Buscar

Respostas - A RELAÇÃO ENTRE ESCRITURA E PALAVRA DE DEUS NOS TRÊS MONOTEÍSMOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA COM JOÃO RESENDE COSTA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
Cultura Religiosa – Pessoa e Sociedade
Unidade III
Aluno(a): BRENNA CAROLINE BORGES DA CUNHA.
	A RELAÇÃO ENTRE ESCRITURA E PALAVRA DE DEUS NOS TRÊS MONOTEÍSMOS
	Introdução
1. Segundo Geffré, temos o costume de nomearmos as três religiões monoteístas ligadas à posteridade de Abraão como religiões do Livro. Por que, em certo sentido, essa afirmação é correta?
R= Pois na medida em que cada uma dessas religiões se refere a um texto fundador, quer se trate da Torá, da Bíblia cristã ou do Corão, de fato, esse texto-fonte, essa Escritura dita santa, é o meio pelo qual a voz ausente de Deus se torna Palavra de Deus para os homens.
2. Quando há, segundo o Geffré, revelação em sentido estrito?
R= Só há revelação, em sentido estrito, quando Deus se dirige em primeira pessoa pela mediação de uma Escritura diretamente inspirada por ele
3. Ainda de acordo com Geffré, essa particularidade é uma herança comum entre os três monoteísmos. No entanto, evocar essa herança comum significa afirmar uma igualdade de revelação entre os três monoteísmos? Justifique sua resposta.
R= É impossível evocar essa herança que lhes é comum sem, ao mesmo tempo, salientar quão diferente é o funcionamento dessa relação fundamental entre Escritura e Palavra de Deus na economia de cada uma das três religiões, isso porque cada religião possui modos de interpretações da Escritura e da Palavra diferentes umas das outras, além da herança ter sido passada de formas diferentes para cada uma das três religiões.
	1. A originalidade de um Deus que fala
	1.1. O que podemos entender por Revelação?
R= A palavra "revelação" serve para designar o ato pelo qual o que nos concerne de maneira incondicional nos invade.
1.2. Algo de notável se destaca quando o assunto é revelação bíblica. Qual é esse algo notável?
R= O que é absolutamente notável, a propósito da revelação bíblica, é o acento posto sobre a palavra e a Escritura, bem como a importância dada às mediações históricas. Trata-se de uma revelação por modo de proclamação e não simplesmente de manifestação.
1.3. Em que o Deus de Abraão se distingue dos demais deuses?
R= O Deus único do monoteísmo judaico é um Deus lido e não visto. O Deus de Israel é um Deus portátil, ao contrário dos deuses do politeísmo, que são locais, atados a lugares sagrados, um cidade, um templo, ídolos de pedra.
1.4. Qual é a especificidade do Deus de Abraão?
R= O Deus criador que abençoa as realidades do mundo e que faz aliança com um povo. A divinização do mundo ou do sagrado da natureza recuam diante da importância dada à palavra, ao mandamento ético e à história. 
1.5. Os três monoteísmos têm uma ligação privilegiada com o logos (palavra, verbo) e com a escritura. Mas quem diz escritura diz precisamente o que?
R= Quem diz Escritura diz tradição e interpretação vinculadas a uma comunidade que conta com instâncias institucionais de regulação.
	2. A tensão entre a escritura e a palavra de Deus
	1. Em que sentido é possível afirmar que existe uma tensão entre Escritura e Palavra de Deus nos Três Monoteísmos?
R= O livro sagrado, por mais santo que seja, é um livro humano escrito em hebraico, em grego ou em árabe. Dito isso, é preciso respeitar a especificidade de cada tradição religiosa. A relação Escritura-Palavra de Deus é estrutural, e há maneiras diferentes de compreendê-la. Isso se deve à natureza da mediação entre a Palavra inacessível de Deus e o receptor humano, e também à respectiva importância que cada religião dá à história. 
	2.1. A Torá de Deus
	2.2. Cristo ou a Palavra de Deus feita carne
	2.3. O Corão ou a Palavra de Deus feita Livro
	2.1.1. No caso do judaísmo de que forma é possível compreender a revelação?
R= Só se pode compreender a revelação divina no quadro de uma aliança com um povo particular situado na história, Israel.
2.1.2. Por que, no caso judaico, não é possível identificar a Palavra de Deus com um livro que teria caído do céu, desvinculado dos acontecimentos da história?
R= Porque a revelação, no sentido judaico, evoca um Deus que escreve a história, em vez de um livro.
2.1.3. Por que, segundo Geffré, no caso judaico não é possível afirmar a existência de uma revelação imediata, no sentido de palavras pronunciadas por Deus mesmo, por intermédio de um mensageiro ou autor sagrado, puramente passivos?
R= Porque só se pode falar em revelação, em sentido escrito, quando essa história suscita um testemunho profético que se torna uma Escritura, a Torá. Essa é uma palavra que quer dizer, antes de tudo, Lei, mas que serve para designar os cinco livros do Pentateuco.
2.1.4. Em que sentido é possível afirmar que a revelação judaica se reveste, sobretudo, de uma exigência ética?
R= Deus se revela nos acontecimentos da história que são já “palavras de Deus”, que se trate de um apelo dirigido a Abraão, da aliança com Moisés, do Êxodo, do retorno do Exílio. Eles contribuem para forjar uma história santa que já é, por si mesma, reveladora. Mas esses acontecimentos só mostram sua plenitude de sentido quando atualizados na consciência profética do povo de Deus. E, visto que a revelação se inscreve na história, ela se reveste, sobretudo, de uma exigência ética. 
2.1.5. Descreva a relação entre Torá Escrita e Torá Oral no judaísmo rabínico.
R= A Torá escrita foi sempre acompanhada, desde sua elaboração, de uma tradição ora que se esforçava por interpretar e atualizar o ensinamento de Deus em função dos grandes acontecimentos do povo de Deus. Em outras palavras, a Palavra de Deus só é viva nessa dialética entre a Escritura e uma tradição interpretativa determinada por situações sempre novas. 
	2.2.1. De acordo com Geffré, qual é a novidade/especificidade da revelação cristã?
R= A novidade cristã reside no fato de que os dois polos historicamente identificáveis, o Livro e o Povo, remetem a um terceiro polo, ausente e, no entanto, presente. A revelação se concentra na pessoa de Cristo e, portanto, não num livro, embora inspirado, nem num povo, embora santo.
2.2.2. Descreva a novidade trazida pelo cristianismo tendo em vista a relação Livro e Povo.
R= Cristo ressuscitado, sempre vivo, que é ontologicamente primeiro e que faz explodir uma concepção puramente linear da história. 
2.2.3. Descreva a relação dialética estabelecida por Geffré entre os termos Cristo, Igreja e Livro.
R= Cristo é, ao mesmo tempo, a Palavra definitiva de Deus dirigida ao homem e a resposta total do homem a Deus. A Igreja é a comunidade suscitada pelo dom e pela acolhida dessa Palavra: o livro das Santas Escrituras é o lugar onde a comunidade eclesial toma consciência de seu ser profundo. 
2.2.4. De que forma a revelação foi compreendida pelo Concílio Vaticano II?
R= Como a originalidade da revelação bíblica como comunicação de Deus na história. Ela foi particularmente valorizada pelo Concílio Vaticano II, que tomou suas distâncias diante de uma concepção demasiadamente nocional da revelação identificada a um corpus de verdades sobrenaturais.
2.2.5. Por que o texto do Novo Testamento é já uma interpretação?
R= Porque é o ato de interpretação da comunidade primitiva e, ao contrário do que frequentemente se imagina, convém saber que a Igreja primitiva viveu, durante cento e cinquenta anos, tendo como única Escritura a Bíblia hebraica, isto é, a Lei e os profetas.
2.2.6. De acordo com Geffré, nas origens do cristianismo não encontramos um livro fundador. O que, então, encontramos?
R= Encontramos uma comunidade crente e interpretante sob a moção do Espírito de Cristo sempre vivo.
	2.3.1. Qual é a especificidade da revelação corânica?
R= A revelação consiste essencialmente no milagre pelo qual Deus mandou o arcanjo Gabriel ditar o Corão para o profeta.
2.3.2. Por que a revelação corânica não é uma novidade em relação às duas outras revelações?
R= Pois antes do profeta Maomé, Adão, Abraão, Moisés e Jesus já transmitiam a mesma mensagem sobre a unicidade de Deus. 
2.3.3. Em que sentido é um equívocoafirmar que o Corão é um livro inspirado, tendo em vista o sentido cristão de inspiração?
R= Conforme o ensino oficial do islã, o Corão teria sido ditado por Deus, ao profeta Maomé, na sua literalidade. É equivoco dizer, portanto, que o Corão é inspirado, no sentido em que os cristãos dizem que a Bíblia é inspirada. Neste último caso, com efeito, fala-se de uma inspiração na ordem da mensagem religiosa que salvaguarda a plena humanidade do autor sagrado e sua liberdade na escolha da linguagem.
2.3.4. O que distingue o Corão escrito do Corão recitado?
R= Corão escrito, ou Mushaf, é um conjunto de revelações escritas por Maomé e que foram passadas através do arcanjo Gabriel e o Corão recitado, ou discurso corânico, seria a reprodução direta do Livro incriado junto de Deus.
2.3.5. De acordo com a Sura 26, 195, “Deus falou em árabe claro”. Segundo Geffré, qual é o significado dessa Sura de acordo com certa tradição muçulmana?
R= Em outras palavras, a Palavra de Deus em língua árabe não seria somente divina na ordem do significado, isto é, da mensagem religiosa, mas na letra, isto é, na ordem do próprio significante. É o mesmo que dizer que o Corão é intraduzível, porque traduzir é tentar dizer a mesma coisas de outro modo e, portanto, já é interpretar. 
	3. A exigência hermenêutica dos três monoteísmos
	3.1. Segundo Geffré, é possível reconhecer uma certa homologia nos três monoteísmos tendo em vista a relação em Palavra de Deus e as expressões humanas e históricas dessa palavra. Qual é essa homologia?
R= A crença em um único Deus.
3.2. O que significa afirmar que as três religiões escriturísticas tem em comum o fato de se encontrarem em situação hermenêutica?
R= Pois em todas elas, há passagem da oralidade para um texto, ou seja, é necessário, portanto, passar por um texto fixado graficamente para aceder a um palavra original em hebraico, em aramaico ou em árabe, que está irremediavelmente perdida.
3.3. Qual é a importância da Tradição e da Tradução para as religiões escriturísticas?
R= A importância da necessária atualização do texto sagrado, a fim de que seja recebido como Palavra de Deus pelos homens e mulheres de hoje.
3.4. Qual é o risco do fundamentalismo escriturístico?
R= O verdadeiro risco do fundamentalismo escriturário é o desconhecimento da necessária abordagem hermenêutica aplicada na leitura de qualquer texto.
3.5. O que significa, para Geffré, a Escritura dita inspirada?
R= A Escritura dita inspirada é sempre o testemunho de uma comunidade crente e interpretante, que tem a relatividade de tudo o que é histórico.

Continue navegando