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HABILIDADES MÉDICAS (aula 1, 2, 3 e 4)

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HABILIDADES MÉDICAS 
(AULA 1, 2, 3, 4) 
SEMIOLOGIA MÉDICA: Correlação entre as informações obtidas pela anamnese e exame físico meticuloso, levando à elaboração de 
hipóteses diagnósticas; 
- É a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os sintomas e os interpreta, elaborando um raciocínio clínico 
para construir o diagnóstico e presumir a evolução; 
- Semiologias provem do grego: 
• SEMEION: Sintomas/sinais & LOGOS: ciência/estudo; 
SAÚDE: vem do latim salus (salutis), que significa salvação, conservação da vida, cura, bem-estar; 
- Definição da OMS: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou 
enfermidade”; 
- Aspectos da saúde: Subjetivo – o que o paciente diz – Bem estar 
 Objetivo – o que o médico vê – Funcional 
 
MORBIDADE: vem do latim morbus, que significa enfermidade/doença; qualquer afastamento de um estado de bem-estar fisiológico 
ou psicológico, visto objetivamente ou referido subjetivamente; 
- Níveis de Morbidade: Orgânico: Diz respeito ao conceito de doença; ao menos 2 dos 3 critérios: agente etiológico (causa) 
reconhecido, conjunto de sinais e sintomas, e alterações anatômicas consistentes; 
 Individual: conceito de enfermidade; percepção da anormalidade no estado de saúde pelo próprio indivíduo; 
 Social: conceito de anormalidade; atitudes e comportamentos assumidos. Função comunicativa; 
 Saúde e doença: (definida tal como uma das dimensões da morbidade) não seriam conceitos mutuamente excludentes; mesmo 
doente do ponto de vista orgânico mas ainda na fase pré-clínica, o paciente pode se sentir saudável se o seu bem-estar esteja 
preservado; excludentes seriam se a pessoa que está enferma já percebesse imediatamente alguma alteração do próprio estado de 
saúde; então, somente quando a pessoa doente passa também à condição de enferma, a saúde estaria ausente, ao menos, de forma 
parcial; 
 
SEMIOTÉCNICA: é a arte de realizar um diagnóstico; 
- A prática médica moderna apoia-se em um tripé formado pelo: 
• Exame Clínico > Exames Laboratoriais > Métodos de diagnóstico por Imagem; 
Sintoma ou sinal: vem da origem grega Sin = junção e Tomo = pedaços; a palavra "sintoma" tem a ver com juntar as peças de várias 
sinalizações orgânicas ou psíquicas, mediante uma doença; assim como num quebra-cabeça; é todo fenômeno anormal, orgânico ou 
funcional, na qual as doenças se revelam; Ex: tosse, coriza, dor de cabeça; 
Sinal: vem do latim signalis, que significa manifestação, indício ou vestígio. Os sinais são manifestações clínicas visíveis e perceptíveis 
pelo médico, através de seus sentidos; não se limita a observação da manifestação anormal mas a avaliação e a conclusão que o 
clínico retira do sintoma observado ou pelo exame físico; 
Ex. Sintoma: Paciente relata que está com o braço inchado; 
Ex. Sinal: O médico percebe que o braço do paciente está inchado e conclui que há um edema neste local; 
Síndrome: vem do grego syndromos = que correm juntos; É um conjunto de sinais e sintomas que definem um determinado estado 
clínico associado a problemas de saúde, que nem sempre tem as causas descobertas; Ex: Síndrome de Down é o conjunto de 
manifestações na Trissomia do Cromossomo 21; 
Diagnóstico vem do grego diagnoses = ato de discernir, conhecer; reconhecer uma enfermidade por suas manifestações clínicas, bem 
como o de prever a sua evolução (prognóstico); a tarefa principal do médico – o tratamento – deve basear-se num diagnóstico bem 
elaborado (definir localização, extensão, mecanismo e causa do sofrimento, em todos os níveis); a base fundamental para o diagnóstico 
correto dentro do conceito biológico, psíquico e social é o reconhecimento das manifestações clínicas, em níveis subjetivo e objetivo; 
• Hipóteses Diagnósticas; 
• Diagnóstico Sindrômico; 
• Diagnóstico Anatômico; 
• Diagnóstico Funcional (ou fisiopatológico); 
• Diagnóstico Etiológico; 
• Diagnóstico Histopatológico / Anatomopatológico; 
• Diagnóstico Radiológico; Sorológico, Laboratorial, Eletrocardiográfico, Endoscópico... 
• Diagnóstico Diferencial; 
• Diagnóstico Principal e diagnóstico secundários; 
• 
Anamnese bem feita = 60%; 
Exame físico = 30%; 
Exames complementares = 10%; 
Erros diagnósticos: Produzidos por ignorância; provocados por erro de julgamento; determinado por Exame Clínico malfeito; 
Não seja soberbo; não tenha pressa; não tome um rótulo por diagnóstico; não seja demasiadamente seguro de si; não hesite em rever 
seu diagnóstico de tempo em tempo, nos casos crônicos; não foque raridades, pense nas hipóteses mais simples. 
Prognóstico: vem do grego pro: antes, gnosis: conhecer; consiste em se prever a evolução da doença e suas prováveis consequências; 
leva-se em consideração três aspectos: 
• Perspectiva de salvar a vida. 
• Perspectiva de recuperar a saúde ou de curar o paciente. 
• Perspectiva de manter a capacidade funcional do(s) órgão(s) acometido(s). 
 
- Prognóstico favorável: prevê evolução satisfatória. 
- Prognóstico desfavorável: prevê o término fatal. 
- Prognóstico duvidoso, reservado ou incerto: curso imprevisível. 
 
 
Tratamento: vem do latim tratare, que significa lidar, administrar, manejar; é o meio utilizado para combater a doença. São vários 
tipos: 
• Cirúrgico; 
• Medicamentoso; 
• Médico, nutricional, fisioterápico, psiquiátrico, psicológico... 
• Paliativo; 
• Alternativo; 
 
PRÍNCIPIOS BIOÉTICOS E RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE 
Bioética se refere a um estudo sistemático da conduta humana examinada à luz dos valores e dos princípios morais; trata-se de um 
"braço" da ética geral; sua tarefa não é elaborar novos princípios éticos gerais, mas aplicar esses princípios aos cuidados de saúde. O 
nascimento da Bioética tem suas raízes na 2ª Guerra Mundial quando se estimulou a consciência dos homens com o intuito de se 
estabelecer uma fronteira entre a ética e o comportamento. A partir disso, estimulou-se a exigência de uma ética no campo biomédico, 
fundamentada na razão e nos valores objetivos da vida e das pessoas. 
Na medicina: Discute, dentre alguns temas polêmicos: 
 Eutanásia: Prática intencional que busca abreviar sem dor e sofrimento a vida de um doente sabidamente incurável, pelo 
sentido literal de “boa morte”; ainda proibida na maioria dos países; 
 Distanásia: Morte lenta e com sofrimento; para manter o paciente vivo, é submetido, não intencionalmente, a tratamentos 
inúteis, por meios artificiais e desproporcionais; não prolonga propriamente a vida, mas o processo de morrer em enfermos 
incuráveis; 
* Ortonásia: Morte no seu tempo aparentemente certo, sem tratamentos desproporcionados e sem abreviação do processo de 
morrer; “Morte natural”. 
 Autonomia; 
 Como dar más notícias; 
 Alocação de recursos; 
 Ordens de não ressuscitação; 
 Suspensão ou não instalação de alimentação e/ou hidratação artificial; 
 Sedação paliativa (sedação controlada) e finitude da vida. 
Pricipialismo: É a teoria ética normativa que estabelece os fundamentos para a bioética. 
 Princípio da beneficência: Ponderação entre riscos e benefícios - tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos - 
comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos. Devemos agir em benefício dos outros: 
- Proteger e defender o direito dos outros; 
- Prevenir dano e remover as condições que irão causar dano; 
- Ajudar pessoas deficientes; 
- Salvar pessoas em perigo; 
Temos o dever, estabelecido a partir do juramento hipocrático, de agir em benefício do paciente. Médico não faz “caridade”, cumpre o 
dever da beneficência. 
 Fatores limitantes: Definir o que é “bom” para o paciente; a não aceitação do “paternalismo”; autonomia do paciente; 
atilização dos critérios de justiça; 
 Princípio da não maleficência: É o mais controverso de todos, muito autores o incluem no Princípioda Beneficência. 
Justificam esta posição por acharem que ao evitar o dano intencional o indivíduo já está, na realidade, visando o bem do outro. 
Hipócrates no parágrafo 12 do seu primeiro livro: "Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o 
paciente". 
O Juramento de Hipocrátes insere obrigações de Não Maleficência e Beneficência: "Usarei meu poder para ajudar os doentes com o 
melhor de minha habilidade e julgamento; abster-me-ei de causar danos ou de enganar a qualquer homem com ele." 
Estabelece que a ação do médico sempre deve causar o menor prejuízo ou agravos à saúde do paciente (ação que não faz o mal). 
Envolve abstenção, enquanto o princípio da beneficência requer ação. É devido a todas as pessoas, enquanto que o princípio da 
beneficência é menos abrangente. 
 
 Princípio do respeito da autonomia: É a capacidade de uma pessoa decidir aquilo que julga ser o melhor para si. Para isso 
são necessárias duas condições essenciais: 
- Capacidade para agir intencionalmente e decidir coerentemente entre as alternativas que lhe são apresentadas; 
- Liberdade, no sentido de estar livre de qualquer influência controladora para esta tomada de decisão; 
 
Respeitar a autonomia é preservar os direitos fundamentais do homem, aceitando o pluralismo ético-social que existe atualmente. 
Um profissional da saúde deve respeitar as escolhas e decisões de seus pacientes: 
 Fale a verdade; 
 Respeite a privacidade dos outros; 
 Proteja informações confidenciais; 
 Obtenha consentimento dos pacientes para fazer intervenções; 
 Quando solicitado, ajude a tomar decisões importantes; 
 
*Consentimento Informado: É uma decisão voluntária, verbal ou escrita, protagonizada por uma pessoa autônoma e capaz tomada 
após um processo informativo. Serve para a aceitação de um tratamento específico ou experimental, consciente de seus 
riscos, benefícios e possíveis consequências. 
 Princípio da justiça: Direito -> Norma estabelecida na lei, onde você não invade o espaço do outro. 
 Dever -> Ter a obrigação de fazer. 
 Justiça -> Respeito à igualdade de todos os cidadãos. 
Igualdade ≠ Equidade 
Equidade: Distribuição de bens e benefícios reconhecendo as diferentes necessidades; reconhecer igualmente o direito de cada um a 
partir de suas diferenças; 
 
*Porém esses princípios não possuem um caráter absoluto, nem têm prioridade um sobre o outro; servem como regras gerais para 
orientar a tomada de decisão frente aos problemas éticos e para ordenar os argumentos nas discussões de casos. Além de proporcionar 
um melhor acesso de forma a atender as diferenças com mais igualdade. 
RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE 
A aprendizagem da RMP está intimamente interligada à aprendizagem do método clínico, e ambas dependem de treinamento 
prolongado. A relação nasce e se desenvolve durante o exame clínico. 
- Empatia na consulta médica é a capacidade que nós temos de poder ver um momento de quebrar alguns paradigmas. Se nós 
podemos, com um olhar, ao cumprimentar o paciente com um sorriso, quebrar um pouco do medo, da angústia, da ansiedade, nós 
estamos praticando empatia na consulta. Tanto faz se está num contexto de hospital público, universitário ou numa clínica privada, tudo 
depende como você trata o doente. 
- Mais do que a empatia, a RMP deve ter paixão. Uma paixão que faz interessarmos pelo outro, a nos compromissar com o outro. 
Muitos médicos têm receio de que ao mostrarem empatia, isso diminuiria a técnica médica, a sua habilidade ou mesmo profissionalismo. 
Mas independente do vínculo formado com o paciente, você deve sempre ser profissional, e este meio termo é que faz uma boa relação. 
- A comunicação não verbal, às vezes, dá até mais informações do que a verbal. Pela maneira da abordagem, do comportamento 
tanto do médico quanto do paciente, dá para perceber muito da RMP. Cuidado com suas atitudes, muitas vezes falam mais do que as 
palavras. 
- O médico imaginado por Asclépio, o Deus da medicina, seria o modelo de equilíbrio, sensatez e sabedoria, devendo amenizar a 
solidão do doente que desesperado, precisa ser reconduzido ao conforto do convívio humano. Em uma pesquisa sobre o que os 
pacientes esperam receber do médico, quatro atitudes principais foram citadas: confortar, escutar, olhar e tocar. Em seguida vinham, 
os títulos, especializações, e tempo de formação. 
-Numa pré-avaliação, 65% dos entrevistados disseram que a boa aparência, e não o luxo do consultório era o principal fator de 
influência. A importância da atenção e do humor também foi citada, sugerindo na mente do paciente, a qualidade da atenção que vai 
receber. Entre as demonstrações de imperícia, o atendimento apressado e impessoal foi uma das mais citadas. 
-Confortar – é a mais nobre missão do médico, a síntese perfeita do humanismo pregado por Asclépio e Hipócrates. Não é piedade 
profissional, é apoiar, amparar, consolar. A doença provoca uma sensação de angústia, carência, despertando a necessidade de carinho 
e afeição. 
- Escutar – é respeitar o próximo. A autêntica escuta exige paciência, atenção e interesse. O médico que quiser desenvolver uma 
relação construtiva não pode demonstrar tédio, impaciência e insensibilidade. 
- Olhar – segundo os gregos, o “rei” dos sentidos. “Nem no escuro o olhar consegue mentir”. O paciente gosta e precisa ser olhado. 
Quer ter certeza de que existe para o médico, saber que não é apenas um registro de computador. 
- Tocar – no primeiro toque de mão o paciente antecipa o clima da sua relação com o médico. A pressão e a duração do cumprimento 
a ele dirigido são muito significativos. O médico experiente sabe que para a maioria dos pacientes, a consulta já é satisfatória quando 
são auscultados e apalpados. 
- Compete ao médico administrar-se racionalmente, não se esquecendo que o ideal da profissão, por ele livremente escolhida, é servir 
a todos com a mesma atenção e dedicação. É necessário que utilize o seu tempo sabiamente, atenda às necessidades das pessoas 
e cuide de si mesmo. 
- O Código de Ética Médica traz as normas de conduta que devem ser praticadas e observadas pelos médicos. O artigo 2º, Capítulo I, 
aponta que “o alvo de toda atenção do médico é o ser humano, em benefício do qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor da 
sua capacidade profissional”. Fica evidente que zelo, apreço, respeito a condição humana, ao lado da competência técnica, são atributos 
que todo médico deve ter. 
- As bases éticas na RMP estão centradas em princípios e valores: Atenção, sensibilidade, compaixão, devoção, além de justiça, 
sigilo, beneficência, autonomia, são indissociáveis na interação deste binômio que resultará no êxito profissional. 
Tipos de paciente: 
Ansioso: É reconhecido pelas manifestações psicossomáticas que o acompanham: inquietude, voz embargada, mãos frias e suadas, 
taquicardia, boca seca. Nesse caso, é preferível passar alguns minutos conversando sobre fatos aparentemente desprovidos de valor, 
a fim de promover o relaxamento da tensão. Nesse momento, mais do que nunca, o paciente deve reconhecer no médico um ouvinte 
atento. Muitas vezes saber escutar é mais importante do que saber perguntar. 
 
Deprimido: Apresenta desinteresse por si mesmo e pelas coisas que acontecem ao seu redor. Tem forte tendência a isolar-se e, 
durante a anamnese, reluta em descrever suas queixas, respondendo pela metade às perguntas feitas a ele ou permanecendo calado. 
Hostil: A hostilidade pode ser percebida à primeira vista ou pode ser velada, traduzida em respostas reticentes e insinuações mal 
disfarçadas. A pior conduta consiste em adotar uma posição agressiva, revidando com palavras ou atitudes a oposição do paciente. 
Serenidade e autoconfiança são as qualidades principais do examinador nessas condições. 
Sugestionável: Costuma ter excessivo medo de adoecer, vive procurando médicos e realizandoexames para confirmar sua saúde. 
Mas ao mesmo tempo, teme exageradamente a possibilidade de os exames mostrarem alguma enfermidade. 
Hipocondríaco: Conhecido como "paciente que não tem nada”. Contradizer com veemência não ajuda em nada. Ridicularizá-lo só 
aumentará as dificuldades no estabelecimento de uma boa relação médico paciente. Ouvi-lo com paciência e compreensão e expressar 
opiniões claras e seguras são condições fundamentais para aliviar a ansiedade desses pacientes e ajudá-los a superar seus problemas 
de saúde. 
Eufórico: Apresenta exaltação do humor, fala e movimenta-se demais. Sente-se muito forte e sadio e fica fazendo referências às suas 
qualidades. Seu pensamento é rápido, muda de assunto inesperadamente, podendo haver dificuldade de ser compreendido. 
Inibido: Não encara o médico, senta-se à beira da cadeira e fala baixo. Percebe-se que não está à vontade naquele lugar e naquele 
momento. Não se deve confundir timidez com depressão. 
Psicótico: Vive em um mundo fora da realidade do médico. Alucinações, delírios, pensamentos desorganizados fazem com que estes 
coloquem-se em uma posição de difícil acesso. 
 
Tipos de médicos: 
Inseguro: Costuma já estar presente no traço da personalidade do médico. Aprimorar os conhecimentos e desenvolver uma prática 
médica dentro de princípios éticos são condutas que poderão superar sua insegurança. Conhecimentos insuficientes, exame clínico 
malfeito e dúvidas na maneira de conduzir o caso serão percebidos pelo paciente. Quando o médico denota insegurança, o paciente 
perde a confiança, e isso pode despertar agressividade do médico, criando um péssimo relacionamento médico paciente. 
Paternalista: Adota atitudes protetoras. Trata o paciente como uma criança indefesa. Dá conselho como se somente ele soubesse o 
que é certo. É receptivo ao relato da vida pessoal dos pacientes (ponto positivo). Assume a posição de pai, apoia-se na sua visão do 
mundo e se sente no direito de sugerir ou determinar ao paciente o que deve fazer. 
Agressivo: A agressividade pode ser sintoma da síndrome de burnout ou ter origem em problemas pessoais. A hostilidade pode se 
revelar em palavras ofensivas, porém é mais comum mostrar-se como um mau atendimento. O médico não dirige palavra de 
cumprimento nem olha no rosto do paciente, usa tom de voz grosseiro e não o examina corretamente. Alguns simbolismos de 
agressividade incluem o uso de medicamentos injetáveis em vez de via oral, prescrição de regimes alimentares desnecessários ou 
proibição de atividades sexuais. 
Rotulador: Tem sempre pronto um diagnóstico rotulado que agrada o paciente. Transmite segurança pois logo que o paciente relata 
suas queixas, propõe um diagnóstico, muitas vezes inventando fisiopatologias sem nexo, mas facilmente compreendidas e aceitas pelo 
leigo. Denominações do tipo "espasmo", "ameaça de derrame", "vesícula preguiçosa", "pressão baixa", "intoxicação“, “pontada”, fazem 
parte da lista de "rótulos diagnósticos". 
Frustrado: Quase sempre pessimista, pode tornar-se agressivo com os pacientes. Sua principal característica é a frieza na relação 
com o paciente. Indiferente ao relato dos sintomas, desinteressado em fazer diagnósticos corretos, não se importa com os resultados 
do tratamento que institui. Trabalha com má vontade e com pressa, perde o entusiasmo pelo estudo, desatualiza-se. 
“Especialista”: Neste caso significa o médico que se dedica a uma especialidade, mas que não tem visão adequada do conjunto da 
medicina, que não consegue ver o paciente como um todo. Tem acentuado interesse por um órgão ou sistema, do qual tem profundo 
Fora das possibilidades terapêuticas: Conceituar o paciente 
terminal - atualmente denominado “fora de possibilidades 
terapêuticas” - é uma tarefa muito difícil. Basicamente, é aquele que 
sofre de uma doença incurável em fase avançada, para a qual não 
há recursos médicos capazes de alterar o prognóstico de morte em 
curto ou médio prazo. 
conhecimento, esquecendo do resto. Este médico tem duas tendências: Só se preocupar com a sintomatologia relacionada à sua 
especialidade e querer interpretar todas as queixas do paciente em função do órgão ou sistema no qual se especializou; 
Pessimista: Vê maior gravidade nas doenças que a real, expressa desânimo e desesperança mesmo antes de conhecer o diagnóstico. 
Deixa de tomar decisões diagnósticas ou terapêuticas porque, de antemão, em seu íntimo, não acredita na possibilidade de bons 
resultados. O médico agrava a angústia do paciente, podendo levá-lo ao pânico. 
Autoritário: Sempre impõe suas decisões. Não aceita analisar suas prescrições e sente-se ofendido com questionamentos feitos pelos 
pacientes ou seus familiares. Costuma apregoar suas atitudes em voz alta e ameaçadora. Acredita ser o "dono da verdade"! 
Otimista: Não vê dificuldades em nada, tudo lhe parece simples e sem gravidade, não sabendo reconhecer os casos de prognóstico 
ruim. Falta-lhe precaução, sente-se como herói e está sempre disposto a prever uma evolução favorável para todos os casos. Ao indicar 
intervenções cirúrgicas de alto risco, minimiza a possibilidade de fracasso ou complicações, e, quando isso acontece, procura transferir 
para outros ou para fatores imponderáveis a culpa. 
Sem vocação: Desenvolve mecanismos – inconscientes ou claramente propositais - que inibem o paciente, impedindo um 
relacionamento adequado. Algumas vezes, chega a hostilizar os pacientes, principalmente se o atendimento se deve a compromisso 
de emprego ou é feito por meio de algum vínculo, como "credenciamento" ou SUS. Quando o médico percebe sua falta de vocação, a 
decisão sensata é o abandono da profissão médica e a busca de outro trabalho. 
SEMIOTÉCNICA DA ANAMNESE 
O exame clínico tem um papel em três pontos cruciais da prática médica: 
- Formular hipóteses diagnósticas; 
- Estabelecer uma boa relação médico-paciente; 
- Tomar decisões; 
 
Componentes do exame clínico: Anamnese e Exame Físico 
- Aná = trazer de novo; mnesis =memória, significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e o paciente. 
- O primeiro encontro do médico com o paciente nestes ambientes é o acontecimento mais importante para o futuro da relação médico-
paciente. 
- O médico tem que se apresentar adequadamente vestido, estar tranquilo, demonstrar atenção e ser solícito. Médicos apressados, 
frios e indiferentes aumentam a sensação de desconforto do paciente, refletindo em dificuldades no processo de comunicação e 
diminuindo a precisão dos dados obtidos. 
- A anamnese é a parte mais importante da medicina: porque é o núcleo em torno da RMP, que é o principal pilar do trabalho do médico; 
porque é cada vez mais evidente que o progresso tecnológico somente é bem utilizado se o lado humano da medicina é preservado. 
- Cabe à anamnese uma posição insubstituível, na prática médica. Se bem feita, acompanha-se de decisões diagnósticas e terapêuticas 
corretas. Se mal feita, desencadeia uma série de consequências negativas, as quais não podem ser compensadas com a realização 
de exames complementares 
CONDUÇÃO DA ANAMNESE: 
1- Deixar que o paciente relate livre e espontaneamente suas queixas sem nenhuma interferência, limitando-se a ouvi-lo. 
2- Anamnese dirigida, quando o médico tendo em mente um esquema básico, conduz a entrevista mais objetivamente. 
3- Outra maneira seria o médico deixar, inicialmente, o paciente relatar de maneira espontânea suas queixas, para depois conduzir a 
entrevista de modo mais objetivo 
 
 APRESENTAÇÃO 
 IDENTIFICAÇÃO: 
Nome, Idade, Sexo, Raça/ Etnia, Estado civil, Profissão atual e anterior, Local de nascimento, Residência atual e anterior, Grau de 
escolaridade – instrução, Religião, Endereço: Rua, telefone, e-mail. 
Todo paciente é um ser humano cuja individualidade deve ser valorizada e reconhecida. Sempre chamar o paciente pelo nome, e não 
por termos como “vovô”, “vovó”: “vôzinho” para os idosos, ou pela doença que tem (ex. senhordo Alzheimer) e etc. Designar um ser 
humano pela patologia, que por infelicidade ele é portador (aquela leucemia do leito 1, etc.), é desumano e nega os princípios mais 
importantes da medicina. 
 QP: queixa principal; Sintoma(s) referido(s) pelo paciente (palavras dela) - máximo de 3 queixas; quanto tempo? 
Motivo que levou o paciente à consulta, breve. Dor de ouvido, diarreia, exame do trabalho... Qual o motivo que Sr./Sra. está aqui hoje? 
Em que posso ajudá-lo? Pode me contar o seu problema? 
Algumas vezes não se chega no ponto principal, podendo o motivo referido para a consulta não ser a razão real que motivou o paciente. 
Portadores de doenças crônicas, pessoas com sintomas vagos e recorrentes e pessoas que dizem que estão interessadas em um 
"check-up". Alvan Feinstein propôs o termo "estímulo iatotrópico" (o que realmente leva o paciente até o médico). 
*Explica o motivo de o paciente ter procurado ajuda médica neste momento e não ontem ou amanhã: Os sintomas da doença podem 
aumentar tornando-se insuportáveis; A ansiedade em relação a algum sintoma recorrente atinge patamares que levam o indivíduo ao 
médico; O sintoma principal é apenas um motivo para iniciar a consulta e não a causa real que o paciente não revelou por algum motivo. 
 
Algumas vezes o esclarecimento do estímulo iatotrópico não é fácil, aparecendo tardiamente no curso da entrevista. A forma de evitar 
é sendo empático e aberto ao paciente. 
 
HDA: história da doença atual (palavras do médico) 
HDA é um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistência médica, desde o seu início até a data 
atual; é a parte principal da anamnese e costuma ser a chave mestra para chegar ao diagnóstico; 
A. Determine o sintoma-guia: o sintoma ou sinal que permite contar a história da doença atual com mais facilidade e precisão; por 
exemplo: a tosse na pneumonia; a dor epigástrica na úlcera péptica; as convulsões na epilepsia; a diarreia na gastroenterite; Marque a 
época do início. 
Use o sintoma guia como fio condutor da história e estabeleça a relação das outras queixas com ele, verificando se a história obtida 
possui início, meio e fim. Apure evolução, exames e tratamentos realizados em relação à doença atual. 
B. Época e modo de início da doença - data e há quanto tempo; modo de início gradativo ou brusco; 
C. Modo de evolução da doença - contínua, descontínua, com períodos assintomáticos e suas durações; Períodos de semelhança e 
de dissemelhança – analogia com alguma sensação já experimentada pelo paciente; Tratamentos efetuados e resultados 
(relacionados à queixa principal); 
D. Intercorrência de outros sintomas: fenômenos que melhoram, pioram ou simplesmente acompanham os sintomas – emoções, 
esforço físico, alimentação, posições, gestação, drogas, etc.; 
E. Modo como o paciente estava no momento da entrevista. 
*SE o paciente estiver tomado algum medicamento relacionado com a Queixa Principal se coloca neste ponto da anamnese, se o 
medicamento for para outras doenças colocar na história Mórbida Pregressa. 
 *Repercussão da doença sobre o estado geral de nutrição - quantidade de Kg perdidos/tempo; Relação com atividades 
fisiológicas - sono, apetite, deambulação, postura, defecação, micção, etc; 
 
 RDAS: - Essa parte da anamnese constitui um complemento da história da doença atual 
 - O interrogatório sintomatológico documenta a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um 
dos principais sistemas corporais; sintomas e sinais mais frequentes a cada um deles. 
 
1- Sintomas gerais; Dor, Febre, Icterícia, Edema, Cefaleia, Dispneia, Prurido, Tosse, etc... 
 
2- Cabeça e Pescoço: Crânio/Face/Pescoço; Olhos, Ouvidos, Nariz e Cavidades Paranasais; Cavidade Bucal e Anexos; 
Faringe, Laringe; Tireóide e Paratireóides; Vasos e Linfonodos; 
 
3- Tórax: Parede Torácica; Mamas; Traquéia, Brônquios, Pulmões e Pleura; Diafragma e mediastino; Coração e Grandes 
Vasos; Esôfago; 
 
4- Abdome: Parede Abdominal; Estômago; Intestino delgado, cólon, reto e ânus; Fígado e Vias Biliares; Pâncreas; 
 
5- Sistema Genitourinário: Rins e Vias Urinárias; Órgãos Genitais Masculinos ou Femininos; 
 
6- Sistema Hemolinfopoiético; Hemorragias (petéquias, equimoses, hematomas); Adenomegalias, Esplenomegalia (baço); 
 
7- Sistema Endócrino: Hipotálamo e Hipófise; Tireóide e Paratireóides; Supra-Renais; Gônadas (Ovários e Testículos) 
 
8- Coluna Vertebral e extremidades: Coluna vertebral; Articulações; Bursas e Tendões; Músculos; Artérias e Veias; Linfáticos; 
Microcirculação; 
 
9- Sistema Nervoso; Paralisias, Parestesias, Motricidade, etc... 
 
10- Exame Psíquico e Avaliação das condições emocionais. 
 
 HMP: história mórbida pregressa: 
-Avaliação de condições mórbidas do passado. 
 -Pesquisar: Internações, Patologias, Cirurgias, Traumatismo, Alergias, Uso de medicações, Vacinas. 
 -Questionamentos: 
o Sr/Sra já esteve doente alguma vez? 
o Já foi operado? Internado? 
o Tem algum problema de saúde? 
o Toma medicamentos? 
o As vacinas estão em dia? 
 HMF: história mórbida familiar 
- Relativo aos ascendentes e descendentes: pais, avós, tios, irmãos, filhos (HMFamilial): 
o Alguém na sua família tem alguma doença? Já teve? 
o Alguém tem pressão alta, diabetes, câncer? 
o Seus pais estão vivos? 
o Qual a causa da morte? 
 
- Relativo às pessoas que convivem com o paciente: família, empregada, amigos, vizinhos, contato com animais domésticos: 
o Alguém na tua casa têm algum problema de saúde? 
o Alguém está doente? 
o Alguma pessoa com a qual convives está com alguma doença? 
 
 HFIS: história fisiológica 
- Gestação e nascimento: 
o Complicações, condições do parto (normal domiciliar/normal hospitalar/cesário/gemelar/uso de fórceps); 
o Quantidade de irmãos 
 
- História obstétrica: 
o Gesta (quantas gestações); 
o Para (quantos partos); 
o Aborto (espontâneo ou provocado); 
o Prematuro; 
o Via de parto; 
 
- Desenvolvimento psicomotor e neural: 
o Idade que iniciou a dentição; 
o o engatinhar; 
o o andar; 
o o falar 
o controle de esfíncteres; 
o desenvolvimento físico; 
o aproveitamento escolar; 
 
- Desenvolvimento sexual: 
o Puberdade (normal/precoce/tardia); 
o Menarca (idade); 
o Menopausa (idade); 
o Sexarca (idade) / orientação sexual; 
 
 HS: história socioeconômica 
Alimentação; 
Habitação; 
Ocupação atual e anteriores; 
Atividades físicas; 
Hábitos: fumo, álcool, drogas; 
Condições socioeconômicas; 
Condições culturais e religiosas; 
Ajustamento familiar e social; 
- Hipóteses diagnósticas; 
- Plano (Trazer exames solicitados anteriormente; Medicamentos prescritos; Orientações. 
 
- Retorno: Data e hora 
Subjetivo ou Histórico (como está) 
Objetivo ou Exame físico (exame) 
Análise ou Lógica (hipotéses diagnósticas) 
Plano ou Plano (conduta) 
 
DODECÁLOGO DA ANAMNESE: 
1) Nunca manifeste surpresa ou formule julgamento a respeito do relato da história do seu paciente. Você não é juiz. 
2) Expresse sempre interesse a respeito dos problemas dos pacientes. 
3) Lembre-se que não há melhor recurso para “medir” um sintoma do que uma história cuidadosa. 
4) Tente “assemelhar-se” ao seu paciente. 
5) Não acredite em tudo que ouve. Os pacientes podem esquecer, suprimir, reprimir, falsificar dados. 
6) Evite os “porquês” pois podem representar um desafio a competência das pessoas. 
7) Não julgue o tratamento prévio efetuado por outro profissional. 
8) Certifique-se que as suas palavras e as do paciente tenham o mesmo significado. 
9) Seja tão quantitativo quanto puder. Especifique o tempo. 
10) Não se esqueça do problema que motiva o indivíduo a procurar o médico. Focalize com interesse este aspecto. 
11) Enquanto colhe a história observe e inspecione o paciente: comportamento vestimenta, alterações de movimentos, lesões etc. 
12) Atenda os pacientes como gostaria que você ou as pessoas que ame fossem atendidas. 
 
 
 
ANÁLISE DE SINTOMA ISOLADO1- Época de aparecimento e duração. Ex: Formigamento (Parestesia) em MID com início há 1 mês, que durou por 15 dias. 
2- Modo de aparecimento (Súbito ou gradual). Ex: Surgiu abruptamente e foi piorando progressivamente. 
3- Evolução. Ex: Começou há 1 mês, durou por 15 dias e neste período foi piorando progressivamente, até que melhorou há 15 dias 
atrás, porém ontem reiniciou. 
4- Fatores desencadeantes/agravantes ou atenuanteS. Ex. Emoções, esforço físico, alimentação, posição, época do ciclo menstrual, 
drogas etc...Ex: Reiniciou ontem após ter ido ao mercado e trazido as compras apé até em casa. 
5- Localização. Ex: Parestesia em membro inferior direito. 
6- Irradiação. Ex: Parestesia inicia na coxa e irradia para perna e pé direito. 
7- Intensidade: Forte, fraco, tolerável. Ex: Parestesia de início mais fraco e vai piorando conforme passar do dia. 
8) Características: (Contínuo, ocasional, rítmico, paroxístico). Ex: Dura o dia todo mas vai piorando durante o dia. 
9) Curso: (Episódios único, diários, semanais, pré-menstruais). Ex: Ocorreu diariamente por 15 dias, melhorou por 13 dias e ontem 
reiniciou. 
10) Análise Atual: (Melhora, piora, estacionário). Ex: Nos primeiros 15 dias piorou progressivamente, após melhorou e agora voltou a 
piorar. 
11) Terapêutica instituída e Efeitos. Ex: Usei um remédio da farmácia ontem mas não me aliviou nada. 
 
SEMIOLOGIA DA DOR 
• A dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou 
relatada como se uma lesão existisse. 
• A dor é o nosso mecanismo básico de defesa, porque surge antes que ocorra uma lesão grave, servindo como base para se 
aprender a evitar objetos ou situações nas quais uma lesão possa ocorrer posteriormente. 
TIPOS FISIOPATOLÓGICOS DE DOR: 
1) Dor Nociceptiva - ativação dos nociceptores e transmissão dos impulsos até as regiões do sistema nervoso central para serem 
interpretados; 
– dor secundária a agressões externas: picadas insetos, fraturas, cortes. 
– dor visceral: cólica, apendicite, neuralgia do trigêmeo; 
– começa com o início da atividade do fator causal, sendo que se for abolido há o alívio da dor. 
– quanto menor o número de segmentos medulares envolvidos, mais localizada é a dor e vice versa. 
– espontânea (ex. agulhada no dedo), por lesão tissular; 
– evocada desencadeada por algumas manobras, sendo que reproduz a dor sentida pelo paciente. (ex. Lasegue) 
a) Dor Somática Superficial – decorrente da estimulação de nociceptores do tegumento. 
– Bem localizada e apresenta qualidade bem distinta. 
– Depende do estímulo aplicado e sua intensidade é variável. 
b) Dor Somática Profunda – ativação dos nociceptores dos músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. 
– Dor mais difusa, com localização imprecisa. 
– Sua intensidade é proporcional à do estímulo causal, podendo ser leve a moderada. 
c) Dor Visceral – dor profunda, difusa, de difícil localização e descrita como um dolorimento ou dor surda. 
– É percebida nas regiões que correspondem à sua origem embriológica (ex. Coração – retroesternal, Intestino 
delgado – região umbilical, Apêndice – FID); 
– Verdadeira tem tendência de se localizar próximo ao órgão (ex. dor em FID - apendicite); 
– Referida consiste em uma sensação dolorosa superficial localizada a distância da estrutura profunda (dor na face 
medial do braço - infarto, dor epigástrica - apendicite, etc); 
d) Dor Irradiada – dor sentida a distância de sua origem, porém obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa cuja 
estimulação mecânica é responsável pela dor. 
– Ex. Ciatalgia (dor no trajeto do nervo ciático); 
2) Dor Neuropática – dor central gerada dentro SN 
– fisiopatologia ainda não esclarecida; 
– etiologia variada (traumática, inflamatória, vascular, neoplásica, etc...) 
– intermitente ou constante (+); 
– espontânea ou evocada (+): Rearranjos sinápticos; 
– dor em choque, aguda, queimação, vibrátil, formigamento; 
– sensibilidade no local é mais alterada; 
– SNP e medula; 
– Remoção do fator causal pode não ser possível; 
3) Dor Mista – decorre dos dois mecanismos anteriores. 
4) Dor Psicogênica – não há qualquer substrato orgânico para a dor, sendo ela gerada por mecanismos psíquicos. 
– tende a ser difusa, generalizada, imprecisa; 
– corresponde à imagem corporal que o paciente tem da estrutura que ele julga doente; 
– quando irradiada, não segue o trajeto de qualquer nervo, e sua intensidade é variável. 
Aspecto afetivo–emocional da dor 
• Dor não é só sensação, compreende uma série de respostas reflexas, emocionais e comportamentais, dependendo do 
aprendizado e memorização de experiências prévias, do grau de atenção e do estado emocional. 
• Sistema límbico é afetado (mais associado com dor crônica...). 
• Angústia, depressão, medo, ansiedade. 
• Todas as experiências dolorosas da vida são armazenadas na memória. 
• Centro do controle do processamento doloroso (avaliação e julgamento). 
I nício 
L ocalização 
I ntensidade 
T ipo 
I rradiação 
A lívio / Agravo 
D uração 
A ssociados. 
Início: 
Aguda: papel de alerta, acompanha manifestações neurovegetativas; desaparece com remoção do fator causal; dura até 3 meses. 
Crônica: persiste por período maior que o necessário para cura do processo mórbido ou associada a afecções crônicas, ou 
decorrente de lesões do sistema nervoso; Não tem função de alerta, determinando stress e perda de qualidade de vida; dura mais 
do que 3 meses; 
Recorrente: Apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com frequência, podendo ocorrer durante toda a 
vida do indivíduo, mesmo sem estar associada a um processo específico. Um exemplo clássico deste tipo de dor é a enxaqueca. 
Localização: 
Região em que o paciente sente a dor (apontar com um dedo), avaliação da sensibilidade na área de distribuição da dor e 
adjacências). Reconhecer o local inicial da dor e de sua irradiação. 
Ex. Cefaleia – epigastralgia - lombalgia e lombociatalgia, etc... 
Intensidade: Interpretação global dos aspectos sensitivos. Prefere-se a utilização de uma escala analógica visual para avaliar a sua 
intensidade (0 a 10). 
Tipo da dor: Descrever como a dor parece ou que tipo de sensação e emoção que traz. Definir se é evocada ou espontânea. 
Dor constante: Não desaparece ou Dor intermitente: Em episódios. 
Dor recorrente / cíclica? 
Síndrome complexa de dor regional (associada a alterações vasomotoras, sudomotoras e tróficas após uma cirurgia, AVE ou 
infarto). 
Pulsátil, cólica, pontada, facada, aperto, queimação, surda (contínua, imprecisa sem grande intensidade)... 
Irradiação: Trajeto por onde a dor “caminha” seguindo o trajeto de um dermátodo; Ex. Lombociatalgia. 
Localizada, irradiada ou referida (dor do braço no infarto ou em faixa na pancreatite, etc…). 
 
Alivio e agravo: Fatores que desencadeiam a dor ou que a aliviam. Relação com funções orgânicas, trabalho, postura, alimentação. 
Ex. Lombociatalgia que alivia com repouso e agrava com esforço físico 
 
Duração e evolução: Máxima precisão possível sobre a data de início da dor. 
dor constante: é o tempo entre o início e a anamnese; 
dor cíclica: registro da data e duração de cada episódio; 
dor intermitente: início e duração média, assim como o número médio de crises e de dias. 
 
Associados: Sinais e sintomas que surgem com a dor. Ex: sudorese, palidez, taquicardia, hipertensão arterial, mal estar, náuseas e 
na dor intensa Ex: a cefaleia é acompanhada de lacrimejamento, obstrução nasal, sudorese na face, ptose palpebral parcial e hiperemia 
conjuntival (cefaleia em salvas). 
O que perguntar? 
1- Fale-me sobre a sua dor, quando iniciou? 
2- Onde você sente dor? 
3- Consegue dar uma nota para sua dor de 0 a 10? 
4- Que outras palavras poderiam descrever sua dor? 
5- A dor parece caminhar ou é penetrante? 
6- O que a faz piorar? O que ou quais medicamentos a fazem melhorar? 
7- A dor fica o tempo todo? Vai e volta? Está piorando? 
8- Tem outros sintomasque iniciam junto com a dor? 
9- Você consegue provocar a dor? 
10- Você consegue reproduzir a dor?

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