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FES_Aula20081124

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FES – Aula do dia 24/11/2008 (segunda)
Hoje:
Furtado, caps. 25 a 29
Carvalho 
Próxima:
EV Costa – Da Monarquia à República
O tema da aula de hoje ainda é a crise da mão de obra e abolição da escravatura. É um apanhado de vários pontos que o professor julga pertinente para equalizar as turmas.
Vamos tirar algumas conseqüências e vamos aproveitar para inserir vários textos que foram poucos tratados nas aulas anteriores. O objetivo é introduzir a proclamação da republica. Um dos autores é o Jose Murilo de Carvalho
Efeitos na entrada maciça de imigrantes e da abolição
Abolição da escravatura na cafeicultura, onde o numero de imigrantes (65mil) supera o numero de escravos (50 mil), onde fica-se evidente ser possível abolir a escravatura. A conseqüência é que não se afetou a exportação de café: em 1887, exportou-se 1694 mil sacas, em 1890, 5100 mil sacas, em 1900 14700 mil sacas (900% em relação ao primeiro ano citado).
Continuidade da expansão cafeeira, com dados em numero de cafeeiros (pés de café) de 1888, tinha 221 milhões de cafeeiros e em 1902, teve-se 685 milhões de cafeeiros. Petrone disse que a partir de 1888, Ribeirão preto emprega principalmente imigrantes.. Professor volta para o capitulo 25 de Furtado, em que faz apanhado do século XIX, o professor chama atenção para o fato de comparar as décadas de 1840 versus 1890 com os valores médios da distribuição de população entre as regiões e suas taxas de crescimentos populacional e per capita. O centro engloba 40% da população, com taxa crescimento populacional de 2,2% e crescimento per capita de 2,3%. Tudo isso devido economia do café??. O Nordeste com 35% e taxa crescimento populacional de 1,2% e per capita com -0,6%, explicados pelo deslocamento do povo do processo produtivo do canavial para as economias criatórias de subsistências. Nessa tabela se ponderarmos todas as regiões o índice do Brasil é de crescimento de 1,5% per capita ao ano. Furtado diz que essa taxa é superior àquela encontrada nos EUA (no período da segunda metade do séc. XIX), pois no século deu 1,9% nos EUA. Vale observar que a taxa de 1,5% permaneceu também no Brasil na primeira metade do séc. XX, graças ao café. Se tivéssemos essa taxa de 1,5% na primeira metade do séc. XIX, o Brasil teria a renda per capita de US$ 500, comparável à da Europa Ocidental (método comparativo contra-factual de Furtado, que nos ajuda a entender que as exportações eram importantes para o crescimento)
São Paulo assume a liderança definitiva na produção de café com inicio na década de 1880, onde mais ou menos dois terços da produção era do RJ e comprometidas com a escravatura e em 1890 SP produzia quase 2 vezes mais que o RJ. (Vale observar que o plantio de café do Paraná começa a partir da segunda guerra mundial, o professor disse que não tem nada a ver com esse movimento).
Supremacia do exportador:
Antes da libertação dos escravos os recursos financeiros para custeio eram relativamente pequenos (providos pelos comissários)
Depois da libertação houve um aumento das necessidades de Capital para pagamento de salários, construção de casas para colonos (vilas), o que enfraqueceu os comissários e fortaleceu os exportadores, que agora fornecem o credito, dominando o mercado, empresas inglesas e norte-americanas. (Os comissários desaparecem pela necessidade de capital de giro do produtor??)
Baixos salários no campo. T. Holloway escreveu “Trabalhadores do café”. Estima o excedente de mão de obra adulta entre 1893-1920 que entraram 337,4 mil trabalhadores (alem da necessidade), mas o numero necessários para a cafeicultura era de 274mil trabalhadores (do total de adultos de 611 mil). Nesse caso, o fazendeiro pode persuadir o trabalhador a melhorar a qualidade e a intensidade do trabalho mediante a ameaça de demissão (numeroso exercito industrial de reserva)
Em 1914, os salários nominais eram semelhantes àqueles vigentes em 1886 (Michael Hall): sua conclusão é que os salários ficaram estáveis em 400 mil reis (1886=2,2 litros de arroz; 1914 = 0,8 litros de arroz) coincidentes com o Encilhamento (Rui Barbosa - grande inflação e especulação na bolsa). Ele avalia a redução no poder aquisitivo.
Cesta de consumo de 13 produtos (pela representação italiana, uma comissão que vinha da Itália, através dos cônsules, que criou o primeiro índice de custo de vida): em 1886=100 (valor representativo); em 1912=223.
Crescimentos das cidades (urbanização). A cidade de SP passa de 65 mil habitantes em 1890 para 580 mil em 1920. A fuga para a cidade era uma das formas de resistência do trabalho livre, o que impunha limites à exploração. No mesmo período, Ribeirão Preto aumenta em 10 vezes sua população.
O Fluxo imigratório torna-se a manutenção do sub-emprego?
Furtado: Formação do mercado interno (capitulo 26). Tendência ao desequilíbrio externo (capítulo 27). O professor tirou essas duas leituras por não terem necessidade nesse curso.
A abolição da escravatura melhorou a distribuição de renda no Brasil ? (furtado cap 24) Segundo furtado, os efeitos dependeram da oferta de terras:
Terras totalmente ocupadas (Antilhas),a abolição foi uma mudança formal, sem distribuição de renda)
Oferta de terras totalmente elástica, a imigração de ex-escravos para a agricultura de subsistência, havendo um aumento de salário no setor de exportação, com melhor distribuição de renda. Desloca a curva de oferta para cima, mas somente no setor exportador, pois no de subsistência não existe renda.
O Brasil não se enquadra em nenhuma dessas situações pois:
Na região açucareira (mais próxima do item a) os salários continuam baixos, não havendo distribuição de renda e com piora nas condições de vida, pois o senhor larga o escravo.
Na região cafeeira (mais próxima do item b) temos que: em MG, RJ e SP (Vale do Paraíba) existe a disponibilidade s de terras, aumentando a economia de subsistência; no planalto paulista temos uma economia em rápida expansão, aumentando os salários, mesmos assim (segundo Furtado), não melhorou a distribuição de renda, pois as pessoas não tinham conhecimento da prática da acumulação, tendo baixo nível de necessidade, logo aumentam seu ócio (negros recém-libertos, tornaram-se vagabundos).
Temos alguns efeitos políticos como o relatado por Pandiá Calógeras (1970-1934), dizendo que a princesa “redimiu uma raça, mas perdeu o trono...”
João Ribeiro (1860-1934) dizia que a lei áurea feriu os interesses dos agricultores, dando prejuízos, e que esses eram partidários da monarquia e voltaram-se para o partido republicano.
Jose Murilo de Carvalho observa varias coisas, mas já tivemos essa aula. Diz que a ação da coroa foi permanente em todos os episódios, contraria aos interesses dos grupos dominantes e sem construir uma base de poder (os escravos beneficiados estão fora do poder político), até o ponto que a coroa perde sua legitimidade e termina-se com o fim do regime em 1889. Com a interferência na relação senhores-escravos em 1871, ocorre o divorcio entre o rei e os barões, e gradativamente aprofunda-se a separação com o fim do apoio a monarquia em 1888. A tendência era a republica federativa, pois acomoda todas as elites sem uma revolução.
Furtado diz que a política imperial era de socialização das perdas, protegendo o setor exportador em geral, desvalorizando a taxa de cambio, o tamanho da perda era do tamanho do que era importado na cesta dos setores assalariados. Alem disso o governo também perde pois só ganha impostos sobre a importação. Lança mão de política monetária com emissão monetária somente para sanar os déficits. A divergência regional se aprofunda no final do império (...) volta-se a idéia de que a república federativa tinha uma forte dose de descentralização.

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