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AVALIAÇÃO-PSICOPEDAGÓGICA-2-1

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA............................................................ 3 
2.1 A Função Diagnóstica da Avaliação Psicopedagógica ......................... 6 
2.2 Recursos a Serem Usados no Diagnóstico e Intervenção 
Psicopedagógica ..................................................................................................... 8 
2.3 Etapas do Diagnóstico ........................................................................ 10 
2.3.1 Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.) ................. 11 
2.3.2 Entrevista de Anamnese .............................................................. 11 
2.3.3 Provas e Testes............................................................................ 14 
2.3.4 Síntese Diagnóstica...................................................................... 15 
2.3.5 Entrevista de Devolução e Encaminhamento ............................... 15 
3 DIAGNÓSTICO DO DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM ........................... 17 
4 TESTES E TÉCNICAS NA PSICOPEDAGOGIA ...................................... 20 
4.1 Testes Psicopedagógicos ................................................................... 22 
4.2 Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA ................ 27 
4.3 Teste de Desempenho Escolar .......................................................... 29 
4.4 Provas Projetivas Psicopedagógicas.................................................. 31 
4.5 Provas Operatórias Piagetianas ......................................................... 39 
4.6 Intervenção Psicopedagógica ............................................................ 41 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 43 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado Aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
Fonte: cristianefreitas.com.br 
A Avaliação Psicopedagógica é um dos elementos críticos da intervenção 
psicopedagógica, pois nela se estabelece as decisões direcionada à prevenção e 
recurso das prováveis dificuldades dos alunos, visando promover melhores condições 
para o seu desenvolvimento. 
Ela é 
um processo compartilhado de coleta e análise de informações relevantes 
acerca dos vários elementos que intervêm no processo de ensino e 
aprendizagem, visando identificar as necessidades educativas de 
determinados alunos ou alunas que apresentem dificuldades em seu 
desenvolvimento pessoal ou desajustes com respeito ao currículo escolar por 
causas diversas, e a fundamentar as decisões a respeito da proposta 
curricular e do tipo de suportes necessários para avançar no desenvolvimento 
das várias capacidades e para o desenvolvimento da instituição (COLL, 
MARCHESI & PALACIOS, 2007). 
 
 
4 
 
Para Deisy Nara a Avaliação Psicopedagógica envolve: 
 a) a identificação dos principais fatores responsáveis pelas dificuldades da 
criança. Precisamos determinar se trata-se de um distúrbio de aprendizagem 
ou de uma dificuldade provocada por outros fatores (emocionais, cognitivos, 
sociais...). Isto requerer que sejam coletados dados referente à natureza da 
dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue a 
existência de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente 
escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança 
pertence; b) o levantamento do repertório infantil relativo as habilidades 
acadêmicas e cognitivas relevantes para a dificuldade de aprendizagem 
apresentada, o que inclui: conhecimento, pelo profissional, do conteúdo 
acadêmico e da proposta pedagógica, à qual a criança está submetida; 
investigação de repertórios relevantes para a aprendizagem, como a atenção, 
hábitos de estudos, solução de problemas, desenvolvimento psicomotor, 
linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou condições que facilitem a 
aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de raciocínio 
utilizados pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem como 
déficits e preferências nas modalidades percentuais etc; c) a identificação de 
características emocionais da criança, estímulos e esquemas de 
reforçamento aos quais responde e sua interação com as exigências 
escolares propriamente ditas (MORAES, 2010). 
Ainda conforme a autora, a Avaliação Psicopedagógica precisa ocorrer em um 
processo dinâmico, pois é através dela que será compreendido a necessidade ou não 
de Intervenção Psicopedagógica. O processo de aprendizagem do indivíduo é 
realizado através dessa avaliação, que tem como intuito entender a origem da 
dificuldade e/ou distúrbio apresentado. El abarca a entrevista inicial com os pais ou 
responsáveis pela criança, a análise do material escolar, a aplicação de diferentes 
modalidades de atividades e o uso de testes para avaliação do desenvolvimento, de 
áreas de competência e de dificuldades apresentadas. Durante a Avaliação 
Psicopedagógica podem ser realizadas atividades matemáticas, provas de avaliação 
do nível de pensamento e outras funções cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos. 
A princípio, é possível perceber, na consulta inicial, que a queixa apresentada 
pelos pais e/ou responsáveis para justificar o motivo do encaminhamento para 
avaliação, geralmente pode não só descrever o “sintoma”, mas também traz consigo 
indicativos do caminho para início da investigação. “A versão que os pais transmitem 
sobre a problemática e principalmente a forma de descrever o sintoma, dão-nos 
 
 
5 
 
importantes chaves para nos aproximarmos do significado que a dificuldade de 
aprender tem na família” (FERNÁNDEZ, 1991). 
Conforme Coll e Martín (2006), ao avaliar um aluno busca-se especificar o nível 
de desenvolvimento de determinadas capacidades contempladas nos objetivos gerais 
da etapa. Para que esse aluno possa conferir sentido às novas aprendizagens 
propostas, se faz imprescindível a identificação de seus conhecimentos prévios, 
finalidade a que se orienta a avaliação das competências curriculares. 
Moraes, cita alguns instrumentos utilizados nessa avaliação: 
Dentre os instrumentos de avaliação também podemos destacar: escrita livre 
e dirigida, visando avaliar a grafia, ortografia e produção textual (forma e 
conteúdo); leitura (decodificação e compreensão); provas de avaliação do 
nível de pensamento e outras funções cognitivas; cálculos; jogos simbólicos 
e jogos com regras; desenho e análise do grafismo (MORAES, 2010). 
Conforme Coll, Marchesi & Palacios (2007), na Avaliação Psicopedagógica 
será coletada informações importantes em relação as necessidades dos alunos, assim 
como de seu contexto escolar, familiar e social, e ainda possibilita a compreensão da 
necessidade ou não de introduzir mudanças na oferta educacional. 
Moraes (2010) esclarece que após coletadas as informações consideradas 
importantespara a avaliação, o psicopedagogo poderá intervir objetivando à solução 
de problemas de aprendizagem em seus devidos espaços, já que a avaliação tem 
como finalidade reorganizar a vida escolar e doméstica da criança. 
 
 
 
6 
 
2.1 A Função Diagnóstica da Avaliação Psicopedagógica 
 
Fonte: neurosaber.com.br 
O trabalho de Educação Escolar se desenvolve através do processo 
ensino/aprendizagem e de todos os seus determinantes, sendo assim há um ponto 
muito importante na prática psicopedagógica que é a busca do diagnóstico do porquê 
da criança (s) ou adolescente (s) não conseguirem aprender dentro dos padrões pré-
estabelecidos pela escola, família e sociedade. Quando se remete ás dificuldades ou 
problemas de aprendizagem, alguns aspectos tem que ser levados em conta como a 
constituição do sujeito (física, psicológica, necessidades especiais, afecções 
cerebrais – lesões herdadas ou adquiridas por distúrbios metabólicos, 
cromossômicos, etc.); o desejo do sujeito (motivação pessoal, familiar ou social); a 
família do sujeito (estrutura e dinâmica familiar, nível de autonomia na família, nível 
sociocultural, relação da família com a escola e papéis assumidos na configuração 
 
 
7 
 
familiar); e a escola (estrutura, organização material, de conteúdo e pessoal). Dessa 
forma o cabe ao psicopedagogo vasculhar cada “canto” da pessoa, enxergando não 
apenas o que a criança mostra, mas saber perceber que a mesma pode ter algum 
problema imperceptível que está dificultando sua aprendizagem e saber conduzi-la a 
outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, etc., com intuito 
de investigar múltiplos fatores que influenciam o não aprender dessa criança. 
O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando 
solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua 
meta fundamental é investigar todo o processo de aprendizagem levando em 
consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se desta 
investigação entender a constituição da dificuldade de aprendizagem 
(RUBINSTEIN, 1987, apud UHLMANN, CIPOLA & JÚNIOR, 2018). 
É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses 
provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo, porém uma vez 
iniciado esse processo, deve-se lançar mão de todos os instrumentos diagnósticos 
necessários. Essa busca terá o intuito de descobrir as razões que impedem o sujeito 
de aprender, situação essa levantada por uma queixa seja do educador, da família, 
da escola ou até mesmo do próprio sujeito. Caberá, portanto, ao psicopedagogo 
“ouvir” essa queixa, analisá-la, interpretá-la e seguir com seu processo de avaliação 
como função diagnóstica na busca em atender as necessidades educativas traduzidas 
em situações passíveis de melhora e com a concretização de auxílio e suporte. 
 
 
 
 
8 
 
2.2 Recursos a Serem Usados no Diagnóstico e Intervenção Psicopedagógica 
 
Fonte: institutoinclusaobrasil.com.br 
O Código de Ética da Psicopedagogia, em seu Capítulo I – Dos Princípios – 
Artigo 1º afirma que o psicopedagogo pode utilizar procedimentos próprios da 
Psicopedagogia, procedimentos próprios de sua área de atuação. 
Rubinstein (1996) destaca que o psicopedagogo pode usar como recursos: 
a) A entrevista com a família; 
b) Investigar o motivo da consulta; 
c) Conhecer a história de vida da criança, realizando a anamnese; 
d) Entrevistar o aluno; 
 
 
9 
 
e) Fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam a 
criança; 
f) Manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que 
está sendo realizada; 
g) Realizar encaminhamentos para outros profissionais, quando 
necessário. 
Já Bossa (2000) destaca outros recursos, referindo-se as 
a) Provas De Inteligência (WISC); 
b) Testes Projetivos; 
c) Avaliação Perceptomotora (Teste De Bender); 
d) Teste de Apercepção Infantil (CAT.); 
e) Teste de Apercepção Temática (TAT.); 
f) Provas Operatórias de Piaget; 
g) Avaliação do Nível Pedagógico (Nível De Escolaridade); 
h) Desenho da Família; 
i) Desenho da Figura Humana; 
j) Teste HTP (Casa, Árvore E Pessoa); 
k) Testes Psicomotores; 
l) Lateralidade; 
m) Estruturas Rítmicas... 
 
Deisy Nara alerta quanto ao uso de alguns instrumentos privativos de outros 
profissionais, bem como sugere formas de alcançar os mesmos resultados com tais 
instrumentos: 
A autora não apresenta restrição quanto ao uso dos testes, no entanto, alguns 
destes testes (Wisc, Teste de Bênder, CAT, TAT, Testes Projetivos), aqui no 
Brasil, são considerados de uso exclusivo de psicólogos. Para evitar atritos, 
o psicopedagogo pode ser criativo e desenvolver atividades que possibilitem 
fazer as mesmas observações que tais testes. Ele também pode organizar 
uma equipe multidisciplinar, de maneira a que se faça uma avaliação de todos 
os aspectos sobre os quais recai nossa hipótese diagnóstica inicial. Ex: teste 
de inteligência (psicólogos); testes de audição e de linguagem 
(fonoaudiólogos). Os pedagogos especialistas em psicopedagogia, podem 
 
 
10 
 
usar testes como o TDE, Metropolitano, ABC, Provas Piagetianas, provas 
pedagógicas, etc (MORAES, 2010). 
Moraes (2010) também sugere o uso de jogos recurso, ao considerar que o 
indivíduo através deles poderá manifestar, sem mecanismos de defesas, os desejos 
contidos em seu inconsciente. Além disto, no enfoque psicopedagógico os jogos 
representam situações-problemas a serem resolvidos, por envolver regras, apresentar 
desafios e possibilitar observação como o sujeito age frente a eles, qual sua estrutura 
de pensamento e reação diante de dificuldades (MORAES, 2010). 
2.3 Etapas do Diagnóstico 
 
Fonte: https: researchgate.net 
O Diagnóstico Psicopedagógico é constituído por várias etapas que se 
diferencia pelo objetivo da investigação. 
 
 
11 
 
Moraes falou sobre esse processo: 
Desta forma, temos a anamnese só com os pais ou com toda a família para 
a compreensão das relações familiares e sua relação com o modelo de 
aprendizagem do sujeito; a avaliação da produção escolar e dos vínculos com 
os objetivos de aprendizagem escolar; a avaliação de desempenho em teste 
de inteligência e viso-motores; a análise dos aspectos emocionais por meio 
de testes e sessões lúdicas, entrevistas com a escola ou outra instituição em 
que o sujeito faça parte; etc. Esses momentos podem ser estruturados dentro 
de uma sequência diagnóstica estabelecida (MORAES, 2010). 
Embora existam diversos modelos de sequência diagnóstica, será apresentada 
o modelo desenvolvido por Weiss (1992). As etapas que compõem o modelo: 
 
2.3.1 Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.) 
 
Visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a 
captação das relações e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar, 
a expectativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o engajamento do paciente 
e de seus pais no processo diagnóstico e o esclarecimento do que é um diagnóstico 
psicopedagógico. Nesta entrevista, pode-se reunir os pais e a criança. É importante 
que nessa entrevista sejam colhidos dados relevantes para a organização de um 
sistema consistente de hipóteses que servirá de guia para a investigação na próxima 
sessão. 
 
2.3.2 Entrevista de Anamnese 
 
É uma entrevista, com foco mais específico, considerada como um dos pontos 
cruciais de um bom diagnóstico, visando colher dados significativos sobre a história 
do sujeito na família, integrando passado, presente e projeções para o futuro, 
permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influência das gerações 
passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese, são levantados dados das 
primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da família 
nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar. O psicopedagogo 
 
 
12 
 
deverá deixá-los àvontade “... para que todos se sintam com liberdade de expor seus 
pensamentos e sentimentos sobre a criança para que possam compreender os pontos 
nevrálgicos ligados à aprendizagem” (WEISS, 1992). 
A história vital nos permitirá “... detectar o grau de individualização que a criança 
tem com relação à mãe e a conservação de sua história nela” (PAÍN, 1992). 
 É importante iniciar a entrevista falando sobre a gravidez, pré-natal, 
concepção. “A história do paciente tem início no momento da concepção e vêm 
reforçar a importância desses momentos na vida do indivíduo e, de algum modo, nos 
aspectos inconscientes de aprendizagem” (WEISS, 1992). 
Algumas circunstâncias do parto como falta de dilatação, circular de cordão, 
emprego de fórceps, adiamento de intervenção de cesárea, “costuma ser causa da 
destruição de células nervosas que não se reproduzem e também de posteriores 
transtornos, especialmente no nível de adequação perceptivo-motriz” (PAÍN, 1992). 
É interessante perguntar se foi uma gravidez desejada ou não, se foi aceito 
pela família ou rejeitado. Estes pontos poderão determinar aspectos afetivos dos pais 
em relação ao filho. 
Posteriormente é importante saber sobre as primeiras aprendizagens não 
escolares ou informais, tais como: como aprendeu a usar a mamadeira, o copo, a 
colher, como e quando aprendeu a engatinhar, a andar, a andar de velocípede, a 
controlar os esfíncteres, etc. A intenção é descobrir “em que medida a família 
possibilita o desenvolvimento cognitivo da criança – facilitando a construção de 
esquemas e deixando desenvolver o equilíbrio entre assimilação e acomodação...” 
(WEISS, 1992). 
É interessante saber sobre a evolução geral da criança, como ocorreram seus 
controles, aquisição de hábitos, aquisição da fala, alimentação, sono etc., se 
ocorreram na faixa normal de desenvolvimento ou se houve defasagens. 
Se a mãe não permite que a criança faça as coisas por si só, não permite 
também que haja o equilíbrio entre assimilação e acomodação. Alguns pais retardam 
este desenvolvimento privando a criança de, por exemplo, comer sozinha para não se 
lambuzar, tirar as fraldas para não se sujar e não urinar na casa, é o chamado de 
 
 
13 
 
hipoassimilação (PAÍN, 1992), ou seja, os esquemas de objeto permanecem 
empobrecidos, bem como a capacidade de coordená-los. 
Por outro lado há casos de internalização prematura dos esquemas, é o 
chamado de hiperassimilação (PAÍN, 1992), pais que forçam a criança a fazer 
determinadas coisas das quais ela ainda não está preparada para assimilar, pois seu 
organismo ainda está imaturo, o que acaba desrealizando negativamente o 
pensamento da criança. É interessante saber se as aquisições foram feitas pela 
criança no momento esperado ou se foram retardadas ou precoces. 
Saber sobre a história clínica, quais doenças, como foram tratadas, suas 
consequências, diferentes laudos, sequelas também é de grande relevância, bem 
como a história escolar, quando começou a frequentar a escola, sua adaptação, 
primeiro dia de aula, possíveis rejeições, entusiasmo, porque escolheram aquela 
escola, trocas de escola, enfim, os aspetos positivos e negativos e as consequências 
na aprendizagem. 
Todas estas informações essenciais da anamnese devem ser registradas para 
que se possa fazer um bom diagnóstico. 
3.2.3 Sessões Lúdicas Centradas na Aprendizagem 
São fundamentais para a compreensão dos processos cognitivos, afetivos e 
sociais, e sua relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. A atividade lúdica 
fornece informações sobre os esquemas do sujeito. Winicott expressa assim sua 
opinião entre o brincar e a autodescoberta: “é no brincar, e somente no brincar, que 
o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: 
e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu” (WINICOTT, 1975). 
Neste tipo de sessão, observa-se a conduta do sujeito como um todo, 
colocando também um foco sobre o nível pedagógico, contudo deve-se ter como 
postulado que sempre estarão implicados o seu funcionamento cognitivo e suas 
emoções ligadas ao significado dos conteúdos e ações. Para Paín (1992), podemos 
 
 
14 
 
avaliar através do desenho, a capacidade do pensamento para construir uma 
organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção. 
 
2.3.3 Provas e Testes 
 
As provas e testes podem ser usadas, se necessário, para especificar o nível 
pedagógico, estrutura cognitiva e/ou emocional do sujeito. O uso de provas e testes 
não é indispensável em um diagnóstico psicopedagógico, representa um recurso a 
mais a ser utilizado quando necessário. É uma complementação que funciona com 
situações estimuladoras que provocam reações variadas. 
Existem diversos testes e provas que podem ser utilizados num diagnóstico, 
como as: 
i. Provas de inteligência (WISC é o mais conhecido, porém de uso 
exclusivo de psicólogos, CIA, RAVEN); 
ii. Provas Operatórias de Piaget; 
iii. Avaliação do Nível Pedagógico (atividades com base no nível de 
escolaridade, E.O.C.A.); 
iv. Avaliação Perceptomotora (Teste de Bender, que tem por objetivo 
avaliar o grau de maturidade visomotora do sujeito); 
v. Testes Projetivos (CAT, TAT, Desenho da Família; Desenho da Figura 
Humana; Casa, Árvore e Pessoa - HTP, também são de uso de 
psicólogos); 
vi. Testes Psicomotores 
vii. Jogos Psicopedagógicos. 
Conforme Weiss, ” as provas operatórias têm como objetivo principal 
determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento 
cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança” (WEISS, 1992). 
 
 
 
 
15 
 
2.3.4 Síntese Diagnóstica 
 
“Uma vez recolhida toda a informação (...) é necessário avaliar o peso de cada 
fator na ocorrência do transtorno da aprendizagem” (PAÍN, 1992). A síntese 
diagnóstica é o momento em que é preciso formular uma única hipótese a partir da 
análise de todos os dados colhidos no diagnóstico e suas relações de implicância, que 
por sua vez aponta um prognóstico e uma indicação. Essa etapa é muito importante 
para que a entrevista de devolução seja consciente e eficaz. É a resposta mais direta 
à questão levantada na queixa. Faz-se uma síntese de todas as informações 
levantadas nas diferentes áreas. É uma visão condicional baseada no que poderá 
acontecer a partir das recomendações e indicações. 
 
2.3.5 Entrevista de Devolução e Encaminhamento 
 
É o momento que marca o encerramento do processo diagnóstico. “... Talvez o 
momento mais importante desta aprendizagem seja a entrevista dedicada à devolução 
do diagnóstico, entrevista que se realiza primeiramente com o sujeito e depois com os 
pais” (PAÍN, 1992). É um encontro entre sujeito, psicopedagogo e família, visando 
relatar os resultados do diagnóstico, analisando todos os aspectos da situação 
apresentados, seguindo de uma síntese integradora e um encaminhamento. É uma 
etapa do diagnóstico muito esperada pela família e pelo sujeito e que deve ser bem 
conduzida de forma que haja participação de todos, procurando eliminar as dúvidas, 
afastando rótulos e fantasmas que geralmente estão presentes em um processo 
diagnóstico. Não é suficiente apresentar apenas as conclusões. É necessário 
aproveitar esse espaço para que os pais assumam o problema em todas as suas 
dimensões. 
Weiss (1992) orienta organizar os dados sobre o paciente em três áreas: 
pedagógica, cognitiva e afetivo-social, e posteriormente rearrumar a sequência dos 
assuntos a serem abordados, a que ponto dará mais ênfase. É necessário haver um 
roteiro para que o psicopedagogo não se perca e os pais não fiquem confusos. Tudo 
 
 
16 
 
deve ser feito com muito afeto e seriedade, passando segurança. Os pais, assim, 
muitas vezes acabam revelando algo neste momento que surpreende e acaba 
complementando o diagnóstico. 
É importante que se toque inicialmente nos aspectos mais positivos do paciente 
para que omesmo se sinta valorizado. Muitas vezes a criança já se encontra com sua 
autoestima tão baixa que a revelação apenas dos aspectos negativos acabam 
perturbando-o ainda mais, o que acaba por inviabilizar a possibilidade para novas 
conquistas. Depois, deverão ser mencionados os pontos causadores dos problemas 
de aprendizagem. 
Posterior a esta conduta deverá ser mencionada as recomendações como troca 
de escola ou de turma, amenizar a superproteção dos pais, estimular a leitura em casa 
etc; e as indicações que são os atendimentos que se julgue necessário como 
fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 DIAGNÓSTICO DO DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM 
 
Fonte: crismoraes.com.br 
Investigação é um termo utilizado por Rubinstein (1987), e que definem a 
psicopedagogia. O profissional desta área deve vasculhar cada “canto” da pessoa, 
analisar o modo de como ela se expressa, seus gestos, a entonação da voz, tudo. O 
psicopedagogo deve também enxergar não só o que essa criança mostra, mas saber 
perceber que ela pode ter algum problema imperceptível que está dificultando sua 
aprendizagem e saber conduzí-la para um outro profissional, como: psicólogos, 
fonoaudiólogos, neurologistas, etc., isso significa saber investigar os múltiplos fatores 
que levam está criança a não conseguir aprender. 
 O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando 
solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua 
meta fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem 
levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para 
valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de 
aprendizagem (RUBINSTEIN, 1987). 
 
 
18 
 
Diagnosticar um distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e para fazê-lo 
de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de equipe interdisciplinar e 
utilização de diferentes instrumentos para avaliação. 
Fernández (1991) afirma que o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma 
função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao 
psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário. 
É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses 
provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, 
a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o 
trabalho diagnóstico através de intervenções e da “escuta psicopedagógica...” para 
que “se possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a 
intervenção” (BOSSA, 2000). 
Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum 
tipo de dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando 
ela é inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa constatação, cabe à 
equipe investigar a sua causa e, para tanto, deve-se lançar mãos de todos os 
instrumentos diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico psicopedagógico 
abre possibilidades de intervenção e dá início a um processo de superação das 
dificuldades. O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de aprendizagem. É um 
processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldade dentro do contexto 
da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é uma exploração problemática do 
aluno frente à produção acadêmica. 
Durante o diagnóstico psicopedagógico, o discurso, a postura, a atitude do 
paciente e dos envolvidos são pistas importantes que ajudam a chegar nas questões 
a serem desvendadas. É através do desenvolvimento do olhar e da escuta 
psicopedagógica, trabalhados e incorporados pelo profissional que poderão ser 
lançadas as primeiras hipóteses a cerca do indivíduo. Esse olhar e essa escuta 
ultrapassam os dados reais relatados e buscam as entrelinhas, a emoção, a 
elaboração do discurso inconsciente que o atendido traz. 
 
 
19 
 
O objetivo do diagnóstico é obter uma compreensão global da sua forma de 
aprender e dos desvios que estão ocorrendo neste processo que leve a um 
prognóstico e encaminhamento para o problema de aprendizagem. Procura-se 
organizar os dados obtidos em relação aos diferentes aspectos envolvidos no 
processo de aprendizagem de forma particular. Ele envolve interdisciplinaridade em 
pelo menos três áreas: neurologia, psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a 
eliminação de fatores que não são relevantes e a identificação da causa real do 
problema. 
É nesse momento que o psicopedagogo irá interagir com o cliente (aluno), com 
a família e a escola, partes envolvidas na dinâmica do processo de ensino-
aprendizagem. Também é importante ressaltar que o diagnóstico possui uma grande 
relevância tanto quanto o tratamento, por isso ele deve ser feito com muito cuidado, 
observando o comportamento e mudanças que isto pode acarretar no sujeito. 
O diagnóstico psicopedagógico é visto como um momento de transição, um 
passaporte para a intervenção, devendo seguir alguns princípios, tais como: análise 
do contexto e leitura do sintoma; explicações das causas que coexistem 
temporalmente com o sintoma; obstáculo de ordem de conhecimento, de ordem da 
interação, da ordem do funcionamento e de ordem estrutural; explicações da origem 
do sintoma e das causas históricas; análise do distanciamento do fenômeno em 
relação aos parâmetros considerados aceitáveis, levantamento de hipótese sobre a 
configuração futura do fenômeno atual e, indicações e encaminhamentos. 
O diagnóstico não pode ser considerado como um momento estático, pois é 
uma avaliação do aluno que envolve tanto os seus níveis atuais de desenvolvimento, 
quanto as suas capacidades e possibilidades de aprendizagem futura. Por muitos 
anos, era uma tarefa exclusiva dos especialistas, que analisavam algumas 
informações dos alunos, obtidas através da família e às vezes da escola, e logo após 
devolviam um laudo diagnóstico, quase sempre com termos técnicos 
incompreensíveis. A distância existente no relacionamento entre os especialistas, a 
família e a escola impediam o desenvolvimento de um trabalho eficiente com o aluno. 
 
 
20 
 
A proposta atual é que o diagnóstico seja um trabalho conjunto onde todas as 
pessoas que estão envolvidas com o aluno devem participar, e não atuar como meros 
coadjuvantes desse processo. Ele não é um estudo das manifestações aparentes que 
ocorrem no dia-a-dia escolar, é uma investigação profunda, na qual são identificadas 
as causas que interferem no desenvolvimento do aluno, sugerindo atividades 
adequadas para correção e/ou compensação das dificuldades, considerando as 
características de cada aluno. 
O diagnóstico não deverá somente fundamentar uma deficiência, mas apontar 
as potencialidades do indivíduo. Não é simplesmente o que este tem, mas o que pode 
ser e como poderá se desenvolver. 
É de extrema relevância detectarmos, através do diagnóstico, o momento da 
vida da criança em que se iniciam os problemas de aprendizagem. Do ponto 
de vista da intervenção, faz muita diferença constatarmos que as dificuldades 
de aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola, pois pode ser um forte 
indício de que a problemática tinha como causa fatores intra-escolares 
(BOSSA, 2000). 
Ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente 
para o significado do sintoma a nível familiar e escolar e não o veja apenas em um 
recorte, como uma deficiência do sujeito. Que o psicopedagogo, através do 
diagnóstico acredite numa aprendizagem que possibilite transformar, sair do lugar 
estagnado e construir. Que ele seja o fio condutor que norteará a intervenção 
psicopedagógica. 
4 TESTES E TÉCNICAS NA PSICOPEDAGOGIA 
A área emocional avalia o lado afetivo frente à aprendizagem nos âmbitos: 
escolar, familiar e consigo mesmo. Dão informações sobre o aspecto emocional e 
relacional. As Técnicas Projetivas Psicopedagógicas buscamentender o vínculo que 
o sujeito estabelece com a realidade e com a própria aprendizagem. Investiga-se a 
rede de vínculos em três domínios: escolar, familiar e consigo mesmo. 
 
 
21 
 
O uso de provas e testes não é indispensável em um diagnóstico 
psicopedagógico, porém representa um recurso a mais a ser utilizado quando avaliado 
necessário na especificação do nível pedagógico, estrutura cognitiva e ou emocional 
do sujeito. 
Provas operatórias, testes psicométricos e técnicas projetivas poderão ser 
relacionados de acordo com a necessidade de confirmação de aspectos levantados 
aos longos das sessões anteriores. Existem diversos tipos de testes e provas para 
serem atrelados a um diagnóstico. 
Como alguns dos testes são de uso privativo de psicólogo, os psicopedagogos 
devem ser criativos e desenvolver atividades que atendam a mesma propositura dos 
testes psicológicos apenas administrados por psicólogos, ou trabalhar em conjuntos 
com uma equipe multidisciplinar objetivando levantar todos os aspectos que envolvem 
a hipótese do diagnostico inicial lembrando sempre que a psicopedagogia não é um 
ramo da medicina, mas sim da educação acoplado com a saúde. Dessa forma prioriza-
se o conhecimento sobre o qual o processo que se dá a aprendizagem. Lembrando 
também que algo padronizado não vai servir para todos os “aprendentes”, os testes 
são apenas umas das alternativas de uso. 
 “[...]as provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de 
aquisição de algumas noções chave do desenvolvimento cognitivo, detectado 
o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura 
cognitiva que opera”. (WEISS 2012, apud UHLMANN, CIPOLA & JÚNIOR, 
2018). 
 
Os psicopedagogos podem aplicar diretamente os testes de TDE (que busca 
oferecer de forma objetiva a avaliação das capacidades fundamentais para o 
desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética e leitura); Teste 
ABC (para verificar nas crianças de escola primária o nível de maturidade requerido 
para a aprendizagem da leitura e da escrita); Provas de nível de pensamento (Piaget, 
como alvo principal crianças na fase escolar, com objetivos de investigar e avaliar o 
nível cognitivo da criança e constatar se realmente corresponde a sua idade 
 
 
22 
 
cronológica ou se existe alguma defasagem), testes psicomotores e jogos 
psicopedagógicos. 
4.1 Testes Psicopedagógicos 
Os Testes Psicopedagógicos são instrumentos que auxiliam o profissional a 
identificar dificuldades de fala, leitura ou escrita. A identificação do problema por meio 
dos Testes Psicopedagógicos permite que o profissional elabore o Plano De 
Intervenção mais apropriada para a escola, aos pais e na clínica. 
Vale ressaltar que em nenhuma avaliação o resultado deve ser olhado de forma 
única, é necessário investigarmos todas as áreas do conhecimento para reunir os 
dados e levantar as hipóteses acerca das dificuldades apresentadas. 
Antes de realizar o Atendimento Psicopedagógico com o aluno/aprendente o 
psicopedagogo precisa selecionar alguns testes e materiais que o auxiliem no 
desenvolvimento de estratégias adequadas para compreender o motivo da(s) 
queixa(s) apresentadas. 
Observe abaixo a relação de alguns testes que podem ser utilizados no 
atendimento psicopedagógico e as idades indicadas para cada uma delas. 
 
NOME OBJETIVO INDICAÇÃO 
ETÁRIA 
OBSERVAÇÕES 
ABC Avaliar coordenação 
motora, memória 
visual, percepção 
verbal, entendimento 
e interpretação de 
texto, memória 
auditiva, consciência 
fonológica, percepção 
visual e motora, 
Crianças em fase 
de alfabetização 
 
 
 
23 
 
Audibilização Sondagem da 
capacidade de 
audibilização 
(linguagem receptiva), 
ou seja, quando a 
cognição auditiva 
permite a aquisição e 
o desenvolvimento 
correto da fala, da 
leitura e da escrita. 
 
Crianças de 5 a7, 
mas pode ser 
realizado em 
crianças com mais 
idade também que 
apresentem 
dificuldades na 
aprendizagem. 
Quando a criança 
não se alfabetiza, 
para detectarmos 
os itens que o teste 
abrange que são: 
discriminação 
fonemática, 
memória e 
conceituação. 
Também em 
hipótese de 
Dislexia, DPAC … 
Até 3 sessões 
Caixa lúdica 
e Eoca 
Caixa Lúdica: O 
objetivo é estabelecer 
a relação vincular 
entre o Pp e a criança 
(não há o objetivo de 
analisar as 
aprendizagens (isso 
pode até ocorrer, mas 
não é o propósito 
principal). Além disso, 
Crianças e 
adolescentes (com 
adaptações para 
estes). 
É interessante 
fazer a 
sessão lúdica e a 
Eoca no mesmo 
atendimento, 
dividindo o tempo 
de atendimento por 
2 (no caso, mais ou 
menos 
 
 
24 
 
o Pp pode observar as 
relações da criança: 
resistência, bloqueios, 
hesitações, repetição 
de comportamentos 
que presencia em 
casa. 
Eoca: investigar os 
vínculos que a criança 
tem com a 
aprendizagem, suas 
defesas, condutas, 
como enfrenta 
desafios. 
25 minutos para 
cada). 
Escala de 
Transtornos 
Disruptivos 
Ter subsídios para 
encaminhamentos em 
caso de suspeita de 
transtornos diversos 
Preferencialmente, 
crianças de 6 a 12 
anos 
Não se trata de um 
teste, mas de 
entrevistas. 
IAR Verificar o 
conhecimento do 
atendente nas 
seguintes áreas: 
esquema corporal, 
lateralidade, posição, 
direção, espaço, 
tamanho, quantidade, 
forma, discriminação 
visual, discriminação 
auditiva, verbalização 
A partir de 4 anos 
(melhor com 5) 
Pode ser usado em 
caso de suspeita 
de 
TEA 
Duas sessões 
 
 
25 
 
de palavras, 
análise/síntese e 
coordenação motora. 
Papéis de 
carta 
O objetivo geral é 
avaliar as dificuldades 
de aprendizagem e, 
se possível, também o 
nível de escrita da 
criança. No entanto, 
cada lâmina tem um 
objetivo específico, 
como poderá ser visto 
no quadro mais 
adiante. 
5 a 11 anos Aplicação demora 
de 50 a 60 
minutos. A 
indicação etária é 
um parâmetro. 
Teste projetivo 
SPA Investigar o vínculo 
com a aprendizagem, 
como o sujeito se vê 
como sujeito 
aprendente. (É 
importante lembrar 
que o SPA é uma 
técnica projetiva. 
Estas têm como 
objetivo investigar os 
vínculos do sujeito 
nos domínios: familiar, 
escolar e consigo 
mesmo.). 
Aprendente de 
qualquer idade 
Técnica projetiva. 
Normalmente é 
feito em um só 
atendimento; o 
tempo depende do 
quanto cada 
aprendente gasta 
em seu desenho. 
 
 
26 
 
TCLPP Avaliar a competência 
de leitura silenciosa 
de palavras isoladas 
Não há indicação 
etária, mas de 
série/ ano que o 
Preferencialmente, 
deve ser aplicado 
em 
Nome Objetivo Indicação etária Observações 
 O que o teste permite: 
 Interpretar 
os dados do padrão 
de leitura específica 
apresentada pela 
criança (no modelo 
cognitivo do 
desenvolvimento de 
leitura e escrita); e 
 Inferir o 
estágio de 
desenvolvimento em 
que a criança se 
encontra. 
aprendente cursa. 
1º ao 
5º ano Ensino 
Fundamental I 
uma só sessão, 
apesar de longo. 
TDE Ser um primeiro 
instrumento para 
avaliação 
psicopedagógica 
individual, indicando, 
de maneira 
abrangente, quais 
áreas da 
aprendizagem estão 
preservadas ou 
Crianças de 7 a 11 
anos 
(1º ao 6º ano – 
Ensino 
Fundamental) 
O teste não tem 
ordem para ser 
aplicado, nem 
limite de tempo. 
 
 
 
27 
 
prejudicadas. A partir 
dessa avaliação, 
pode-se desenvolver 
um plano de 
investigação e 
intervenção mais 
específicos, sugeridos 
pelos subtestes do 
TDE. 
Fonte: blog.psiqueasy.com.br 
4.2 Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA 
 
Fonte: prezi.com 
EOCA é a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, elaborada por 
Jorge Visca, aplicada aos sujeitos em processo de aprendizagem. É o primeiro 
 
 
28 
 
momento do psicopedagogo com o avaliando que traz a queixa, com o objetivo de 
observação e das reações do sujeito frente à aprendizagem.O profissional precisa 
conhecer melhor a maneira como a criança aprende a fazer o que lhe ensinam. 
Os materiais são deixados sobre uma mesa, que podem ser: lápis de cor, giz 
de cera, massa de modelar, caneta hidrocor, régua, barbante, palitos de sorvete, 
borracha, tesoura, cola, papel pautado, papel sulfite, papel colorido, revistas, gibis, 
livros de acordo com a faixa etária do avaliando, jogos, lápis grafite sem ponta, para 
que se possa observar a iniciativa do sujeito. Utilizar materiais que sejam coerentes 
com o ambiente do sujeito. 
Diante da mesa com todos os materiais já dispostos segue para a aplicação da 
EOCA, deve-se seguir as seguintes consignas. 
Consigna de abertura ou inicial, "Gostaria que você me mostrasse o que sabe 
fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu". Caso o sujeito não se manifeste, 
parte para a consignação múltipla. 
Consigna múltipla, "Você pode ler, escrever, pintar, desenhar, recortar, 
calcular, pode fazer o que quiser". Esta será uma opção, caso ele não responda a 
consigna de abertura, onde você irá mostrar várias opções de acordo com os materiais 
presentes na mesa. 
Consigna fechada, "Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já 
fez". Fazer algo diferente e observar a iniciativa da criança. 
Consigna direta, "Gostaria que me mostrasse algo de leitura, escrita ou 
matemática". Esta consigna será determinada de acordo com a queixa. 
Consigna de pesquisa, "Para que serve isto, o que você fez, que horas são, 
que cor você está utilizando, etc." Esta consigna questiona vários materiais expostos, 
para investigar o conhecimento do sujeito. 
Deve-se anotar tudo o que for falado e feito pelo avaliando, inclusive suas 
reações. Isto é um trabalho de muita observação e sensibilidade do psicopedagogo, 
respondendo somente o que lhe for perguntado e estritamente o essencial, sem 
qualquer tipo de demonstração satisfatória ou insatisfatória. Deixar o avaliando se 
manifestar livremente. 
 
 
29 
 
Alguns fatores devem ser observados, como a temática, ou seja, todas as falas 
do indivíduo. A dinâmica são todas as manifestações não verbais, como postura, 
manuseio do material, postura corporal, etc. O produto é aquilo que o sujeito realmente 
produziu durante a EOCA. A dimensão afetiva manifestada através do comportamento 
do avaliando como medos, frustrações, fugas, distração, resistência, ansiedade, 
choro, etc. 
A dimensão cognitiva também deve ser observada através da utilização dos 
materiais, estratégias utilizadas durante a atividade, organização, planejamento, a 
construção da sua produção e suas relações durante o pensamento para execução 
da tarefa. 
Se o sujeito não quis produzir nada, deverá ser rigidamente analisado o motivo 
desta fuga. 
4.3 Teste de Desempenho Escolar 
O Teste de Desempenho Escolar (TDE) foi proposto por Lilian Milnitsky Stein. 
Esse teste consiste em um instrumento psicométrico, que permite realizar uma 
avaliação das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, são elas: a 
escrita, a aritmética e a leitura (STEIN, 1994). O teste embora avalia escolares de 2º 
a 7º anos do Ensino Fundamental, pode ser utilizado, com algumas exceções, pelos 
8º e 9º anos. 
Conforme Stein (1994), o Teste de Desempenho Escolar é composto por três 
subtestes: 
a) Escrita - solicita que o avaliado escreva seu nome e outras palavras 
isoladas que são apresentadas a partir de um ditado. 
b) Aritmética - solicita, primeiramente, a solução oral de problemas e, em 
seguida, a resolução de cálculos de operações matemáticas por escrito. 
c) Leitura - a criança deverá ler as palavras isoladas solicitadas. 
 
 
30 
 
Como pode ser observado, esse teste tem como objetivo avaliar o desempenho 
escolar, especificamente nas áreas da escrita, aritmética e leitura. O instrumento deve 
ser aplicado de forma individual. 
Segundo Stein (1994), para que o teste seja aplicado, é necessário que o 
psicopedagogo esteja familiarizado com as instruções para uma aplicação eficaz. O 
aplicador deverá explicar para a criança o que deve ser feito, instruí-la de como 
funciona o TDE. O levantamento de seus dados é feito registrando os itens 
respondidos de forma correta, cada item correto vale 1 (um) ponto. Cada subteste terá 
uma pontuação, a soma de todos os pontos subteste em questão é denominada 
Escore Bruto (EB). O somatório dos Escores Brutos dos três subtestes será o Escore 
Bruto Total (EBT). 
O teste conta com algumas tabelas para a classificação dos Escores Brutos por 
série escolar, ao todo são seis tabelas, uma para cada série. Cada tabela é composta 
por uma classificação baseada no Escore Bruto de cada subteste (escrita, leitura e 
aritmética). As classificações podem ser três: Superior, Médio e Inferior, apenas os 
escores brutos para o 2º ano foram classificados em quatro níveis (Superior, Médio 
Superior, Médio Inferior e Inferior), a fim de que não ficassem agrupados em intervalos 
muito grandes. 
 
 
 
31 
 
4.4 Provas Projetivas Psicopedagógicas 
 
Fonte: blog.psiqueasy.com.br 
Na Psicologia Clínica, as técnicas projetivas se referem àquelas atividades 
onde solicita-se ao indivíduo que realize desenhos ou uma representação de uma 
determinada situação. E através da análise destes desenhos, o psicólogo vai inferir 
em relação as características do indivíduo. 
O desenho pode ser uma atividade de grande importância para avaliações 
psicológicas infantis, sua forma, cores e posição na folha de papel podem 
dizer muito sobre seu comportamento. Para a Psicopedagogia o objetivo das 
provas projetivas psicopedagógicas é o de analisar, por meio do desenho, 
quais os vínculos que o aluno possui com a aprendizagem. Neste sentido, 
por meio do desenho seria possível diagnosticar possíveis obstáculos à 
aprendizagem (BUENO & ALMEIDA, 2017). 
Bueno & Almeida (2017) enfatizaram que o desenho faz parte do 
desenvolvimento da criança, é por meio dele ficam registrados as emoções, 
 
 
32 
 
imaginações, descobertas, enfim o mundo que cerca a criança. Por isso, eles 
destacaram: 
O desenho não é só uma forma de expressão do ser humano, mas uma 
linguagem que servirá como primeira escrita. A idade é algo importante na 
avaliação de um desenho. Não se pode avaliar o desenho de uma criança de 
04 anos com mesmos critérios utilizados em uma criança de 12 anos (BUENO 
& ALMEIDA, 2017). 
Dessa forma, o desenho infantil como objeto de avaliação se torna uma 
ferramenta importante na atuação psicopedagógica. Conforme Jorge Visca (1987), as 
Técnicas Projetivas Psicopedagógicas tem como intuito investigar os seguintes 
vínculos que a criança pode estabelecer: 
I. Familiar 
II. Escolar 
III. Consigo mesma 
Estes vínculos serão analisados individualmente. Sendo necessário levar em 
conta que uma criança difere da outra e por isso, cada análise deve ser feita de forma 
criteriosa e cuidadosa. 
Bueno & Almeida (2017) expuseram que o material necessário para a aplicação 
da prova é: 
Folhas de papel sulfite; 
Lápis preto; 
Borracha. 
Os autores esclarecem ainda que, as provas necessitam ser aplicadas de forma 
individual e em cada sessão a solicitação dos vínculos pode variar conforme aquele 
aspecto da aprendizagem que se quer avaliar. 
Segundo Jorge Visca (2011) existem vários aspectos que devem ser 
observados e levados em consideração quando da aplicação das Provas Projetivas 
Psicopedagógicas: 
1. A posição do desenho na folha; 
2. As pessoas que estão presentes na produção da criança; 
3. Os detalhes das pessoas e/ou objetos que constam no desenho; 
 
 
33 
 
4. E a descrição verbal que a criança faz de seu desenho. 
Sobre à posição que os desenhos são apresentados na folha, o autor citou 09 
posições que indicam vínculo de aprendizagem, conforme pode ser constatado no 
quadro a seguir: 
 
Fonte: VISCA, 2011 
Sobre os desenhos que são solicitados durante a aplicação da prova destaca-
se que cadavínculo abrange uma tarefa ou, como afirma Visca (2003), uma consigna 
diferente, como pode-se verificar a seguir: 
1. Vínculo escolar: 
a) Par educativo; 
b) Planta da sala de aula; 
c) Eu com meus colegas. 
2. Vínculo familiar: 
a) A planta da minha casa; 
b) Família educativa; 
c) As quatro partes de um dia. 
3. Vínculo consigo mesmo: 
a) O desenho em episódios; 
b) O dia do meu aniversário; 
c) Nas minhas férias; 
 
 
34 
 
d) Fazendo o que mais gosto. 
 
 
Fonte: VISCA, 2011 
Objetivando auxiliar nessa compreensão, seguem abaixo quadros das provas 
que apresentm indicadores de análise mais significativos, materiais e procedimentos: 
 
 
 
35 
 
 
Domínio Escolar 
 
 
Fonte: VISCA, 2011 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Domínio Familiar 
 
Fonte: VISCA, 2011 
 
 
37 
 
Domínio Consigo Mesmo 
 
 
Fonte: VISCA, 2003 
 
 
38 
 
A partir dessas indtruções foi selecionado um modelo para melhor ilustrar os 
argumentos teóricos trabalhados. 
 
Desenho do Par Educativo 
 
 
Fonte: MUNIZ, 1984 
 
 
39 
 
Bueno & Almeida (2017) orientam que durante o processo de aplicação das 
Provas Projetivas Psicopedagógicas, o professor precisa selecionar aquelas que 
melhor se aplicam aos seus objetivos, ponderando, obviamente, as queixas 
apresentadas da criança com relação ao seu processo de aprendizagem. 
Cada desenho que a criança produz deverá ser analisado de maneira 
contextualizada, visando sempre identificas possíveis obstáculos à aprendizagem dos 
alunos. 
4.5 Provas Operatórias Piagetianas 
 
Fonte: https: elo7.com.br 
A área cognitiva avalia o processo de desenvolvimento cognitivo do indivíduo. 
Deve-se estar atento para concentração, atenção, memória, autonomia e percepção. 
Busca entender o processo de lógica, ou seja, o raciocínio lógico deste sujeito, se o 
pensamento equivale com a faixa etária do avaliando. 
De acordo com Nogueira e Leal (2011, p.122) "as estruturas cognitivas 
evoluem à medida que a criança cresce, permitindo novas aprendizagens e 
 
 
40 
 
possibilitando a ela adquirir os conteúdos formais”. (NOGUEIRA, 2011, apud 
ESPÍNDOLA, 2016). 
Para o uso da análise da área cognitiva, recomenda-se o uso das provas 
operatórias criadas por Jean Piaget, que são as provas de conservação, classificação 
e seleção. Através destas provas pode-se ter uma visão do diagnóstico operatório, 
mas jamais rotular o avaliando. Com elas podemos perceber se o sujeito tem noção 
de identidade, compensação, reversibilidade, causalidade, quantificação, raciocínio 
lógico, estrutura do pensamento, tempo e espaço. 
Estas provas dão a percepção do funcionamento e desenvolvimento das 
funções lógicas do sujeito. 
As provas de conservação são divididas em provas de conservação de 
pequenos conjuntos discretos de elementos; prova de conservação das quantidades 
de líquidos (transvasamento); prova de conservação da quantidade de matéria; prova 
de conservação do comprimento; prova de conservação do peso e prova de 
conservação do volume. 
Já as provas de classificação são divididas em prova de mudança de critério 
(dicotomia); prova de quantificação da inclusão de classes e prova de intersecção de 
classes. 
A prova de seriação de palitos analisa a capacidade de a criança seriar. Para 
as crianças com 12 anos ou mais pode-se usar a prova de combinações de duplas 
para pensamento formal e prova de permutações possíveis com um conjunto 
determinado de fichas. Não é necessário a aplicação de todas as provas, somente as 
que o psicopedagogo julgar imprescindíveis para o caso que está avaliando. 
Para cada prova devem ser usadas as suas próprias consignas, suas 
transformações, argumentações, contra argumentações, justificativas e retorno 
empírico. 
As respostas argumentadas por critérios de identidade ocorrem quando o 
sujeito consegue perceber que nada foi acrescentado ao material da prova. Os 
critérios de identidade subjetiva ocorrem quando o sujeito tem a percepção de que 
continua a mesma quantidade de material. A reversibilidade é quando o sujeito 
 
 
41 
 
questiona o retorno empírico. A compensação é quando o sujeito consegue perceber 
e argumentar compensando as formas apresentadas, ou seja, se está mais esticado, 
se achata ou divide. 
Estas provas são avaliadas por três níveis. O nível 1 de não-conservação, que 
estabelece a identidade inicial, quando o sujeito não consegue responder as 
perguntas corretamente, ou seja, dando respostas não conservadoras. O nível 2 de 
transição ou intermediário, oscila entre as respostas de conservação e não-
conservação. 
O nível 3 de conservação, dá respostas conservadoras, apresentando 
raciocínio de identidade, ou seja, percebe que nada foi acrescentado ou retirado. A 
reversibilidade, quando percebe que mesmo após as transformações, o material é o 
mesmo. E a compensação quando tem a noção que houve o processo de compensar. 
Com estas provas, o psicopedagogo investiga a dificuldade do sujeito e pode 
retomar o processo partindo da constatação da dificuldade, portanto é fundamental o 
olhar psicopedagógico. 
4.6 Intervenção Psicopedagógica 
Segundo Santos et al. (2012), em casos de dificuldades de aprendizagem, 
quando as intervenções psicopedagógicas ocorrem precocemente, é possível 
maximizar a evolução do aluno e minimizar os impactos causados ao indivíduo e à 
sociedade. Rubinstein (1999) sinalou que, em uma intervenção, o foco está no 
indivíduo, na sua relação com a aprendizagem. 
Para Blum, Chaves, Watanabe & Tetu (2013) o objetivo do psicopedagogo é 
ajudar aquele que não consegue aprender formal ou informalmente, para que consiga 
não apenas interessar-se por aprender, mas também possa adquirir ou desenvolver 
habilidades necessárias para tal. 
Na intervenção, embora se utilize de propostas de trabalho para mediar a 
relação terapêutica, as escolhas dessas propostas e as formas como são 
apresentadas irão depender da particularidade de cada situação, do sujeito 
que está sendo atendido e da capacitação e dos recursos que o 
 
 
42 
 
psicopedagogo dispõe. Assim, o caráter dinâmico da escolha das propostas 
e a forma como são significadas pela dupla terapeuta-cliente é o que 
realmente irá provocar as mudanças pretendidas (BLUM, CHAVES, 
WATANABE & TETU, 2013). 
Batalloso (2011) assevera que a intervenção é direcionada para a atenção na 
diversidade, tendo como função possibilitar ajudas singulares imprescindíveis para 
solver as dificuldades de aprendizagem, bem como auxiliar no desenvolvimento do 
processo de amadurecimento pessoal a partir das características singulares do 
indivíduo. 
Rubinstein (1999) alega ainda que as atividades elegidas e indicadas tanto pelo 
psicopedagogo como pelo indivíduo são mediadoras que atuam na modificação de 
pensamento e na utilização das funções cognitivas e a posição assumida pelo sujeito 
aprendente. 
Blum, Chaves, Watanabe & Tetu (2013), acrescentaram, 
Ao fazer uso de recursos que são escolhidos pelo cliente ou propostos pelo 
terapeuta, este propicia a oportunidade para experimentar situações que 
promovem a confrontação com a forma de relacionar-se com a modalidade 
que se utiliza para se estabelecer essa relação (BLUM, CHAVES, 
WATANABE & TETU, 2013). 
Esse tipo de confronto pode favorecer a compreensão do estilo de 
aprendizagem, pois diferentes tipos de atividades podem entrar em contato com 
"como faço para aprender" e "como faço para me conectar com o conhecimento". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BATALLOSO, Juan Miguel. Dimensões da orientação psicopedagógica. In: _______. 
Dimensões da psicopedagogia hoje: uma visão transdisciplinar. Tradução de 
Carla Higashi. Brasília: Liber Livro, 2011 
BLUM, E. A. F.; CHAVES, D. S. A.; WATANABE, M. & TETU, V. DA AVALIAÇÃO À 
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: UM ESTUDO DE CASO. XI Congresso 
Nacional de Educação – Educere. Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná. 2013 
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