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Infecção do Trato Urinário (ITU)

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DEFINIÇÃO 
A UTI pode ser assintomática (infecção subclínica) ou sintomática (doença). Por conseguinte, o termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, incluindo bacteriúria assintomática (BUA), cistite, prostatite e pielonefrite.
A cistite refere-se a uma infecção sintomática da bexiga; e a pielonefrite, à infecção sintomática dos rins. A ITU não complicada refere-se à cistite ou pielonefrite agudas em mulheres não grávidas em nível ambulatorial sem anormalidades anatômicas, nem instrumentação do trato urinário; a ITU complicada é um termo geral que abrange todos os outros tipos de ITU.
ITU de repetição: 2 episódios de ITU documentada em 6 meses ou 3 em 1 ano.
EPIDEMIOLOGIA E FATORS DE RISCO 
· Mais frequente em mulheres, exceto no período neonatal e em idosos. 
· Alterações anatômicas 
· Uso de dispositivos 
· O uso recente de um diafragma com espermicida, as relações sexuais frequentes e uma história de ITU constituem fatores de risco independentes para a cistite aguda
· Diabetes melitus em mulheres pós menopausa também constitui um fator de risco 
ETIOLOGIA 
· E. coli, o principal agente etiológico. 
· Staphylococcus saprophyticus
· Klebsiella
· Proteus
· Enterococcus
· Citrobacter
QUADRO CLÍNICO 
1. Bactériuria assintomática: Bacteriúria assintomática em um indivíduo sem sintomas do trato urinário é definida por uma amostra de urina do jato médio evidenciando crescimento bacteriano ≥ 105 cfu/mL em duas amostras consecutivas em mulheres e em uma única amostra em homens.
2. Cistite: disúria, polaciúria e urgência, pode ainda observar a presença de noctúria, hesitação, desconforto suprapúbico e hematúria. 
Dor lombar ou no flanco unilateral --> indicação de comprometimento do trato urinário superior 
Febre --> indicação de infecção invasiva do rim ou da próstata
3. Pielonefrite: A pielonefrite leve pode se manifestar na forma de febre baixa, com ou sem dor lombar inferior ou no ângulo costovertebral, enquanto a pielonefrite grave pode manifestar-se na forma de febre alta, tremores, náusea, vômitos e dor no flanco e/ ou lombar.
4. Prostatite: disúria, polaciúria e dor na área prostática, pélvica ou perianeal. Em geral, há febre e calafrios, e os sintomas de obstrução do orifício vesical são comuns.
5. ITU complicada: episódio sintomático de cistite ou pielonefrite em um homem ou mulher com predisposição anatômica à infecção, presença de corpo estranho no trato urinário ou fatores que predispõem a uma resposta tardia ao tratamento.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO 
Bacteriúria assintomática 
Tratar: 
· bacteriúria assintomática antes de procedimentos urológicos com violação da mucosa
· bacteriúria assintomática em mulheres grávidas
Cistite não complicada
1. Diagnosticar cistite não complicada (na ausência de fatores de risco para complicações), com base em: 
• história clínica focada nos sintomas do trato urinário inferior (disúria, polaciúria e urgência). 
• ausência de leucorréia ou irritação vaginal.
2. Cultura de urina deve ser realizada nas seguintes situações: 
• suspeita de pielonefrite aguda; 
• sintomas que não melhoram ou recorrem dentro de quatro semanas após o término do tratamento; 
• mulheres que apresentem sintomas atípicos; 
• mulheres grávidas .
3. Prescrever fosfomicina trometamol, pivmecillinam ou nitrofurantoína como primeira linha de tratamento para cistite não complicada em mulheres.
ITU recorrentes 
são recorrências de ITU não complicadas e/ou complicadas, com uma frequência de pelo menos três episódios/ano ou dois episódios nos últimos seis meses.
Dispõe-se de três estratégias profiláticas: terapia contínua, pós-coito ou iniciada pela paciente. A profilaxia contínua e a profilaxia pós-coito utilizam habitualmente baixas doses de SMX-TMP, uma fluoroquinolona ou a nitrofurantoína. Todos esses esquemas são altamente efetivos durante o período de administração ativa do antibiótico. Um esquema profilático é prescrito durante 6 meses e, em seguida, interrompido, quando a taxa de ITU recorrente frequentemente retorna a seu nível basal. Se houver recidiva de infecções importunas, o programa profilático pode ser reinstituído por um período mais prolongado.
A terapia iniciada pela paciente envolve fornecer à paciente material para cultura de urina e automedicação com um ciclo de antibióticos aos primeiros sintomas de infecção. A cultura de urina é refrigerada e entregue ao consultório do médico para confirmação do diagnóstico. Quando existe uma relação médico-paciente estabe- lecida e confiável, a cultura de urina pode ser omitida enquanto o episódios sintomáticos tiverem uma resposta completa a um ciclo de tratamento de curta duração e não forem seguidos de recidiva.
https://portaldaurologia.org.br/medicos/pdf/guidelines_EAU/Guideline_EAU_2018_port-web.pdf 
https://uroweb.org/wp-content/uploads/Urological-Infections-2012-port.pdf

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