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Nas últimas décadas, o diagnóstico das infecções virais tem emergido como uma importante ferramenta na medicina, contribuindo de maneira precisa na identificação de patógenos e direcionando o seu tratamento. Alerta na Saúde Pública – reconhecimento de estirpe com potencial pandêmico Sugerir programa de controle de mosquitos. Determinar a etiologia e curso de uma infecção viral; Identificação rápida e precisa de patógenos em pacientes imunocomprometidos; Triagem de infecções em bancos de sangue; Diagnosticar doenças congênitas Encefalites – ZIKA. Diferenciar viroses com sintomas semelhantes; Determinar o prognóstico ou a conduta a ser tomada com o paciente; Avaliar a eficácia do tratamento antiviral. VIAS DE INFECÇÃO Existe diversas portas de entradas para o vírus adentrar o nosso organismo. Conjuntiva; Trato digestivo; Pele; Trato respiratório; Trato urogenital. ESPÉCIMES CLÍNICOS Um dos mais importantes fatores para um diagnóstico apurado na virologia está relacionado com a maneira com que a amostra clínica é manuseada. COLETAS DE ESPÉCIMES O tempo da coleta em relação ao aparecimento da doença, a quantidade, a qualidade do material colhido, o tempo antes de ser processado e as condições do transporte para o laboratório são importantes variáveis a serem destacadas. TECIDOS – BIÓPSIAS Verrugas. Vesículas. CUIDADOS DOS ESPÉCIMES CLÍNICOS – ISOLAMENTO O tempo de colheita em relação ao aparecimento da doença: Fase aguda da doença Colher no sítio de replicação viral A qualidade e quantidade do material colhido; Condições de armazenamento e transporte: Amostras em meio de cultura com salina e tamponada em pH 7,2 Adição de antibiótico e antifúngico Amostras biológicas Sangue Urina Fezes Líquidos corporais Tecidos (biópsias) Secreções FRESCO PARAFINIZADO CONGELADO diagnóstico laboratorial das infecções virais AULA 4 – VIROLOGIA CLÍNICA diagnóstico virológico O tempo antes de ser processado: Imediatamente processado ou mantido refrigerado ou em gelo + de 24 h sem processamento → estocar em 70°C* *Comprometimento de alguns vírus (herpes vírus). CUIDADOS DOS ESPÉCIMES CLÍNICOS – SOROLÓGICO Soro de fase aguda (colhido nos primeiros dias da doença) – IgM; Amostras de fase convalescente colhido dentro de 2 a 4 semanas. A fase de convalescência é entendida como uma fase de transição entre a enfermidade e a total recuperação e cura. A amostra pode ser mantida a 4°C as imunoglobulinas são estáveis no soro ou plasma. Caso o período de estocagem seja prolongado, o material deverá ser mantido a –20°C ou –70°C. MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL As técnicas utilizadas no diagnóstico virológico podem ser realizadas com base em 4 parâmetros: Isolamento e identificação viral; Sorologia para detecção de antígenos e/ou anticorpos; Detecção direta da partícula viral; Amplificação de ácidos nucléicos virais. ISOLAMENTO DO VÍRUS: MODELO ANIMAL Em desuso para diagnóstico; O uso de camundongos, em geral, está limitado ao isolamento de arbovírus e vírus da raiva Realização de exames histopatológicos dos órgãos afetados e/ou testes sorológicos para a identificação do vírus isolado. Primatas são utilizados apenas para isolamento de vírus não cultiváveis em outros hospedeiros. Ex.: Avaliar neurovirulência de algumas vacinas, como a Sabin contra a Poliomielite. ISOLAMENTO DO VÍRUS: OVOS EMBRIONADOS Os ovos embrionados continuam sendo utilizados para isolamento de vírus aviários, FLUV e para a produção de alguns tipos de vacinas virais. Várias vias de inoculações podem ser usadas: Influenza – saco amniótico Caxumba – cavidade alantoica Herpes – membrana corioalantóica Também utilizado na produção de Vacinas. ISOLAMENTO DO VÍRUS: CULTIVO CELULAR O uso do cultivo celular para isolamento viral teve início após 4 importantes fatos: o emprego das técnicas assépticas cirúrgicas; a descoberta dos antibióticos; o desenvolvimento de um meio de cultura para manutenção de células in vitro e técnicas de cultura celular em monocamadas. linhagens primárias (20 passagens); linhagens secundárias (100 passagens). CULTIVO CELULAR – EFEITO CITOPÁTICO (ECP) No que diz respeito à observação da propagação viral em culturas de células permissivas, várias abordagens podem ser realizadas a fim de detectar a presença da propagação viral nas células inoculadas. Produção de partículas infecciosas para estudos posteriores e produção de vacinas e metodologias de detecção; Isolamento de vírus previamente desconhecidos. O Efeito Citopático ou CPE se refere a alterações na morfologia em células individuais ou grupos de células induzidas pela infecção viral, as quais são observadas ao microscópio óptico. TESTE DE HEMADSORÇÃO: O teste de hemadsorção, que se refere à capacidade de hemácias aderirem à superfície de células infectadas por certos tipos de vírus, serve para detectar a replicação de vírus que expressam hemaglutininas (proteínas que se ligam aos receptores de ácido siálico na superfície de hemácias) na membrana celular. No teste de hemadsorção ocorre a interação entre o ácido siálico presente na superfície da hemácia e a hemaglutinina viral presente na superfície da célula infectada. TESTE DE HEMAGLUTINAÇÃO Certos vírus são capazes de aglutinar hemácias de animais de diferentes espécies; esse fenômeno é denominado hemaglutinação viral. Os vírus se ligam diretamente aos receptores constituídos de ácido siálico presentes na superfície das hemácias. Positivo: a ligação de partículas virais a estes receptores resulta no agrupamento visível dessas hemácias que se depositam no fundo da placa, formando um tapete. Negativo: caso não haja a presença de vírus hemaglutinante no material pesquisado, as hemácias irão depositar-se no fundo da placa em forma de botão. A hemaglutinação viral não é uma reação sorológica, porque esta não envolve a ligação antígeno-anticorpo. A capacidade de hemaglutinar é restrita a alguns vírus, sendo importante a espécie do animal de origem da hemácia. IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS ISOLADO Para a identificação do vírus isolado em culturas de células ou ovos embrionados, colhe-se o sobrenadante da cultura e líquido alantoico ou amniótico dos ovos, para execução de testes sorológicos clássicos, tais como teste de neutralização, de fixação do complemento ou de inibição da hemaglutinação, utilizando-se soros padrão contra os vírus pesquisados. ELISA; Imunofluorescência; SOROLOGIA PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS Os princípios básicos do diagnóstico sorológico das infecções virais são os mesmos usados em sorologias para outras doenças infecciosas. A infecção pela maioria dos microrganismos, incluindo vírus, induz a formação de anticorpos específicos; estes, quando identificados no soro de um indivíduo, produzem evidências de que ele foi infectado por um determinado agente infeccioso. IMUNOFLUORESCÊNCIA A técnica de imunofluorescência utiliza anticorpos marcados com corantes fluorescentes para revelar a formação de um imunocomplexo vírus-anticorpo. Os anticorpos marcados são chamados de conjugados; O corante fluorescente usado é o isotiocianato de fluoresceína (FITC), o qual produz uma fluorescência verde-amarelada. IMUNOPEROXIDASE A reação envolve o uso de anticorpos conjugados com a enzima peroxidase. A coloração pode ser direta ou indireta. A técnica de imunoperoxidase (IP) requer uma etapa adicional, que consiste na adição de um substrato; Nas áreas em que o conjugado se liga ao imunocomplexo, ocorrerá mudança de coloração devido à ação da enzima peroxidase no substrato.A preparação é analisada ao microscópio óptico. IMUNOENZIMÁTICO A reação imunoenzimática é a base para muitos testes usados para a identificação de antígenos ou a detecção de anticorpos. O sistema envolve anticorpos conjugados com enzimas. O resultado do teste é determinado por observação (avaliação qualitativa) ou medida espectrofotométrica (avaliação quantitativa) da mudança de cor, produzida pela ação da enzima sobre o seu substrato. IMMUNOBLOTTING/WESTERN BLOTTING Immunoblotting ou Western blotting é um imunoensaio em suporte sólido, que utiliza antígenos virais imobilizados para detectar anticorpos contra proteínas específicas. A técnica é usada principalmente para confirmação ou teste suplementar, com o objetivo de verificar um resultado obtido em outro teste. DETECÇÃO DIRETA DA PARTÍCULA VIRAL Microscopia eletrônica. AMPLIFICAÇÃO DE ÁCIDOS NUCLÉICOS PCR: é uma técnica de amplificação usada para sintetizar, in vitro, sequências específicas de DNA. RT-PCR: foi desenvolvida com o objetivo de automatizar a PCR, tornando-a mais eficiente, rápida e segura. Nesse ensaio, é possível acompanhar visualmente o progresso da amplificação do produto da PCR. SOROLOGIA PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS O exame sorológico é usado para identificar a presença (ou revelar a ausência) de anticorpos relacionados a um patógeno no sangue do paciente e a presença do próprio patógeno.
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