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Ana Paula Fernandes 1 Exodontia Reparação de Feridas Fase Catabólica: fase do metabolismo de liberação energética para o corpo. Fase Anabólica: consumo/armazenamento de energia. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO → Depende do tipo de tecido envolvido; → Característica celular • Lábeis (se multiplicam durante todo o clico de vida) = ex. hemácias; • Estáveis (aceleram a multiplicação após injúria) = ex. fibroblastos; • Permanentes (não se multiplicam durante a vida pós-natal) = ex. neurônios específicos. → A qualidade da resposta cicatricial é influenciada pela natureza da ruptura do tecido e das condições para o fechamento da lesão. OBS – natureza da ruptura do tecido: existem tecidos que não se regeneram, não voltam a ser o que eram antes da injúria. OBS – condições para o fechamento da lesão: trauma de impacto ou trauma planejado. CAUSAS DE DANOS AOS TECIDOS FÍSICO: → Fluxo de sangue comprometido = se não chega oxigênio – hipóxia – necrose – tecido não tem mais função – eliminado e reconstruído; → Esmagamento; → Desidratação; → Incisão = deve ser firme e contínua; → Irradiação = eliminação de células cancerígenas e células naturais; → Resfriamento = vasoconstricção – não chega oxigênio; → Aquecimento = gera morte celular. QUÍMICO: → Agentes com pH não fisiológico; → Agentes com tonicidade não fisiológica; → Proteases; → Vasoconstritores; → Agentes trombogênicos. RESPOSTA DE CICATRIZAÇÃO DA LESÃO → Qualquer forma de injúria desencadeia uma complexa série de processos estritamente organizado e temporariamente concomitantes objetivando restaurar a integridade do tecido envolvido. REPARO DE FERIDAS EPITELIZAÇÃO → O epitélio ferido tem uma capacidade regenerativa geneticamente programada que permite restabelecer a sua integridade através da proliferação, migração e inibição por contato. → Em geral, qualquer margem livre de um epitélio normal continua a migrar (por proliferação de células epiteliais germinativas que avançam a extremidade livre para a frente), até que entre em contato com a outra extremidade livre do epitélio, em que é sinalizada para parar de crescer lateralmente. ETAPAS DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS Dividiu-se o processo de cicatrização de feridas em etapas básicas que, embora não se excluam mutuamente, ocorrem nesta sequência. Essas três etapas são: 1. Inflamatória 2. Fibroblástica ou proliferativa 3. Remodelação Ana Paula Fernandes 2 Exodontia INFLAMATÓRIA → A etapa inflamatória começa, ocorre a momentânea lesão tecidual e, na ausência de fatores que prolonguem a inflamação; → Dura de 3 a 5 dias; → Composta por duas fases: 1. Vascular (vasoconstricção) 2. Celular (quimiotaxia, migração, diapedese) Os eventos vasculares postos em movimento durante a inflamação começam com uma vasoconstrição inicial dos vasos interrompidos como resultado do tônus vascular normal. A vasoconstrição diminui o fluxo sanguíneo para a área de lesão, promovendo a coagulação do sangue. Dentro de minutos, histamina e prostaglandinas E1 e E2, elaboradas pelos glóbulos brancos, causam vasodilatação e pequenos espaços abertos entre as células endoteliais, o que permite o vazamento do plasma e leucócitos para migrar para os tecidos intersticiais. A fibrina do plasma transudado provoca obstrução linfática, e o plasma transudado – auxiliado por vasos linfáticos obstruídos – acumula-se na área da lesão, funcionando para diluir contaminantes. Essa coleção de fluidos é chamada de edema. • Calor e rubor → causados por vasodilatação; • Edema → causado por transudação de fluido; • Dor e perda de função → causado pela histamina, pelas cínicas, pelas prostaglandinas liberadas por leucócitos, assim como pela pressão do edema. COÁGULO SANGUÍNEO Fonte de citocinas e fatores de crescimento: • Interleucinas; • Fatores modificadores de crescimento (TGF- beta); • Fatores de crescimento derivados das plaquetas (PDGF); • Fatores de crescimento endotelial vascular (VEGF). QUIMIOTAXIA E DIAPEDESE • Vasodilatação: - Histamina - Prostaglandinas - Leucotrienos • Recrutamento dos Leucócitos: - Proteases e citocinas - Eliminação de bactérias e tecidos sem vitalidade Ana Paula Fernandes 3 Exodontia MIGRAÇÃO: INFLAMATÓRIA x PROLIFERATIVA → Queda no número de neutrófilos; → Aumento do número de monócitos ativados (macrófagos); → Macrófagos: • Fagocitose de bactérias celulares; • Fonte primária de mediadores da cicatrização; • Manutenção da quantidade de fatores de crescimento e citocinas; • Liberação de enzimas proteolíticas induzindo a formação de nova matriz extracelular. ETAPA FIBROBLÁSTICA → Inicia ao 4° ou 5º dia – 2 a 3 semanas; → Os fios de fibrina, que são derivados da coagulação do sangue, riscam as feridas formando uma trama em que os fibroblastos começam a estabelecer as substâncias basilares e tropocolágeno. FORMAÇÃO DE TECIDO DE GRANULAÇÃO Contém: → Células inflamatórias; → Fibroblastos; → Angiogênse Estabelecimento de microcirculação: → Suprimento de oxigênio e nutrientes para o tecido de regeneração. REEPITELIZAÇÃO → Deposição de colágeno aumenta rapidamente a resistência à tração da lesão e reduz a importância da sutura; → A reepitelização é facilitada pelo tecido conjuntivo contrátil subjacente o qual se contrai para aproximar as margens da lesão. REMODELAÇÃO → Progressivamente substituída por um extenso período de remodelação progressiva e fortalecimento do tecido cicatricial imaturo; → Pode durar anos; → Ocorre um equilíbrio entre degradação e formação de matriz; → Migração de colágeno do tipo III para tipo I; → Durante essa fase, muitas das fibras de colágeno, anteriormente definidas de forma aleatória, são destruídas à medida que são substituídas por novas fibras de colágeno, que são orientados para melhor resistir às forças de tensão sobre a ferida. Ana Paula Fernandes 4 Exodontia FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO CORPO ESTRANHO → Corpo estranho é tudo o que é visto pelo sistema imunológico do organismo hospedeiro como “não próprio”, incluindo bactérias, sujeira e material de sutura. → Corpos estranhos causam três problemas básicos: 1. As bactérias podem proliferar-se e causar uma infecção na qual liberam-se proteínas bacterianas que destroem o tecido hospedeiro. 2. O material estranho não bacteriano atua como um paraíso para as bactérias, protegendo-as de defesas do hospedeiro e, assim, promovendo a infecção. 3. Corpo estranho é muitas vezes antigênico e pode estimular uma reação inflamatória crônica que reduz a fibroplasia. TECIDO NECROSADO → O tecido necrosado numa ferida causa dois problemas: 1. Sua presença serve como uma barreira para o crescimento interno de células reparadoras. A fase inflamatória é então prolongada, enquanto os glóbulos brancos do sangue trabalham para remover os restos necrosados pelos processos de lise enzimática e fagocitose. 2. Semelhante ao material estranho, o tecido necrosado serve como um nicho protegido para as bactérias. O tecido necrosado frequentemente inclui sangue recolhido na ferida (hematoma), no qual pode servir como uma excelente fonte de nutriente para as bactérias. ISQUEMIA → A diminuição do fornecimento sanguíneo pode levar a necrose de tecido e pode diminuir a entrega para a ferida de anticorpos, glóbulos brancos do sangue e antibióticos, aumentando assim a probabilidade de infecção da ferida. → A isquemia da ferida diminui o fornecimento de oxigênio e de nutrientes necessários para uma boa cicatrização. → Causas: • suturas apertadas ou localizadas incorretamente; • retalhos projetados inadequadamente; • excessiva pressão externa na ferida; • pressão internana ferida (vista, p. ex., em hematomas); • hipotensão sistêmica; • doença vascular periférica; • anemia. TENSÃO → Qualquer coisa que tende a manter as margens da ferida distantes. → Deiscência (abertura do tecido antes do processo de remodelação). ENVELHECIMENTO → Capacidade de reparo das feridas diminui com a idade; → Tecido adelgaçado generalizado causado pela perda de colágeno; → Comprometimento vascular e a baixa perfusão; → Tecidos friáveis. Ana Paula Fernandes 5 Exodontia TABAGISMO → Hipoperfusão tecidual e hipóxia; → Libera substâncias químicas: • Nicotina; • Monóxido de carbono (hipóxia é exacerbada pela ligação do CO à hemoglobina); • Nitrosamina; NICOTINA: → Reduz o fornecimento de O2 para os tecidos periféricos secundariamente à vasoconstrição peça epinefrina e norepinefrina; → Deposição de colágeno e formação de prostaciclina; → Aumenta a agregação plaquetária; → Causa disfunção dos neutrófilos e aumenta a viscosidade do sangue, o que afeta adversamente a cicatrização da ferida. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO PRIMEIRA INTENÇÃO → Feridas cujas margens são cuidadosamente reaproximadas; → Esse método de reparação de feridas diminui a quantidade de reepitelização, deposição de colágeno, contração e remodelação necessárias para a cura. SEGUNDA INTENÇÃO → Intervalo entre as margens de uma incisão ou dilaceração; → Essas situações exigem uma grande quantidade de migração epitelial, deposição de colágeno, contração e remodelação durante a cicatrização; → A cura é lenta; FERIDA APÓS EXTRAÇÃO → Preenchimento do alvéolo por coágulo sanguíneo dentro das primeiras 24-48hrs; → Cicatrização ocorre por segunda intenção; → Osteoclastos acumulam-se por toda crista óssea alveolar; → Ocorre angiogênese por meio dos remanescentes do ligamento periodontal; → Somente de 4 a 6 meses após a extração é que o osso cortical reveste o alvéolo, em geral, totalmente reabsorvido; isto é reconhecido radiograficamente por uma perda distinta de lâminas duras. CICATRIZAÇÃO ÓSSEA → Células osteogênicas (osteoblastos) importantes para a cicatrização óssea são derivadas das três fontes a seguir: (1) periósteo; (2) endósteo; (3) circulação de células mesenquimais pluripotentes. Ana Paula Fernandes 6 Exodontia LESÕES NERVOSAS Os três tipos de lesões nervosas são: 1. Neuropraxia; 2. Axonotmese; 3. Neurotmese. NEUROPRAXIA → A forma menos severa da lesão do nervo periférico, é uma contusão de um nervo em que se mantêm a continuidade da bainha epineural e dos axônios. → O trauma ou tração (alongamento) de um nervo, inflamação ao redor de um nervo, ou isquemia local de um nervo pode produzir neuropraxia. → A recuperação total da função do nervo geralmente em poucos dias ou semanas. AXONOTMESE → Ocorre quando a continuidade dos axônios, mas não da bainha epineural, é interrompida. → Um trauma forte, esmagamento do nervo ou extrema tração dele podem produzir esse tipo de lesão. → A regeneração axonal pode (mas não sempre) ocorrer com uma resolução de disfunção do nervo de 2 a 6 meses. NEUROTMESE → O tipo mais severo de lesão do nervo, envolve uma completa perda de sua continuidade. → Pode ser produzido por fraturas mal deslocadas, rompimento. → O prognóstico para a recuperação espontânea de nervos que sofreram neurotmese é pobre, salvo se as extremidades do nervo afetado de alguma Ana Paula Fernandes 7 Exodontia forma tenha sido deixadas próximas e devidamente orientadas.
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