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Estresse Agudo e Crônico

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Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
Roteiro da Tutoria 
✴ TUTORIA 01 
‣ “O TEMPO E O CUIDADO” 
 ● José procura ajuda médica relatando 
angústia, insônia, dificuldade de concentração e 
perda de peso nos últimos dois meses. Nega 
alterações de sensopercepção. Pensamento com 
curso, forma e conteúdo normais. Juízo crítico 
preservado. Diz ter medo de que seu avô, 
acamado e sob seus cuidados há 5 anos, faleça 
durante a noite. José é encaminhado à 
psicoterapia. 
 ↳ PERGUNTAS 
1) Qual a importância do cuidado mental com 
o cuidador?
2) Como abordar e fazer avaliação de um 
paciente psiquiátrico?
3) Como se dá a fisiopatologia do estresse 
agudo e crônico?
 ↳ HIPÓTESES 
1) O cuidado mental com o cuidador é 
fundamental para que ele não adoeça. Além disso, 
a saúde psicológica do cuidador pode influenciar 
na qualidade do cuidado.
2) A avaliação do paciente psiquiátrico deve 
ser iniciada com uma anamnese psiquiátrica 
detalhada e com o exame físico.
3) A fisiopatologia do estresse agudo é uma 
resposta do corpo diante de possíveis situações 
de perigo, com a ativação do sistema nervoso 
simpático, enquanto que o estresse crônico é 
resultado do estresse agudo durante um tempo 
prolongado.
 ↳ OBJETIVOS 
1) Entender a semiologia do paciente 
psiquiátrico.
2) Compreender a fisiopatologia do estresse 
agudo e crônico.
3) Discutir a importância do cuidado da saúde 
mental do cuidador.
 ↳ PESQUISA 
OBJETIVO 01 
↪ A psiquiatria, tem área de atuação mais ampla 
que as demais especialidades médicas. 
↪ Não se trata de uma especialidade que visa a 
uma determinada parte do corpo, um sistema ou 
um órgão, mas, sim, ao homem como um todo e 
às relações que o ligam a seu mundo. 
↪ A psiquiatria, adota o modelo compreensivo 
com referenciais distintos daqueles do modelo 
médico tradicional. 
MODELO MÉDICO TRADICIONAL 
↪ A doença é definida como um fato concreto, 
observável, que pode ser evidenciado por uma 
série de recursos técnicos. Ela é localizada em 
alguma parte, órgão ou sistema do corpo. 
↪ O médico, apoiando-se nesse modelo, 
diagnostica a doença em virtude dos sinais e 
sintomas que sugerem uma lesão ou disfunção em 
determinada área ou sistema corporal, que pode 
ser comprovada pelos exames complementares. 
↪ Seu objetivo, portanto, é descobrir quais 
f u n ç õ e s e e s t r u t u r a s c o r p o r a i s e s t ã o 
comprometidas, para chegar a um diagnóstico. 
Feito o diagnóstico, o objetivo passa a ser a 
a d o ç ã o d e m e d i d a s t e r a p ê u t i c a s q u e 
restabeleçam as estruturas e funções alteradas. 
↪ O paciente é reduzido à enfermidade, e o 
complexo fenômeno do ato médico passa a ser 
exclusivamente uma ação técnica. O paciente, 
seus vínculos famil iares e seu contexto 
sociocultural deixam de ter relevância nesta 
abordagem. 
↪ Acompanhando a evolução da medicina, a 
psiquiatria tentou seguir o mesmo modelo. As 
causas das doenças mentais são atribuídas a 
degeneração, herança ou lesões localizadas no 
cérebro. 
↪ Assim, a tentativa de restringir a psiquiatria a 
um fragmento do corpo, a uma “especialidade do 
cérebro”, não teve êxito. 
Crise do Modelo Médico Tradicional 
↪ O médico e o exercício profissional atravessam 
uma profunda crise, tanto em sua identidade como 
em sua ideologia. 
↪ O especialista, com certa frequência, procura 
ser somente um técnico. Percebe, no entanto, que 
isto não é possível, pois se vê obrigado a atender 
e a manejar os aspectos psicológicos dos 
pacientes. 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
↪ A atenção a este aspecto converte-se em uma 
“complicação embaraçosa”, da qual muitos 
médicos procuram afastar-se, objetivando fazer 
uma medicina de doenças e não de doentes. 
MODELO COMPREENSIVO
↪ Uma das con t r ibu ições do mode lo 
compreensivo é em relação ao conceito de saúde 
e doença. 
↪ E l e i n t r o d u z a m o d e r n a v i s ã o d a 
multifatoriedade de causas e efeitos, ainda 
predominante na cultura médica. 
↪ Fornece um conceito mais amplo de doença, 
sem confiná-la apenas aos seus aspectos 
biológicos. A doença passa a ser vista em todos 
os níveis de organização (biológica, psicológica e 
social) que se apresentam em constante interação. 
↪ Isto implica a valorização do paciente, em sua 
singularidade de indivíduo e globalidade 
biopsicossocial. 
CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS E PRÁTICA 
MÉDICA
↪ Muitas enfermidades têm como fator etiológico 
fundamental transtornos emocionais, e todo 
paciente, no modo de viver sua doença e lutar 
con t ra e la , emprega recursos que sua 
personalidade e seu modo particular de reagir lhe 
permitem. 
↪ Independentemente de sua etiologia, a doença 
está inserida na biografia do paciente, e o médico 
nunca poderá ajudá-lo devidamente se não 
compreender o significado biográfico do seu 
padecimento. 
↪ O significado de uma fratura de fêmur, por 
exemplo, para um homem de meia-idade, apoio 
da família, que não receberá nenhuma ajuda 
financeira enquanto estiver impossibilitado de 
voltar ao trabalho, será bem distinto daquele que 
possua uma situação estável, sem preocupações 
financeiras, que terá seus proventos integrais 
enquanto estiver afastado de sua função. 
↪ Estes modos involuntários de reação operam de 
maneira inconsciente e, muitas vezes, são 
irracionais, absurdos e contraproducentes para os 
desejos do paciente, e formam a base de 
condutas neuróticas. 
↪ Todo médico, seja qual for sua área, de vez em 
quando terá de enfrentar situações em que se 
manifestem quadros psiquiátricos. São exemplos 
disso as crises histéricas, estados de angústia no 
pré e pós-operatório, quadros confusionais com 
agitação, como o delírio febril das doenças 
infecciosas. 
 E X A M E C L Í N I C O 
↪ O exame clínico em psiquiatria compreende a 
entrevista psiquiátrica (que inclui a anamnese 
tradicional e o exame psíquico), além do exame 
físico. 
↪ Seus objetivos são semelhantes àqueles das 
outras especialidades médicas. No entanto, há 
particularidades que o diferenciam dos demais. 
Cumpre ressaltar que, além do objetivo do 
diagnóstico, a entrevista psiquiátrica tem 
importante função terapêutica. 
ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA
↪ Ainda que o médico veja o paciente uma única 
vez, é possível uma interação verdadeiramente 
terapêutica. Mesmo que seguido de outros 
subsequentes, esse primeiro encontro tem um 
s ignificado fundamenta l , tanto em níve l 
psicoterápico como diagnóstico. 
Entrevista inicial - O paciente 
↪ O paciente costuma reagir influenciado pelo 
que vivenciou em experiências anteriores. Assim, 
ele chega à primeira entrevista com um pre-
julgamento ou sentimento antecipado sobre o 
médico que o entrevistará.
↪ É importante, para a relação terapêutica, que o 
médico compreenda e aceite a desconfiança e os 
temores que o paciente traz para a primeira 
entrevista. 
↪ Em geral, ele se mostra ansioso acerca de sua 
enfermidade, da reação do médico e do 
tratamento psiquiátrico. 
↪ Ademais, sentem vergonha ou humilhação por 
terem de descrever seus sofrimentos mais íntimos, 
e os de sua família, a um estranho. 
↪ Por isso, é importante que o profissional evite 
qualquer atitude que pareça de aprovação ou 
reprovação. Ele deve compreender o paciente, e 
não julgá-lo.
Entrevista inicial - O médico 
↪ O médico, por sua vez, estará ansioso a cada 
encontro com um novo paciente, trazendo consigo 
a incerteza se saberá diagnosticar e atuar 
corretamente. 
↪ Talvez esteja preocupado com o julgamento 
que o paciente fará dele e de sua competência 
profissional. 
↪ Isso faz com que muitos profissionais procurem 
dar a seus pacientes um “rótulo diagnóstico” o 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle GomesSilva Andrade
quanto antes possível, encaixando-os em um 
esquema preestabelecido, por meio de uma 
percepção seletiva desde as primeiras frases do 
paciente, valorizando apenas os sintomas que 
concordam com o seu diagnóstico. 
↪ Seria uma maneira de livrar-se de um incômodo 
encontro, o mais rapidamente possível. 
↪ Não se pode desconhecer que o médico não 
leva para a entrevista apenas suas qualidades 
profissionais, mas também suas características 
pessoais. Sua estrutura de caráter, seus valores e 
sua sensibilidade aos sentimentos alheios terão 
grande influência no relacionamento com os 
pacientes.
ENTREVISTADOR PRINCIPIANTE 
↪ O estudante apresenta o temor de estar agindo 
de maneira inadequada ou estar importunando, 
deixando, com frequência, tais sentimentos 
transparecerem para o paciente. 
↪ As referências a essas questões deverão ser 
manejadas de maneira espontânea, e o estudante 
deve esclarecer sua condição de estudante 
(acadêmico, interno). 
↪ É a própria natureza da relação médico-
paciente que favorece o desejo de onisciência e 
onipotência. Se o entrevistador assumir esse 
papel, o paciente não poderá superar seus 
sentimentos básicos de impotência e inferioridade. 
↪ O médico poderá utilizar ainda o exibicionismo 
como uma maneira de conquistar a afeição ou a 
admiração de seus pacientes. A ostentação de 
grande conhecimento e de status social e 
profissional elevados são exemplos dessa atitude.
ALIANÇA TERAPÊUTICA 
↪ Nas situações em que o paciente vê o médico 
como fonte potencial de ajuda, este pode obter 
uma quantidade considerável de informações 
sobre ele e seu sofrimento, apenas ouvindo-o. 
↪ Contudo, há casos em que o paciente não 
consegue confiar no médico de início. Em tais 
situações, o sucesso da entrevista vai depender 
da capacidade do examinador em conquistar essa 
confiança, estabelecendo com seu paciente uma 
aliança terapêutica.
↪ Os primeiros momentos da entrevista têm 
importância fundamental na configuração da 
relação médico-paciente. A primeira impressão 
que o profissional produz no paciente costuma 
ficar gravada na mente dele de maneira 
permanente. 
↪ Se o primeiro contato não for bom, mas, ao 
contrário, for traumático para o paciente, é 
provável que os efeitos negativos sobre a relação 
jamais sejam anulados, por mais esforços que o 
médico faça em restabelecê-la. 
TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA 
↪ Alguns fatores sempre presentes na dinâmica 
de uma entrevista são difíceis de serem 
percebidos, pois ocorrem em nível inconsciente, 
tanto no paciente como no médico. 
↪ Estes derivam da identificação inconsciente que 
ele faz do médico com algum personagem 
significativo de sua infância (pais, irmãos, tios, 
babás). 
↪ Sem se dar conta, o paciente tende a se 
relacionar com o médico da mesma maneira como 
se relacionava com tal personagem (ou 
personagens) de sua infância: ou seja, transfere 
para a relação médico-paciente a dinâmica 
psicológica de seus primeiros conflitos afetivos 
infantis, que marcaram de maneira permanente 
seu modo de reação inconsciente.
↪ O médico não está imune à psicodinâmica do 
inconsciente. Chamam-se contratransferência os 
fenômenos de projeção sobre o paciente da 
própria estrutura inconsciente do médico. 
↪ Nessa situação, o profissional reage ao 
paciente como se este fosse uma figura de seu 
passado. Então, quanto mais intensos forem os 
padrões neuróticos do médico, maior é a 
possibilidade de respostas contratransferenciais. 
↪ O manejo desses mecanismos transferenciais e 
contratransferenciais exige um treinamento 
especial, que inclui a própria análise pessoal. 
↪ Contudo, isso não impede que o médico geral 
ou especialista possa desfazer certas reações 
transferenciais, por meio de uma relação médico-
paciente compreensiva e afetuosa. 
 A N A M N E S E 
↪ Durante a entrevista, o médico obtém dados 
que serão incorporados à anamnese e ao exame 
psíquico.
↪ A anamnese psiquiátrica tem os mesmos 
elementos de toda história clínica: identificação, 
queixa principal, história da doença atual, história 
pessoal, antecedentes pessoais e familiares, bem 
como hábitos de vida. 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
↪ No entanto, em virtude das características da 
doença mental, a coleta e a interpretação dos 
dados apresentam algumas peculiaridades. 
↪ Em geral, os dados da anamnese são obtidos 
de duas fontes: do próprio paciente e de seus 
acompanhantes (geralmente familiares). Nem 
sempre, as duas fontes são tota lmente 
concordantes. 
↪ O paciente pode simular sintomas psiquiátricos, 
porém isso é um fato relativamente raro. 
Difici lmente uma pessoa pode sustentar 
sintomatologia coerente com determinado 
transtorno psiquiátrico por muito tempo. 
↪ A omissão de sintomas, em contrapartida, 
ocorre com bastante frequência. Nesse caso, o 
paciente omite os sintomas por medo do 
tratamento (p. ex., internação) ou como 
consequência da sua atitude de desconfiança em 
relação ao examinador. 
↪ Mesmo que o paciente procure ser sincero, 
poderá omitir importantes informações por 
mecanismos de defesa inconscientes. 
↪ Com frequência, o paciente psiquiátrico vai 
acompanhado à entrevista. Quando isso ocorre, 
deve-se ouvi-lo em primeiro lugar, para, depois, 
sempre na presença dele, ouvir o acompanhante. 
↪ Os dados fornecidos por outras pessoas 
também podem estar distorcidos, como, por 
exemplo, as dificuldades que os pais têm em ver 
distúrbios de conduta nos filhos, bem como as 
deformações por inveja e a competição entre 
irmãos. 
↪ Nesses momentos, é preciso lembrar que a 
imparcialidade é uma das condições necessárias 
na relação médico-paciente, não devendo o 
profissional tomar partido de um ou de outro. 
↪ No caso de crianças e adolescentes, alguns 
psiquiatras preferem entrevistar primeiro os pais e, 
em um segundo encontro, o paciente. Outros 
acreditam que a entrevista com todos os familiares 
possibilita, desde o início, a observação de como 
interagem entre si.
↪ A entrevista deve ser em um ambiente que 
re s g u a rd e a p r i v a c i d a d e d o p a c i e n t e . 
Evidentemente, ele não se sentirá encorajado a 
revelar aspectos íntimos de sua vida em um local 
onde a privacidade não esteja assegurada. 
↪ Da mesma maneira, é importante que o 
profissional fale ao paciente de seu compromisso 
de guardar sigilo do que lhe for comunicado, 
quando perceber seu embaraço no decorrer da 
entrevista. 
↪ O médico precisa ter em mente um roteiro que 
o auxilie a cobrir todos os pontos úteis e 
necessários para diagnóstico e compreensão 
global do paciente. No entanto, esse roteiro não 
deve ser aplicado por meio de um questionário. As 
informações devem ser colhidas a partir da 
exposição do paciente, iniciada de modo mais livre 
possível. 
↪ A intervenção inicial do médico deve ser 
cumprimentar o paciente. Em seguida, perguntar-
lhe o motivo de sua ida à consulta. 
↪ Geralmente, o paciente começa a falar de suas 
queixas ou do motivo pelo qual foi à consulta. 
Outras vezes, permanece em silêncio, como se 
estivesse aguardando as perguntas do examinador 
(como no modelo médico tradicional). O 
esclarecimento quanto à importância de ouvir o 
que ele tem a dizer, encorajando-o a falar 
livremente, costuma quebrar o silêncio inicial.
↪ Próximo ao final da entrevista (10 a 15 min 
antes do término previsto), o médico deve informar 
ao paciente que ela está terminando. Nesse caso, 
devem-se aproveitar os minutos finais para 
esclarecer, com o paciente, algum ponto que não 
tenha ficado claro.
↪ Outra questão que pode interferir na anamnese 
e na relação com o paciente, refere-se às 
informações obtidas pelos pacientes em sites de 
busca da internet sobre doenças, exames e 
tratamentos. 
↪ Muitos pacientes se apropriam deles e, mesmo 
sem entendê-los,introduzem-nos durante a 
entrevista, questionando e até contradizendo o 
médico. 
↪ É necessário adquirir capacidade de lidar com 
esse problema, aprendendo, inclusive, a tirar 
proveito para informar melhor o paciente e os 
familiares. 
↪ Geralmente, o paciente (ou acompanhante) 
espera que o médico, ao fim da entrevista, diga 
alguma coisa sobre o que ele tem, e lhe dê 
esclarecimentos e orientações sobre o tratamento 
a ser seguido. 
↪ O plano geral da assistência proposta deve ser 
feito da maneira mais clara possível, no nível de 
compreensão do paciente. O uso de termos 
técnicos deve ser sempre evitado. 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
↪ Caso o médico não esteja seguro do 
diagnóstico, é preferível que ele faça novas 
entrevistas antes de começar o tratamento, desde 
que não seja, obviamente, um caso de emergência 
psiquiátrica.
 E X A M E P S Í Q U I C O 
↪ O exame psíquico consiste na avaliação do 
estado mental do paciente no momento da 
entrevista. É feita pela observação do seu 
comportamento, pela relação que estabelece com 
o examinador e pela pesquisa de sinais e sintomas 
psicopatológicos. 
↪ Sua importância é comparável à do exame 
físico para os outros ramos da medicina. Há, 
contudo, uma particularidade fundamental: 
diferentemente das outras áreas nas quais se pode 
recorrer a aparelhos e testes laboratoriais para 
confirmar os achados clínicos, não se dispõe, na 
maioria das vezes, de recursos complementares 
que confirmem as impressões colhidas no exame 
psíquico. 
↪ Tais influências fazem com que um mesmo 
paciente examinado por outro médico tenha seu 
estado mental avaliado diferentemente, assim 
como um examinador pode avaliar o estado 
mental de seu paciente de maneira diferente, dias 
ou mesmo horas após o primeiro exame. 
↪ Essas discordâncias podem ser também 
consequentes às flutuações e modificações da 
sintomatologia psicopatológica. Um paciente 
examinado pela manhã, mostrando um estado de 
consciência, orientação e pensamento normais, 
pode apresentar-se desorientado e confuso ao 
final do dia. 
↪ As dificuldades do exame psíquico não devem 
servir de pretexto para deixá-lo de lado, negando 
sua importância. No curso de medicina, pouca 
atenção e tempo são dedicados ao ensino do 
exame psíquico. Isso favorece a tendência de ver 
o paciente sem uma avaliação diagnóstica 
adequada. 
↪ O perigo dessa atitude pode ser exemplificado 
pelo estudo feito por Murphy em um grupo de 
pacientes que cometeram suicídio. Verificou-se 
que a maioria deles foi vista por médicos 6 meses 
antes de suas mortes. Não só as queixas 
depressivas passaram despercebidas, como 
também foram prescritos sedativos para suas 
queixas de insônia, em quantidade suficiente para 
transformar-se em dose letal, caso o paciente 
resolvesse ingeri-los de uma só vez.
↪ O exame psíquico detalhado constitui função 
do especialista, mas, de modo resumido, como 
exposto aqui, deve ser um instrumento a ser 
utilizado por todo médico. 
EXAME PSÍQUICO DA CRIANÇA 
↪ Nesse exame, procura-se pesquisar os dados 
necessários para traçar o perfil do estado ou 
funcionamento mental da criança. 
↪ A maior parte dessas funções está sob o 
domínio do ego e, por isso, são chamadas de 
funções do ego. Elas são responsáveis pelo 
controle das funções motoras, desenvolvimento da 
fala, pela memória, percepção, atenção, 
inte l igência, noção de real idade e pelo 
pensamento. 
↪ No bebê, tais funções estão embrionárias, mas 
ele apresenta predisposição genética para 
desenvolvê-las.
↪ É recomendável que a criança seja avisada, 1 a 
2 dias antes da entrevista, da sua ida ao médico e 
sobre o motivo da consulta. As explicações 
deverão ser simples e claras, levando em conta a 
idade dela. Os pais deverão também acrescentar 
que se trata de uma consulta diferente, que o 
médico estará interessado essencialmente em 
conhecê-la para ajudá-la nas dificuldades que, 
porventura, existam. 
↪ Para tanto, o médico colocará à disposição da 
criança jogos, material de desenho e brinquedos, 
os quais ele poderá usar, ou, caso prefira, irá 
conversar. 
↪ Para crianças maiores e adolescentes, o 
profissional deve assinalar o caráter confidencial 
da entrevista, explicando que tudo o que for dito 
ali ficará entre eles, cabendo ao paciente a 
decisão de contar ou não aos pais sobre o 
conteúdo da entrevista. 
↪ Para isso, é muito importante que, 
principalmente com o adolescente, os contatos 
seguintes com os pais sejam feitos na presença 
dele para manter o c l ima de confiança 
estabelecido entre ele e o médico.
FUNÇÕES PSÍQUICAS 
↪ A fragmentação da vida psíquica em funções é 
utilizada na descrição dos sinais e sintomas 
psicopatológicos. Assim, estudam-se os distúrbios 
da consciência, da orientação, da memória etc. 
c o m o s e f o s s e m p r o c e s s o s i s o l a d o s , 
independentes uns dos outros.
↪ No entanto, a divisão da vida psíquica em 
funções isoladas é artificial, pois, na verdade, elas 
se superpõem, constituindo um todo indivisível. 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
ESQUEMA PARA INVESTIGAÇÃO DAS 
FUNÇÕES PSÍQUICAS 
↪ Os seguintes itens têm como objetivo lembrar 
os pontos a serem observados e pesquisados, 
como também orientar o registro do exame 
psíquico: avaliação geral, relação com o 
entrevistador, consciência, atenção, orientação, 
p e n s a m e n t o , m e m ó r i a , a f e t i v i d a d e , 
sensopercepção, vontade, psicomotricidade e 
atividade motora e inteligência. 
Avaliação Geral 
↪ Deve-se observar o paciente desde sua entrada 
na sala de exame, verificando se veio sozinho ou 
acompanhado.
• Como foi sua entrada na sala? Entrou de 
maneira tímida, desconfiada, desafiante ou 
arrogante? Senta-se espontaneamente ou 
espera que seja convidado a fazê-lo? Como 
se senta? Joga-se na cadeira, senta-se de 
modo confortável ou tenso (na "ponta da 
cadeira”')? Permanece sentado na mesma 
posição ou a modifica constantemente? Com 
o decorrer da entrevista, sua atitude e postura 
foram sofrendo modificações? Tranquilizou-
se, permaneceu inquieto?
• Como são suas vestes? Encontram-se limpas 
e em alinho? Como está seu asseio corporal? 
Apresenta barba por fazer? Está penteado(a)? 
Usa maquiagem? Mostra-se silencioso(a) ou 
falante? Qual seu ritmo, sua intensidade e seu 
tom de voz? Fala espontaneamente ou só 
responde às perguntas? Como as responde: 
lentamente, de maneira clara, confusa, 
prolixa, perseverante? 

Relação com o Entrevistador 
↪ Toma a iniciativa de cumprimentar o 
entrevistador ou aguarda que ele o faça? Como é 
seu aperto de mão (firme, vacilante, oferece as 
pontas dos dedos)? Apresenta sudorese palmar, 
tremor? Mãos frias ou quentes?
↪ Que sentimentos o paciente desperta no 
examinador (compaixão, raiva, medo, estranheza, 
simpatia)? Adota uma atitude sedutora, irônica, 
desrespeitosa, hostil ou cooperativa? Consegue-
se estabelecer aliança terapêutica? 
Consciência 
↪ Deve ser registrado o nível de consciência do 
paciente, que vai desde o estado de consciência 
plena (percebe o que ocorre a sua volta e 
responde à essa percepção) até o coma (não 
responde à estimulação em diferentes graus). Esta 
avaliação decorre do contato com o paciente 
durante a entrevista. Algumas alterações de 
consciência são descritas abaixo: 
• Sonolência: lentificação geral dos processos 
ideacionais, com predisposição para dormir, 
na ausência de estimulação. 
• Obnubilação da consciência: diminuição do 
nível de vigília, acompanhado de dificuldade 
em focalizar a atenção e manter um 
pensamento ou comportamento objetivo. 
• Estupor: permanece em mutismo e sem 
movimentos, com preservação relativa da 
consciência. 
• Delirium: quadro agudo caracterizado por 
diminuição do nível de vigília, acompanhado 
de alterações cognitivas (desorientação,déficits de memória) ou perceptuais (ilusões e 
alucinações). 
• Estado crepuscular: estreitamento da 
c o n s c i ê n c i a , p o d e n d o m a n t e r 
comportamentos motores relativamente 
organizados, na ausência de um estado de 
c o n s c i ê n c i a p l e n a . O c o r r e , 
predominantemente, em estados epilépticos. 
Atenção 
↪ É a capacidade de concentrar a atividade 
psíquica em um determinado setor do campo da 
consciência.
↪ Alterações da atenção. O paciente tende a se 
voltar para a sua vida interior de maneira que 
atenda com dificuldade (ou não atenda) aos 
estímulos exteriores. Ele pode desviar sua atenção 
de um ponto para outro, sem conseguir fixar-se 
em nenhum; ou, ainda, concentrar-se em 
determinado ponto, mas por apenas poucos 
minutos. Em todos esses casos, diz-se que há 
diminuição da atenção. 
Orientação 
↪ A avaliação envolve aspectos auto e 
alopsíquicos. 
• Autopsíquica: se caracter izam pelo 
reconhecimento de si envolvendo: 
a) saber o próprio nome;
b) reconhecer as pessoas do seu meio 
imediato, através de seu nome ou de seu 
pape l soc ia l e saber quem é o 
entrevistador. 
• Alopsíquica: são avaliados:
a) a orientação no tempo, englobando 
saber informar - o ano, o mês, o dia da 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
semana, o período do dia, ou ainda a 
estação do ano, ou marcos temporais 
como Natal/ Carnaval/ Páscoa;

b) a orientação no espaço envolve saber 
informar onde se encontra no momento, 
nomeando o lugar, a cidade e o estado. 
 
Pensamento 
↪ É um conjunto de funções integradas, capazes 
de associar conhecimentos novos e antigos, 
estímulos internos e externos, analisar, abstrair, 
julgar, sintetizar, bem como criar. 
↪ No funcionamento do pensamento, outras 
funções psíquicas estão, particularmente, 
envolvidas: consciência, orientação, atenção, 
memória, inteligência e percepção. Qualquer 
alteração em uma delas trará consequências ao 
funcionamento global do pensamento. 
↪ Os distúrbios do pensamento são observados 
por meio da linguagem, que não é nada mais do 
que uma expressão simbólica do pensamento 
destinada à comunicação.


↪ São exclu ídas desses distúrbios as 
perturbações da linguagem resultantes de lesão 
cerebral (afasias, agrafias, alexias e suas 
variantes), as dificuldades de articulação da fala 
(disartrias), as afonias e disfonias, resultantes de 
problemas da laringe e respiratórios. 
↪ Normalmente, essas alterações próprias da 
linguagem podem ser diferenciadas sem maiores 
dificuldades dos distúrbios do pensamento. 
↪ Como recurso didático, podem-se dividir os 
distúrbios do pensamento em: distúrbios formais 
do pensamento, caracterizados principalmente 
pela forma (e não pelo conteúdo) do pensamento; 
perturbações do conteúdo, em que um 
pensamento aparentemente normal quanto à 
forma encerra ideias de cunho patológico – 
delírios, obsessões e fobias. 
Memória 
↪ A memória começa ser avaliada durante a 
obtenção da história clínica do paciente, com a 
verificação de como ele se recorda de situações 
da vida pregressa, tais como, onde estudou, seu 
primeiro emprego, perguntas sobre pessoas 
significativas de sua vida passada, tratamentos 
anteriores, etc. 
↪ A memória pode ser avaliada, também, através 
de testes específicos, alguns deles bastante 
simples, e que podem ser introduzidos numa 
entrevista psiquiátrica habitual. 
↪ A investigação da memória é, particularmente, 
importante quando se suspeita de quadros de 
etiologia orgânica. Habitualmente, divide-se a 
avaliação da memória em três tipos: 
• Memória Remota: avalia a capacidade de 
recordar-se de eventos do passado. 
• Memória Recente: avalia a capacidade de 
recordar-se de eventos que ocorreram nos 
últimos dias, que precederam a avaliação. 
Para esta avaliação o examinador pode 
perguntar sobre eventos verificáveis dos 
últimos dias, tais como: o que o paciente 
comeu numa das refeições anteriores, o que 
viu na TV na noite anterior, etc. 
• Memória Imediata: avalia a capacidade de 
recordar-se do que ocorreu nos minutos 
precedentes. Pode ser testada, pedindo-se 
ao paciente que memorize os nomes de três 
objetos não relacionados e depois de 5 
minutos, durante os quais se retomou a 
entrevista normal, solicitando-se que o 
paciente repita esses três nomes. 
↪ Ao observar-se uma deficiência de memória é 
importante, para alguns diagnósticos diferenciais, 
verificar-se como o paciente lida com ela, ou seja: 
tem uma reação catastrófica, diante da deficiência; 
nega ou tenta não valorizar o déficit de memória; 
preenche lacunas de memória com recordações 
falsas. 
Afetividade 
↪ A avaliação do afeto inclui a expressividade, o 
controle e a adequação das manifestações de 
sentimentos, envolvendo a intensidade, a duração, 
as flutuações do humor. 
↪ Considera-se humor a tonalidade de sentimento 
mantido pelo paciente durante a avaliação. Para a 
avaliação desta função considera-se: 
a) o conteúdo verbalizado;
b) o que se observa ou se deduz do tom de 
voz, da expressão facial, da postura 
corporal;
c) a maneira como o paciente relata 
experimentar os próprios sentimentos, e
d) o relato de oscilações e variações de 
humor no curso do dia. 
• To n a l i d a d e e m o c i o n a l : a v a l i a - s e 
p re d o m i n a n t e d u r a n t e a e n t re v i s t a , 
observando-se a presença e a intensidade de 
manifestações de: ansiedade, pânico, tristeza, 
depressão, apatia, hostilidade, raiva, euforia, 
elação, etc.
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
• Modulação: Refere-se ao controle sobre os 
afetos.
• Associação pensamento/afeto: constitui-se 
em ponto importante, devendo-se considerar: 
o nível de associação / dissociação e a 
adequação / inadequação das manifestações, 
para tal deve-se levar em conta a temática e o 
contexto na qual ela está inserida. 
• Equivalentes orgânicos: devem ser avaliados 
com base nas alterações do apetite, peso, 
sono e libido. 
↪ É importante observar na avaliação desta 
função, a presença de manifestações ou risco de 
auto e heteroagressividade, tais como idéias ou 
planos de suicídio, ou ainda idéias ou projetos de 
homicídio ou agressão voltada para o meio. 
↪ Deve-se considerar, ainda, na avaliação desta 
função as manifestações relativas a auto-estima, e 
a volição, enquanto a energia que a pessoa está 
investindo e a disposição com a qual está se 
envolvendo na realização de seus projetos 
pessoais. 
Sensopercepção 
↪ O examinador deverá avaliar se as sensações e 
percepções do paciente resultam da estimulação 
esperada dos correspondentes órgãos do sentido. 
↪ Para isso, pode valer-se de relatos espontâneos 
de percepções alteradas; da observação de 
comportamentos sugestivos de percepções, na 
ausência de estímulos externos (conversar consigo 
mesmo, rir sem motivo); ou, ainda, pode formular 
perguntas diretas sobre tais alterações (p.ex., 
“Você já teve experiências estranhas, que a 
maioria das pessoas não costumam ter?” “Você já 
ouviu barulhos ou vozes, que outras pessoas, 
estando próximas, não conseguiram ouvir?”). 
↪ As principais alterações da senso-percepção 
são:

• Despersonalização: refere-se à sensação de 
estranheza, como se seu corpo, ou partes dele 
não lhe pertencessem, ou fossem irreais.
• Desrealização: o ambiente ao redor parece 
estranho e irreal.
• Ilusão: interpretação perceptual alterada, 
resultante de um estímulo externo real.
• Alucinações: percepção sensorial na ausência 
de estimulação externa do órgão sensorial 
envolvido. As alucinações podem ser: auditivas, 
visuais, táteis, olfatórias e gustativas. As 
alucinações que ocorrem no estado de 
sonolência, que precede o sono (hipnagógicas) 
e no estado semiconsciente, que precede o 
despertar (hipnopômpicas) são associadas ao 
sono normal e não são, necessariamente, 
patológicas. 
Vontade 
↪ É a disposição que uma pessoa tem para a 
ação, a partir de uma escolha ou decisão sua. 
↪ Distúrbios da vontade. Na diminuição davontade, o paciente deprimido relata, em geral, 
perda da vontade. Nada lhe interessa, sente-se, às 
vezes, incapaz de realizar as mais simples tarefas 
(tomar banho, trocar de roupa). Por mais que seja 
estimulado, permanece sem disposição para 
qualquer ação. Em pacientes esquizofrênicos, a 
vontade pode estar comprometida em nível da 
iniciativa (pragmatismo). 
↪ Negativismo é um termo que denomina as 
situações nas quais o paciente não atende ao que 
lhe é pedido. Essa oposição pode ser de maneira 
ativa, quando tende a fazer o contrário daquilo que 
lhe foi solicitado, ou, de modo passivo, quando, 
simplesmente, abstém-se de colaborar. Pode 
o c o r re r e m d i v e r s o s d i s t ú r b i o s , c o m o 
esquizofrenia, depressão, mania, síndrome 
cerebral orgânica, neurose e simulação. 
↪ Os pacientes esquizofrênicos costumam 
apresentar outros distúrbios da vontade, bastante 
sugestivos da doença, que são: automatismo ao 
comando (o paciente obedece instantaneamente 
ao que lhe é ordenado, como um autômato, sem o 
controle de sua vontade); ecolalia (repete por 
imitação as palavras que lhe são dirigidas.
↪ Aumento da vontade ocorre, sobretudo, na fase 
maníaca da psicose maníaco-depressiva, ocasião 
em que o paciente experimenta uma grande 
disposição para realizar tarefas, mas de maneira 
desordenada e sem persistência. 
↪ Atos impulsivos são aqueles que não passam 
pela vontade do paciente ou que ele, em que pese 
a sua intervenção, não consegue controlá-los.
↪ Os distúrbios da sexualidade são incluídos, 
geralmente, dentro da visão psicopatológica 
clássica, como alterações dos instintos.
Psicomotricidade e Atividade Motora 
↪ A vida psíquica do paciente tem a sua 
expressão objetiva no conjunto de seus gestos e 
movimentos, a que se denomina psicomotricidade. 
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↪ Os distúrbios da psicomotricidade têm grande 
valor semiológico em psiquiatria. Muitas vezes, 
fornecem pistas seguras em direção a uma 
determinada afecção psiquiátrica. 
↪ O aumento da psicomotricidade pode ocorrer 
em situações normais, como a atividade frenética 
de uma pessoa dinâmica, passando pela 
inquietação do ansioso, até as graves agitações 
dos pacientes psicóticos (síndromes cerebrais 
orgânicas, esquizofrênicos e maníacos). 
↪ A diminuição da psicomotricidade oferece um 
quadro exatamente oposto – em vez de mímica 
rica, alternante, há uma expressão pobre, parada. 
↪ Um grau extremo de diminuição da 
psicomotricidade é o estupor, no qual, além de 
inibição completa da psicomotricidade, há 
diminuição da resposta aos estímulos dolorosos. 
Nesses casos, a expressão facial tem valor 
semiológico: sonolência e torpor no paciente 
orgânico, tristeza no paciente deprimido e 
alheamento no esquizofrênico. 
↪ O examinador pode notar, em algumas 
situações, que os gestos do paciente não lhe 
dizem nada e não têm as características de uma 
expressão normal, mostrando um caráter afetado 
e antinatural. Pode ocorrer na esquizofrenia, na 
neu rose h i s t é r i ca e nos d i s tú rb ios de 
personalidade. 
↪ Quando a essa afetação de gestos e posturas 
juntam-se movimentos absurdos e reiterados, 
trata-se de estereotipias. Se a repetição for de 
uma expressão facial, denomina-se mímica 
estereotipada. Na ausência de causa neurológica 
(tiques faciais), as estereotipias podem sugerir 
esquizofrenia. 
Inteligência 
↪ É a capacidade de adaptar o pensamento às 
necessidades do momento ou de adquirir novos 
conhecimentos. Pressupõe três t ipos de 
inteligência: uma abstrata (capacidade de 
compreender e lidar com ideias abstratas e 
símbolos); uma mecânica (capacidade de 
compreender, inventar e manipular aparelhos) e 
uma social (capacidade de atuar adequadamente 
nas relações humanas e situações sociais). 
↪ A inteligência do paciente pode ser avaliada, 
por seus conhecimentos gerais (p. ex., nome do 
país, da capital e do governador do seu estado, do 
Presidente da República), pelo seu vocabulário 
(número de vocábulos e de que maneira os 
emprega), sempre de acordo com sua idade, 
condições socioculturais e nível de escolaridade. 
Pode-se, ainda, recorrer a testes simples, como a 
interpretação de provérbios e os testes das 
similaridades. 
↪ Observando um déficit intelectual, devem-se 
procurar dados, no sentido de esclarecer se tal 
deficiência sempre existiu (oligofrenia) ou se surgiu 
na fase adulta (demência).
 E X A M E F Í S I C O 
↪ O exame físico deve ser parte integrante do 
exame psiquiátrico, mesmo quando o paciente 
apresenta apenas sintomas psiquiátricos. 
↪ Nem sempre o paciente psiquiátrico permite 
que o médico faça o exame físico. Alguns se 
mostram pouco cooperativos, outros desconfiados 
com a aproximação física do médico, outros hostis 
ou apresentam atitude francamente agressiva. 
↪ Nessas situações, não é aconselhável insistir, 
postergando-se o exame para um momento mais 
adequado. 
↪ Quando não é possível realizá-lo por completo 
e não se têm maiores dados sobre o paciente 
(situação relativamente frequente nas emergências 
psiquiátricas), a observação cuidadosa e atenta do 
paciente passa a ter uma importância crucial. 
↪ No exame físico geral, têm grande importância 
para o diagnóstico diferencial psiquiátrico: 
➡ Estado geral do paciente. Se está 
aparentemente saudável ou demonstra 
sinais físicos de doença crônica ou aguda. 
➡ Estado de nut r ição . Se aparen ta 
emagrecimento ou obesidade.
➡ Pele. Coloração e eventuais lesões; 
observar cicatrizes e equimoses que 
estejam relacionadas com auto-agressão, 
crises epilépticas e uso de drogas; icterícia. 
➡ Estatura e constituição. Observar se o 
paciente é excessivamente alto ou baixo, se 
apresenta simetria e proporção corporais e 
presença de deformidades. 
➡ Caracteres sexuais secundários. A voz, a 
implantação dos cabelos, o tamanho dos 
seios, se estão de acordo com a idade e o 
sexo do paciente. 
➡ Postura, atividade psicomotora e marcha. 
Sinais de desconforto, cansaço e dor. 
Sudorese, dispneia.
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➡ Odor do corpo e da respiração. Pode 
fornecer importantes dados diagnósticos. 
Falta de higiene corporal, perda do controle 
esfincteriano, hálito cetônico, alcoólico são 
dados importantes.
↪ No exame físico do paciente psiquiátrico, a 
avaliação neurológica tem particular importância, 
sobretudo quando há comprometimento das 
funções psíquicas: consciência, atenção, 
orientação, memória, inteligência; e determinados 
distúrbios da sensopercepção.
↪ Por motivos práticos e terapêuticos, o 
psiquiatra talvez prefira que o exame físico seja 
feito por outro médico.
↪ A perda da capacidade de palpação, percussão 
e auscultação pelo psiquiatra pode ser justificada, 
mas não a da sua capacidade de observação. 
Assim como a apreensão de dados psicológicos 
não verbais, a percepção de indícios de doença 
somática, dos mais claros aos mais sutis, é parte 
fundamental de sua função. 
OBJETIVO 02 
↪ O conceito de estresse foi apresentado 
inicialmente por Hans Selye em 1936, tendo 
havido posteriormente um crescente interesse dos 
pesquisadores quanto à identificação dos agentes 
estressores, bem como dos eventos fisiológicos 
envolvidos na resposta ao estresse. 
↪ O estresse é comumente definido como uma 
condição ou estado em que a homeostase do 
organismo é perturbada, como resultado de 
estímulos estressores. 
↪ É uma constelação de eventos, envolvendo a 
participação de diferentes sistemas do organismo 
em resposta a agentes estressores, como fatores 
climáticos, hiperpopulação, infecções, exercício 
físico intenso, desnutrição, ruído, odor, entre 
muitos outros. 
↪ Em resposta à condição de estresse, Selye 
denominou como “Síndrome Geral de Adaptação” 
os eventos de resposta ao estresse que ocorrem 
em três importantesfases:

1. a reação de alarme, na qual o organismo 
percebe o estímulo estressante;
2. a fase de resistência, que consiste na 
tentativa de adaptação do organismo frente 
ao estímulo;
3. a fase de exaustão, quando o organismo 
perde a capacidade de adaptação. 
↪ O estresse é uma resposta adaptativa 
fundamental à sobrevivência, e os mecanismos 
básicos e as moléculas envolvidas na resposta ao 
estresse são similares e bem preservados ao longo 
da evolução das espécies. 
↪ Diversos autores têm investigado as variações 
hormonais durante o estresse as quais preparam 
o organismo para reagir frente à condição de 
estresse. Estas variações incluem:
1. aumento da secreção das catecolaminas 
(epinefrina e norepinefrina) pelo sistema 
nervoso autônomo;
2. l iberação hipotalâmica do hormônio 
liberador de corticotropina (CRH) na 
circulação e, após poucos segundos, o 
aumento da secreção do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) pela pituitária; 
3. diminuição da liberação do hormônio 
liberador de gonadotrofinas (GnRH) do 
hipotálamo e das gonadotrofinas da 
pituitária; e
4. aumento da secreção de prolactina, de 
hormônio do crescimento (GH) e de 
glucagon.
↪ Dois componentes que estão bem distinguidos 
e envolvidos na ativação da resposta ao estresse 
são o eixo HPA e o SNA. Assim, a resposta do 
organismo ao estresse está associada à sua 
a t i v a ç ã o , a c a r r e t a n d o m u d a n ç a s n a s 
concentrações de vários mediadores relacionados 
ao estresse. 
➡ A ativação do eixo HPA inicia-se através 
dos impulsos nervosos originários do 
estresse que são transmitidos para o 
hipotálamo. O hipotálamo, por sua vez, 
secreta o CRH, o qual passa pelo sistema 
porta hipotálamo-hipofisário, chegando até 
a hipófise anterior. Neste local, o CRH induz 
a secreção do ACTH, que flui pela corrente 
sanguínea até o córtex da adrenal, 
induzindo a secreção de glicocorticóides 
como o cortisol e aldosterona. 
➡ Nem sempre os níveis de ACTH e de 
glicocorticóides encontram-se elevados 
durante o estresse. 
➡ Ostrander et al. observaram que animais 
s u b m e t i d o s a e s t r e s s e c r ô n i c o 
apresentaram menor concentração de ACTH 
liberado do que de corticosterona. 
➡ Embora a produção de glicocorticóides seja 
estimulada através da liberação de ACTH, 
estudos sugerem que sua produção 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
t a m b é m p o d e s e r m o d u l a d a p o r 
mecanismos ACTH-independentes. 
➡ Já o SNA ativado resulta na secreção de 
acetilcolina, que induz a medula da adrenal 
a liberar epinefrina e norepinefrina na 
corrente sanguínea. Uma vez liberadas, as 
catecolaminas induzem aumento da 
frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo 
para os músculos, da glicemia e do 
metabolismo celular, na tentativa de 
favorecer um melhor desempenho físico e 
mental durante o estresse. 
➡ A ativação do SNA, que ocorre em 
segundos, permite a resposta adaptativa ao 
estressor, enquanto que o eixo HPA, por sua 
vez, apresenta uma resposta mais lenta, 
envolvendo a liberação dos glicocorticóides, 
os quais, dependendo da quantidade em 
que são secretados, podem levar à 
imunossupressão. 

➡ A ativação sustentada ou frequentemente 
repetitiva dos dois eixos, sem a presença de 
recuperação (relaxamento), resulta em 
desenvolvimento de doenças. Essa ativação 
sustentada é o resultado da prolongada 
exposição ao estressor, ao qual o indivíduo 
não consegue se adaptar. 
➡ Elevada pressão sanguínea pode ser 
considerada sinal de desregulação do SNA, 
enquanto que a hiper ou hiposecreção de 
cortisol é um indicativo da desregulação do 
eixo HPA. 
➡ Por outro lado, as respostas desencadeadas 
pelo est ímulo estressor podem ser 
reguladas por complexos mecanismos de 
f e e d b a c k f r e n t e a o s m e d i a d o r e s 
neuroendócrinos. 

↪ O feedback negativo é um mecanismo 
regulatório que inibe a liberação exacerbada dos 
hormônios pituitários-adrenais durante a ativação 
do eixo HPA induzida pelo estresse. A inibição do 
eixo HPA pelo feedback negativo é mediada pelos 
glicocorticóides e por seus receptores no 
hipocampo, hipotálamo e na pituitária. 
➡ E s t e f e n ô m e n o e x e r c i d o p e l o s 
glicocorticóides sobre a secreção de ACTH 
e de CRH limita a duração da exposição 
t o t a l d o o rg a n i s m o a o s p r ó p r i o s 
glicocorticóides, inibindo deste modo seus 
efeitos imunossupressores. 
➡ Os receptores envolvidos nesta ação 
inibitória sobre eixo HPA incluem o receptor 
mineralocorticóide (MR), que responde a 
níveis basais de glicocorticóides, e o 
receptor para glicocorticóide (GR) que 
responde a concentrações mais altas, 
devido a diferenças na sensibilidade destes 
receptores a estes hormônios. 

➡ O feedback negativo pode ser tardio, 
q u a n d o o e f e i t o i n i b i t ó r i o d o s 
glicocorticóides leva horas para ocorrer, ou 
rápido (após segundos ou minutos), 
dependendo do tipo de estresse ao qual o 
indivíduo está submetido ou da resposta 
adaptativa do mesmo frente ao agente 
estressor. 
➡ Por outro lado, quando o mesmo estressor é 
repetido, a resposta do eixo HPA pode se 
dessensibilizar, o que é denominado de 
“habituação”. A habituação acarreta 
decréscimo gradual na atividade do eixo 
HPA, o que se deve, pelo menos em parte, a 
alterações na inibição causada pelo 
feedback negativo. 
➡ O efeito da habituação frente ao estresse 
crônico foi observado em nossos estudos. 
Camundongos submetidos a estresse 
crônico por 7 dias consecutivos não 
apresentaram diferenças significativas na 
produção de corticosterona plasmática em 
comparação ao grupo controle. 

➡ A a d m i n i s t r a ç ã o s u b c u t â n e a d e 
antagonistas de MR ou de MR e GR pode 
prevenir a habituação das respostas do eixo 
HPA ao estresse repetitivo por imobilização. 
➡ A administração apenas do antagonista do 
MR também foi capaz de bloquear o efeito 
de habituação induzida pela corticosterona. 
Por outro lado, o antagonista de GR por si 
só não alterou os níveis do hormônio 
quando os animais foram estressados pela 
primeira vez. 
➡ Contrariamente, a resposta do eixo HPA 
pode ser desinibida, sendo um possível 
resultado da redução da ocupação dos 
recep to res MR. Esse f enômeno é 
denominado “facilitação ou sensibilização” 
do eixo HPA.
 
➡ Assim, o eixo HPA pode novamente 
responder ao estresse do mesmo modo ou 
até mesmo mais intensamente do que 
inicialmente. 

↪ Evidências relatam fortemente a existência da 
correlação entre os sistemas neuroendócrino e 
imunológico, podendo este último ser em parte 
Medicina - 5º P Layssa Ravelle Gomes Silva Andrade
regulado pelo eixo HPA e pelo SNA. Como essa 
interação é de caráter bidirecional, o sistema 
imune também pode enviar mensagens ao SNC, 
através das citocinas pró-inflamatórias. 
➡ A s c i t o c i n a s s ã o i m p o r t a n t e s n a 
investigação dos mecanismos da resposta 
ao estresse, uma vez que são polipeptídeos 
produzidos pelas células imunológicas em 
resposta a qualquer desequilíbrio da 
homeostase, como injúrias, inflamações e 
infecções. 
➡ Além disso, elas também podem ser 
expressas pela maioria dos tipos celulares 
de regiões do cérebro.

➡ Citocinas presentes na circulação sanguínea 
podem ativar o SNC ao atravessar a barreira 
hematoencefálica. Também induzem a 
produção de óxido nítrico sintase e 
ciclooxigenase por células endoteliais 
cerebrais, estimulando, indiretamente, as 
atividades do SNC.
➡ Como exemplo, pode-se citar a IL-1β, que 
a tua no núc leo paravent r icu la r do 
hipotálamo, onde os neurônios que contêm 
o CRH estão localizados. Deste modo, o 
CRH é liberado, resultando na secreção do 
ACTH, que por sua vez, induz o córtex da 
adrenal a liberar os glicocorticóides. 

➡ As citocinas derivadas do cérebro também 
ativam o eixo HPA. A IL-1 induz a expressão 
gênica de CRH, enquanto a IL-2 estimula a 
secreção de AVP (arginina vasopressina). 
➡ Já IL-6 e TNF-α estimulam a secreção de 
ACTH. No entanto, as citocinas cerebraisexercem principalmente o papel de fatores 
de crescimento para as células nervosas, 
protegendo-as ou induzindo-as à morte 
celular. 

➡ Várias citocinas, principalmente as pró-
inflamatórias (IL-1β, TNF-α e IL-6), podem 
ativar o eixo HPA e produzir outros efeitos 
no sistema nervoso, como o aumento da 
temperatura corporal e a indução do sono. 
De fato, os sintomas relacionados ao 
“comportamento doentio” desencadeado 
durante o estresse são mediados por tais 
citocinas. 

➡ Estudos envolvendo a administração de LPS 
(lipopolissacarídeo) ou de citocinas pró-
inflamatórias como IL-1(α ou β) e TNF-α têm 
demonstrado que tais citocinas provocam 
direta ou indiretamente efeitos psicológicos 
e comportamentais, como febre, ativação 
do eixo HPA, redução de apetite, depressão, 
dentre outros. 
➡ Contrariamente, ao administrar citocinas 
ant i- inflamatór ias como a IL-10 ou 
antagonistas de receptores para citocinas 
pró-inflamatórias (como o IL-1ra), pode-se 
induzir a diminuição destes efeitos. 


↪ Dependendo da sua intensidade e tempo, o 
estresse pode ser considerado agudo ou crônico. 

ESTRESSE AGUDO 
↪ O estresse agudo pode ser entendido como 
uma ameaça imediata, a curto prazo, comumente 
conhecida como resposta à luta ou fuga. A 
“ameaça” pode ser qualquer situação considerada 
como perigosa e, após o evento (que dura de 
minutos a horas ) , há uma resposta de 
relaxamento. 


↪ Em geral, como consequências fisiológicas 
imediatas devido a alterações hormonais na 
resposta ao estresse, ocorre aumento do ritmo 
cardíaco e frequência respiratória, ativação da 
resposta imune, mobilização de energia, aumento 
do fluxo sanguíneo cerebral e da utilização da 
glicose, perda de apetite, do interesse sexual e 
maior retenção de água e vasoconstrição (para o 
caso de perda de fluidos). Estes fenômenos 
ocorrem em períodos que vão de segundos a 
poucos minutos. 


↪ O estresse relativamente agudo parece 
favorecer as funções imunológicas.Tanto os 
experimentos em animais quanto em humanos 
demonstram que a exposição aos estressores 
agudos pode aumentar a resposta imune a 
patógenos. 
↪ Indivíduos vacinados contra o vírus influenza 
apresentaram aumentada produção de anticorpos 
após serem submetidos a estresse agudo. 
Ademais, o estresse psicológico agudo pode 
induzir a resposta imune celular, através do 
aumento do número de células natural killer (NK) e 
de granulócitos. 
ESTRESSE CRÔNICO 
↪ Por outro lado, o estresse é denominado 
crônico quando persiste por vários dias, semanas 
ou meses. 
↪ Há evidências de que as respostas ao estresse 
crônico possam causar, clinicamente, relevante 
imunossupressão, embora nem sempre haja 
concordância entre os pesquisadores quanto ao 
t ipo, duração e intensidade do estresse 
psicológico. 
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OBJETIVO 03 
↪ No dinâmico processo saúde-doença a 
condição de adoecimento, acompanha a 
humanidade e necessita do cuidado à saúde para 
que seja estabelecida a condição de saúde e 
equilíbrio do individuo e coletividade. Muitas 
vezes, este cuidado não pode ser auto-realizado e 
surge o importante papel do cuidador.
↪ O cuidador é a pessoa, membro da família ou 
não que se dispõe a cuidar da pessoa doente ou 
dependente auxiliando a execução de atividades 
cotidianas da vida, com ou sem remuneração 
para, tais como: higiene pessoal, alimentação, 
administração de medicamentos, ida a consultas, 
bancos ou farmácias, independente da gravidade 
da doença e fluxo de cuidado.
↪ Estes cuidadores podem ser formais ou 
i n f o r m a i s . O s c u i d a d o re s f o r m a i s s ã o 
representados pelas equipes de profissionais de 
saúde entre os quais a enfermagem possui suas 
competências centradas na manutenção deste 
cuidado. 
↪ Os cuidadores informais são, muitas vezes, 
familiares, principalmente do sexo feminino, não 
remunerados, pouco assistidos e orientados pelos 
serviços de saúde, que auxiliam no cuidado em 
saúde mental em suas residências.
↪ O cuidado prestado varia desde intervenções 
simples até cuidados intensivos e especializados. 
Dependendo das características do cuidador, 
necessidades de cuidado, condições para oferta 
do cuidado e fatores sócio-culturais e das 
necessidades do doente, este cuidado pode se 
tornar uma fonte estressora e gerar grande 
sobrecarga ao cuidador.
↪ Sabe-se que o adoecimento mental é uma das 
condições mais incapacitantes o que muitas vezes 
gera necessidade de cuidado constante. Estudos 
indicam que sem suporte e devida orientação para 
realizar o cuidado em saúde o cuidador é 
sobrecarregado e, não raro, também adoece. 
↪ A sobrecarga do cuidador pode implicar em 
graves consequências ao cuidador (formal ou 
informal) e até mesmo ao doente e sua família.
↪ É importante notar que a sobrecarga do 
cuidador é um fenômeno facilmente perceptível.
↪ Os cuidadores precisam ficar atentos a alguns 
sinais de alerta e não hesitar em buscar ajuda de 
um psicólogo ou psiquiatra. 
↪ Entre os sintomas, estão cansaço constante, 
dificuldades em relaxar e sentir prazer, insônia, 
desejo de se isolar, dores, sentimentos como raiva 
e re je ição sem sent ido , pensamento e 
comportamento suicida.
↪ “O cuidador precisa ter uma vida ativa. É 
importante que procure centros de convivência 
pública, para que possa tirar um tempo para si 
mesmo. Não deve deixar sua vida pessoal de lado, 
pois isso pode gerar sério adoecimento mental”.
CUIDADOR PROFISSIONAL X FAMILIAR
↪ Quando o cuidador é um profissional treinado, 
ele tem conhecimento sobre o trato e manejo do 
doente. Assim, consegue, na maioria das vezes, 
evitar problemas impactos à sua saúde mental.
↪ Mesmo assim, deve de tempos em tempos 
buscar novos aprendizados, seja por leituras, seja 
por cursos de treinamento e capacitação para se 
atualizar.
↪ Entretanto, muitas famílias não podem arcar 
financeiramente com os custos de um cuidador 
profissional, e o trabalho fica sob responsabilidade 
de algum familiar, em geral o cônjuge ou um filho.
↪ “As cuidadoras familiares não têm um horário 
de trabalho definido e é frequente que não 
possuam tempo para o seu descanso. De modo 
geral, não têm oportunidades de acesso a uma 
qualificação para o desempenho das tarefas de 
cuidar. Além disso, são mais vulneráveis à 
sobrecarga”.
FONTES: 
• Semiologia Médica, 8º Edição - Porto & Porto 
• Artigo - Perspectivas atuais sobre a 
sobrecarga do cuidador em saúde mental, 
2011 - Lucilene Cardoso
• Artigo - Estresse: revisão sobre seus efeitos 
no sistema imunológico, 2009 - Ana Carolina 
Pagliarone
Data: 03/08/2021
Coordenadora: Juliana Fernandes 
Secretária: Moarah
Tutora: Kaline

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