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Resumo de Melodrama ou a sedução da moral negociada de Ismail Xavier

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Disciplina: Melodrama no cinema e no jornalismo
Docente: Lisandro Nogueira
Discente: Mariana Antônia Gomes Naves
Resumo da obra:
XAVIER, Ismail. Melodrama ou a sedução da moral negociada. Novos Estudos
CEBRAP, v. 57, p. 81-90, 2000.
Ismail Xavier esclarece que no realismo moderno e na tragédia clássica, a
ação do homem é limitada, mas ele ainda lida com a sua parte na responsabilidade
sobre seus atos, como nas tragédias gregas em que os heróis caem em desgraça
por desobedecerem as vontades dos deuses, sua vida é tomada dessa relação com
algo superior. Enquanto que no melodrama, produção consolidada como popular, o
homem lida com suas ações e o agir de algo superior em cenários positivos, já no
sofrimento, forças malignas exteriores são as culpadas, motivando nos espectadores
certa empatia ao retratar uma pessoa em meio a problemas extraordinários e
corriqueiros.
Na década de 70, cineastas e críticos retomam o melodrama, com seus
excessos e sentimentos, com o objetivo de estabelecer-se em meio a indústria,
opondo-se ao cinema crítico, e aproximando-se do público, conquistando seu
espaço. Ainda é exposto como dentro do próprio melodrama houve renovações,
ainda que mantido suas características originais, exemplos como Guerra na estrelas
(1977) de George Lucas, e Titanic (1997) de James Cameron, dois filmes sucesso
de bilheteria, mostram que mesmo com a diferença entre um lançamento e outro, a
versatilidade e as possibilidades a serem exploradas dentro do gênero não se
esgotaram. Além dos números serem expressões palpáveis da recepção popular, as
avaliações positivas da crítica especializada, e as indicações em premiações
indicam a estabilidade do gênero no mercado.
Partindo da concepção de Brooks de que o melodrama é uma produção que
supre as necessidades da sociedade moderna, Xavier analisa o gênero enquanto
suas características absorvidas do Mundo Moderno, como o modo capitalista de
produção, e o afastamento das ideias teocentristas influenciadas pelo Cristianismo,
além de uma nova manifestação da moral, dada, sobretudo, pelos embates entre o
bem e o mal, em um ensinamento mais voltado a pedagogia, que se aproxima da
realidade do espectador e por meios de exemplos, difere o bom do mau.
O autor discorre sobre uma das características responsáveis por aproximar o
melodrama do público: as dinâmicas familiares. Afinal, as tragédias gregas, como
Édipo e sua linhagem não foram um representante desses conflitos domésticos?
Para além do contexto social e temporal, o que mais difere o melodrama da tragédia
neste aspecto é a priorização da representação de sentimentos universais, ou seja,
que são parte da vida da maioria das pessoas, e está mais próximo das camadas
populares.

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