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Estudos Radográficos das Fraturas e Conceitos Gerais do Radiodiagnóstico Os ossos são tecidos vivos (vasos, tecidos, minerais, partes orgânicas) Partes anatômicas dos ossos – entre a epífise e a diafisie temos a metáfise (disco de crescimento) Cartilagem articular, parte esponjosa e parte compacta Porção medular (onde se insere a medula óssea) Forame nutrício Periósteo (membrana que protege o osso por fora, a região de coluna óssea, e quando ocorre fratura faz o recrutamento de osteoblastos e osteoclastos, para a reconstituição do osso) e endósteo (protege cavidade medular), as epifisies não possuem periósteo (cartilagem articular que protege) o Injúria óssea: diminuição ou aumento da opacidade óssea Tipos de opacidade óssea: Metal – opaca, brilhoso e bem branca Óssea – do próprio osso, branca menos que a metal Água/ tecidos moles – Gordura – Ar – imagem escurecida/preta Diminuição → Destruição ou Reabsorção óssea - Generalizada: Osteopenia - Localizada: Osteólise - Ex: Desuso; Doença metabólica; Neoplasias; Infecções; Traumatismo; - Aumento → Alta taxa de mineralização do osso (Neoplasias) - Estresse: Espessamento de cortical - Esclerose: Alteração inflamatória (Defesa óssea) – geralmente nas extremidades articulares dos ossos, o organismo identifica uma instabilidade, depositando mais “osso”. Epifise tibial, a fíbula atras, uma radiografia mediolateral de um joelho de cão, fabelas, condilos femorais, patela, tróclea, coluna da diáfise do fêmur, em volta os tecidos moles, região cortical é mais densa enquanto a região medular (cavidade) ´´e menos densa. As opacidades se somam (ficam cada vez mais brancas), no crânio é muito difícil por conta disso. Seta – osteólise de epífise tibial cranial, pode ser uma lesão, ou uma neoplasia no começo, biopsia óssea ou controle radiográfico para verificar se houve aumento da lesão. Cotovelo úmero, 3 radio, 4 ulna, deposição de tecido ósseo periarticular, articulação esclerótica assim como na imagem abaixo. Osso pouco radiodenso pode indicar uma osteopenia (cortical bem fina) Osso depositado na articulação, deixando totalmente branca, o próprio corpo gera uma doença degenerativa O primeiro crânio se apresenta normal, já o segundo com pouca radiopacidade, onde os dentes estão “flutuando”, hiperparatireoidismo nutricional, o animal perde a radiopacidade adequada do crânio (dentes flutuantes), osteopenia do osso nasal e do palatino. Reação do Periósteo: Ocorre pela irritação periosteal, em consequência, geralmente, de um processo neoplásico ou de repetidas lesões. Pode ter caráter agressivo ou não. É o primeiro sinal de injuria óssea - Agressivo: Invasão de tecidos moles e desorganização ( vai se tornar mais mineral, e vai invadir o tecido mole ao redor, é invasiva e desorganizada) - Não Agressivo: Liso e Intacto - Lamelar: Em finas camadas sobrepostas e organizadas (fatias) - Paliçada: Periósteo em reação desorganizada, mas não invasiava (sugere-se Osteopatia Hipertrófica, injuria óssea não neoplásica, inicio de uma neoplasia) - Sun Burst: Reação periosteal intensa em forma de raios de sol (sugere-se neoformação óssea/ inflamação grave) - Triângulo de Codman periósteo descolado que forma um triangulo com a coluna óssea. Na segunda imagem é possível ver a linha epifisária ( de crescimento) que corresponde a um animal jovem, e nas duas o triangulo de codman, do outro lado do triangulo na segunda imagem é possível ver uma injuria óssea “quase” lamelar, sinal de injuria óssea Imagem 1) Paliçada, e lamelar se tornando paliçada, dentro do osso osteolise, áreas de mineralização no centro. Imagem 2) Paliçada para um sun burts (em transição) Imagem 3) Lamelar Tamanho e Contornos Pode ocorrer após traumatismo, enfermidades da placa de crescimento e de forma iatrogênica (Pós cirúrgico). A angulação também interfere na conformidade óssea. (algumas raças tem suas particularidades) - Valgus→ Se aproxima da linha mediana - Varus→ Se afasta da linha mediana Geralmente são áreas articulares, como joelho, cotovelo, carpo, metacarpo. Alteração do padrão trabecular (parte interna do osso). Visualizado em ossos esponjosos, principalmente da epifise e metáfise. Tendem a desaparecer na diáfise. Primeiro sinal de alteração óssea. Panoceite (inflamação do trabeculado ósseo) o Fraturas: Perda da continuidade óssea, que o divide em dois ou mais fragmentos; São geralmente ocasionadas por uma alta descarga de energia nos ossos, gerando descontinuidade, seja completa (em dois ou mais pedaços0 ou parcial (fissuras). Por que radiografar? - Confirmação do diagnóstico - Designar idade da fratura - Designar melhor tratamento - Controle e evolução Laudo → Tipo de fratura; Linha da fratura; Localização; Eixo; osteanatômico e desvio. Completa, incompleta, diafisaria Origem das Fraturas: A etimologia das fraturas pode se dar por fontes externas ou internas: o Externas (Energia) - Direta → Fratura próxima ao ponto de impacto - Indireta → Distância do ponto onde a energia foi descarregada, esta é transmitida através do osso ou músculo até o ponto de fratura o Internas (Doença óssea) Geralmente são causadas por processos patológicos/ metabólicos, não estando associadas diretamente com uma energia externa direcionada ao osso - Neoplasias; Hiperparatireoidismo nutricional; Osteomielite Classificação das Fraturas A classificação da fratura proporciona ao radiologista uma melhor organização dos dados observados na radiografia, além de proporcionar ao clínico/cirurgião a formação de um protocolo visando a conduta adequada. Classifica-se quanto: - Exposição da lesão (aberta ou fechada) Fechada → A Pele que recobre o osso acometido permanece intacta. Não há exposição óssea ao ambiente. Aberta → Há comunicação do foco de fratura com o ambiente externo, gerando contaminação da fratura. - Extensão da lesão Completa → Interrupção total da continuidade óssea, geralmente com fragmentos ósseos e desvio angulares. Incompleta → Matem-se parcialmente a continuidade óssea. Caracterizadas por fraturas em galho verde e fissuras ósseas - Localização anatômica - Epifisária → A linha da fratura localiza-se em Epífise óssea - Metafisária → A linha de fratura localiza-se em Metáfise óssea - Diafisária →A linha de fratura localiza-se em Diáfise óssea (Proximal; Média; Distal) - Mista → Linhas de fratura em mais de uma região óssea - Salter-Herris →Classifica-se as fraturas das linhas fisárias (de crescimento) -Salter-Herris Subdivide-se em cinco graus: -1-Afastamento da linha fisária - II - Fragmento em metáfise - III - Fragmento em epífise - IV - Fragmento em epífise e metáfise - V - Compressão da linha fisária - Linha de fratura - Transversa → Linha de fratura forma um ângulo reto com o eixo ósseo acometido - Obliqu → a Linha de fratura forma uma diagonal em relação ao eixo ósseo acometido - Espiral → Linha de fratura circunda eixo ósseo, geralmente com exposição da cavidade medular (Bisel) - Número de fragmentos Fratura Simples → Só a os dois segmentos ósseos envolvidos Fratura Fragmentada → Presença de esquirola óssea próximo ao foco da fratura Fratura Múltipla → Mais de um foco de fratura com presença ou não de esquirola óssea (Passível de redução) Fratura Cominutiva → Incontáveis esquirolas ósseas (Irredutível) * esquirolas – pequenos pedaços de osso, que surgem depois de uma fratura/impacto * osteofitos – pedaços de osso produzidos por uma doença ou alteração articula, um osso formado na região doente do osso. - Deslocamento do segmento ósseo Compactação → O segmento ósseo fraturado penetra ou comprime outro; Geralmente vertebras Afastamento → Ocorre afastamento do segmento ósseo fraturado, geralmente em fraturas por avulsão Rotação → Rotação de um dos segmentos, e outro em seu eixo normalAfundamento → Forma uma depressão côncava, geralmente ocorre em ossos do crânio e costelas *Deslocamento → posição anatômica do segmento ósseo desviado (pode se deslocar no momento da radiografia) Consolidação da Fratura <7 dias → Fratura recente (Hematoma). 7-12 dias → Reabsorção óssea e inicio da organização do tecido afetado 15-25 dias → Remodelamento ósseo e inicio da formação do calo ósseo 30-45 dias → Calo ósseo provisório e presença de ponte óssea 60-90 dias → Remodelamento do calo ósseo e padrão reestabelecido O principal sinal radiográfico do reparo de uma fratura é a formação do calo e ponte óssea. A estabilidade da fratura neste estágio é fundamental para uma boa consolidação óssea; *Calo ósseo – armação de uma ponte, para diminuir uma instabilidade (quanto mais instável maior o calo ósseo) *Vasos sanguíneos - extremamente importantes, para levar os nutrientes Tipo de fratura (por ex: transversa mais fácil de se consolidar do que uma obliqua) Local da fratura (local com pouca vascularização por ex) Suprimento sanguíneo da região fraturada Redução da fratura (Cirurgião) (a distancia entre esses ossos) Idade do paciente Doença concomitante (hipoparatireoidismo, diabetes, ...) Complicações o União retardada/ Não união: -Tempo de consolidação anormal - Geralmente em regiões de difícil estabilização (ombro) - Pode progredir para a não união o Fratura Hipertrófica: - Presença de calo ósseo sem formação de ponte* - Linha de fratura claramente visível - Extremidades ósseas arredondadas e escleróticas o Fratura Atrófica: - Pouca ou nenhuma formação calosa - Linha de fratura claramente visível - Extremidades ósseas estreitas e escleróticas Quase não reage/ não reage. o Fatores predisponentes: -Estabilização inadequada -Vascularização deficiente -Afastamento excessivo dos fragmentos ósseos -Doença concomitante -Fatores idiopáticos o Osteomielite: -Ferida infectada -Multiplicação de microrganismos (bactérias) -Osso sem vascularização ou pouca vascularização o Má União: - Consolidação em orientação não anatômica (Angulação/ Rotação) o Doença da Fratura: - Degeneração muscular - Rigidez muscular - Osteoporose Geralmente ocorre por desuso e/ou imobilização do membro por tempo prolongado; o Metalose: - Reação à estrutura de metal auxiliadora no tratamento da fratura - Osteólise ao redor da estrutura - Calo ósseo exuberante. Reabsorção óssea ao redor, e calo ósseo Calor ósseo exuberante, osteolise ao redor, varias regiões de menor opacidade (metalose) • Descrevendo as fratura Radiografia crânio caudal, do radio e da ulna. Deslocamento da fratura – fragmento distal Fratura simples, completa, transversa em terço distal de diáfise do rádio direito, com deslocamento lateral do fragmento distal. Fratura simples completa, oblíqua em terço médio de diáfise do rádio esquerdo e terço distal de diáfise de ulna esquerda, com deslocamento cranial dos fragmentos distais. Fratura completa fragmentada (presença de esquirola óssea no foco de fratura), transversa em terço distal de diáfise de rádio e ulna direito, com deslocamento lateral do fragmento distal. Reação periosteal intensa do tipo “sunburst”, sugestivo de osteosarcoma/osteomielite Presença de reabsorção óssea com contornos escleróticos; reação periosteal em paliçada Presença de reabsorção óssea seguida de reação periosteal em sunburst; triangulo de codman (setas) Fratura completa, fragmentada, em espiral em terço médio de diáfise do fémur direito, com deslocamento cranial do fragmento distal. Fratura completa cominutiva, em terço médio de diáfise de tíbia esquerda, com permanência anatômica do eixo ósseo Fratura simples completa e obliqua, em terço distal de diáfise da tíbia esquerda, com permanência anatômica do eixo ósseo Fratura simples completa, transversa em terço distal de diáfise do metatarso direito, com deslocamento caudal do fragmento distal Fratura simples completa obliqua em terço médio de diáfise de úmero esquerdo com desvio caudal do fragmento distal Sobreosso – reação periosteal em paliçada, acomentendo falange proximal e média. Fratura incompleta, em “galho verde” em terço médio de diáfise do fêmur esquerdo, acompanhado de osteopenia
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