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FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
1 
 
 Otorrinolaringologia Heloysa Ribeiro 
 
Anamnese 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Uma boa anamnese e um exame físico adequado 
constituem etapas importantes para o 
estabelecimento do diagnóstico da maioria das 
doenças. 
Etapas da anamnese 
1. Identificação: idade, sexo, profissão. 
2. Queixa principal e HDA. 
3. História patológica pregressa. 
4. História familiar. 
5. História pessoal. 
 
→
 
Algumas doenças são mais comuns em crianças e 
outras em adultos: 
 OMA (Otite Média Aguda) – mais comum 
em crianças e em crianças pequenas. 
Adulto pode ter, porém menos frequente 
 
 
 
 Otosclerose – doença em que há 
ossificação do estribo na janela oval, o 
que não permite a movimentação 
adequada do osso e, consequentemente, 
dificulta a condução do som; gera 
diminuição da audição do paciente. Os 
sintomas iniciam em adultos jovens, com 
idade entre 20 e 40 anos. 
 
 
 
 Presbiacusia – doença mais frequente em 
idosos. Consiste em uma diminuição 
auditiva relacionada ao envelhecimento. 
 Hipertrofia adenoidiana – é uma doença 
de crianças (não se encontra em idosos). 
Em geral, a criança nasce com este tecido 
da adenoide sem nenhuma exuberação. 
Ao longo do primeiro ano de vida, esse 
tecido inicia sua formação e em torno de 
3 anos é a faixa-etária em que mais se 
encontra a hipertrofia adenoidiana. A 
adenoide pode crescer até os 7 anos, 
quando seu tamanho estabiliza. Na 
adolescência, o tamanho da adenoide 
começa a regredir. Então, de 3 anos até 
a adolescência é o intervalo em que as 
crianças são mais acometidas. 
Obs: alguns adultos (em torno dos 20 anos de 
idade) podem não ter tratado a hipertrofia 
adenoidiana corretamente na infância e 
apresentar essa hipertrofia na fase adulta – 
durante a adolescência houve a regressão de 
tamanho, mas a hipertrofia era tanta que mesmo 
com a redução da adenoide ela ainda 
apresenta tamanho aumentado. Nos idosos não é 
comum encontrar resquícios de adenoide – caso 
seja encontrado tecido adenoidiano, deve-se 
P7 – M13 
Prof: Dra Vanessa Rolim 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
supor que se trata de um outro processo 
neoplásico do tecido linfoide. 
 
 
 
 Sinusite frontal - é uma doença de 
crianças maiores, até porque crianças 
muito pequenas ainda não apresentam 
seios frontais aerados e, se for feita uma 
radiografia, a imagem não vai sugerir 
presença de ar dentro desses seios. 
 
 
 
Obs: Em uma radiografia de face e de seios 
paranasais, quando os seios paranasais 
apresentam líquido ou secreção, ou ainda 
quando a criança não desenvolveu os seios 
paranasais, a coloração da imagem é cinza; 
quando os seios estão aerados, a imagem é 
preta. Por isso, se essa radiografia for feita em 
crianças pequenas (com 1 ou 2 anos, por 
exemplo), a coloração será cinza e o profissional 
poderá confundir com uma imagem velada, de 
sinusite, quando na verdade o paciente não tem 
seios paranasais. Por isso, é incomum que crianças 
com menos de 7 anos tenham sinusite frontal 
porque ainda não desenvolveram os seios 
frontais. 
 
→
 
 Otosclerose – pode acontecer e ambos os 
sexos, porém é mais comum no sexo 
feminino. Inclusive, essa doença pode surgir 
ou piorar durante a gravidez. 
 Gravidez – pode cursar com o 
desenvolvimento de várias patologias. Por 
exemplo, a rinite gestacional ou gravídica 
– todo o processo de alteração hormonal 
leva a uma maior produção de muco 
nasal, ao aumento do tamanho dos 
cornetos nasais, levando o paciente a ter 
obstrução nasal, coriza, espirros, entre 
outras alterações. 
 Tumores malignos – mais frequentes no sexo 
masculino. Acredita-se que isso tenha 
relação com estilo de vida dos homens 
(maior consumo de álcool, tabagismo, 
atividade sexual desprotegida). Nos 
últimos anos, essa desproporção entre 
homens e mulheres tem diminuído em virtude 
do comportamento semelhante adotado 
por muitas mulheres. 
 
→
 
 >90 db: PAIR – É preciso atentar para as 
profissões em que há exposição a ruídos. 
Qualquer ruído acima de >90 db já é 
capaz de causar PAIR (Perda Auditiva 
Induzida pelo Ruído). Atentar para essa 
possibilidade diante de pacientes que 
trabalham em aeroportos, serralherias; com 
máquinas pesadas; motoristas, 
odontólogos (pode acontecer pela falta 
de uso de EPI). 
 Alérgenos - rinite crônica. Pacientes 
expostos a aeroalérgenos irritantes da 
mucosa nasal podem apresentar rinite. Por 
exemplo - paciente que trabalha fazendo 
carvão, exposto a aeroalérgenos (é 
provável que ele tenha inflamação nasal 
se não tiver nenhuma proteção), pacientes 
diaristas/pessoas que realizam limpeza de 
ambientes, que estão sujeitas à rinite. 
 Zonas rurais – existem doenças, como 
leishmaniose e paracoccidioidomicose, 
mais prevalentes nas regiões rurais. 
 
 
 TONTURA – é um termo guarda-chuva 
(engloba vários outros termos), inclui a 
vertigem como um subconjunto (ex.: 
cabeça pesada/leve). 
• O termo tontura engloba várias 
sensações como a de desequilíbrio - 
3 
 
 
“de ver o mundo girando”, de sentir a 
cabeça leve/oca, sensação de 
“andar nas nuvens” ou de “estar em um 
barco mareando” 
• A vertigem é um tipo de tontura – 
paciente tem uma “ilusão de 
movimento” 
• Instabilidade: esse termo indica que o 
paciente refere desequilíbrio 
 
Obs: É errado referir/descrever todo tipo de 
tontura como “labiritinte”. A tontura é um sintoma 
complexo, que precisa ser bem investigado. 
 
Vertigem 
Sensação de movimento falso, 
sensação errônea de movimento dos 
objetos em relação ao indivíduo ou 
vice-versa. 
• Na vertigem, o paciente denota uma 
ilusão de movimento; 
• Rotatória ou não; 
• Vertigem externa: vertigem provocada 
pelo movimento de objeto dentro do 
campo de visão de um paciente. Se 
várias linhas forem passadas várias linhas 
no campo de visão do paciente, ele 
pode ter a sensação de ilusão de 
movimento. 
 
Obs - antigamente, falava-se que o termo 
vertigem era exclusivamente a essa sensação 
rotatória. Hoje, sabe-se que a vertigem é utiliza 
para qualquer tipo de ilusão de movimento, não 
só a rotatória. 
 
 
Estímulo optocinético: é induzido por 
um estímulo óptico em movimento. Ao 
andar de metrô (ou de carro, em uma 
velocidade maior) e olhar pela janela, por 
exemplo, o nosso olho tende a acompanhar os 
objetos que estão passando em sequência, 
fazendo um “movimento de perseguição”. Se o 
indivíduo apresentar qualquer distúrbio do 
sistema vestibular, essa situação já pode 
ocasionar sintomas, como tontura. 
Quando os sintomas estão relacionados 
especificamente ao movimento, fala-se em 
cinetose. É muito comum que pessoas que tem 
enxaqueca, tenham também cinetose. 
 
Para que o indivíduo tenha equilíbrio 
adequado, é necessário a influência das 
informações sensoriais. Existem 3 grandes órgãos 
que promovem a informação sensorial – 
informação visual - os olhos, informação dada 
pela propicepção – musculatura, articulações, 
pele (através do tato), e informação dada pelos 
labirintos (direito e esquerdo). 
Essas fontes enviam informações para os 
centros integradores da informação sensorial - o 
cérebro e o cerebelo. Esses centros enviam uma 
resposta sensorial - motora para os órgãos 
periféricos, fornecendo, assim, uma resposta de 
orientação espacial, que é feita pelo do cérebro, 
através de uma estabilidade ocular (contração 
dos músculos oculares) e estabilidade postural 
(músculos, articulações e pele). Esse processo 
apresenta autorregulação – em caso de qualquer 
distúrbio do equilíbrio, mais informações são 
fornecidas aos centros integradores que, por sua 
vez, enviam respostas para a periferia, 
proporcionando equilíbrio. 
 
Obs: cada órgão tem influência de diversos 
fatores: os olhos → quando se tem uma boa 
informação ocular e uma boa resposta motora, é 
preciso que esse órgão esteja funcionando 
normalmente.Mas, no caso de um paciente com 
hipermetropia, por exemplo, essa condição é um 
fator adicional, que tende a atrapalhar o seu 
equilíbrio. No caso de um paciente diabético em 
que a doença esteja afetando sua visão, ou até 
mesmo a propriocepção (neuropatia diabética ↔ 
dificuldade de sensibilidade plantar), esse 
contexto também pode comprometer o equilíbrio. 
 
 Diante de uma queixa de tontura 
• perguntar há quanto tempo sente a 
tontura, a duração – segundos, minutos, 
horas, dias, semanas, permanente?), os 
fatores desencadeantes, os sintomas 
associados, se houve episódios anteriores 
ou se é a primeira vez. 
• Nem toda tontura indica labirintite, esse 
sintoma pode está associado a outras 
doenças, como: 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
 
 
• A VPPB (vertigem postural paroxística 
benigna) é uma doença que costuma ser 
recorrente. Mesmo depois do tratamento, 
anos depois, muitas vezes, o paciente 
apresenta outra crise. 
• Na doença de Ménière, o paciente refere 
episódios anteriores. Caso o paciente 
esteja no primeiro episódio de crise 
quando chega ao atendimento, o 
diagnóstico será difícil porque para 
diagnóstico dessa doença, é preciso que 
o paciente tenha uma perda auditiva 
flutuante (o médico tem que vê-lo na crise 
e após a crise para diagnóstico 
conclusivo) e que apresente esses sintomas 
associados. 
• A neurite vestibular é uma doença que não 
tem muitos fatores desencadeantes. O 
paciente apresenta, do dia para a noite 
(início súbito), uma tontura incapacitante, 
que o restringe ao leito, fazendo com que 
ele não consiga trabalhar. Nos primeiros 
dias, o paciente apresenta náuseas e 
vômitos intensos. É muito raro que o 
paciente tenha recidiva da doença. A 
neurite vestibular faz diagnóstico 
diferencial com o AVC de fossa posterior. 
É uma doença bem importante que pode 
chegar nos serviços de emergência. 
 
Ao avaliar tontura, também se deve investigar 
quais medicamentos o paciente está utilizando. 
Medicamentos ototóxicos - são aqueles que 
podem causar danos ao sistema coclear, devido 
às substâncias químicas. Aminoglicosídeos estão 
bem associados tanto à toxicidade vestibular 
(responsável pelo equilíbrio) quanto à toxicidade 
coclear (responsável pela audição). A cisplatina 
é um exemplo. 
Obs: Atentar para a questão vestibular e 
audiológica de crianças/RN’s que estão em UTI’s 
neonatais em uso de medicações ototóxicas 
(monitorar). 
 OTALGIA – Trata-se da dor percebida na 
região auricular. 
 
Questionar: 
• Duração; Recorrência; 
Pacientes com OMA, por exemplo, podem ter 
otalgia recorrente, geralmente o paciente refere 
dor intensa, súbita, que o leva ao pronto-socorro. 
Em doenças como disfunção da articulação 
temporomandibular (ATM), o paciente sente dor 
na região e sempre que força a articulação, sente 
dor. 
• Otorreia e características: perguntar se 
saiu alguma secreção do ouvido e, se sim, 
suas características. 
Em caso de otalgia por OMA, o paciente pode 
referir que sentiu dor intensa, que, de repente, saiu 
uma secreção piossanguinolenta (sangue + pus), 
e que depois disso a dor diminuiu (essa saída 
drenou a secreção que estava na orelha média). 
• Fatores desencadeantes e atenuantes: a 
mastigação pode gerar otalgia, o 
aperto/toque pode ser um estímulo no 
caso da otalgia externa, a deglutição 
pode piorar a dor na OMA. 
• Sinais e sintomas associados: é muito 
comum que pacientes com OMA 
apresentem infecção de via aérea 
superior prévia – geralmente, o paciente 
se apresenta com sintomas nasais como 
coriza, obstrução nasal, o que ajuda no 
diagnóstico. Já em pacientes com 
disfunção de ATM, pode-se observar má 
oclusão dentária – na falta de algumas 
unidades dentárias, o paciente tende a 
mastigar mais de um lado. A otorreia e a 
diminuição da audição podem ser sinais 
contribuidores. 
• História de trauma: também é comum que 
pacientes que mexam no ouvido 
traumatizem o ouvido. A impactação de 
cerúmen pode gerar infecção. 
Dependendo do trauma, o tímpano pode 
ser atingido (perfurado), pode até ocorrer 
mudança de localização dos ossículos do 
ouvido. 
• Hábitos: os hábitos de vida do paciente 
devem ser avaliados. É muito comum que 
os pacientes que gostam de usar 
cotonete apresentem problemas de otites 
externas, tanto fúngicas quanto 
bacterianas. 
5 
 
 PERDA AUDITIVA - diminuição do nível 
de audição. É uma queixa bem prevalente 
no ambulatório da Otorrino. 
 Perda auditiva x anacusia 
 perda total da 
audição. 
O paciente pode ter desde perdas auditivas 
leves até uma anacusia. 
 
Classificação: 
• Permanente x temporária 
 É o que ocorre 
na OMA. Quando o paciente apresenta 
secreção na orelha média, a secreção 
atrapalha a transmissão do som e leva à 
diminuição da audição - porque essa 
condução ocorra o ambiente deve ter 
apenas ar e osso e, na OMA, o ambiente 
tem líquido mucoso e osso. Outra causa 
bem comum de perda auditiva temporária 
é a impactação de cerúmen, sendo que 
nesse caso a remoção da cera gera 
melhora da audição. 
 
Perda auditiva induzida por ruído ou por trauma 
acústico importante. 
É muito comum que indivíduos de países que 
estão em guerra, apresentem perdas auditivas 
importantes ocasionadas por traumas acústico 
(explosão de uma bomba → comprometimento de 
células musculares → diminuição permanente da 
audição). 
• Intensidade: Nesse caso, a perda auditiva 
pode ser normal, leve, moderada, profunda 
ou severa (anacusia). 
 
Gráfico 
audiométrico para 
avaliação da 
audição do 
paciente. 
Eixo das abcissas: 
frequências 
auditivas (em Hz); 
Eixo das 
ordenadas: 
intensidade do 
som/ volume (em 
dB). 
 
Até 25dB: normal - limite da normalidade para 
adultos. 
De 25 a 40 dB: perda auditiva leve; 
De 41 a 70 dB: perda auditiva moderada; 
De 71 a 90 dB: perda auditiva profunda; 
≥ 91: perda auditiva severa. 
 
Condutiva x neurossenrorial 
• Condutiva – orelhas externa e média: em 
geral, a perda auditiva do tipo condutiva 
(com dificuldade na condução do som) 
decorre de alguma doença ou alteração 
na orelha externa ou média. Existe uma 
exceção de perda auditiva condutiva 
que ocorre na orelha interna. 
 
Exemplos: 
1. Perda auditiva por cerúmen impactado 
(material transpondo a passagem do 
som). Nesse caso, a causa é um 
problema na orelha externa e a perda 
auditiva é temporária. 
 
 
 
2. Perfuração da membrana timpânica: a 
imagem mostra resquícios de tímpano, 
cabo do martelo exposto, articulação 
da bigorna com o estribo exposta, 
promontório/ giro basal da cóclea 
exposto. A perfuração do tímpano 
atrapalha a condução do som. 
 
 
 
• Neurossensorial – orelha interna e/ou nervo 
vestibulococlear: a perda auditiva do tipo 
neurossensorial (morte celular) decorre de 
alguma doença na orelha interna e/ou no 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
nervo vestibulococlear ou na área 
auditiva do córtex. 
Exemplo: 
1. Presbiacusia: a perda auditiva é dita 
neurossensorial porque o problema está no 
envelhecimento da orelha interna e/ou no nervo 
vestibulococlear ou na área auditiva do córtex. 
 
• Unilateral x Bilateral: 
 
 
Exemplo de perda audutiva unilateral causado 
por um tumor no nervo vestibulococlear (lado 
esquerdo), chamado de schwannoma vestibular 
ou neurinoma do acústico – observar aumento da 
região. 
 
 
Exemplo de perda auditiva bilateral pelo uso de 
uma medicação ototóxica - Cisplatina. 
 
Neurinoma do acústico x Presbiacusia 
Características da perda auditiva causada por: 
• Neurinoma do acústico: unilateral, 
permanente, neurossensorial (mais neural 
do que sensorial – envolve o nervo da 
audição ou área cortical da audição). 
Esse tumor lesa células da audição e leva 
à uma perda de audição permanente. 
Pode crescer e causar incapacitaçõesno 
paciente. 
• Presbiacusia: bilateral, permanente, 
neurossensorial (pode ser mais 
sensorial/coclear ou pode ser mais neural). 
A morte de células ciliadas (presentes na 
cóclea) ou de parte do nervo 
vestibulococlear leva à perda auditiva 
permanente. Essa perda auditiva 
relacionada ao envelhecimento é bilateral, 
embora não seja completamente simétrica. 
 
Obs: É importante saber diferenciar a 
presbiacusia, que é benigna, uma perda auditiva 
esperada com o envelhecimento, Do neurinoma do 
acústico, um tumor que pode crescer e causar 
incapacitações. É preciso diferenciar essas 
condições a partir das características clínicas 
para suspeição diagnóstica adequada – não é 
viável pedir um exame como RM, em todo 
paciente com algum grau de perda auditiva, 
para diferenciar uma presbiacusia de um 
neurinoma. 
 
Há Schwannoma ou neurioama do aucústico 
bilateral que ocorrer na neurofibromatose tipo Il. 
Porém, essa doença tem outras características: 
esses pacientes podem ter meningioma, catarata, 
schwannoma na pele, “manchas café com leite” na 
pele, dentre outras. São essas características que 
nos levam a essa suspeição diagnóstica. O 
grande cuidado que se deve ter é com o 
schwannoma unilateral porque, muitas vezes, o 
paciente tem uma perda auditiva unilateral, que 
não é investigada, e, posteriormente, descobre 
que tinha, na verdade, um tumor. 
 
• Quanto ao início da perda auditiva: 
1. Súbito: a exemplo de um paciente que 
apresentou isquemia da artéria 
labiríntica, que tem ramos para a 
cóclea e para a região vestibular, ou 
7 
 
da artéria coclear comum pode levar 
a uma perda auditiva súbita. 
 
A artéria labiríntica advém da artéria cerebelar 
anterior inferior, que advém da artéria basilar. 
 
2. Dias/horas: pode haver perda auditiva 
um pouco mais lenta, em dias/horas, 
muito comum na síndrome de Ménière. 
Nessa doença o paciente tem uma 
hidropsia endolinfática, aumento da 
pressão dentro da região coclear, que 
leva o paciente a ter essa diminuição 
de audição. 
3. Lenta e progressiva: como ocorre na 
presbiacusia - a perda auditiva do 
paciente vai ocorrendo ao longo dos 
anos, muitas vezes, o paciente nem 
percebe, mas, os 
familiares/acompanhantes, percebem 
essa diminuição. 
 
• Habilidade de descriminação: é 
importante avaliar a habilidade de 
discriminação do paciente – “escutar” e 
“entender” é diferente. O escutar denota 
uma função auditiva do ouvido apenas. 
O entender envolve, além do escutar, uma 
função cerebral do entendimento. 
 
 ZUMBIDO – é a percepção sonora na 
ausência de um estímulo do meio externo. 
Pode ser classificado em objetivo ou subjetivo, 
apesar de essa classificação ir de encontro à 
definição. 
• Subjetivo: é o zumbido em que apenas o 
paciente é capaz de escutá-lo. É o que 
acontece na maioria dos casos de 
zumbido – existe alguma alteração na via 
auditiva do paciente que o leva a 
escutar esse barulho. Como ocorre no 
neurinoma do acústico (na verdade, a 
maioria das doenças auditivas podem 
cursar com zumbido). 
• Objetivo: é o zumbido que pode ser 
percebido também por uma outra pessoa, 
com boa acuidade auditiva. Ocorre 
muito em pacientes que tem contrações 
clônicas dos músculos ossiculares ou em 
pacientes que tem tuba auditiva patente. 
 A tuba auditiva 
conecta a naso ou rinofaringe à orelha média, 
que permite a ventilação da orelha média, a 
estabilização da pressão (similar – orelhas média 
e externa). Normalmente, a tuba auditiva está 
fechada e se abre em alguns momentos para que 
haja passagem de ar e para que haja 
equalização da pressão dentro da orelha média. 
Em determinados pacientes, a tuba auditiva não 
fecha, fica sempre aberta, de modo que o ar fica 
sempre passando da rinofaringe para a orelha 
média, o que faz com que o paciente tenha 
modificações da membrana timpânica, de acordo 
com sua respiração (o paciente escuta essas 
modificações, esse barulho que é síncrono com a 
respiração do paciente). 
As contrações clõnicas dos músculos ossiculares 
são os músculos que estão em contato com os 
ossículos do ouvido. As contrações clônicas 
desses músculos podem gerar esse zumbido 
objetivo. Apesar de esse tipo de zumbido ser raro, 
ele é até fácil de tratar porque prescreve-se um 
relaxamente muscular para que esses músculos 
não fiquem contraindo. 
 
 OTORREIA – exteriorização de secreção 
através da orelha/do meato auditivo. 
• Em geral, denota alterações da orelha 
externa ou da orelha média; 
• É preciso avaliar: 
• Início; 
• Duração; 
• Características: serosa? 
purulenta?hemática? 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
• Sintomas associados: gripe? prurido na 
região do ouvido? dor associada? 
manuseio de cotonete na região? 
 
 DOR NASAL 
• Espontânea ou provocada (exemplo: 
trauma, queda de moto); 
• Insidiosa: a dor nasal observada nas 
rinites, por exemplo, é insidiosa, 
aparece gradualmente; 
• Lancinante: a dor nasal observada nas 
sinutes agudas ou furunculoses é bem 
importante, lancinante; 
• Intermitente e profunda: observada nas 
neoplasias (tumor dos seios nasais ou 
paranasais). 
 
 OBSTRUÇÃO NASAL – Decorre da 
modificação do calibre das fossas nasais 
(calibre diminuído) 
 
Pode ser: 
• Bilateral e contínua: a exemplo do 
paciente que tem polipose nasal. 
Outra causa: atresia bilateral de 
coanas (paciente que nasce sem 
formar as coanas e tem obstrução 
posterior do nariz dos dois lados). 
 
 Polipose Nasal 
 
• Unilateral e sempre do mesmo lado: a 
exemplo do desvio de septo nasal, que 
faz com que o paciente curse com 
obstrução nasal sempre do lado em 
que há o desvio (exemplo abaixo; lado 
esquerdo). Outras causas: papiloma 
invertido, pólipo antrocoanal. – 
Apresentam obstrução unilateral 
 
 
• Unilateral em báscula: a obstrução 
nasal é unilateral e oscila de um lado 
para outro. Denota uma alteração 
funcional – se fosse uma alteração 
anatômica, não haveria melhora. Essa 
característica é muito comum nos 
pacientes que tem rinite: o nariz fica 
inflamado, devido à rinite, e fica 
edemaciado. 
 
Obs: Na fisiologia existe algo chamado ciclo 
nasal: dentro do nariz, existem os cornetos nasais 
que, em algum momento do ciclo, são do mesmo 
tamanho. Mas, na maior parte do tempo possuem 
tamanhos diferentes – um aumenta e outro diminui, 
quando um atinge o volume máximo, ele começa 
a diminui, enquanto o outro aumenta. Esse ciclo 
completo dura de 2 até 7 horas. Normalmente, 
ninguém deve observar obstrução nasal (nariz 
entupido). Mas, se prestarmos atenção, 
percebemos que na maior parte do tempo, 
respiramos melhor por uma fossa nasal do que 
pela outra. 
 
Os pacientes que tem rinite alérgica, além do 
ciclo nasal, apresentam o inchaço causado pela 
alergia. Somando-se o momento do ciclo nasal em 
que o corneto nasal está bem 
exuberante/inchado ao inchaço causada pela 
inflamação da rinite, tem-se uma obstrução nasal 
importante. Quando um dos cornetos diminuir do 
tamanho, mesmo com o inchaço da rinite, a fossa 
nasal ficará desobstruida desse lado e, do outro 
lado, haverá obstrução (porque o corneto 
contralateral está aumentando e ainda tem o 
inchaço causado pela rinite). Então, por isso, na 
rinite há obstrução unilateral em báscula, uma 
alteração funcional. Essa báscula não é 
observada em um paciente normal. 
 
Obs: Lembrar que nada impede que o paciente 
tenha uma rinite alérgica ou uma rinite 
9 
 
 
inespecífica, associada a um desvio de septo 
nasal. 
 
 RINORREIA – exteriorização de secreção 
pela fossa nasal. 
• Avaliar características dessa secreção: 
aquosa (rinite alérgica, irritativa), 
mucoide (infecções virais iniciais), 
purulenta (infecções bacterianas ou 
viral), crustosa (doenças infecções e 
neoplasias), sanguinolenta 
(neoplasias). 
• Uni ou bilateral: essa característica 
deve serassociada à doença. Se o 
paciente estiver resfriado (hipótese 
diagnóstica), por exemplo, a rinorreia 
precisa ser bilateral. Se a rinorreia for 
unilateral é preciso investigar a causa: 
sinusite só no seio maxilar direito 
(rinorreia purulenta)? tumor na fossa 
nasal direita atrapalhando a 
drenagem de secreções e gerando 
infecção? 
• Avaliar odor característico: na rinite 
alérgica, na inespecífica, não há 
qualquer odor; na rinossinusite 
infecciosa, pode haver odor mais 
fétido; em caso de tumores malignos, o 
odor tende a ser bem fétido, bem 
característico. 
• Duração do quadro: é preciso avaliar 
se a duração do quadro está 
compatível com o imaginado, com a 
hipótese diagnóstica (HD) pensada. 
Por exemplo, se o paciente estiver com 
rinorreia hialina e 3 dias de doenças, 
pode-se suspeitar de um resfriado 
(dados compatíveis). Por outro lado, se 
o paciente referir coriza há 6 meses, o 
resfriado não pode ser uma HD – pode 
ser que seja uma rinite alérgica, essa HD 
seria compatível. 
• Sintomas associados: diante de uma 
gripe ou resfriado, o paciente pode 
referir dor no corpo, febre associada. 
Já na rinite alérgica, o paciente refere 
espirros, prurido e obstrução nasal, 
mas, não tem febre. 
• Condições de moradia, trabalho, 
hábitos de vida do paciente: também 
devem ser avaliados porque podem 
envolver a fonte dos sintomas do 
paciente. O paciente pode ter rinite 
alérgica e trabalhar em um ambiente 
empoeirado, por exemplo. 
 
MANTRA N°1 DA OTORRINO 
 
• Rinorreia fétida unilateral em 
criança ou pessoa com algum grau de 
deficiência mental = a primeira suspeita 
deve ser de CORPO ESTRANHO (bem 
comum, principalmente na faixa etária 
de 3 a 5 anos). Não adianta 
prescrever antibiótico porque 
enquanto o corpo estranho não for 
removido, o paciente não vai melhorar. 
 
 ALTERAÇÕES OLFATIVAS 
• Hiposmia: diminuição do olfato; 
• Anosmia: perda do olfato – é menos 
frequente 
• Parosmia: perversão do olfato – o 
paciente tem uma percepção alterada 
dos cheiros (por exemplo, está fazendo 
um café, mas sente cheiro de canela e 
não de café); 
• Cacosmia: é um tipo de perversão do 
olfato na qual o paciente sente odor 
fétido, pútrido (por exemplo, está 
sendo preparada uma carne e o 
paciente refere um odor fétido, que 
não corresponde ao cheiro do 
ambiente). 
 
 RONCOS NOTURNOS 
• Problema social: em geral, os roncos 
noturnos incomodam mais as pessoas 
próximas/ acompanhantes do que o 
paciente em si; 
• Sonolência diurna: pode apresentar 
sonolência diurna por ter dormido mal 
à noite; 
• Redução da concentração e 
desempenho no trabalho; 
 
Apneia de sono é quando o paciente para a 
respiração por mais de 10 segundos, menor que 
10 segundos, chama-se hipopneia. A apneia leva 
ao desconforto cardíaco, devido a parada da 
respiração, leva a uma diminuição de oxigênio e 
aumenta o nível de CO2, chega ao ponto que o 
cérebro tenha um microdespertar – liberação de 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
adrenalina, e causando pequenos sustos ao 
paciente durante a noite. O ronco pode 
esconder uma doença mais grave como a apneia 
do sono 
• Causas: desvios do septo nasal, 
polipose nasossinusal, hipertrofia de 
CCII (cornetos inferiores), hipertrofia de 
amígadalas e adenoides (A + AD). A 
hipertrodia de amígdalas e de 
adenoides, assim como a rinite alérgica 
descompensada, são as maiores 
causas de obstrução nasal na infância 
e, consequentemente, de roncos. 
 
Questionar 
1. Tempo de aparecimento: por exemplo, se 
o paciente estiver gripado e roncando há 
2 dias, isso não significa problema porque 
o tratamento do resfriado vai resolver os 
roncos. Já no caso de um paciente que 
ronca há 5 anos, vale a pena investigar o 
que justifica esse caso. 
2. Relato de apneia 
3. Sintomas nasais associados 
 
 EPISTAXE - exteriorização de sangue 
pela fossa nasal (sangue vem da fossa 
nasal). 
 
Obs: Quando o sangue vem de outras regiões 
que não o nariz, fala-se em sangramento nasal 
inespecífico – exemplo: tumor no seio maxilar e 
exteriorização de sangue pelo nariz. 
É importante é identificar a causa dos 
sangramentos exteriorizados pelo nariz. É 
importante avaliar: 
1. Frequência e intensidade do sangramento: 
uma situação em que uma criança mexe no 
nariz e apresenta sangramento de poucas 
gotas, que logo cessa, é diferente do caso 
de um paciente com rinite que apresenta 
epistaxe com a mudança de clima (frio) – 
muitas vezes, há melhora desse 
sangramento com o tratamento da rinite. 
Esses exemplos também diferem do caso de 
um idoso, que já tem vasos mais frágeis, e 
apresenta epistaxe de vasos posteriores, 
de grande monta, que pode até levar o 
paciente a óbito. Em geral esses 
sangramentos de grande monta não são 
recorrentes, são episódios únicos, mas que 
podem levar o paciente a um risco de 
vida. 
2. Fatores predisponentes: IVAS (infecções de 
vias aéreas superiores), presença de 
granulomatoses, distúrbios de coagulação 
(hemofilia, doença de Von Willebrand), 
manipulação nasal, trauma (o paciente 
pode ter fraturado ossos da face e 
evoluído com epistaxe), alergias. 
3. Fatores atenuantes: sempre é importante 
avaliar fatores de melhora. Em alguns 
pacientes, há parada do sangramento só 
em fazer compressão digital do nariz. 
4. Local do sangramento: anterior, posterior, 
uni ou bilateral. 
• Sangramentos posteriores costumam ser 
de maior monta e, além de o paciente 
exteriorizar sangue pelas fossas nasais, 
ele também deglute o sangue. 
• Sangramentos anteriores são 
exteriorizados apenas pelas fossas 
nasais, a menos que o paciente levante 
a cabeça (extensão do pescoço na 
tentativa de parar o sangramento). 
Esse movimento de levantar a cabeça 
não é interessante porque o paciente 
deglute o sangue. 
5. Uso de medicamentos: é preciso investigar 
se o paciente está utilizando medicações 
que podem predispor ao sangramento, 
como anticoagulantes e antitrombóticos. 
 
 ODINOFAGIA - dor ao deglutir (“dor de 
garganta”). É diferente disfagia – 
dificuldade para engolir 
1. Analisar sintomas associados: o 
paciente teve febre? há sintomas 
nasais que justifiquem faringite viral? o 
paciente está “respirando pela boca” 
(que pode causar irritação da faringe 
– exemplo: obstrução nasal)? – esses 
sintomas associados ajudam a 
entender a causa da odinofagia; 
2. Investigar tabagismo, exposição a ar 
quente e seco: a fumaça do cigarro 
irrita a via aérea superior. Pacientes 
que fumam apresentam certa 
resistência da mucosa, que é tão 
agredida que se torna mais resistente, 
até certo ponto/limite. O ar muito seco 
também pode irritar a garganta; 
ambientes refrigerados diminuem muito 
11 
 
 
a umidade do ar e levam o paciente a 
se queixar. 
3. Uso de medicamentos: o uso de anti-
inflamatórios pode predispor o 
paciente ao refluxo, irritando mais a 
garganta. 
4. Disfonia (rouquidão), mau uso da voz 
(exemplo: gritar muito), sintomas da 
RGE, pigarro: esses hábitos também 
podem levar o paciente a ter dor à 
deglutição. 
 
 DISFAGIA - dificuldade para deglutir. 
Pode fazer parte de quadros de DRGE, acalásia, 
neoplasia de esôfago. Existem diversas outras 
possibilidades; pacientes com doença de 
Alzheimer, por exemplo, podem evoluir com 
disfagia. 
 
Questionar: 
1. Disfagia progressiva para sólidos, 
pastosos e líquidos: denota uma 
diminuição do calibre do esôfago ou 
da região da faringe; bem comum em 
doenças neoplásicas; 
2. Disfagia seletiva: o paciente pode 
apresentar maior dificuldade para 
deglutir alimentos pastosos, por 
exemplo, como o é observado em 
doenças neurológicas; 
3. Sintomas associados: regurgitação, 
engasgos (na deglutição, o alimento 
bate na laringe ao invés de ir para o 
esôfago), vômitos; 
4. Dificuldade para engolir saliva: existem 
casos em que o grau de disfagia é tão 
importante que o paciente sequerconsegue engolir saliva. Às vezes, 
precisa separar a via aérea da via 
digestiva: a laringe é fechada 
superiormente, coloca-se o paciente 
para respirar via traqueostomia, a 
alimentação pode se dá por sonda ou 
é feita uma gastrostomia; 
5. Avaliar história de broncoaspiração, 
tosse durante alimentação, líquidos 
ingeridos saindo pelo nariz: não é 
incomum que pacientes com Alzheimer, 
esclerose múltipla e outras doenças 
neurológicas, que tem disfagia, façam 
microaspirações que levam à 
pneumonias aspirativas; o óbito desses 
pacientes se deve, muitas vezes, a 
essas pneumonias. A tosse durante a 
alimentação – quando alimento chega 
em baixo da glote - é um sinal de 
disfagia importante, que deve ser 
investigado. Líquidos ingeridos saindo 
pelo nariz – paciente engole e, ao 
invés de descer, o líquido sai pelo nariz 
– demonstram uma alteração da 
contração muscular; uma doença 
muscular ou neurológica. 
6. Observar emagrecimento, doença de 
Chagas, dispneia: diante de 
emagrecimento - cogitar doença 
neoplásica. Só o fato de o paciente 
mudar a consistência alimentar (por 
exemplo: comia normalmente e agora 
precisa bater os alimentos no 
liquidificador) já acarreta perda 
nutricional e já pode haver 
emagrecimento. Na doença de 
Chagas, há dificuldade de contração 
do esôfago e o paciente pode evoluir 
com disfagia. Também é preciso 
observar presença de dispneia: se o 
paciente come e depois sente falta de 
ar, provavelmente algum alimento 
passou pela via aérea. o que é 
perigoso e precisa ser investigado. 
 
 DISFONIA - ou rouquidão 
Avaliar: 
1. Tempo de evolução: avaliar há quanto 
tempo o paciente apresenta 
rouquidão. Se estiver presente há mais 
de 15 dias, é preocupante. 
2. Tabagismo: maior risco de câncer. 
3. Etilismo: maior risco de câncer. 
 
MANTRA N°2 DA OTORRINO 
• Disfonia por mais de 15 dias = 
LARINGOSCOPIA. O exame é 
necessário porque não se consegue 
ver as cordas vocais do paciente a 
olho nu; é necessário, pelo menos, um 
espelho ou um laringoscópio para 
avaliar laringe e cordas vocais do 
paciente. 
 
Isso permite que inúmeros cânceres, lesões 
estruturais sejam diagnosticadas precocemente, 
FSM – P7 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
possibilitando melhor prognóstico. Essas lesões, 
muitas vezes, serão tratadas com procedimentos 
cirúrgicos. 
 
 
 Doenças sistêmicas: HAS, DM, doença renal, 
cardiopatias, coagulopatias, trauma, 
infecções, DRGE, neoplasias. Essas 
doenças podem ter relação com a HDA. 
A epistaxe, por exemplo, pode ter relação com 
coagulopatia.; A rinorreia fétida pode ter relação 
com neoplasia; Disfagia e odinofagia tem relação 
com DRGE; Paciente hipertenso com epistaxe 
pode ter sangramento relacionado à HAS. 
 Doenças otológicas: otites de repetição, 
cirurgia prévia, alterações labirintícas. 
É importante perguntar sobre o histórico 
patológico das doenças otorrinolaringológicas 
(ouvido, nariz, seios paranasais, orofaringe). 
 Nariz: trauma, cirurgias, epistaxes; 
• Seios paranasais: sinusites de 
repetição, gotejamento pós-nasal 
crônico, alergias, cefaleias; 
• Orofaringe: adenoamigdalectomia, 
amigdalites de repetição. 
 
 Uso crônico de medicamentos: perguntar 
quais medicamentos o paciente usa 
diariamente e se ele tem alergias a algum 
medicamento. Questionar sobre cirurgias e 
internações prévias porque vários 
ototóxicos podem ter sido utilizados nesses 
internamentos. 
 
 História Familiar 
• Perguntar sobre o histórico familiar de 
doenças, principalmente em relação 
aos familiares de 1° grau. 
• Doenças genéticas: algumas doenças 
genéticas, como otosclerose, são 
transmitidas de pais para filhos. A 
presbiacusia envolve esse fator familiar, 
genético também. 
 
 História Pessoal 
• Avaliar padrão-socioeconômico: 
algumas doenças, como OMA, tem mais 
relação com baixo padrão 
socioeconômico (menos acesso ao 
sistema de saúde, sem a devida 
atenção aos sintomas). 
 
 Fatores ambientais podem predispor a 
determinadas doenças da Otorrino: 
• Exposição contínua a ruídos; 
• Condições de moradia – a exemplo de 
locais com muitos ácaros, sem 
ventilação; 
• Animais de estimação – algumas 
pessoas tem alergia e desenvolvem 
sintomas; 
• Obras, ventilação – existe uma 
entidade chamada “sindrome da 
edificação doente”, que ocorre 
quando a edificação leva o paciente 
a adoecer; 
• Tapetes e cortinas – excelentes fontes 
acumuladoras de ácaros. Recomendar 
o uso de cortinas do tipo “blackout”, em 
geral, não recomendar o uso de 
tapetes (ou orientar o uso de um tipo 
que seja facilmente higienizado). 
 
 Alimentação - Desidratação, dieta rica em 
sal, açúcar ou gorduras. 
 Higiene: avaliar escovação dos dentes (se 
for ruim, tem muita relação com halitose), 
uso de cotonetes (pode impactar o 
cerúmen no conduto auditivo levando a 
traumas e infecções de ouvido, 
consequentemente), o uso de prótese 
dentária (prótese mal adaptada pode 
levar a lesão crônica e pode ser FR para 
outras doenças, inclusive malignas). 
 
 Hábitos de vida 
• Tabagismo, etilismo (muita relacionado 
à câncer de boca/laringe); 
• Uso de drogas ilícitas (é muito comum 
que pacientes que fazem uso de 
cocaína intranasal desenvolvam rinite 
crônica e até perfuração de septo 
nasal).

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