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ESTUDO HIDROGEOLÓGICO ARAÇAGY

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ESTUDO DE 
CARACTERIZAÇA O 
HIDROGEOLO GICA 
 
CONDOMINIO RESIDENCIAL ARAÇAGY VILLAGE 
CONDOMÍNIO 
RESIDENCIAL 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
2 
1.CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
 
1.1Apresentação 
 
As informações geológicas e hidrogeológicas contidas neste documento 
constituem parte do Posto de Revenda de Combustível CONDOMINIO 
RESIDENCIAL ARACAGY VILLAGEem cumprimento a exigência da Secretaria 
Municipal do Meio Ambiente de São José de Ribamar-MA, para compatibilizar o 
processo de licenciamento ambiental, em consonância com a determinação imposta 
pela Resolução CONAMA Nº 273/2000, art. 5, inciso I, letras (e/f). 
INFORMAÇÕES DO POÇO: 
Coordenadas do poço: 2°27’59.3” S , 44º11’29.5” W 
Vazão requerida: 12m³/h 
Período de bombeamento: 12h/dia 
Profundidade do poço: 40m 
 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
3 
 
1.2 Identificação e Localização do Empreendimento 
O condomínio está implantado e edificado em um terreno de posse legal do 
proprietário, não possuindo árvores protegidas em sua área útil. Conforme 
Legislação Municipal e o ambiente entorno, o terreno encontra- se na Zona Urbana 
do município de São José de Ribamar/MA em uma latitude de 2°27’59.3” S e 
longitude de 44º11’29.5” W, sendo trecho de circulação frequente de automóveis. O 
entorno do terreno num raio de 100 m, compreende uma área residêncial. 
O empreendimento tem área total de 3.085,12m² . 
 
2. ASPECTOS AMBIENTAIS LOCAL 
2.1 RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA REGIÃO 
Solos: Latossolo Vermelho Amarelo Estrófico 
 Vegetação: Floresta aberta 
 Relevo: Plano 
 Hidrologia: Bacia Hidrográfica Rio São João 
O empreendimento encontra-se em ambiente urbano, no centro da cidade 
de São José de Ribamar- Maranhão. 
 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
4 
 
Figura 1 : Fonte: IBGE 
 
 São José de Ribamar é o quarto município mais populoso do estado brasileiro 
do Maranhão. Sua população é de 176.008 mil habitantes segundo censo do IBGE 
em 2016. Pertence à Região Metropolitana de São Luís. É um dos quatro municípios 
que integram a ilha de Upaon-Açu. Situada no extremo leste da Ilha, de frente para a 
Baía de São José, dista cerca de 32 quilômetros do centro da capital maranhense. 
O nome da cidade é em homenagem ao padroeiro do Maranhão. Na cidade 
de Ribamar encontra-se um dos santuários mais importantes do Norte-Nordeste. 
 
2.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 
A Ilha de São Luís está localizado na região norte do Estado do Maranhão e 
ocupa a área centro-oeste da ilha de São Luís e parte da zona central do município 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
5 
de São Luís, capital do Estado. Geograficamente encontra-se situado em área 
próxima ao equador de cuja linha imaginária está distante a 02°18’, abrangendo 
parte da área sul do núcleo central da sede do município de São Luís. 
A bacia hidrográfica, dentro de uma visão integrada, deve ser a unidade de 
caracterização, diagnóstico, planejamento e gestão ambiental, com vistas ao 
desenvolvimento regional sustentável, pois os impactos ambientais podem ser 
mensurados e corrigidos mais facilmente. A delimitação de uma bacia hidrográfica é 
um dos primeiros e mais comuns procedimentos executados em análises 
hidrológicas ou ambientais. A Ilha de São Luís está situada ao norte do estado do 
Maranhão, região nordeste do Brasil. Está enquadrada pelas coordenadas 
geográficas 2º 24’ 10” e 2º 46’37” de latitude Sul e 44º 22’ 39” e 44º 22’ 39” de 
longitude Oeste, com área total de aproximadamente 831,7 Km2 
A Ilha é composta pelos seguintes municípios: São Luís (capital), São José 
de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Juntos, estes municípios perfazem uma 
população em torno de 1.211.270 habitantes (IBGE, 2008). Limita-se, ao norte, com 
o Oceano Atlântico; ao sul, com a Baía do Arraial e com o Estreito dos Mosquitos; a 
leste, com a Baía de São José, e a Oeste, com a Baía de São Marcos. A hidrografia 
da região é formada pelos rios Anil, Bacanga, Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, 
Pimenta, Coqueiro e Cachorros (Figura 2). 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
6 
 
Figura 2 :Localização das Bacias da Ilha de São Luis 
 2.3. Aspectos Climáticos 
O clima desta área é tropical quente e semiúmido da zona equatorial e as 
temperaturas que caracterizam este clima variam de 22oC a 32oC. Segundo a 
classificação de Thornwaite, o clima é B1WA’a’, ou seja, úmido (B1), com moderada 
deficiência de água (W), entre junho e setembro, onde a temperatura média mensal 
é superior a 18ºC (A’) (GEPLAN, 2002). Existem duas estações bem definidas com 
duração de seis meses cada uma: de janeiro a junho ocorre a estação chuvosa, e de 
julho a dezembro tem-se a estação seca ou de estiagem. Os meses de fevereiro a 
maio são críticos para as obras viárias que envolvem a terraplenagem e a 
pavimentação. Os estudos de Bezerra et al. (1990) apud Maranhão (1998) mostram 
que no contexto da evolução geológica desta área destacam-se os episódios 
ocorridos no Cenozóico, quando toda a região norte e parte da nordeste do Brasil 
apresentaram um tectonismo atenuado com movimentos epirogenéticos e fases de 
dissecação e aplanamento. São registros desta época, o pacote de rochas que 
compõe a base da unidade geológica Formação Barreiras na área em estudo, 
representada por argilitos, siltitos e intercalados por placas e/ou finos níveis de 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
7 
folhelhos com cores púrpura, rosa e avermelhadas. Ainda ocorrem estratos de 
arenitos e siltitos alternados na parte superior deste pacote de rochas. A Formação 
Barreiras ocupa a maior parte da ilha de São Luís e, é considerada um conjunto de 
rochas bem estratificado, que é constituído essencialmente de arenitos, pelitos na 
parte inferior, com idade entre o Paleoceno e o Pleistoceno, incluindo as lateritas. 
Esta Formação mostra um grau de diagênese muito baixo e os processos de 
laterização intrínsecos e específicos, em especial nos níveis pelíticos ricos em ferro. 
As condições climáticas da região, com altas temperaturas e estações secas e 
chuvosas bem definidas, favoreceram os processos intempéricos promotores das 
lateritas Paleogênicas presentes na área (MARANHÃO,1998). Destacam-se ainda 
como unidades geológicas as Lamas de Manguezais, ocupando áreas nas bordas 
dos rios ou do mar, os Aluviões e Coluviões fluviais, as Areias Fluvio-Marinhas, as 
Areias Eólicas e Dunas. 
 
3. CARACTERÍSTICAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS 
 
3.1. Bacia do Rio São João 
A bacia hidrográfica do Rio São João também possui outras denominações 
como rio Santo Antônio ou Cururuca possui uma área drenagem 100,46 km2. Nasce 
no bairro Cidade Operária, onde estão as maiores altitudes da sua bacia, atingindo 
cotas superiores a 60m (BEZERRA, 2001). O seu comprimento total chega a 25,3 
km, e sua foz localiza-se na baía de Curupu. 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
8 
 
Figura 3 – Mapa da Bacia do rio São João.(Fonte: O autor) 
 
3.2. Delimitação da bacia do São João ou Santo Antônio 
Na realização do trabalho, utilizaram-se mosaico de fotografias aéreas 
(AMBTEC/Aeroconsult), ano de 2001, na escala de 1:2.000; Cartas Topográficas 
produzidas pela DSG (Diretoria de Serviços Geográfico do Exército) na escala 
1:10.000 e Dados SRTM, disponíveis no site http://www.relevo.br.cnpm.embrapa.br/, 
referentes à folha SA-23-Z-A na escala de 1:250.000, ajustados para a escala 
1:10.000 do ano de 2001. Estas imagens foram processadas empregando-se o 
programa SPRING 4.3 (INPE, 2007). 
Além das imagens de satélite, foram utilizados como base de dados cartas 
topográficasMI 495 e 594 (DSG, 1980), mapas hidrográficos, geomorfológico 
(Maranhão, 2002) e gerou-se um mapa de bacias hidrográficas. Estes dados foram 
carregados e analisados em um SIG, permitindo a integração das informações. 
A digitalização da rede hidrográfica foi realizada com base em cartas DSG 
na escala de 1:10.000, sendo o mapeamento feito sobre o polígono de terras 
emersas da área de estudo. Após digitalização os vetores que correspondiam à 
categoria hidrografia foram classificados para a obtenção da extensão total dos 
canais através da função “temático - medidas de classes”. A delimitação das 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
9 
microbacias foi realizada tendo como base os elementos de drenagem e os altos 
topográficos obtidos através do Modelo Digital de Terreno, com isolinhas 
equidistantes 5 m. 
3.3. Parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica do São João 
Levando em consideração a dinâmica da paisagem da área nordeste da Ilha 
do Maranhão, fez-se necessário o estudo dos parâmetros morfométricos da bacia do 
rio Santo Antônio, para caracterizar as transformações dessa área, através da 
dinâmica da drenagem, além de ser um importante instrumento para conhecimento 
da influência antrópica direta ou indireta no equilíbrio fluvial, cujos reflexos estão na 
erosão, no assoreamento, em inundações e no comprometimento da qualidade da 
água. 
De acordo com a metodologia proposta por Strahler (1952) apud 
Christofoletti (1980:107), pode-se classificar o rio Santo Antônio como um canal de 
4ª ordem. No conjunto, os rios da bacia do Santo Antônio compreendem 62 canais 
de 1a ordem, 14 de 2ª ordem, 05 de 3ª ordem e 1 de 4ª ordem. 
De acordo com Cunha (1994, 223p), no que se refere ao escoamento fluvial 
as bacias de drenagem podem ser classificadas em: exorréicas, quando a drenagem 
se dirige para o mar; endorréicas, quando a drenagem se dirige para uma 
depressão, dissipa-se nas areias do deserto ou penetra nas depressões cársticas e 
desta forma, a bacia do Santo Antônio é classificada como exorréicas, pois possui a 
sua foz para o mar. 
No Quadro 1, encontram-se as características físicas da bacia hidrográfica 
do Santo Antônio e na Figura 2 as características da ocupação da bacia. 
 
Bacia 
hidrográfica 
Área (km²) Hierarquia 
fluvial 
Perímetro Dd (km/km²) Comprimento 
do rio (KM) 
Santo Antonio 100,46 4 ordem 60,4 1,36 25,88 
 
Os principais afluentes desta bacia são: Riacho da Mata, Igarapé da Boa 
Vista e pequenos riachos sem identificação. É o caso da microbacia onde se 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
10 
pretende lançar o efluente proveniente do empreendimento denominado H20 
EMPRESA DE MINERAÇÃO. 
Esta microbacia é um afluente direto do rio São João, não possui uma 
denominação conhecida. Trata-se de um pequeno riacho localizado a 33 metros (em 
linha reta) do empreendimento, possui área de 3,5km², comprimento de 2,8km e 
possui características de perenidade. 
O mapa da figura 3 representa a Bacia do rio São João e seus afluentes 
diretos. 
 
 
Figura 4 - Característica de ocupação da bacia do São João 
 
 
 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
11 
 
 
Figura 5 -Carta DSG do rio São João.(Fonte: Exército Brasileiro) 
Figura 
 
4.CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA. 
4.1. Vegetação 
A vegetação é constituída em sua maioria por mata secundária totalmente 
antropizada de porte pequeno e características de área de mangue. A característica 
principal da microbacia tem sido o avanço de área construída, com a presença de 
condomínios, olarias, sítios, comércios e o empreendimento em questão. 
A vegetação predominante é a Mata Pluvial Tropical Hileana, denominada 
localmente de Pré-amazônica. A sua proximidade com o domínio Atlântico, decorre a 
presença de vegetação de arbórea, mata galeria. 
A medida que vai aproximando da foz a vegetação predominante é floresta 
costeira de manguezais, onde as árvores que ocupam a maioria dos bosques são as 
espécies lenhosas (Rhyzophora mangle, Avicennia germinans, Avicennia 
schaueriana e Lagunculária racemosa), compreendendo árvores de porte médio até 
elevado (entre 20 a 30 m). A floresta se encontra distribuída de forma ora densa, ora 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
12 
intercalada com várzeas e apicuns, e em direção à nascente acompanhada de 
plantas associadas de espécies diversificadas. Na área de estudo desta pesquisa 
observou-se a predominância de árvores da espécie Rhyzophora mangle. 
Ocupação: No uso e ocupação observa-se a concentração de diferentes 
categorias. Neste sentido, o rio por possuir uma topografia plana facilita a ocupação 
de suas margens. O processo de urbanização na bacia iniciou-se nas décadas de 70 
e 80, tornando-se mais evidente devido à criação de diversos conjuntos 
habitacionais. 
Este processo tem dado ênfase a uma forte concentração do setor terciário e 
de serviços, em que acabam prejudicando a bacia jogando lixo nos igarapés, 
desmatando e etc. Por se constatar a ocorrência de solos expostos, associam-se as 
áreas que estejam em pouso para cultivo agrícola ou para retirada de areia, 
implicando na supressão de vegetação, exposição do solo aos processos erosivos 
com alterações na quantidade e qualidade dos recursos hídricos superficiais e 
subterrâneos, além de causar poluição do ar, entre outros aspectos negativos. 
 
4.2. Aspecto: Geologia, Geomorfologia e Solos 
 
A Geologia da área ocupa o topo de pequena extensão da bacia sedimentar 
de São Luís, na região noroeste da Ilha de São Luís. E apresenta uma 
caracterização geológica constituída de rochas sedimentares, basicamente 
representadas por arenitos e argilitos inconsolidados, de idade terciária, bastante 
alterados por aluviação. 
Estratigraficamente testemunham três camadas bem distintas que variam de 
centímetros a mais de 01 (um) metro, com coloração variando do amarelo ao 
alaranjado e do alaranjado ao avermelhado. As características citadas são das 
Formações Barreiras que dominam geologicamente quase a totalidade da área, 
embora grandes extensões já tenham sido destruídas por agentes modeladores, 
dando origem aos vales e pequenas depressões. 
A sedimentologia é composta por sedimentos superficiais de textura 
basicamente arenosa, variando de areia grossa a média essencialmente quartzoza, 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
13 
recobrindo as demais formações e concentrações nas áreas de baixa declividade 
são áreas com alto grau suscetibilidade a erosões (SEMATUR, 1992). 
Os Neossolos flúvios são compostos de cascalhos, areias e argilas escuras 
inconsolidadas, que se apresentam em faixas, margeando cursos d’água. 
As zonas de manguezais concentram-se nas margens dos igarapés e do Rio 
Bacanga, verdadeiros depósitos de sedimentos argilosos de coloração escura, 
constituídos basicamente de caolinitas, ilitas, e montmorilonitas. 
A bacia sedimentar de São Luís tem início com a deposição da formação 
Grajaú durante o Cretáceo Inferior sobre o embasamento cristalino e sedimentos 
pré- silurianos. Nesta bacia sedimentar predominam arenitos inconsolidados de 
cores variadas, intercalados por leitos cálcareos, argilito e siltitos em fácies 
localizadas. 
A geomorfologia da área em toda de acordo com Feitosa, 2003 é dominada 
por formas tabulares e subtabulares com bordas por vezes abruptas que caem para 
vertentes suaves em direção ao litoral, modeladas por processos denudacionais 
dando origem a formas residuais. Tais processos estão representados pelos agentes 
oceanográficos (ondas, marés e correntes) e climáticos (temperatura, pluviosidade, 
umidade e ventos). 
A bacia do rio Paciência tem uma amplitude altimétrica que varia entre a 
cota de 1m até a cota de 65 m apresentando as feições geomorfológicas 
distribuídas em: planícies litorâneas e planícies fluviais (SANTOS, 2001). 
 
4.3. Características Climatológicas 
4.3.1- Pluviosidade 
 
Bertoni e Tucci (1993) afirmam que a precipitação é a água proveniente da 
atmosfera que atinge a superfície terrestre e a disponibilidade de precipitação numa 
bacia durante o ano é o fator determinante para quantificar, entre outros, a 
necessidade de irrigação e abastecimento de água. Por sua capacidade de produzir 
escoamento, a chuva é o tipo de precipitação mais importante para a hidrologia. 
Apesar do clima do município ser classificado como úmido ele apresenta 
duas estações bem distintas: uma chuvosa e úmida, que inicia a partir de janeiro se 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
14 
estendendo até julho, acumulando cerca de 2328 mm de chuva. A outra estação é 
muito seca, com início a partir de agosto se estendendo até dezembro, o que 
representando um déficit de chuva de 427mm de chuva como mostra o quadro 2 
mostra o comportamento mensal das chuvas ao longo do ano. 
Fonte: NEMRH/UEMA 
 
A precipitação média anual é aproximadamente 1.800 a 2.300mm por ano 
(SUDENE, 1980), durante os períodos de 1968 a 1983. No gráfico 1(figura 6), 
observa-se a quantidade de chuva em média que cai em cada mês durante um ano, 
o que possibilita dizer que no mês de agosto ocorre em média 30mm de chuva, 
diferente do mês de abril, onde a chuva chega em torno de 470 a 500mm. 
 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
15 
 
Figura 6- Comportamento das chuvas na cidade de São José de Ribamar 
 
Ao observar no gráfico 2 (figura 7), abaixo, os períodos da média dos meses 
da evapotranspiração ocorrida na cidade de São Jose de Ribamar são os meses de 
agosto a dezembro, podendo ocorrer até um aumento significativo também no mês 
de janeiro. As informações foram obtidas pelo método Thorntwaite (1948). 
 
 
Figura 7- Comportamento da evapotranspiração na cidade de São Jose de Ribamar 
 
4.3.2. Comportamento da Temperatura do Ar 
 
A temperatura do ar é normalmente elevada em decorrência da proximidade 
da região da linha do Equador. Apresenta temperatura média anual de 28ºC, sendo 
os meses mais quentes e secos do ano o de setembro, outubro e novembro, com 
temperatura média de 29ºC e temperatura máxima de 32,5ºC, as quais são 
condicionadas pela falta de chuvas e predomínio de céu claro o que permite maior 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
16 
incidência de radiação solar direta na superfície. Por outro lado, os meses com 
temperaturas mais brandas e úmidas são os de fevereiro a maio, com temperatura 
média de 27,5ºC e temperatura máxima de 30,8ºC, as chuvas e a grande cobertura 
de nuvens que acomete a região neste período contribuem para reduzir a incidência 
da radiação solar direta na superfície refletindo diretamente temperatura. O gráfico 3 
(figura 8) mostra o comportamento da temperatura ao longo do ano. 
 
 
Figura 8- Comportamento Temperatura do ar na cidade de São Jose de 
Ribamar 
 
4.3.3. Comportamento da Umidade Relativa do Ar 
 
A umidade relativa é uma das formas de expressar o conteúdo de vapor d´água 
existente na atmosfera. A umidade atmosférica é fator determinante para as 
atividades biológicas, afetando o desenvolvimento de pragas e doenças e o conforto 
térmico do ser humano. A umidade afeta também a transpiração, que é tanto mais 
intensa quanto mais seco se encontra o ar. As altas umidades relativas criam ótimos 
ambientes para o desenvolvimento de fungos e outros elementos patogênicos, 
enquanto que as baixas umidades relativas causam perdas excessivas de liquido 
corporal devido a intensa transpiração do organismo. A umidade relativa 
normalmente é expressa em porcentagem (%). 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
17 
A umidade do ar normalmente é elevada na região em decorrência do 
regime de chuvas e a proximidade do Oceano Atlântico. A média anual é 81%, 
sendo que nos meses mais chuvosos e com temperaturas mais amenas, de 
fevereiro a maio, a umidade relativa do ar alcança seus maiores valores, em torno de 
86%. Na época mais seca e com temperaturas muito elevadas, de setembro a 
novembro, ela chega aos 76%. O gráfico 4 mostra o comportamento da umidade 
relativa do ar ao longo do ano. 
 
Gráfico 4: Comportamento mensal da umidade do ar em São Luis 
 
 
 
5.CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA 
 A ilha de São Luís, ou ilha de Upaon-Açu, nas coordenadas 02º22’23" 
e 02º51’00" Lat. Sul; 44º26’41" e 43º59’41" de Long. Oeste, faz parte do arquipélago 
do Golfão Maranhense (Figura 1), composta dos Municípios de São Luís (capital), 
Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, fazendo parte do Sistema 
Hidrográfico das Ilhas Maranhenses, caracterizando-se como espaços, que vêm, ao 
longo dos anos, sendo ocupados de forma não ordenada, desrespeitando as 
condições do meio natural.É considerada uma ilha-península, dada a sua 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
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18 
compleição insular ante a existência de um estreito canal (Mosquitos) que a separa 
da Baixada de Perizes e a interliga às baías de São José e São Marcos. 
O texto que segue baseia-se na publicação do Professor Carlos E. M. Tucci, 
do IPH–UFRGS (Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul), elaborado para um curso de regionalização hidrológica na ANEEL 
(Agência Nacional de Energia Elétrica, 2000). 
Um dos maiores desafios em hidrologia é o de conhecer adequadamente o 
comportamento dos processos hidrológicos. O entendimento dos mesmos é 
geralmente qualitativo, o que nem sempre permite o gerenciamento dos recursos 
hídricos dentro de bases ambientalmente sustentáveis. 
A quantificação destes processos depende da observação das variáveis 
hidrológicas que descrevem os mesmos ao longo do tempo. Estas variáveis 
possuem comportamento estocástico e necessitam de amostras confiáveis e 
representativas para sua estimativa. O melhor entendimento do comportamento 
estocástico de uma ou mais variáveis, que representam um sistema hídrico, 
depende em última análise de informações observadas deste sistema. Nenhum 
modelo, técnica matemática ou estatística é capaz de criar informações, estas 
técnicas podem melhor explorar as informações existentes. 
O termo regionalização tem sido utilizado em hidrologia para denominar a 
transferência de informações de um local para outro, dentro de uma área com 
comportamento hidrológico semelhante. 
A regionalização é estabelecida com o objetivo de se obter a informação 
hidrológica em locais sem dados ou com poucos dados. O princípio da 
regionalização se baseia na similaridade espacial de algumas funções, variáveis e 
parâmetros que permitem esta transferência. 
Análises realizadas sobre o aumento da ocupação e o solo exposto na ilha 
de São Luís, entre os anos de 1992 e 2010, evidenciam que o Município de São Luís 
teve um aumento de 61%, de ocupação, o Paço do Lumiar, o equivalente a 133%, 
São José de Ribamar, a 83%, e Raposa, um aumento de 60%.8 Dados 
apresentados pela Agência Nacional de Águas (ANA)/ CPRM,9 mostram o 
delineamento sobre o uso e ocupação do solo metropolitano, ao todo são 11 
classes, tais como: mangue, restinga, mata secundária, mata secundária 
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA 
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR-MA 
 
 
19 
fragmentada, culturas agrícolas, solo exposto, urbano de alta, média e baixa 
densidades, urbano industrial e corpos-d’água. 
Com referência às águas superficiais, a hidrografia da ilha compõese de 
bacias e regiões hidrográficas como: bacias hidrográficas dos rios Anil, Bacanga, 
Paciência, Santo Antônio, Jeniparana, Tibiri e Cachorrose as regiões hidrográficas 
das praias, Guarapiranga, do Inhaúma, Estiva, Ilha Costeira e do Itaqui.11 Infere-se, 
a partir da dinâmica das águas superficiais que dão compleição às bacias 
hidrográficas, que o fluxo das águas subterrâneas ocorre na direção Sul/Sudeste a 
Norte/Nordeste da ilha. Na geologia local, existem quatro sistemas hidrogeológicos: 
Sistema Itapecuru/Alcântara; Sistema São Luís; Sistema Holocênico; e uma unidade 
Não Aquífera. 
Considera-se que o principal sistema é o Aquífero São Luís que se 
manifesta na forma livre, sendo formado pela associação das unidades Pós-
Barreiras, Barreiras e Cujupe. É conectado por falhas o que oportuniza a 
continuidade hidráulica horizontalmente; a recarga é direta a partir das chuvas, 
sucedendo nas áreas planas dos tabuleiros, notadamente nas áreas de vegetação 
nativa preservada. Já o Aquífero Itapecuru ocorre na forma confinada e é composto 
pelas unidades Alcântara e Itapecuru Indiferenciado, e sua recarga ocorre por 
drenança das unidades superiores.12 O Sistema Aquífero Holocênico conforma o 
sistema aquífero livre que aflora por toda a faixa litorânea, preenchendo os principais 
vales fluviais, quando não afogados pelas imensas marés locais. Sua recarga é feita 
diretamente pelas precipitações, possui espessuras reduzidas (abaixo de 10 m), com 
exceção dos Depósitos Eólicos, que podem superar esse valor.13 A demanda 
crescente pela água é um fato, e dados do IBGE14 apontam, nos últimos anos 
(2010 a 2017), um crescimento populacional de 17,22% em Raposa, de 16,46% em 
Paço do Lumiar, de 8,20% em São José de Ribamar e de 7,60 em São Luís, sendo 
a média de crescimento de 8,57%. Os dados apenas corroboram o que o Relatório 
Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 
201815 refere sobre a demanda mundial pelo recurso: tem crescido a uma taxa de 
cerca de 1% por ano, devido a inúmeros fatores, dentre eles, figuram o crescimento 
populacional, o desenvolvimento econômico e as mudanças nos padrões de 
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consumo, e a tendência é que a demanda por água continuará a aumentar de forma 
significativa durante as próximas duas décadas. 
Segundo Tucci (2002), o termo regionalização tem sido utilizado em 
hidrologia para denominar a transferência de informações de um local para o outro 
dentro de uma área com comportamento hidrológico semelhante. Esta informação 
pode ocorrer na forma de uma variável, função ou parâmetro. O princípio da 
regionalização se baseia na similaridade espacial destas informações que permitem 
essa transferência. Um benefício adicional da análise regional da informação é o de 
permitir o aprimoramento da rede de coleta de dados hidrológicos, à medida que a 
metodologia explora melhor as informações disponíveis e identifica as lacunas 
(Tucci, 2002). 
Na falta de dados hidrológicos, bem como na necessidade de respostas 
rápidas, é comum a utilização de procedimentos simplificados, como uma simples 
interpolação linear de valores em pontos próximos do local desejado para se 
determinar o valor necessário, a utilização de médias aritméticas e médias 
ponderadas. No caso da precipitação, por exemplo, é comum a utilização de médias 
ponderadas pelo inverso da distância ao quadrado, polígonos de Thiesen ou mapas 
de isoietas. Em todos estes casos, uma boa cobertura de postos pode fornecer boas 
estimativas no local desejado. 
Para o caso de vazões, a simples interpolação não fornece bons resultados. 
Esta variável está sujeita a diversas variáveis explicativas como a área, a escala, a 
precipitação, entre outras. Algumas destas variáveis são apresentadas na Tabela1. 
 
Tabela 1- Exemplos de variáveis na regionalização (fonte: adaptado de 
Tucci, 2002). 
 
 
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4.1. Aspecto Hidrológico da microbacia 
 
Estudo hidrológico consiste em avaliar a disponibilidade hídrica real (vazão 
outorgável) que poderá ser usada para diluição do efluente no corpo receptor. 
O estudo a ser aplicada dependerá da disponibilidade de registros históricos 
mínimos de vazão. Logo, de maneira geral podem-se listar algumas atividades 
específicas a determinados estudos. 
Determinação da obtenção da disponibilidade hídrica (vazão mínima) visto 
que, é importante verificar se o corpo hídrico tem vazão suficiente para a diluição do 
efluente. Desta forma, a bacia hidrográfica do riacho em questão como a maioria das 
bacias urbanas de São Luís não possui uma estação fluviométrica (vazão, 
velocidade de água, nível de água), os quais exige uma série de registros históricos 
de pelo menos de 10 anos de observações para uma análise de um estudo 
hidrológico. Desta forma, utilizou-se o método da regionalização de vazão. Na tabela 
2, encontra-se as características hidrológicas da bacia. 
 
 
 
5. CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA 
 
A área de estudo apresenta como feições morfológicas praias, dunas fixas, 
dunas móveis, falésias em estado de erosão ativa e paleofalésias. Entende-se por 
praia uma área de sedimentos inconsolidados que se estende desde o limite 
topograficamente mais alto da ação das ondas até o limite mais baixo das marcas 
das marés (DAVID JR. apud FEITOSA 1996, p. 200). A praia apresenta topografia 
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plana com declive suave, e aproximadamente 5,6 km de extensão, sendo limitada a 
sudeste por uma falésia viva e ao noroeste pela foz do rio Santo Antonio (ponta de 
panaquatira), com forma retilínea. O estirâncio tem aproximadamente 2 km de 
largura, em que na baixa-mar fica exposta uma extensa faixa de terras, enquanto 
que, na preamar, a maré deixa apenas uma pequena faixa de areia, chegando 
mesmo a atingir algumas casas no período de maré mais alta. Para a morfologia 
litorânea é importantíssima a influência exercida pelos ventos, que comandam o 
início e o desenvolvimento dos mais efetivos processos modificadores do relevo 
marginal (FREIRE, 1971). Entretanto, na área de estudo a ação eólica não exerce 
um papel de grande relevância, pois, nessa área, os ventos são de baixa 
intensidade, o que pode ser constatado pelas ondas fracas e as dunas de pouca 
altitude do local. As dunas possuem em média 2,5 m de altura e são formadas por 
areia fina, brancas e desagregáveis, cobertas por vegetação herbácea e dunas 
móveis presentes no espaço entre algumas casas, sendo arrastadas pelo vento 
principalmente no período de estiagem, o que ocorre no segundo semestre do ano, 
período em que os ventos são mais fortes. Assim, a praia de panaquatira pode ser 
considerada de baixa energia. Ao sul o contato entre oceano e terra é feito através 
de uma falésia viva, em ritmo acentuado de erosão, com aproximadamente 14 
metros de altura, em declive relativamente fraco, formada por arenitos poucos 
consolidados e solos areno-argilosos de cor predominantemente vermelho. 3 O alto 
índice pluviométrico nessa região, principalmente no primeiro semestre do ano é o 
principal causador da destruição da falésia. Devido às chuvas torrenciais há o 
solapamento de grande quantidade de material do topo da falésia, pois as chuvas 
provocam a formação de ravinas que fragilizam a encosta. “A combinação da erosão 
por ravinamento, causada pelo runoff, e da erosão entre as ravinas, interrif, causada 
pelo impacto das gotas de chuva” (HADLEY et al apud GUERRA e CUNHA, 1998) 
provoca o colapso do material na base da falésia que é levado pela maré. Os 
sedimentos são espalhados no largo, apresentando cor avermelhada. Ao pé da 
falésia, acumulam-se grandes quantidades de matacões em processo de erosão 
pela água do mar. O “vaivém incessante das ondas faz com que os blocos se vão 
reduzindo a areia, e desta maneira o mar continua dilapidando os costões e 
avançando continente adentro”(LEINZ; AMARAL, 2001). Mais afastada da ação 
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erosiva do mar está uma falésia estabilizada coberta por vegetação rasteira e 
arbustiva, alem de palmáceas e mangues. Até pouco tempo havia um exuberante 
manguezal que foi devastado e hoje se restringe a uma pequena porção atrás de 
algumas residências, o que pode vir a surgir sérios problemas decorrentes a isso, 
pois os mangues são importantes elementos de proteção da costa (BRASIL, 1998). 
A rápida ocupação dos ambientes costeiros tem acarretado uma série de 
problemas, muitos dos quais de efeito irreversível. Destaca-se a contaminação das 
águas subterrâneas e superficiais, poluição das praias, destruição da vegetação, 
remoção das dunas, modificando assim dinâmica praial. 
A partir dos anos 1980, a ilha do Maranhão tornou-se um dos espaços de 
maior pressão da especulação imobiliária ocorrendo rápida ocupação da faixa de 
praias. A especulação imobiliária, na praia Panaquatira, aumentou com sua inclusão 
no roteiro turístico da ilha o que provocou sua ocupação por casas de veraneio, as 
chamadas segunda residência, e bares, sem nenhum planejamento. Faz-se 
necessário uma ação efetiva das autoridades responsáveis para conter o avanço da 
especulação imobiliária e conseqüente destruição do patrimônio natural. Para isso é 
preciso que haja o estudo dessas áreas para o manejo adequado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. CONCLUSÃO 
 
 Desta forma o empreendimento que se encontra escrito com o nome de 
CONDOMINIO RESIDENCIAL ARACAGY VILLAGE, com CNPJ: 10.632.436/0001-
57, localizado no município de São José de Ribamar, vem através deste estudo 
solicitar a Outorga de Direito de Uso de um poço subterrâneo. 
 
 
São José de Ribamar, 20 de maio de 2021. 
BEN HUR OLIVEIRA 
ENGENHEIRO DE MINAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Congresso Brasileiro de Geologia, 25., 1971, São Paulo. Anais... São Paulo: SBG, 
1971. p. 113-122. 
 
 ______. Bacia do Maranhão: geologia e possibilidades de petróleo. Belém: 
PETROBRÁS/RENOR, 1969. Inédito. 
 
AGUIAR, R. B. de. Impacto da ocupação urbana na qualidade das águas 
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(Mestrado em Hidrologia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1999. 
 
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MaranhãoBrasil. Caminhos de geografia – revista online, São Luiz. Disponível em: 
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Brasiliense, 1969. 
 
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BRASIL. Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radam. Folha SA. 23 
São Luis e parte da folha SA. 24 Fortaleza: geologia, geomorfologia, pedologia, 
vegetação, uso potencial da terra. Rio de Janeiro: DNPM, 1973. v. 3. (Levantamento 
de Recursos Naturais, 3). 
 
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Série Científica, São Paulo, v. 29, p. 175-193, 1998. 
 
CABRAL, J. Movimento das águas subterrâneas. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL 
FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 
35-52.

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