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1 Vanessa Monteiro ANESTESIOLOGIA AVALIAÇÃO E MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Avaliação pré-anestésica: Resolução CFM nº 1802/06: fora das situações de emergência é fundamental conhecer o estado clínico do paciente, sendo responsabilidade de médico anestesiologista indicar a anestesia ou não. É recomendado que a avaliação pré-anestésica seja feita antes da admissão no hospital; o anestesiologista pode ou não solicitar novos exames complementares e/ou avaliação de novos especialistas; o mesmo médico que fizer a avaliação pré-anestésica pode ser o mesmo que aplicará a anestesia. ➔ Para que serve a avaliação pré-anestésica (objetivos)? 1. Diminuir a ansiedade pré-operatória, tirando dúvidas e criando confiança com o paciente, preparando-o para o procedimento cirúrgico 2. Determinar o estado físico e psicológico do paciente 3. Determinar a técnica anestésica e estimar o risco anestésico-cirúrgico e eventual necessidade de cuidados especiais no trans-OP 4. Diminuir a morbimortalidade 5. Solicitar exames necessários 6. Solicitar avaliação de médicos ou outros especialistas 7. Planejar o controle da dor no pós-OP 8. Obter o consentimento pós-informado ➔ Qual a importância da condição emocional do paciente? - Angústia aguda no pós-OP - antecipação de danos durante a cirurgia - medo da cirurgia, da anestesia e da morte Em resumo: o anestesiologista deve ter uma boa relação médico-paciente para que, conhecendo o paciente e suas condições clínicas, possa estabelecer e programar a anestesia como também tirar todas as dúvidas do paciente, importante para poder acalmá-lo. Anamnese → completa, objetiva, direcionada Anotar: Patologia que está levando ao ato cirúrgico; Patologias concomitantes (doenças pré-existentes e atuais → avaliar sistemas) Alergia a medicamentos Medicamentos utilizados Procedimentos anteriores Intercorrências - aumenta demanda de analgésicos no pós-OP - aumenta consumo de anestésico trans-OP - baixo nível e satisfação com o TTO 2 Vanessa Monteiro Classificação Physical Status (P) – antigo ASA ASA Classificação Exemplo Mortalidade I Paciente hígido, saudável Eletivas (ciclista que sofreu um acidente) 0,06 – 0,08 II Doença sistêmica leve ou moderada, sem limitação funcional Neonatos e geriátricos, gestantes, obesos, cardíacos compensados, infecções localizadas, fraturas não complicadas. Doenças não limitantes 0,27 – 0,4 III Doença sistêmica grave, com limitação funcional mas não incapacitante Desidratação moderada, hipovolemia, anorexia, caquexia, anemia, fraturas complicadas. 1,8 – 4,3 IV Doença sistêmica grave e incapacitante Choque, uremia, toxemia, desidratação grave, hipovolemia severa, anemia grave, doença cardíaca 7,8 – 23 V Paciente moribundo, sem esperança de vida por mais de 24 horas, com ou sem cirurgia Falência de múltiplos órgãos, choque em fase terminal, traumatismo craniano (paciente com AVC na UTI) 9,4 – 51 VI Paciente com morte cerebral, doador de órgãos ... E Adicionado aos anteriores quando for emergência/urgência Paciente ASA II que sofreu um acidente e quebrou a perna (emergência) Dobra o risco Importante avaliar risco cardíaco ➔ Pressão arterial: PA Sistólica Diastólica Normal 120-129 80-84 Limítrofe 130-139 85-89 HAS 1 (leve) 140-159 90-99 HAS 2 (moderada) 160-179 100-109 HAS 3 (grave) Maior ou igual a 180 Maior ou igual a 110 HAS sistólica isolada Maior ou igual a 140 Menor que 90 • Paciente HAS 3 (PAS e/ou PAD) deve ser encaminhado para cardiologista clínico. • Paciente HAS 2 (PAS e/ou PAD) pode ser submetido a cirurgia • Considerar como fatores de risco associados: disfunção ou hipertrofia do VE, aterosclerose, eventos isquêmicos cardíacos e/ou cerebrais, ICC, IR ou I.vascular periférica. • HAS sistólica isolada pode indicar nervosismo → CD: sedar que ele acalma e normaliza. OBS: fatores de risco MAIORES na HAS: tabagismo, dislipidemias, DM, nefropatias, idade > 60 anos, histórico familiar de D. cardiovascular em mulheres < 65 anos e homens < 55 anos. Classificação NYHA – paciente com doenças cardíacas Classe Descrição I Atividade física normal, não tem dispneia, fadiga ou dispneia II Paciente confortável em repouso, pequena limitação na atividade física corriqueira III Limitação pequena em qualquer atividade física (começa sintomas) IV Incapacidade de realizar exercícios físicos, apresenta desconforto, sintomas de IC ou de angina (até mesmo em repouso). Está muito associada a doença cardíaca. 3 Vanessa Monteiro Classificação quanto ao porte e risco cardiológico Índice de Detsky (modificado) Índice de Goldman Diabetes Mellitus – orientações 1. Internação hospitalar deve ser feita com 24 h antes da cirurgia para controle glicêmico e alimentação 2. Cirurgia deve ser realizada pela manhã, para evitar estresse (por causa do jejum) 3. Suspender com antecedência hipoglicemiante oral de longa duração 4. Suspender no dia os de curta duração 5. Avaliação da glicemia no dia da cirurgia: a. Glicemias entre 150 e 200 mg% → paciente está bem para a cirurgia, deve-se evitar insulina pelo risco de hipoglicemia b. Glicemia até 250 não contra-indica a cirurgia, porem deve-se ter o controle da glicemia no pré, trans e pós-OP →risco muito baixo →risco baixo →risco alto →risco excessivo 4 Vanessa Monteiro 6. Evitar stress e situações que desencadeiem reações catabólicas e hiperglicêmicas ➔ Em qual paciente cirúrgico é necessária avaliação clínica pré-OP? 1. Avaliação o porte da cirurgia 2. Critérios ASA (ou P) ➔ Qual paciente deve ser encaminhado para especialista? 1. Se a doença de base estiver associado a: a. Glicemia > 250 → endócrino b. Idade > 70 anos → geriatra c. Uso de: IECA, antiparkinsoniano, antidepressivo tricíclico, IMAO → cardio d. Comprometimento renal e. Comprometimento hepático f. Obesidade mórbida g. HAS ➔ Qual paciente deve ser encaminhado para pneumologia? 1. Todos que vão fazer cirurgia de tórax 2. Se a doença de base estiver associado a: a. Asma moderada – grave ou em crise b. DPOC moderado – grave c. Difícil controle terapêutico de doenças pulmonares ➔ Qual paciente deve ser encaminhado para cardiologia? 1. HAS de difícil controle a. PAD >110 b. PAD >110 + Insuf. coronária 2. IAM prévio - Todo pct ASAII (P2) que for submetido a cirurgia de médio-grande porte. - Todo pct ASAIII – ASA IV (P3 e P4) Isso aqui é uma tabela com as drogas pra vocês saberem como você vai suspender. - A Clorpropramida ela tem duração de 72 horas, é de longa duração. Ela deve ser substituída por uma droga de curta duração como a fenformin ou a metformin, ou pela tolbutamida. - Você sabe que a duração da droga é em torno de 12 horas então você programa, a última dose que ele vai tomar. (por Antônio Ramos) fcm vip >100 5 Vanessa Monteiro 3. ICC classe funcional II e III 4. Angina 5. Cardiopatia congênita 6. Valvopatia grave 7. Revascularização miocárdica 8. Cirurgia cardíaca prévia (tem que ter na parte da anamnese) Jejum pré-OP Idade Leite/sólidos Líquidos claros ou sem resíduos < 6 m 4 h 2 h 6-36 m 6 h 2 h Adultos 8 h 2 h OBS: líquidos claros: água, água de coco, suco de laranja, limão ou caju sem bagaço (não pode suco de maçã). Torrada aceitável até 2h. leite demora na absorção. Tabagismo Ideal suspender mínimo 6 semanas antes da cirurgia. Pacientes que deixam de fumar de 24h a 6 semanas antes da cirurgia apresentam aumento da secreção pulmonar pela melhora da atividade ciliar. Quando para de fumar por 24h já melhora a oxigenação do corpo, por reduzir a carboxiemoglobina. Previsão de IOT difícil ➔ Traumas de VA ou face ➔ Instabilidade de coluna cervical ➔ Pequena abertura de boca ➔ Boca pequena➔ Pescoço curto e musculoso ➔ Sequelas de queimaduras ➔ Anormalidades congênitas ➔ Tumores, abscessos, trismo ➔ História de intubação difícil fcm vip importante, pq foi um apanhado de varias referencias ! ele ate pediu pra tirarem foto desse slide fcm vip o prof falou que pede ECG para todos os pctes dele fcm vip o pcte que vai ser operado, corre o risco de vomitar, e como ele vai estar deitado, ele corre o risco de broncoaspirar, por isso a importancia de jejum pre operatorio. hoje já vem sedo produzido diversos estudos que contestam o jejum pre operario, inclusive já existe medicamento para isso como o (quecodex) nao sei se escreve assim pq nao achei na net, mas acho que ele falou por curiosidade fcm vip lembrado, que esses pctes que são ASA1 ão apresentam patologia fcm vip são líquidos sem resíduos ex : afe coado, suco de laranja coado, cha.. 6 Vanessa Monteiro Deve ser avaliado por: 1. Índice de Mallampatti modificado: 2. Distância esterno-mento Valor > 12,5 cm previsível visão da laringe Valor < 12,5 cm imprevisível 3. Distância tireo-mento Valor < 6 cm provável limitação de extensão Valor > 6 cm provável ausência de limitação 4. Capacidade de extensão cervical (necessário 35 graus) 5. Abertura de boca Normal Diminuída – provável dificuldade de realizar IOT 6. Detectar desvio de traqueia História – dificuldade de deglutição E.F. – verificar presença de tumor Solicitar RX de coluna cervical PA e perfil - Isoladamente os testes não tem valor preditivo - Se 3 ou mais derem + → indicativo de IOT difícil - Quando IOT difícil → manter conduta: ser rigoroso no tempo de jejum + preparar material para IOT - Prever necessidade de fibroscopia para IOT Medicação pré-anestésica ➔ BNZ – Causam amnésia retrógrada e sedação (paciente não lembra da cirurgia) ➔ Corticosteroides, antagonistas de H1 e H2 – indicados no preparo de candidatos a procedimentos com risco de reações alérgicas Profilaxia de tromboembolismo Devemos fazer em: Fumantes, idade avançada, câncer, uso de quimioterápicos, imobilidade, insuficiência venosa periférica, obesos, disfunção cardíaca, DM, doença inflamatória intestinal, gravidez, uso de estrógenos. Usar heparina ou profilaxia mecânica Previsão de IOT: Grau I e II: previsão de IOT fácil Grau III e IV: previsão de IOT difícil fcm vip é importante por exemplo, pacientes que sofreu radiação. fcm vip os exames não mostram, mas ainda se em a suspeita, deve ser feito TOMO fcm vip o áudio cortou e só voltou aqui fcm vip o pcte com reação alergica, por exemplo, que vai fazer algum radio iodado, é importante saer para fazer o tto com antialergico e corticosteroides 7 Vanessa Monteiro OBS: Tempo hábil para heparina: não-fracionada → fazer 3h antes e refazer 3-4h depois; HBPM → 12h antes e refazer 2h depois. Medicações e tempo prévio de suspensão antes do procedimento anestésico DROGAS TEMPO PRÉVIO DE SUSPENSÃO Antidepressivos tricíclicos 15-21 dias IMAO (quando possível) 15 dias Hipoglicemiante oral 8-12 h Hipoglicemiante oral de longa 24-72 h Inibidores de apetite 15 dias AAS 7 dias Ticlopidina 10 dias Clopidogrel 7 dias Algumas curiosidades: 1. Alho pode potencializar a varfarina e aumentar o valor do INR. Deve ser suspenso por pelo menos 7 dias antes da cirurgia 2. Gingko biloba: pode inibir o fator ativador plaquetário. Deve ser suspenso pelo menos 36 horas antes da cirurgia 3. Equinácea: pode potencializar o efeito hepatotóxico de alguns medicamentos 4. Éfedra: pode causar arritmia cardíaca quando utilizada com agentes inalatórios. Deve ser suspensa < 24h antes da cirurgia 5. Ginseng: pode causar inibição plaquetária, deve ser suspensa pelo menos 7 dias antes da cirurgia 6. Kawa-kawa: calmante natural. Pode potencializar barbitúricos e BNZ. Deve ser suspensa 24 h antes da cirurgia 7. Erva de São João: usa no tratamento de depressão. Promove indução do citocromo P4503A4, deve ser suspensa pelo menos 5 dias antes da cirurgia fcm vip heparina não fracionada fcm vip efedrina fcm vip leu todo esse quadro tbm fcm vip lindissmo, leu esse slide todo fcm vip heparina de baixo peso molecular fcm vip um amigo do prof, cirurgiao vascular, Paulo Roberto Lima, foi apresentar um trabalho em um congresso em Singapura sobre ALHO, que ele pode evitar o infarto ( achei interessante relatar ) fcm vip observar sempre o INR fcm vip nnem chegou a ler nenhum dessas doses 8 Vanessa Monteiro 8. Valeriana: calmante natural. Pode potencializar o efeito dos barbitúricos. Retirado gradativamente até o dia da cirurgia. OBS: Devemos sempre observar o INR dos pacientes que tem trombofilia, se passar de 3, o paciente tem alto risco de sangramento.
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