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Nefrologia – atd1 Injúria Renal Aguda É causada por fatores intrínsecos ao rim, sendo o principal local afetado -> túbulos; Posteriormente o interstício, vasos (vasculites) e por fim o glomérulo (glomerulonefrite). Doença Renal Crônica É uma lesão estrutural ou funcional no sim, por mais de 3 meses ou TFG <60ml/min persistente por 3 meses. Leva em conta o clearense de creatinina (taxa de filtração glomerular) e não a creatinina. A causa principal no Brasil, é HAS e nos EUA é diabetes. Fisiopatologia Há 2 milhões de néfrons e aos poucos eles vão fibrosando -> hipertensão glomerular -> lesão endotelial -> inflamação -> proliferação -> fibrose -> perda de néfrons. OBS: não obrigatoriamente todo renal crônica precisará fazer hemodiálise O rim também tem função endócrina = produz eritropoietina (doença renal, a pessoa tem anemia, lesão óssea pela vit D) Rins artificiais – hemodiálise ➢ Difusão ➢ Convecção Caso Clínico Mulher de 30 anos, febre alta, calafrios, náuseas e vômitos, adinamia, disúria, polaciúria, dor lombar direita. Ao exame possuía toxemiada, desidratada (+/4+) e com Giordano + à direita. No hemograma possuía leucocitose com desvio a esquerda e leucocitúria importante (300.000 leucócitos) com hematúria discreta. (15.000). Hipótese Diagnóstica: infecção urinária alta (Giordano, febre, toxemia, dor lombar, punho percussão dolorosa) -> pielonefrite aguda. Próximo exame: urocultura - padrão ouro para falar que é pielonefrite aguda (infecção urinária); bacterioscopia de urina e antibiograma • Acima de 100 mil colônias pode confirmar a infecção Conduta: ATB Caso Clínico 2 Homem, 28 anos, branco, motorista QD: inchaço em todo corpo há 30 dias. HMA: paciente refere que o edema iniciou cerca de 6 meses na face, matutino. Posteriormente nos membros inferiores, indolor, evoluindo para edema generalizado. Notou espuma na urina durante todo esse período. Afirmava piora nos últimos 3 dias, quando iniciou dispneia aos pequenos esforços, ortopneia e oligúria Hipótese diagnóstica: síndrome nefrótica (espuma na urina = ) • Geralmente o paciente não fala da espuma, deve-se perguntar • Edema renal começa na face, geralmente bipalpebral e gravitacional, por isso vai para os MMII Outros exames: urina tipo I, proteinúria de 24h, eletrólitos, RX de tórax pela dispneia Conduta: dieta com restrição de sódio e diuréticos Caso Clínico 3 Mulher, 27 anos, branca, casada, RJ, procedente do guarujá, caseira e foi atendida no ambulatório com queixa de edema de MMII, edema facial matutino, cefaléia, diminuição do volume urinário e hematúria total há cerca de 1 mês. Havia sido internada no hospital por 2x com tais queixas, com melhora e depois recidiva dos sintomas. Nessas internações foi constatada com HAS. Hematúria total = indivíduo urina e durante toda urina, tem sangue (normalmente se diz cor de coca-cola) Hipótese diagnóstica: síndrome nefrítica Exames: urina I e proteinúria, exames de função renal e eletrólitos Conduta: dieta com restrição de sódio, diuréticos e anti- hipertensivos OBS: exame de urina é a primeira coisa que se deve pensar em glomerulopatias. Anamnese Alteração da micção: • Micção normal 1 episódio de 4-6h • Polaciúria > frequência • Urgência • Disúria: dor, ardência ou desconforto a micção • Nictúria: inversão do ritmo • incontinência urinária Volume da micção: • normal: 700-2000ml/dia • Oligúria <400ml/dia (IRA, IRC) • Anúria <100ml/dia (necrose cortical, necrose pós renal, trombose de artérias renais) • Poliúria >2500ml/dia (DM, anemia falciforme, DI) Cor da urina: • Normal: amarelo-claro (diluída), amarelo-escura (concentrada) • Turva > fosfato (Normalmente é infecção urinária) • Cor vermelha ou marrom (coca-cola) • Hematúria: pode ser macro (cor de coca-cola) ou micro o Total – durante toda micção o Inicial – inicio da micção o Final – final da micção • Hemoglobinúria • Bilirrubinúria: paciente com icterícia colestática o Direta: hidrossolúvel – sai na urina o Indireta: lipossolúvel – não sai na urina Dor renal: • Dor lombar - causa mais comum o PNA, hidronefrose o Pode irradiar para genitália • Edema (muito frequente na nefrologia) o Gravitacional -> face, mãos, MMII • Hipertensão arterial o Crônica -> causa da IRC o Recente -> nefrogênica (hipertensão faz parte da doença renal) Antecedentes pessoais e familiares: • HÁ, DM • Doença renal crônica na família, doença policística • Observar zona endêmica na identificação do paciente (esquistossomose, malária) Exame Físico: • Hálito urêmico (cheiro de urina no paciente renal crônico) • Facies renal (edemaciada, amarela) • Fundoscopia • Pressão arterial Exames Laboratoriais: • Urina I o Ph varia de 5-6 na primeira urina da manhã • Proteinúria na urina I o Qualitativo (normal – proteinúria negativa; anormal + a 4+) o Quantitativo (inferior a 0,1g/L) • Proteinúria de 24h o Máx 150mg/dia OBS: a membrana basal, não deixa passar proteína, pois ela é carregada negativamente. Se tem proteinúria, significa que tem lesão na membrana basal • Sedimento urinário o Pega uma lâmina e avalia o que tem de células (leucócitos até 10.000; hemácias até 7000) o Células do trato urinário, transicionais, etc • Cilindros o Massa proteica que toma conformação de um túbulo (onde a urina é concentrada) o Cilindro granuloso marrom está presente na IRA IMAGEM: indivíduo com síndrome nefrítica, com várias hemácias na imagem IMAGEM 2: cilindro granuloso marrom Provas de Função renal: • Ureia e creatinina -> são substâncias excretadas pelos rins e a concentração depende da FG o Usada de parâmetro para avaliação de função renal o Ureia – vem da proteína da carne o Creatinina – vem da creatina que vem dos músculos - Creatinina é marcador tardio da FG -> as vezes a creatinina ainda está normal (clearense menor) Ex: de 0,8 vai para 1,2 (está dentro da normalidade, mas aumentou) Qual é mais fidedigna? Creatinina • Cistatina C -> marcador mais precoce, absorvido pelos túbulos Homens tem mais musculo que mulheres, no geral a creatinina é maior em relação as mulheres. Clearense da Creatinina A creatinina é totalmente filtrada, não é reabsorvida e é levemente secretada ***Avalia se tem insuficiência renal ou não Compara o que tem de creatinina no sangue e compara com o que tem na urina (fazer exame de urina 24h) -> taxa de filtração glomerular Cu/Cp x volume de diurese Ex: creatinina na urina (120mg/dL) x volume (1ml/min) / creatinina no sangue (1mg/dL) = 120ml/min VR = 80-120 ml/min Métodos de imagem: • USG -> principalmente • Raio X simples de abdome -> não vê o rim, mas vê a gordura perirenal USG visualiza bem córtex e medula (má diferenciação e ecogenicidade diminuída, indicam doença renal crônica). • Arteriografia -> põe um cateter na femoral e injeta contraste (avalia estenose da artéria renal, que leva a HÁ). • Cintilografia renal ou renograma Glomerulopatias - Aula 2 Anatomia Glomerular Funções Anatômicas Função Glomerular • Filtração (20-30% do plasma) • TFG normal é >90mL/min • Proteinúria < 150mg/dia • <5 leucócitos e/ou hemácias por campo Histologia – Glomérulo O que são glomerulopatias? São doenças que acometem o glomérulo. (estrutura e/ou condição) – decorrente de processos imunomediados. Podem causar síndromes - Possuem várias causas - É a terceira maior causa de doença renal crônica no Brasil - Diagnóstico e o prognóstico são feitos por biópsia renal (padrão outro das glomerulonefrites) Classificação – quanto a causa • Primárias -> só o rim está afetado• Secundárias -> doença sistêmica, na qual o rim também está acometido (ex nefropatia diabética; lúpus – nefrite lúpica) o Paciente primeiro tem uma doença e secundariamente o rim é afetado Classificação – quanto ao Envolvimento glomerular: é avaliado histologicamente ✓ Difusa -> todos os glomérulos afetados >50% ✓ Focal -> alguns glomérulos afetados <50% ✓ Global -> TODO glomérulo afetado ✓ Segmentar → PARTE do glomérulo afetado (gloméruloesclerose segmentar e focal = parte de alguns glomérulos afetados) Classificação – quanto a apresentação clínica: - Pode não ter sintomas e ter apenas alterações laboratoriais (hematúria microscópica, proteinúria no exame de urina, etc) -> a maioria das glomerulopatias começam dessa forma e depois se apresentam clinicamente - Hematúria macroscópica (urina cor de coca- cola; geralmente é sem dor e sem coágulo) • Se sair coágulo, pensar em sistema uroepitelial - Síndrome nefrótica -> se caracteriza por edema, hipoalbuminemia, normotenso, proteinúria >3/3,5g/dia, albumina baixa, aumento do colesterol e liquidúria (perda de líquidos na urina); aparece de forma lenta - Glomerulonefrite aguda (hoje é chamada de síndrome nefrítica) -> edema, hipertensão e sem hematúria macro, apenas microscópica, hipertensão - Síndrome nefrítica -> edema, hematúria macroscópica, proteinúria <3g, edema, e diferente da nefrótica, é abrupta (aparece rapidamente) Glomérulo nefrite aguda X síndrome nefrítica – na glomerulonefrite a hematúria é MICROscópica; já na síndrome nefrítica a hematúria é MACROscópica - Glomerulonefrite rapidamente progressiva -> evolui rapidamente com disfunção renal (mais grave delas). Creatinina normal no primeiro dia e aumenta rapidamente até chegar na diálise. - IRC -> glomerulonefrite que não foi diagnosticada no passado e evolui para doença renal crônica. Pode ser assintomática por muitos anos e ser diagnosticada apenas quando já for crônica. Alterações Assintomáticas Hematúria dismórfica -> hemácias passam por falhas na membrana basal glomerular e caem nos túbulos. Por isso é dismórfica. Origem glomerular (tem pelo menos 5% de acantócito) Proteinúria -> para ter sintomas, essa proteinúria precisa ser bem elevada • P hidrostática > P oncótica (paciente fica edemaciado) • Proteinúria > 3/3,5g (proteinúria nefrótica) Albuminuria -> 30-300mg não é detectado no exame de urina I; deve pedir um exame separado para avaliar – albuminúria (amostra isolada ou de 24h) Fisiopatologia - Mecanismo de lesão Glomerular ✓ Mecanismo imune ✓ Mecanismo não-imune 1)Mecanismo imune Infecção -> estimulo antigênico -> resposta humoral e celular -> fixação de complemento - > inflamação -> eliminação do invasor -> fibrose (essas são as etapas de uma resposta imune normal do organismo), porém na glomerulopatia, não tem infecção inicial. O processo se inicia com o estimulo antigênico, não se sabe porque -> resposta humoral -> fixação do complemento -.> inflamação -> fibrose. 1) Mediado por anticorpos ✓ Deposito de imunocomplexos o Quebra de tolerância -> de uma hora para outra, não reconheço mais o podócito e começo a produzir anticorpos contra ele -> apoptose -> nefrite ✓ Antígeno plantado o Joga albumina de soro catiônico que se liga a resíduos da membrana (modelo experimental) – esse soro é contra o podócito -> anticorpo é produzido ✓ Deposito de imunocomplexos circulantes o Fator anti-DNA se junta com uma célula + anticorpo -> imunocomplexo -> se adere ao mesângio -> início de uma reação inflamatória -> apoptose das células -> esclerose mais futuramente Ex de imunocomplexos circulantes: a remoção inadequada do antígeno nas hepatites B e C levam a persistência desse antígeno com IC circulantes que predispões a lesão glomerular. II) Mediada por células Neutrófilos, monócitos, macrófagos, linfócitos, plaquetas, células glomerulares residentes e citocinas III) Ativação da via alternativa do complemento ✓ Via clássica ✓ Via alternada 2)Mecanismo não-imune - É a adaptação a sobrecarga Glomerulonefrite difusa (acometeu grande parte dos glomérulos) -> se houver esclerose de 30- 50% dos glomérulos, os glomérulos que sobraram, vão hiperfiltrar -> lesão epitelial e endotelial -> proteinúria mantida -> resposta mesangial (grande produção de colágeno) -> fibrose -> perda da função renal *Mesangio = célula que da sustentação aos capilares dos glomérulos e é capaz de transformar em fibroblasto, pela sua produção de colágeno. - Existe adaptação glomerular diante a sobrecarga, com piora progressiva da função renal Recordando a histologia: - A membrana basal glomerular é carregada negativamente, por isso ela faz a barreira de proteína. Quando existe buraco ou perde a carga negativa, há proteinúria. - Lesão dos pedicelos também leva a proteinúria *Nefrina -> é uma proteína que faz parte do pedicelo (constituinte normal da estrutura de filtração). Sua fução é impedir a passagem de proteínas (tem crianças que já nascem com síndrome nefrótica, pela falta da nefrina) • A nefrina é muito importante para integridade de filtração Biópsia Renal – padrão ouro de glomerulonefrites É indicado para TODA síndrome nefrótica; hematúria dismórfica que está piorando a função renal; proteinúria > 1g associada ou não a hematúria ***Geralmente hematúria de <1g não é de origem renal, apenas está passando pelo rim NÃO fazer biópsia quando: • Rins hipercogênico (<9cm) • Rim único (se formar hematoma quando fizer a punção, pode danificar o único rim que o paciente tem) • Distúrbios de coagulação irreversível • HAS severa (deixa primeiro o paciente normotenso e depois faz a biópsia) • Paciente não corporativo (crianças) • Cistos renais múltiplos ou bilaterais Procedimento: deita o paciente, coloca um colchim para deixar a coluna mais reta, assepsia local, anestesia, faz USG do rim e entra com a agulha ***Normalmente é feita no rim esquerdo para não ter risco de lesão hepática e no polo inferior por ter menos vasos (sangra menos). Se tiver esplenomegalia importante, faz no direito. 3 fragmentos: um vai para microscópica óptica (avalia colágeno), um para imunofluorescência (avalia se tem deposito de imunoglobulina ou imunocomplemento) e outro para microscopia eletrônica (não é realidade para pequenos centros, apenas feito em casos específicos). Tratamento Doença imune: imunomoduladores • Corticoesteróides -> menor deslocamento de neutrófilos para a área inflamada; estabilização de lisossomos (menor digestão de antígenos e maior apresentação deles pelos macrófagos).; indução da morte de linfócitos • Citostáticos • Ciclosporina e Tacrolimus -> inibe a ILC- 2 e estimula a produção de linfócitos • Plasmaferese Anti-metabólicos (azatioprina e ciclosforamida) – drogas muito utilizadas; usadas em neoplasias; inibem a síntese de DNA e com isso multiplicação celular; pode dar leucopenia OBS: albuminúria VR < 30mg/g creatinina Microalbuminúria positiva: 30-300mg/g (amostra isolada) 30-300/24h (amostra de 24h) Caso Clínico Mãe leva criança de 8 anos ao PA com queixa de edema de face, cefaleia e urina cor de coca-cola há 2 dias. Antecedente de asma desde os 3 anos e impetigo há 2 semanas. Além do edema de face, havia edema de membros inferiores e PA = 148/94 - Diagnóstico: síndrome nefrítica Homem, 50 anos é internado com oligúria, edema de face e MMII há 10 dias. Em 2 dias evoluiu para anúria (<100mL de diurese), náuseas e vômitos. - Diagnóstico: IRA (anúria) Jovem, masculino, apresenta hematúria macroscópica 3 episódios associado a sinusite com rinorreia e dor frontal - Diagnóstico: hematúria recorrente Glomerulopatias se manifestam por síndromes,exames laboratoriais ou sintomas isolados Síndrome Nefrítica: Inflamação do glomérulo (geralmente por etiologia imunológica associada) -> redução da superfície para filtração -> disfunção renal, edema e hipertensão. Inflamação -> pode haver alteração da permeabilidade proteica -> proteinúria Inflamação -> ruptura das alças glomerulares -> hemácias dismórficas, cilindros hemáticos Síndrome Nefrótica: Alteração na permeabilidade causa disfunção podocitária, acumulo proteico mesangial/glomerular e depósitos subepiteliais de imunocomplexos -> tudo isso leva a proteinúria OBS: essa proteinúria excessiva gera inúmeras complicações (trombose, dislipidemia, infecções) Causas: GESF, glomerulopatia membranosa, amiloidose, nefrite lúpica grau V Glomerulopatias - Síndrome Nefrítica ❖ Hematúria macroscópica ❖ Edema de face ❖ Hipertensão arterial ❖ Podem aparecer cilindros hemáticos ❖ Proteinúria moderada ( <3,5g/dia) ❖ Acantocito ❖ Hematúria dismórfica (micro) – origem glomerular Inflamação do glomérulo (geralmente por etiologia imunológica associada) -> redução da superfície para filtração -> disfunção renal, edema e hipertensão • Antígenos NÃO renais Inflamação -> pode haver alteração da permeabilidade proteica -> proteinúria Inflamação -> ruptura das alças glomerulares -> hemácias dismórficas, cilindros hemáticos O termo síndrome nefrítica está sendo substituído por glomerulonefrite aguda (aparecimento ABRUPTO de edema, hematúria macro ou MICRO dismórfica e proteinúria; geralmente tem diminuição da TFG) TFG = CLEARANSE DE CREATININA ***A diferença de uma para outra é o tipo de hematúria Hematúria dismórfica = hematúria glomerular Glomérulo normal X Glomérulo com GN Diminui a filtração, porque a área de filtração diminuiu Normal: arteríola -> capilar -> vênula Rim: arteríola -> capilar -> arteríola eferente -> capilares peritubulares (irrigam o rim). No caso da síndrome nefrítica, como está tudo obstruído, vai menos sangue para arteríola eferente -> isquemia/necrose tubular aguda -> diminui TFG - Normalmente corre de 7-21 dias após uma infecção - É mais prevalente em crianças e meninos - Infecção por Streptococcus (amigdalite purulenta) causa uma infecção de garganta e o anticorpo contra o antígeno da bactéria vão formar o imunocomplexo, aderir ao rim e causando uma glomerulonefrite difusa aguda • Depósitos de imunocomplexos subendoteliais e na membrana basal glomerular Quadro Clínico: ocorre amigdalite ou piodermite cerca de 2 semanas antes da síndrome nefrítica. Paciente apresenta edema, HAS, hematúria dismórfica, hematúria macro, oligúria, hipervolemia com edema agudo de pulmão ou emergência hipertensiva com convulsão e até injúria renal aguda, cilindros hemáticos - O exame de urina, mostra leucocitúria, cilindros leucocitários e hematúria dismórfica OBS: Leucocitúria NÃO é igual infecção urinária, pode ser glomerulonefrite, principalmente se tiver hematúria dismórfica. Padrão ouro para infecção urinária = urocultura • Cultura negativa – provavelmente não é infecção Achados Laboratoriais Biópsia de glomerulonefrite: Indicada em casos de oligúria persistente ou anúria; proteinúria nefrótica por mais de 4 semanas; hematúria macro por mais de 6 semanas; evidencias de doenças sistêmicas. - Microscopia eletrônica: tem deposito subepitelial (abaixo do podócito) - Glomerulonefrite pós-infecciosa é uma das poucas que chama neutrófilo Tratamento: ✓ Dieta hipossódica ✓ Diurético de alça (furosemida) ✓ Diálise se evoluir para injuria renal aguda ou quando o diurético não funcionou ✓ ATB se tiver infecção junto ✓ Não é necessária profilaxia (apenas em casos de febre reumática) Mal prognóstico - Quando deixa sequela funcional ✓ Idade avançada ✓ Síndrome nefrótica ✓ Creatinina alta na apresentação (já têm IR) ✓ Casos de internação - É a principal causa de síndrome nefrítica no mundo - Geralmente tem um pico de incidência entre a 2ª e a 3ª década de vida - Decorrente de um defeito da glicosilação do IgA Como diferencia da pós infecciosa? Na doença de Berger, a manifestação já começa de 1-2 dias depois do fator. Se não conseguir diferenciar, fazer biópsia renal. - Geralmente seu curso é benigno Glomerulopatia Crescêntica Aspecto anatômico igual lua em fase crescente Antígeno apresentado a célula endotelial -> inflamação -> macrófago -> fibrina -> faz com que as células do folheto parietal proliferem, formando uma crescente • Quando isso é visto em mais de 50% dos glomérulos = glomerulonefrite crescêntica • Crescêntica é um termo histológico • Crescente = rapidamente progressiva (evolui rapidamente para perda de função renal) • Quanto mais crescente, maior a insuficiência renal ***Insuficiência renal é a principal característica dessa patologia - É uma urgência nas glomerulopatias (se suspeitar dessa doença, primeiro trata e depois faz biópsia, para tentar recuperar a função renal) 50-60% de crescentes na amostra de biópsia Quadro Clínico: Edema, hipertensão leve, hematúria, oliguria acentuada, as vezes anúria com aumento rápido de creatinina. Sintomas gerais como febre, perda de peso, dor articular OBS: anuria sempre pensar em obstrução renal A glomerulonefrite crescêntica podem ser de 3 tipos 1) Tipo I -> padrão linear (anticorpo anti membrana basal glomerular que forma uma linha) = síndrome de Goodpasture a. pode ter hemorragia pulmonar 2) Tipo II -> padrão granular -> padrão de grânulos na imunofluorescência. 3) Tipo III -> imunofluorescência negativa -> presença de ANCA Quadro laboratorial O complemento pode estar: normal (tipo I e II) ou baixo (tipo II) ANCA e c-ANCA (anticorpo anticitoplasma – marcador de vasculite) presente no tipo 111 Tratamento – GN Crescêntica - A GNC é considerada uma urgência medica pela necessidade terapêutica agressiva e precoce - SBN recomenda: pulsoterapia (corticoide em altíssimas doses 10x maior, por dias consecutivos) • Corticoides altos assim, matam linfócitos Na GN crescêntica tipo I recomenda-se plasmaferese Nefropatia por IgA e Nefrite de Henoch-Schonlen - Está dentro da hematúria macroscópica ou microscópica - Clinicamente apresenta hematúria - Na prática, essas glomerulopatias podem se apresentar de diversas formas - É uma glomerulonefrite proliferativa mesangial com deposição difusa na imunofluorescência de IgA - Berger foi o primeiro que escreveu essa doença - Muito prevalente na maioria dos países ocidentais e asiáticos (o rastreio é feito na infância – urina 1 em crianças – avaliam hematúria – por ser uma doença prevalente nessas regiões) - Na Europa é mais comum em brancos do que em negros - 3:1 em homens Patogênese: alteração na imunoglobulina A (possui menos galactose). O organismo entende essa imunoglobulina A como não sendo do organismo e produz anticorpos contra o IgA. Esses anticorpos grudam – antígeno – anticorpo – complemento e vai aderir no mesângio. Ou seja, é uma alteração de IgA com depósito mesangial Clínica: hematúria macroscópica (urina cor de coca-cola) -> muito relacionado a infecções de vias aéreas superiores, CONCOMITANTE. Infecção de VAS e hematúria junto. Diferente da glomerulopatia pós Streptococcus (2 semanas depois apresenta a glomerulopatia). o Pode dar síndrome nefrótica, hematúria, insuficiência renal Laboratorialmente: quase nada muda (não ajuda) Característica histológica mais comum: proliferação mesangial - Se jogar anticorpo anti-IgA, vai grudar nessa região de proliferação do mesângio. Proliferação mesangial: - Se jogar na imunofluorescência anticorpo anti- IgA, vai colorir essas regiões Pode ter lesõesmínimas também, não é sempre assim. A principal característica é a presença de IgA mesangial difusa na imunofluorescência. Tratamento IgA: se o paciente tiver uma queda abrupta na taxa de filtração (creatinina subiu rapidamente 1->3, mostrando que é uma doença rapidamente progressiva), deve-se usar ciclofosfamida por 3 meses e depois azatioprina associada. Se o paciente tiver proteinúria em torno de 1g, usar apenas medida de suporte -> IECa (inibidor da enzima de conversão) ou BRA (bloqueador do receptor de angiotensina) -> eles fazem uma vasodilatação na arteríola eferente, isso faz com que diminua a hiperfiltração glomerular, consequentemente diminuição da proteinúria. • Proteína 1g, dar essas terapias de suporte -> diminui a proteína Proteinúria persistente + TFG > 50%, pode fazer terapia de suporte e corticoide 1mg por 3 a 6 meses - Óleo de peixe tem baixa evidência de melhora - Descrita por Henoch - Histologicamente NIgA e PSH são a mesma coisa, porém clinicamente são diferentes (uma é de adulto e outra é de criança, respectivamente) o Na criança, normalmente dá diarreia e a evolução é benigna o Mas pode dar síndrome nefrótica Casos Clínicos Hematúria final -> urina e no fim sai sangue Leucócitos normal até 10.000 Hemácias normal até 7.000/10.000 (hemácias elevadas nesse caso) Diagnóstico clinico: hematúria macroscópica a esclarecer • Hematúria eumórfica (DE negativo significa que não passou pelo glomérulo) • Doença urológica não nefrológica Diagnóstico etiológico: problema urológico Diagnóstico anátomo-patológico: neoplasia de bexiga Após descobrir hematúria, fazer USG: diante da queixa e dos dados clínicos, poderiam ser achados uma massa sugestiva de malignidade na bexiga (tabagismo) ou próstata (idade) OBS: hematúria macroscópica é muito mais da área da urologia do que da nefrologia *Diclofetato é anti-inflamatório *Ampicilina – ATB Proteína + (o normal é estar negativo) Leucocitúria (o normal é até 10.000) Hematúria (o normal é de 7.000-10.000); hemácias dismórficas e cilindros hemáticos Diagnóstico Sindrômico: síndrome nefrítica Diagnóstico topográfico: doença renal (glomérulo) Diagnóstico anátomo-patológico: GNPE Diagnóstico Etiológico: amigdalite tratada que evoluiu para glomerulonefrite pós Streptococcus (doença imune decorrente de uma infecção de garganta) Exames: o padrão ouro é a biópsia renal. Mas nem sempre é pedido para concluir diagnóstico. O mais ideal seria pedir anti-streptolisonaO e C3 (vai estar diminuído), C4 (vai estar normal), atividade do complemento sérico total (vai estar diminuído); proteinúria de 24h ***Imunofluorescência é feito na biópsia Cefaleia nucal – crise hipertensiva (geralmente pressão alta não dá sintomas) – quadro agudo ✓ Hipertensão crônica não dá sintomas Tratamento: internação para acompanhar a função renal e a crise hipertensiva; diuréticos de alça; anti-hipertensivo (antagonista de canais de cálcio) • Beta bloqueador é bom para pacientes que possuem angina de peito – não deve ser o caso da paciente Acompanhar a paciente laboratorialmente para ir avaliando a função renal - Não é necessário fazer tratamentos com corticoide; se fosse rapidamente progressiva, usaria corticoide na pulsoterapia. *Paciente com oligúria, insuficiência renal e crise hipertensiva -> critério de gravidade Leucócitos normais (até 10.000); hemácias normais; hemograma e glicemia normais; proteinúria (o normal é negativo) Diagnóstico sindrômico: doença renal crônica; síndrome nefrótica primária – processo imunomediado, normotenso, hipoalbuminemia, hipercolesterinemia Diagnóstico topográfico: glomérulo Diagnóstico etiológico: diabetes Diagnóstico anátomo-patológico: GN membranosa OBS: síndrome nefrótica primaria -> doença exclusivamente renal. Síndrome nefrótica secundária -> secundária é uma doença ex: diebetes, hepatite C. OBS2: normalmente síndrome nefrótica necessita de biópsia renal Hematúria de 80.000 com 75% de hemácias dismórficas Diagnóstico sindrômico: hematúria microscópica Diagnóstico etiológico: DRC hereditária Diagnóstico topográfico: renal (porque é dismórfico; se não fosse, seria urológico). Diagnóstico anátomo-patológico: Doença de Alport - O diagnóstico será feito por biópsia. Nela não pode faltar imunofluorescência (para ver de é IgA) e microscopia eletrônica (doença de membrana fina, doença de Alport são doenças que precisam ver a membrana basal muito detalhada) Glomerulopatias – Síndrome Nefrótica - É uma síndrome clínico laboratorial (mais laboratorial. De clinico só tem o edema). - Proteinúria > 3,5g - Presença de hiperlipidemia e outras complicações tais como infecciosas tromboembólicas (aumento do fator de coagulação e perde de fator fibrinolítico) - Pode haver hipertensão arterial e hematúria microscópica (confunde com síndrome nefrítica – ver proteinúria e hipoalbuminemia) Etiologia 1) Primárias (70%) - São lesões mínimas, mesangial, glomérulo esclerose segmentar e focal, GN membranosa e GN membrano proliferativa - Só dá para saber fazendo biópsia - Tratamento imunoterâpico 2) Secundárias (30%) - Causas infecciosas (vírus – HIV, hepatite B e C), (bactérias – endocardites, sífilis), (parasitas – esquistossomose, malária); doenças metabólicas (DM); amiloidose; neoplasias (linfoma, tumores sólidos); doenças autoimunes (lúpus); medicamentos (muito uso de AINES) - Tratar doença de base Fisiopatologia ➢ Aumento da filtração de proteínas: ➢ Perda de hormônios e vitaminas ➢ Alteração nos fatores de coagulação -> tromboembolismo ➢ Albuminúria (perda de proteínas) o Desnutrição o Hipoalbuminemia -> edema (diminuição da pressão oncótica) e aumento da síntese hepática de lipoproteínas -> hiperlipidemia o Aumento da reabsorção tubular de proteínas que foram filtradas – disfunção tubular – lesão – IRC Investigação Laboratorial - Urina 1 o Proteinúria sempre presente o Glicosúria – se for um diabético o Leucocitúria o Hematúria (principalmente na glomerulonefrite membranoproliferativa GNMP - Proteinúria de 24h (>3,5g) - Colesterol total, HDL, LDL, VLDL, triglicérides (produção aumentada de lipoproteínas pelo fígado) - Eletroforese de proteínas o Hipoalbuminemia o Elevação de alfa e beta 2 globulina (quando estão elevadas, significa que a albumina está baixa a bastante tempo) - Investigar doenças de base para ver se é uma síndrome nefrótica secundária Biópsia Renal • 85% das crianças com SN tem lesão mínima o Lesão mínima não faz biópsia – tratar direto a criança • No adulto precisa definir, pois cada um tem um tratamento Tratamento - Primárias: corticoides em dose imunossupressora - Secundárias: tratamento da doença de base, sem imunossupressor Resposta: letra C. Consequência de uma hepatite C Fisiopatologia e tratamento – Proteinúria/Hipoalbuminemia Fisiopatologia: existe a membrana basal glomerular (carregada negativamente) a qual retém as proteínas (albumina também é carregada negativamente) de acordo com a carga e o tamanho da proteína. A barreira carga-seletiva é assegurada pelos glicosaminoglicanos que tem cargas negativas, fazendo com que a membrana basal repila albumina. *Várias interleucinas podem mudar a carga da membrana A barreira tamanho-seletiva é representada pelos POROS da membrana basal, que restringe a passagem de proteínas entre 4-8nm. *Quando tem alguma lesão no podócito da membrana basal, perde a capacidade/eficiência de filtração. Diafragma da Fenda: fendas de filtração na membrana basal que ficam fechadas (contém proteínas); a falta dessasproteínas, perder esse poder de ficarem fechadas e as proteínas escapam pela membrana basal • A nefrina faz parte dessa fenda • A ausência de nefrina é responsável pela síndrome nefrótica em crianças (deixa abrir esse zíper e escapar proteínas) • É uma doença genética, na qual não tem a proteína nefrina, que dá o fechamento em forma de zíper da membrana Tratamento: IECA ou BRA. Tem ação ANTI- proteinúria. Fazem vasodilatação da arteríola aferente e eferente, principalmente da eferente, diminuindo a TFG. *Se chegar na dose máxima desses dois medicamentos e a pressão ainda não tiver abaixado, é necessário dar outro anti- hipertensivo (furosemida, antagonista dos canais de cálcio, etc) - Há então redução de 40-50% da proteinúria; diminuição da pressão; *IECA pode dar hiperpotassemia Fisiopatologia e tratamento – Edema - Pode ser discreto ou generalizado - Começa na face de manhã e pode evoluir para MMII - Derrames cavitários (pleural) podem estar presentes -> causando atelectasia -> infectar -> pneumonia (não é apenas algo cosmético nesse caso) - Pode ocorrer hipotensão postural (muito liquido no 3º espaço e pouco liquido no intravascular). Queda de 20 na sistólica e de 10 na diastólica. - Edema é característico de síndrome nefrótica - Se junto com esse edema tiver outros sintomas, sem estar associados ao sistema renal, pode ser que essa síndrome nefrótica seja secundária. Faixa branca no meio -> desnutrição proteica Fisiopatologia: está ligada a hipovolemia – Underfill e/ou retenção de sódio – Overfill Underfill -> proteinúria intensa a ponto de levar a diminuição da pressão oncótica (hipoalbuminemia) -> redução do volume plasmático -> aumento de vasopressina/ADH -> ativação do sistema renina-angiotensina -> retenção de água; retenção de sódio pela aldosterona -> elevação da pressão -> edema Overfill -> essa glomerulopatia leva a um defeito tubular primário de retenção de sódio. Todos os hormônios do underfill estarão normais (vasopressina normal; aldosterona reduzida) Tratamento: paciente nefrótico apresenta balanço positivo de sódio -> fazer dieta com restrição de sal e orientação da ingesta proteica (0,8-1g de orteína/kg/dia). Uso de diuréticos EV para garantir 100% da absorção. Se dar vários diuréticos, pode ter efeito sinérgico. - Se a albumina esta baixa, há diminuição do nível plasmático de diuréticos que circulam ligados a albumina -> quanto pior a albuminúria, pior a ação do diurético *Edema refratário não responsivo a diurético = dar albumina EV, principalmente quando tem hipovolemia. Fisiopatologia e tratamento – Hipercoagulabilidade Quadro clínico: trombose arteriais ou venosas; trombose de veia renal é um problema e pode ocorrer em pacientes com muita proteinúria (glomerulonefrite membranosa). Essa trombose dá dor lombar, hematúria macroscópica, perda da função renal e vacicocele a esquerda se for homem (isso ocorre porque a veia gonadal desagua na veia renal a esquerda). - A complicação mais temível da trombose é a embolia pulmonar Tratamento: tratar trombose aguda – anticoagulante (warfarina) INR entre 2-3 • Warfarina é um inibidor dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K • Diminui esses fatores de coagulação e anticoagula o paciente (primeiro dá heparina, depois warfarina) - Se a albumina está muito baixa, abaixo de 2g, dar anticoagulação plena com heparina de baixo peso Fisiopatologia e tratamento – Hiperlipidemia e Lipidúria - Isso significa que o paciente tem uma hipercolesterolemia importante - Pode ter xantelasma na síndrome nefrótica -> o fígado produz grandes quantidades de lipoproteína (colesterol LDL) - Proteinúria com disfunção renal também aumenta os triglicérides/colesterol -> pela hipoalbuminemia; diminuição da lipase lipoproteica e redução do receptor de LDL - Aumento de colesterol a longo prazo -> risco de aumento de doença cardiovascular Tratamento: dieta + inibidores da HMG coA redutase (estatinas) + ezetimibe (diminui absorção de colesterol) Exemplo de glomeruloesclerose segmentar e focal: Exemplo de GN membranoproliferativa:
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