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REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I SOMATOSCOPIA – DEFINIÇÃO Denominação que se dá à análise global do doente. ➢ Chamada ectoscopia (visão do que está por fora) ou exame físico geral CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO GERAL → BEG – Bom estado geral → REG – Regular estado geral → MEG – Mau/Ruim estado geral Estado Geral → Verificação do estado de nutrição → Condições de higiene → Aparência de doença aguda ou crônica → Modo como o paciente se apresenta para o exame (deambulando / sentado em cadeira de rodas / deitado na maca) Exemplo: “... doente em regular estado de nutrição, lúcido, aparentando ter doença crônica, em condições precárias de higiene, apresentando-se para o exame em cadeira de rodas”. Sigla: LOTE – Lúcido, Orientado em tempo e espaço ➢ ESTADO GERAL → Bom → Regular → Mau (péssimo) SOMATOSCOPIA – FÁCIES É a expressão facial do indivíduo e que, por suas características peculiares, pode lembrar ao médico determinadas doenças. ➢ Quando não lembra nenhuma doença, é dita atípica FÁCIES É o conjunto de traços fisionômicos que junto com a coloração do rosto, permitem reconhecer determinadas enfermidades. → Pode revelar o estado de ânimo, de nutrição ou de hidratação. FÁCIES NORMAL OU ATÍPICA → O olhar é expressivo e inteligente → Músculos faciais com tom harmonioso e apropriado FÁCIES HIPOCRÁTICA → Olhos fundos, parados, inexpressivos → Nariz afilado e lábios delgados, com presença de “batimento das asas do nariz”. → Rosto quase sempre coberto de suor → Típica de doença grave e estados agônicos, como por exemplo, caquexias. FÁCIES RENAL Característica: edema palpebral predominante, principalmente na parte da manhã REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I → Observada particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda FÁCIES TETÂNICA → Exprime sensação de dor crônica, permanente. → Contratura intensa e involuntária da musculatura FÁCIES MIXEDEMATOSA → Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada, com aumento dos sulcos. → Edema periorbital, com supercílios escassos e cabelos secos e sem brilho. → Fisionomia de desânimo e apatia. → Presente principalmente no Hipotireoidismo. FÁCIES CUSHINGÓIDE OU DE LUA CHEIA → Arredondamento do rosto, caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e surgimento de acne. → Observado no paciente com uso prolongado de corticóides (Cushing iatrogênico) e também nos casos da Síndrome de Cushing (hipertrofia do córtex das suprarrenais) FÁCIES DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA → Assimetria da face → Impossibilidade de fechar as pálpebras do lado afetado → Repuxamento da boca para o lado → Apagamento do sulco nasolabial REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I FÁCIES MONGOLÓIDE → Elemento característico: Fenda palpebral → Há ainda a prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro → Rosto redondo e boca quase sempre entreaberta → Fisionomia de pouca inteligência Exemplo: Síndrome de Down FÁCIES HIPERTIREÓIDEA OU BASEDOWIANA → Traço característico: Exoftalmia (olhos salientes). → Rosto magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto de espanto e ansiedade. → Presença de bócio → Típica do Hipertireoidismo FÁCIES LEONINA → Pele espessada, supercílios caem, nariz se espessa e alarga → Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. Barba escassa ou inexistente. → Aspecto de cara de leão → Típico do Mal de Hansen (hanseníase) FÁCIES ACROMEGÁLICA → Saliência das arcadas supraorbitárias → Proeminência das maçãs do rosto → Maior desenvolvimento da mandíbula → Aumento do nariz, lábios e orelhas → Visto na acromegalia, consequentemente à hiperfunção hipofisária do adulto REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I FÁCIES ESCLERODÉRMICA → Denominada também fácies de múmia, pela quase completa imobilidade facial → Pele apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos → Repuxamento dos lábios → Afinamento do nariz → Imobilização das pálpebras FÁCIES MIASTÊNICA → Caracterizada por ptose palpebral bilateral, que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. → Ocorre na miastenia gravis e outras miopatias. FÁCIES ADENOIDIANA → Elementos fundamentais: nariz pequeno e afilado, boca sempre entreaberta → Presente nas crianças com hipertrofia das adenóides que dificultam a respiração nasal. FÁCIES PSEUDOBULBAR → Caracterizada por crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, dando um aspecto espasmódico à fácies. → Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar FÁCIES DE DEPRESSÃO → Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante → Sulco nasolabial acentuado e o canto da boca rebaixado → Visível na Síndrome da Depressão, endógena ou reacional. REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I FÁCIES LÚPICA SOMATOSCOPIA - BIOTIPO BIOTIPO • É o conjunto de características morfológicas apresentadas pelo indivíduo. • Não confundir com altura. TRÊS TIPOS: Longilíneo: comparado a “D. Quixote” • Pescoço longo e delgado • Tórax afilado e chato • Membros alongados com franco predomínio sobre o tronco • Ângulo de Charpy menor que 90° • Musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido • Tendência para estatura elevada Normolíneo: É o tipo intermediário • Equilíbrio entre os membros e o tronco • Desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo • Ângulo de Charpy em torno de 90° Brevelíneo: Frequentemente comparado à Sancho Pança • Pescoço curto e grosso • Tórax alargado e volumoso • Membros curtos em relação ao tronco • Ângulo de Charpy maior que 90° • Musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso • Tendência para baixa estatura DETERMINAÇÃO DO BIOTIPO • A forma do coração e a localização do Ictus Cordis vai ser diferente nos três tipos. • A forma do estômago, está relacionada com a morfologia externa do indivíduo. RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ) • Mede-se a circunferência da cintura (C) num ponto médio entre o final dos arcos costais e a do quadril (Q), ao nível das espinhas ilíacas anteriores. • Mulheres: RCQ>0,8 • Homens: RCQ>0,9 Mulheres: Gordura predominantemente em quadris e coxas. Obesidade tipo genóide ou gluteofemoral (em forma de pêra) Homens: Gordura em excesso, “pneu” ou na parte superior do corpo. Obesidade chamada de andróide (em forma de maça). REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I VARIAÇÕES DO PESO Magreza: Constitucional – Sem relação com doenças ou desnutrição Traço genético: Abaixo do peso mínimo normal – redução em 10 à 15% dos valores ponderais padronizados (em função da estatura, sexo e idade). Patológica – Ocorre em consequência de doenças Diabetes, hipertireoidismo, neoplasias malignas, tuberculose, anorexia nervosa e ingestão insuficiente de alimentos. Obesidade (excesso de peso): • Exógena – Hábitos de vida e dietéticos errôneos, decorrentes de neuroses e condições afins. • Endógena – Designação dada ao estado de extrema magreza com comprometimento do estado geral do paciente. Aparece nas doenças consuntivas (tuberculose em fase avançada, cirrose, desnutrição grave, neoplasias malignas, AIDS) ALTERAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ESTATURAL Nanismo (baixa estatura) – abaixo de 1,50 no adulto de ambos os sexos ➢ Causa genética: – nanismo constitucional – acondroplasia ➢ Causa carencial Desnutrição/Avitaminose D – raquitismo ➢ Causa endócrina Insuficiência pituitária / Insuficiência Tireoidiana– cretinismo / Hiperandrogenismo gonádico e suprarrenal Gigantismo (alta estatura) – No Brasil, acima de 1,90m no homem e 1,80m na mulher ➢ - Na ausência de doença. Ex: alguns conhecidos jogadores de basquetebol (chegam a medir mais de 2m) REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I ➢ – Hiperfunção pituitária (gigantismo) SOMATOSCOPIA – TIPOS DE MARCHAS ➢ Avaliação dinâmica do paciente ao caminhar ou deambular ➢ Deve ser analisada solicitando que o paciente caminhe por si mesmo, fazendo-o percorrer uma distância de alguns metros, descalço, com os olhos abertos e fechados, sob observação do examinador ➢ Deverá de dar nos sentidos (ida e volta) Esse exame é de grande utilidade diagnóstica, sobretudo, nas afecções neurológicas. ➢ Períodos específicos da vida, como por exemplo, a velhice, poderá sofrer alterações sem que isso signifique disfunção. TIPOS DE MARCHA MARCHA ESPÁSTICA OU CEIFANTE ➢ Ou espasmódica (Marcha helicoidal, helicópode, marcha em foice, marcha de Todd) ➢ O doente arrasta a perna comprometida e traça por seu intermédio um semicírculo, sendo que o pé igualmente se arrasta e se apoia no chão pelo seu bordo externo e ponta. Movem-se os pés como se estivessem aderentes ao solo. ➢ Evidente rigidez nos membros inferiores ➢ Os pés são frequentemente animados de pequenas oscilações que comunicam à coxa e ao tronco ➢ Os pés se arrastam lentamente ➢ Não se observa flexão dos segmentos dos membros inferiores ➢ Move-se com inclinação do tronco para o lado oposto ao membro que vai se mover ➢ Pernas se cruzam com movimento REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I MARCHA PENDULAR ➢ Dificuldade no andar que o paciente não dispensa o uso de muletas ➢ Pendurado nas muletas, o corpo oscila a cada passo (marcha pendular) ➢ Marcha típica dos hemiplégicos MARCHA PARÉTICA Marcha escarvante / Marcha do polineurítico / “Steppage” ➢ Quando tenta caminhar, os pés pendem e arrastam a ponta do chão ➢ Levanta excessivamente a perna, fazendo exagerada flexão na coxa sobre o abdome a cada passo ➢ O pé, na descida, se apoia por intermédio da ponta e rebordo externo *Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, o que lembra o “passo de ganso” dos soldados prussianos. MARCHA ATÁXIA Marcha cerebelosa (marcha do ébrio) ➢ O doente é titubeante quando caminha ➢ Anda em zigue-zague, tal qual o bêbado ➢ Afecções do cérebro, do labirinto, na esclerose em placas e no alcoolismo agudo REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I MARCHA TABÉTICA ➢ Pés muito afastados ➢ Encontrada nas lesões dos cordões posteriores da medula, cujo exemplo clássico é a Tabes dorsalis. ➢ Perda de sensibilidade, passo forte MARCHA SENIL ➢ Caracteriza-se por aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril ➢ Diminuem também: o balanço dos braços, o levantamento dos pés e o comprimento dos passos MARCHA DOS PASSOS MIÚDOS O doente caminha com passos curtos, arrastando os pés. Em geral, caminham apressadamente. ➢ Observada normalmente em idosos MARCHA DO PATO (OU ANSERINA) Caminha inclinando o tronco para a direita e esquerda alternadamente, com a cabeça e o tórax meio inclinados para trás, assemelhando-se ao pato quando anda. ➢ Mulheres grávidas ➢ Nas miopatias, em que o doente apresenta acentuada lordose lombar REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I MARCHA DO SAPO Os doentes caminham de cócoras apoiados nas mãos, impossibilitados que estão de caminhar em bipedestação. ➢ Observada nos estados avançados de miopatias (distrofia muscular progressiva) OUTRAS MARCHAS Marcha claudicante: comum nos processos que possam provocar dor quando anda Marcha difícil ou arrastada (trôpega): encontrada nas doenças debilitantes e idosos Na histeria: marchas bizarras, com membros contraturados, balanço do corpo a cada passo, eminência de queda (que quando ocorre, raramente ocasiona traumatismos, uma vez que o indivíduo se protege da queda). Lembrar de avaliar a marcha quando o doente entrar no consultório Não esquecer que a marcha pode se apresentar em diferentes formas para uma mesma patologia Considerar a necessidade de exame da marcha de acordo com a avaliação a ser realizada em cada paciente Ex: → Labirintopatias → Neuropatias PELE, MUCOSA E FÂNEROS ➢ Maior órgão do corpo ➢ Indicador de saúde geral Pele – características normais e anormais Camadas da Pele • Epiderme ou camada externa • Derme ou córion • Hipoderme Funções Principais • Revestimento • Proteção • Regulação da temperatura corporal • Contato com o meio ambiente • Isolamento do corpo O que deve ser observado ao exame? 1. Coloração 2. Umidade 3. Textura 4. Espessura 5. Temperatura 6. Elasticidade 7. Turgor 8. Sensibilidade 9. Continuidade e integridade (lesões elementares) REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I Coloração • Palidez generalizada ou localizada • Vermelhidão ou eritrose generalizada ou localizada • Cianose – pele azulada/acinzentada • Icterícia – pele amarelada • Albinismo • Bronzeamento • Dermatografismo Umidade • Normal • Seca • Sudoreica Textura • Normal • Lisa ou fina • Áspera • Enrugada Espessura • Normal • Atrófica – tecido cicatricial que faz com que a ferida tenha uma aparência afundada em relação à pele circundante. • Hipertrófica – cicatriz em relevo, geralmente de tom mais escuro que a pele local ou de cor avermelhada acompanhada de coceira. Temperatura • Normal • Aumentada • Diminuída Elasticidade • Normal • Aumentada (hiperelástica) • Diminuída (hipoelástica) Turgor (inchaço) • Normal • Diminuído Sensibilidade • Dolorosa • Tátil • Térmica Lesões Elementares → Modificações do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, distúrbios do metabolismo ou por defeito de formação. 1. Lesões elementares sem relevo ou espessamento ❖ Alt. Da cor: Máculas ou manchas • PIGMENTARES REVISÃO DE HABILIDADES MÉDICAS I Hipocrômicas ou acrômicas: diminuição e/ou ausência de melanina (vitiligo) Hipercrômicas: aumento de pigmento melânico (melasma) • VASCULARES Telangiectasias: dilatações dos vasos terminais , arteríolas, vênulas e capilares (varizes) Eritematosa: vasodilatação, cor rósea ou tom vermelho vivo; desaparece à digitopressão (exantema) • HEMORRÁGICAS Petéquias: puntiformes <1,0cm Víbices: formam uma linha Equimoses: em placas >1,0cm 2. Elevações edematosas • Causadas por edema na derme e epiderme Ex: urticária 3. Lesões sólidas → Pápulas: elevações sólidas, até 1,0cm → Tubérculos: Elevações sólidas, circunscritas, >1,0cm → Vegetações: Lesão sólidão, com aspecto de couve-flor e superfície → Nódulos: lesão sólida, circunscrita ou não, 1 a 3cm 4. Lesões de conteúdo líquido → Vesícula: Elevação circunscrita, até 1cm, com conteúdo (seroso) → Bolha: Elevação circunscrita, >1cm, com conteúdo claro (seroso) → Pústula: Elevação circunscrita, até 1cm, com conteúdo putulento → Abscesso: Coleção purulenta da pele ou tecidos subjacentes (sinais flogísticos) → Hematomas: sangue na pele ou tecidos subjacentes 5. Alterações da espessura → Queratose: espessamento por aumento da camada córnea; áspera e com superfície amarelada → Espessamento/infiltração: aumentos da consistência e espessura,desprezível, limites imprecisos → Liquenificação: espessamento com acentuação dos sulcos → Esclerose: aumento da consistência, espessada ou adelgaçada → Edema: aumento de espessura, desprezível → Atrofias: diminuição da espessura da pele, fina, lisa, translúcida e pregueada 6. Perdas e reparações teciduais/Soluções de continuidade → Erosão ou exulceração: perda superficial somente de epiderme → Ulceração ou úlcera: perda circunscrita de epiderme e derme, podendo atingir hipoderme e tecidos subjacentes → Físsura ou Rágades: perda linear da epiderme e derme → Fístulas: comunicação anormal entre dois órgãos ou pele 7. Caducas → Escama: lâminas epidérmicas secas que se desprendem → Crosta: ressecamento secreção serosa, pus ou sangue misturado a restos epiteliais → Escara: tecido cutâneo necrosado resultante de pressão isolada ou combinada com fricção 8. Sequelas → Atrofias: diminuição da espessura da pele, fina, lisa, pregueada → Cicatriz: resulta da reparação de processo destrutivo da pele, associado a atrofia, fibrose e discromia
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