ■ somastatinoma ○ Sua apresentação nos exames de imagem é bastante semelhante Em resumo, os principais sinais observados em exames de TC e RM em tumores funcionantes são: 1. Nódulos pequenos, geralmente menores que 2,0 cm, e eventualmente com calcificações puntiformes 2. ódulos hipervasculares, mais bem identificados na fase arterial e com realce anelar nas fases mais tardias (no insulinoma). 3. As metástases hepáticas se comportam de maneira semelhante à lesão primária. 4. Hipersinal em T2. Neoplasia Neuroendócrinas ● Os principais sinais observados em exames de TC e RM em tumores não funcionantes são: ○ 1. Lesões maiores e mais heterogêneas que os tumores funcionantes . ○ 2. Podem-se observar áreas de necrose, degeneração cística (hipersinal em T2) e hemorragia (hipersinal em Tl e lupossinal em T2) ○ 3. Calcificações podem estar presentes em 10% a 30% dos casos. ○ 4. Geralmente lesões hipervasculares, porém menos expressivas que os tumores funcionantes. As metástases hepáticas acompanham o comportamento da lesão primária. Neoplasia Neuroendócrinas Neoplasia Neuroendócrinas Adenocarcinoma ● Ainda são diagnosticados tardiamente ● Extrema agressividade ● A TCMD e a RM são as principais ferramentas diagnósticas utilizadas na suspeita desta lesão tumoral. ● Lesão sólida mal delimitada e cujas características de infiltração e de desmoplasia se manifestam por obstruções ductais e por rápida extensão extrapancreática. ● US: massa é hipoecogênica em relação ao restante do parênquima ● TC: hipoatenuante após o uso de meio de contraste ● RM: lesão com discreto hipersinal em T2 e com hipossinal em T1 Adenocarcinoma ● O estadiamento do adenocarcinoma pancreático contempla também a pesquisa de metástases hepáticas, linfonodais e retroperitoneais. ● A TC e a RM apresentam elevado valor preditivo positivo (superior a 95%) para definir irressecabilidade tumoral. ● Principais aspectos de imagem do adenocarcinoma ductal do pâncreas são: ○ 1. Massa isodensa na fase sem contraste e hipovascular. Em 10% dos casos é isovascular. ○ 2. Massa hipointensa em Tl, relacionada ao estroma fibroso e com sinal bastante variável em T2 ○ 3. Atrofiasegmentar a jusante da lesão. ○ 4. Dilatação do ducto pancreático principal e das vias biliares ○ 5. Perda da lobulação pancreática e deformidade dos contornos. ○ 6. Oclusão vascular Referências: 1. Tiferes DA, Jayanthi SK, Liguori AAL. Cólon, reto e apêndice. In: D’Ippolito G, Caldana RP, editores. Gastrointestinal – Série CBR. São Paulo: Elsevier; 2011.