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Conceitos de Gestão Financeira

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Conceitos de Gestão Financeira Página inicial 
GESTÃO FINANCEIRA: 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
Professor (a) : 
Me. Julyerme Tonin 
Objetivos de aprendizagem 
• Definir os conceitos de função financeira, gestão financeira e análise financeira, destacando a importância do gestor financeiro para a empresa. 
• Mostrar os principais riscos existentes decorrentes do ambiente econômico e financeiro no qual a empresa está inserida. 
• Evidenciar que o fluxo internacional de capitais e a volatilidade presente nos diferentes mercados bem como alterações na taxa de câmbio, na taxa de juros e inflação são fontes 
de risco para as empresas. 
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Importância e Principais Funções da Gestão Financeira 
• Análise dos Riscos: Contexto Histórico 
• Análise dos Riscos no Ambiente Externo da Empresa 
Introdução 
Caro(a) aluno(a), iniciamos nosso estudo sobre Conceitos de Gestão Financeira, destacando a relevância do termo “Gestão”, sempre presente no dia a dia dos stakeholders, e a 
atualidade do termo“financeiro”. Em suma, os aspectos financeiros permeiam todas as instâncias da vida moderna, sendo que terminologias, como administração financeira, crise 
financeira, gestão financeira, mercado financeiro, entre outras, já são corriqueiras. Desse modo, nesta unidade, buscamos introduzir o conceito de gestão financeira e demais 
conceitos correlatos a esse tema. 
A atuação em um mercado financeiro em franca expansão, a tomada de decisões em grandes corporações, ou mesmo em uma empresa de base familiar, requer o conhecimento de 
aspectos ligados à Gestão Financeira. Um bom gestor financeiro não é afetado pelo “achismo”, ele se baseia em indicadores, ele não é conduzido pelo viés retrospectivo (Eu avisei! 
Se tivesse feito isso!) ou pelos alarmistas de plantão. O gestor toma decisões com base em uma análise fundamentada, preocupando-se com o planejamento financeiro, a captação e 
gestão dos recursos existentes na empresa, o fluxo de caixa, os estoques, fica de olho nas mudanças econômicas que podem influenciar a sua companhia. Em suma, é exigida desse 
profissional certa versatilidade. 
Com isso, espera-se que o conteúdo apresentado desperte seu interesse para 
a multiplicidade de aspectos que circundam o conceito de gestão financeira. Ou seja, não temos a intenção de encerrar o debate sobre esse vasto tema, a ideia aqui é apresentar 
conceitos introdutórios, que somados a outros conceitos vão solidificar a base para o entendimento da importância da gestão financeira. Como o gestor financeiro atua em várias 
frentes dentro de uma empresa, o presente material constitui-se em um subsídio para que o aluno seja apresentado a vários dos temas correlatos à gestão financeira, sem a 
pretensão de grande aprofundamento nessas questões. Enfim, seja bem-vindo(a) e aproveite essa interessante temática, que é a gestão financeira. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
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Conceitos de Gestão Financeira Página inicial 
IMPORTÂNCIA E PRINCIPAIS FUNÇÕES DA GESTÃO 
FINANCEIRA 
Dentro da vasta área das finanças, Weston e Brigham (2000) destacam que existem três áreas correlacionadas: mercado monetário e de capitais, investimentos e administração 
financeira. O mercado monetário é composto por bancos, companhias de seguro, de poupança e de empréstimo; associações de crédito coexistem, no qual os agentes se preocupam 
com aspectos relacionados à taxa de câmbio, taxa de juros, regulamentação das instituições financeiras. 
O mercado de investimentos é composto por bancos, fundos mútuos ou companhias de seguros que administram carteiras de investimentos. Por fim, tem-se a administração 
financeira , a mais ampla das três áreas segundo o autor, que envolve decisões desde a expansão de uma fábrica, estoques, capital de giro até a distribuição de dividendos (WESTON; 
BRIGHAM, 2000). 
Para Gitman (2004), a administração financeira compreende as mais diversas tarefas financeiras, avaliação de projetos, planejamento financeiro, captação de recursos, concessão 
de crédito a clientes, entre outras. Para Ansoff (1977), as empresas têm que tomar decisões estratégicas, administrativas e operacionais. As decisões estratégicas referem-se às 
relações entre a empresa e seu ambiente, e são decisões da alta administração que geram atos com efeito duradouro. 
O procedimento natural de uma pequena empresa é esquivar-se do planejamento. Sendo que o planejamento financeiro nas pequenas empresas é 
caracterizado pela informalidade, com uma tendência de que os objetivos e procedimentos sejam focados no futuro próximo. Como as pequenas 
empresas não têm a prática de contratar um gestor financeiro, qual seria o caminho para a implantação de um planejamento financeiro “formal” que 
atenda às necessidades dessas empresas? 
Por sua vez, as decisões administrativas ou tácitas ocorrem no nível gerencial, produzem efeitos a médio prazo e estão relacionadas com a estruturação dos recursos da empresa 
visando ao melhor resultado possível. As decisões operacionais estão ligadas ao dia a dia da empresa, e são tomadas para alcançar padrões de funcionamento preestabelecidos, com 
o intuito de criar as condições adequadas para a realização do trabalho diário da organização (ANSOFF, 1977). 
Esse tipo de decisão permite a geração de um nível detalhado de informação de tarefas ou atividades possibilitando a criação de indicadores plausíveis sobre a situação da empresa. 
Essas decisões são inerentes ao gestor financeiro, destacando, assim, a importância desse profissional para a empresa e como a gestão financeira está intrinsecamente ligada às 
demais atividades da empresa. 
O painel “Os desafios dos grandes empreendimentos e importância da engenharia de projetos no Brasil”, apresentado na edição 2012 da Rio Oil e 
Gas, no Rio de Janeiro, destaca que o foco em ferramentas de gestão é um dos destaques do Plano de Negócios e Gestão 2012-2016. Nessa ocasião, 
após sete anos da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006, a Petrobras atingiu a marca de 300 mil barris por dia. Na 
porção americana do Golfo do México, por exemplo, foram necessários 17 anos, depois da primeira descoberta, para se alcançar a produção de 300 
mil barris de petróleo por dia. Nesse contexto, o equilíbrio entre os Ciclos Operacional Econômico e Financeiro é de fundamental importância para 
essa empresa. 
Leia o artigo na íntegra em: http://www.conselhos.org.br/ site.aspx/Detalhe-de-Destaque-COG?codNoticia=uPVzULtLj70= . 
No âmbito dessa área das finanças, denominada por Weston e Brigham (2000) como administração financeira, é necessário definir alguns conceitos: função financeira, gestão 
financeira e análise financeira. Para Ferreira e Esperto (2007), a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos valores movimentados por 
todas as áreas da empresa, e engloba a preparação, execução e controle das decisões financeiras da empresa. 
Ou seja, trata dos meios para que a empresa compre, produza, venda ou simplesmente troque recursos financeiros. Encontrada em diferentes tipos de empresa, a função financeira 
tem um papel importante no desenvolvimento das atividades operacionais, assegurando que a soma dos resultados obtidos nessas atividades contribua para o sucesso do 
empreendimento. 
Ferreira e Esperto (2007) destacam que a função financeira conduz os responsáveis da organização e outras entidades no processo de tomada de decisão. Dentre os objetivos da 
função financeira, podem-se destacar: assegurar os fluxos econômicos e financeiros da empresa, maximizando o resultado obtido; adequar as fontes de financiamento minimizando 
os riscos; elaborar estudos avaliativossobre a situação econômico-financeiro da empresa, e disponibilizar informações para todos os envolvidos no processo decisório. 
Ademais, a gestão financeira consiste em um conjunto de rotinas, centralizadas hierarquicamente ou não, que preocupam-se com a mobilidade funcional do capital, tanto no 
ambiente interno quanto no ambiente externo da empresa. Para Ferreira e Esperto (2007), a gestão financeira envolve aspectos relacionados ao passado (registro e 
monitoramento), ao presente (controle financeiro) e ao futuro (planejamento financeiro) da instituição. Dentre os objetivos da gestão financeira, podem-se citar: assegurar a 
estrutura financeira mais adequada; manter a integridade do capital e promover o seu reforço sempre que possível; assegurar a rentabilidade e solvabilidade da empresa. 
Na gestão financeira de uma empresa, é possível identificar qual é o montante de recursos disponíveis; o que se pode fazer com os recursos disponíveis perante as alternativas de 
investimento; qual o recurso necessário para um determinado empreendimento, no qual é possível obter os recursos necessários. 
Hoji (2009) divide as decisões do gestor financeiro em três etapas. A primeira etapa seria a de Análise, Planejamento e Controle Financeiro , que consiste na coordenação, 
monitoramento e avaliação de todas as atividades da empresa, por meio de relatórios financeiros. A segunda etapa compreende as Decisões de Investimento , as quais se referem à 
destinação dos recursos financeiros, considerando uma adequada relação de risco e retorno entre os capitais investidos. Por fim, têm-se as Decisões de Financiamento , a qual 
compreende as decisões tomadas para captação de recursos financeiros, considerando a estrutura de capital adequada, composta por capitais de curto e longo prazo. 
Para Hoji (2009, p. 415), o planejamento de modo geral deve atender aos seguintes princípios: contribuição aos objetivos, precedência, abrangência, maior eficiência, eficácia e 
efetividade. Para Zdanowicz (2003), o planejamento financeiro deve levar em conta alguns princípios básicos, tais como: ser exequível, a meta proposta deve ser viável, possível de 
ser realizada; ser quantificável, dados concretos passíveis de análise estatística; ser flexível, permitir adequações a situações imprevistas, e ser único, integrado em um plano geral. 
Como uma terceira etapa da administração financeira, tem-se a Análise Financeira. A Análise financeira engloba um conjunto de instrumentos, técnicas e métodos que permitem 
conhecer, avaliar e interpretar (realizar diagnósticos) a situação financeira e econômica da empresa. 
Dentre os objetivos da análise financeira, pode-se destacar: diagnosticar, propor medidas e detectar tendências futuras; informar todos os interessados sobre o desempenho da 
empresa; e colaborar na definição da estratégia de expansão da empresa. Para Helfert (2000), pode ser usada para interpretar o desempenho do sistema empresarial, sendo 
agrupada de acordo com os seguintes pontos de vista analíticos: contabilidade financeira, análise do investidor e engenharia econômica. 
Enfim, ao falar sobre função, gestão ou análise financeira, estamos descrevendo o processo decisório da empresa. Sendo que o sucesso da operação, do desempenho e da 
viabilidade, a longo prazo, de qualquer negócio depende de uma sequência contínua de decisões. Essas decisões financeiras envolvem o diagnóstico, monitoramento, a tomada de 
decisões e prognósticos quanto ao futuro do empreendimento, sendo que essas decisões impactam os recursos financeiros existentes. 
No tocante às decisões financeiras, as mesmas podem ser divididas em decisões de curto e de longo prazo. Para Ferreira e Esperto (2007), as decisões financeiras de curto prazo 
englobam colocação de disponibilidades, cessão de créditos, endividamento e recursos bancários. Por sua vez, as decisões de longo prazo englobam aquisição de ativos corpóreos 
(edifícios, equipamentos etc.), ativos incorpóreos (alvarás) e ativos financeiros. 
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Em última instância, falamos de informação financeira, sendo a informação que as empresas preparam com base e regras em princípios contábeis, e devem, entre outros aspectos, 
ser apresentados de forma clara e compreensível, sendo factíveis e confiáveis, permitindo comparabilidade quando necessário e, sempre que possível, serem tempestivas, ou seja, 
apresentadas no momento apropriado. 
Silva (2002), em seus estudos sobre pequenas e médias indústrias de confecção no Paraná, concluiu que os instrumentos de gestão mais utilizados 
são: administração de caixa, de contas a receber, de estoques, de contas a pagar e de custos de produção. Segundo o pesquisador, os gestores 
financeiros responsáveis pela tomada de decisão nessas empresas classificam como informações importantes: o ciclo financeiro, o prazo médio de 
recebimento, o prazo médio de pagamento, a necessidade de capital de giro. Enquanto que informações sobre prazo médio de estocagem, ciclo 
econômico etc. são variáveis menos valorizadas, com base nos resultados do estudo. 
Fonte: SILVA, A. A. (2002). 
Até aqui foram apresentadas várias terminologias (função financeira, gestão financeira, análise financeira, decisões financeiras e informação financeira). Conhecendo essas 
terminologias, destacando que as mesmas são indissociáveis, doravante, trataremos do termo Gestão Financeira. O próximo passo da análise é apresentar os diferentes ciclos da 
empresa e sua relação com o processo de gestão. 
Para Hoji (2009), o Ciclo Operaciona l de uma empresa compreende o período que se inicia na aquisição da matéria-prima para produção (empresas industriais) ou na aquisição de 
mercadoria (empresas comerciais), ou na prestação de serviços (empresas de serviços), e se finaliza no recebimento pelo produto ou serviço final. Para o autor, o ciclo operacional é 
a soma do prazo de rotação dos estoques e prazo de recebimento da venda. 
Por sua vez, Assaf Neto e Silva (1997) dizem que o Ciclo Financeiro mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso 
inicial de caixa e o recebimento da venda do produto. Ou seja, representa o intervalo de tempo de que a empresa irá necessitar efetivamente ao financiamento para suas atividades. 
Por fim, Hoji (2009) destaca que o Ciclo Econômico inicia-se com os desembolsos ou gastos na compra da matéria-prima (esses gastos podem ser feitos antes da efetiva obtenção da 
matéria-prima) e encerra-se com a venda do produto fabricado.Para Assaf Neto e Silva (1997), o ciclo econômico não leva em conta os reflexos de caixa verificados em cada fase 
operacional, ou seja, os prazos de recebimentos das vendas e os pagamentos dos gastos incorridos. A Figura 1 apresenta a relação entre os ciclos econômico, financeiro e 
operacional da empresa. 
Figura 1: Ciclos Econômico, Financeiro e Operacional para uma empresa industrial Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2007, p. 521) 
Nota: 
PME - Prazo médio de estocagem da matéria-prima MP 
PMF - Prazo Médio de Fabricação 
PMV - Prazo Médio de Venda 
PMC - Prazo Médio de Cobrança (ou de recebimento) 
PMPF - Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores 
Para Assaf Neto (2007), a diferença entre os ciclos operacional, econômico e financeiro pode ser explicitada por meio das seguintes fórmulas: 
Ciclo Operacional = PME + PMF + PMV + PMC MP 
Ciclo Econômico = PME + PMF + PMV MP 
Ciclo Financeiro = ( PME + PMF + PMV + PMC) – PMPF MP 
O gestor financeiro pode avaliar a dinâmica desses três ciclos por meio do cálculo de alguns indicadores de prazo médio. O prazo médio de estocagem da matéria- prima é 
dimensionado levando em conta o custo de capital, custo das instalações,custo dos serviços e risco de estocagem (BRAGA, 1995). 
O prazo médio de fabricação depende do ramo de atividade da empresa, e o prazo de venda depende das características do mercado em que a empresa atua, sendo variáveis 
exógenas ao gestor, ou seja, na maioria das vezes, o gestor não tem como promover alterações nesse prazo. 
O prazo médio de cobrança ou recebimento indica o tempo decorrido, em média, entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso dos recursos. Esse prazo é afetado pela 
política de crédito da empresa. 
O prazo médio de pagamentos representa o tempo decorrido, em média, o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para quitar suas obrigações advindas da 
compra de matérias-primas ou serviços (BRAGA, 1995). Esses prazos são indicadores muito importantes, sendo utilizados pelo gestor para aumentar a eficiência da gestão dos 
recursos da empresa. Enfim, esses distintos ciclos são utilizados para mensurar o tempo em que cada atividade da empresa é desenvolvida. São úteis na medida em que refletem a 
cultura organizacional da empresa, sendo que o entendimento desses ciclos é um ponto primordial na elaboração do orçamento, para projetar as necessidades de capital de giro e 
entender o fluxo de caixa da empresa, elementos que serão analisados nas próximas aulas. 
Quando temos problemas de saúde, procuramos um médico, relatamos os sintomas da doença que nos atinge. Em seguida, esse médico irá fazer uma 
série de perguntas, tais como: idade, hábitos alimentares, prática esportiva, aspectos laborais etc. Essas informações, juntamente com exames 
laboratoriais, ajudam no diagnóstico para que o médico recomende um tratamento. Após algum tempo, retornamos ao médico para avaliação, se o 
tratamento foi adequado, ficaremos curados e felizes. 
No campo empresarial, a situação é quase idêntica, você sabia? Quando uma empresa está com alguma dificuldade ou“doença empresarial”, procura 
ajuda de um consultor ou um profissional qualificado, selecionado normalmente por intermédio de boas referências e experiências na resolução de 
problemas empresariais. No primeiro contato, o gestor da empresa expõe o problema, e o consultor, por meio de técnicas e procedimentos 
adequados, avalia a situação apresentada, efetua um diagnóstico e propõe um plano de ação visando solucionar os problemas empresariais 
apresentados. 
A decisão é do gestor da empresa de aceitar ou não o plano de ação proposto. Caso concorde, o passo seguinte é a implantação do plano de ação e 
avaliação dos resultados. Com essa abordagem ilustrativa, o SEBRAE lançou a série Guia do Empreendedor , composta por cinco fascículos, que traz 
informações para a gestão de micro e pequenas empresas, sendo que um desses fascículos trata de uma maneira simples e direta a Gestão 
Financeira. 
Fonte: SEBRAE (2014) 
https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1
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ANÁLISE DOS RISCOS: CONTEXTO HISTÓRICO 
As finanças das empresas já são elementos de estudo da Ciência Econômica desde os primórdios. Para Assaf Neto (2007), a Grande Depressão da década de 1930, a influência de 
diferentes vertentes teóricas, a crescente complexidade dos negócios possibilitaram a criação e a expansão da teoria das finanças. Nesse contexto, as décadas de 1950 e 1960 
foram prodigiosas para o ramo das finanças, sendo que os gestores financeiros da atualidade se beneficiam das inovações de autores, como Harry Markowitz, William Sharpe, 
Franco Modigliani, Merton Miller, Eugene Fama, entre outros. 
Os cientistas já citados receberam o Prêmio Nobel de Economia. Franco Modigliani, em 1985; Harry Markowitz, William Sharpe e Merton Miller, em 
1990; Myron Scholes, em 1997; e Eugene Fama, em 2013. 
Para saber a lista completa, acesse:< http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/ economic-sciences/laureates/ >. 
Na década de 1950, surgem duas correntes com forte influência sobre as finanças modernas: Markowitz, em 1952, e Modigliani e Miller, em 1958. Harry Markowitz lança as bases 
da teoria do portfólio, avaliando a relação risco e retorno, sendo seguido por autores como Tobin (1952) e Sharpe (1964), mas a importância dos seus estudos só foi reconhecida a 
partir da década de 1970. Por sua vez, no teorema Modigliani-Miller, esses autores desenvolveram a concepção de que o valor da empresa independe de sua estrutura de capital 
(SAITO; SAVOIA; FAMÁ, 2006). 
Nesse sentido, a moderna gestão do risco, especificamente o risco financeiro, ganhou ímpeto com a teoria do portfólio de Markowitz (1952). A contribuição desse autor, com a 
teoria do portfólio, se baseia na redução do risco por meio da diversificação de ativos, rejeitando a hipótese de que os investidores devem formar o seu portfólio embasado somente 
no maior retorno esperado. A partir de então, a relação risco e retorno foi avaliada por outro prisma; deixou-se de avaliar unicamente o risco isolado de cada ativo para avaliar os 
resultados de risco e retorno inerentes a uma carteira de ativos. 
De uma forma simplista, seria o equivalente ao ditado popular“não coloque todos os ovos em uma cesta só”. Entretanto, o autor alertou que somente a quantidade de ativos não 
mitiga o risco, é necessário escolher ativos pouco relacionados. O ponto aqui é que com a sistematização matemática da teoria do portfólio, a escolha dos ativos que compõem 
essa“cesta”ou portfólio passou a ser um passo importante para a gestão de qualquer patrimônio. Bernstein (1997, p. 257) destaca a importância da contribuição de Markowitz: 
O artigo Portfolio Selection revolucionou a atividade de gerência de investimentos, ao elevar o risco à mesma importância do retorno esperado. O 
artigo, junto com o livro de mesmo nome que Markowitz escreveu em 1959, foi a base de quase todos os trabalhos teóricos de finanças que se 
seguiram. 
Cabe destacar que tal teoria leva em conta o retorno esperado, a correlação, a volatilidade e as covariâncias entre os ativos que compõem a carteira, 
e toda uma construção matemática que não será abordada neste livro. 
Fonte: o autor 
Com base no exposto, Tobin (1952) contribui com essa vertente teórica, demonstrando que o investidor toma suas decisões combinando um ativo livre de risco com o portfólio 
situado na Fronteira Eficiente. Em outras palavras, esse autor criou a Teoria da Separação , demonstrando que o investidor primeiro determina o portfólio de ativos mais eficientes, 
e depois determina a proporção de recursos a ser alocados nos ativos livres de risco e nos ativos de risco. Em última instância, para o autor, o grau de diferenciação vai depender da 
maior ou menor tolerância ao risco (SAITO; SAVOIA; FAMÁ, 2006). 
Por sua vez, William Sharpe (1964), aprofundando os conceitos da teoria do portfólio, criou um índice para avaliar a eficiência dos investimentos, para então classificar diferentes 
ativos levando em conta a relação entre o retorno esperado e a volatilidade do ativo (RENNER, 2010). Esse autor, de certo modo, simplificou a teoria do portfólio ao demonstrar que 
o risco total é composto do risco sistêmico e do risco não-sistêmico (ou diversificável). 
https://sites.google.com/view/cdegf1/p�gina-inicial/unidade-1
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http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.nobelprize.org%2Fnobel_prizes%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE5GEkZDiLgZQUdmBZ2r_qLyUelFQ
Figura 2: Tipo de risco existente na composição de uma carteira de ativos 
Fonte: adaptada de Assaf Neto (2007, p. 236) 
• Risco diversificável é o risco que pode ser total ou parcialmente diluído pela diversificação de carteira. 
• Risco sistemático é o risco que está sempre presente na estrutura do portfólio, é o risco decorrente das mudanças do sistema econômico como 
um todo (ASSAF NETO, 2007, p. 236). 
William Sharpe também ficou conhecido por suas contribuições no modelo de avaliação de ativos de capital ou CAPM. Nesse modelo, o autor introduziu o conceito de beta que 
mensura a relação existente entre o retorno de um ativo e o mercado.Essa variável beta pode ser explicada por meio da fórmula: 
r − r = β ( r − r ) f m f 
em que, 
r é a taxa de retorno do investimento, ou taxa mínima de atratividade; 
r é a taxa de retorno de um investimento livre de risco; e f 
r é a taxa média de retorno do mercado m 
ß é o beta 
Como já disse Albert Einstein, “para descrever a verdade, deixe a elegância para os alfaiates”. Então, essa fórmula aparentemente simples nos leva a uma importante conclusão: o 
prêmio de risco esperado de um determinado investimento (r - r ) é igual ao beta multiplicado pelo prêmio de risco esperado no mercado (r - r ). Por exemplo, um prêmio de risco f m 
esperado por um investidor com um beta de 0,5 é metade do prêmio de risco esperado pelo mercado (BREALEY et al., 2008). 
Já os investidores Modigliani-Miller seguiram outra linha. De acordo com Oga (2007, p. 13), em 1958, Franco Modigliani e Merton Miller demonstraram que, sob certas condições, 
as decisões reais são separadas das decisões financeiras. Nesse sentido, esse teorema demonstra que as empresas não têm que ajustar suas decisões às preferências de risco dos 
diversos investidores e que a política de dividendos das firmas não afeta o seu valor de mercado. 
Na década de 1970, Eugene Fama define a Hipótese de Mercado Eficiente (HME), alvo de muitos trabalhos empíricos até os dias atuais, onde postula que o preço de mercado de 
uma ação ou de um outro título deve corresponder ao seu “preço justo”. Nesse sentido, o que determina, em curto prazo, o preço do ativo é o seu risco, definido pela volatilidade dos 
retornos esperados, segundo o modelo CAPM. Sem entrar no detalhamento desse modelo, a década de 1970 incorporou um novo segmento de estudo na teoria das finanças: a 
gestão de risco. O arcabouço teórico das finanças ganhou mais um capítulo, a teoria de avaliação das opções de Fisher Black e Myers Scholes. 
Enfim, em um espaço de pouco mais de duas décadas, a teoria das finanças havia se diversificado, assumindo diversas facetas que vão desde a teoria de carteiras de Markowitz, a 
teoria de avaliação de risco de Modigliani-Miller, o modelo CAPM de Sharpe, a teoria de eficiência dos mercados financeiros de Fama e o Modelo de apreçamento de ativos de 
Black-Scholes. A ideia aqui é demostrar o amplo arcabouço teórico sobre o tema de que estamos tratando e que foram muitos os desdobramentos teóricos ao longo dos últimos 50 
ou 60 anos para chegarmos à concepção atual de gestão financeira. 
Não há a possibilidade de eliminar, mas sim de reduzir o risco. O grande problema não é conviver com o risco, e sim não percebê-lo. Por isso, quanto 
maior o risco percebido, maior será o retorno potencial. 
Fonte: o autor 
Caro(a) aluno(a), findamos a primeira etapa dessa aula apresentando uma concepção histórica da análise do binômio risco X retorno, mostrando um pouco da metodologia existente 
para a avaliação do risco existente. Seguindo em nossa análise, é necessário definir adequadamente o termo risco e identificar as principais fontes de risco. 
Até aqui, utilizou-se o termo risco, mas para um gestor financeiro, é de fundamental importância que ele entenda a diferença entre risco e incerteza. Para clarificar essa questão, 
abaixo seguem algumas definições. 
Para Knight (1972), risco é uma contingência desfavorável e pode ser medido em termos de probabilidade objetiva, e a incerteza refere-se a situações singulares, em que não há a 
possibilidade do cálculo, a priori, de algo acontecer. Para Crouhy, Galai e Mark (2004), riscos são fenômenos que se podem identificar e medir, avaliar e minimizar por meio de uma 
gestão técnica, enquanto que incerteza é todo evento derivado do desconhecido, de uma fonte sem controle. Para Gastineau e Kritzman (1999), a terminologia risco expressa, de 
uma maneira geral, um fenômeno que expõe o agente econômico a mudanças por conta da adversidade que ocorre em um mercado ou até mesmo um país. Também, para Garofalo 
Filho (2004), o risco indica perigo, sobretudo, possibilidade de perda financeira ou econômica. 
Portanto, existe uma percepção do risco por parte dos agentes, em que se pode antecipar uma série de decisões, podendo até se tirar proveito desse processo. Enquanto que a 
incerteza está ligada a fatos futuros desconhecidos, não passíveis de perfeita mensuração e quantificação, por força da sua própria particularidade. 
Desse modo, risco e retorno são variáveis financeiras indissociáveis. Dessa análise, criou-se o jargão “quanto maior o risco, maior o retorno”. Então, a essa altura, você já deve ter 
percebido que estamos abordando dois pontos distintos: risco e incerteza. Na existência de incerteza, vamos corrigir essa máxima para “quanto maior o risco percebido maior será 
o retorno potencial” . 
Embora as incertezas possam ser ainda não conhecidas, no entanto, podem ser minimizadas, tornando-se, assim, um grande desafio dos gestores, diretores, investidores etc. Então, 
caro(a) aluno(a), saber que existe incerteza já é um primeiro passo, pois assim a atuação profissional será realizada buscando“aparar as arestas”, para evitar surpresas, derivadas do 
desconhecido, e para antecipar decisões minorando os riscos conhecidos e até tirar proveitos de certas situações. 
A classificação dos riscos é conhecida na literatura como tipologia de exposição ao risco. Utilizando as definições de Gitman (2004, p. 185), os riscos podem ser caracterizados 
conforme o Quadro 1. 
Quadro 1: Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas 
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Dada a diferença entre riscos e incertezas, diante do reconhecimento de que diversos ambientes afetam ou determinam os riscos existentes, com isso, há uma vasta gama de riscos 
existentes, assim, pode-se assumir que não existe uma possibilidade definitiva de eliminar os riscos e as incertezas. Assim o gestor toma decisões influenciado pelas preferências 
(aversão ou aceitação dos riscos), com informações incompletas, e há o desconhecimento das reais consequências dessas decisões. 
ANÁLISE DOS RISCOS NO AMBIENTE EXTERNO DA 
EMPRESA 
Para administrar financeiramente uma empresa, tem que se ter em mente um conjunto de decisões. Partindo da análise, planejamento e controle financeiro, onde o orçamento, o 
fluxo de capital e a identificação da necessidade de capital de giro são variáveis importantes, o gestor se defronta com duas decisões importantes: decisão de financiamento 
(captação de recursos) e decisão de investimento (aplicação de recursos). 
O gestor sabe que além do ciclo financeiro, deve levar em conta os ciclos econômico e operacional da empresa, que a percepção do risco e a precaução são condutas adequadas em 
suas decisões. Além disso, seu grau de aversão ao risco e à informação incompleta sobre todas as variáveis que afetam sua empresa vão afetar os resultados das suas decisões. 
Aqui temos um ponto importante em nossa análise, o gestor não tem uma informação completa, o pleno conhecimento de todas as variáveis que afetam a sua empresa ou 
empreendimento. Até aqui falamos dos principais aspectos do ambiente interno que afetam a tomada de decisão. Mas há uma série de variáveis relacionadas ao ambiente externo 
da empresa, que serão avaliadas nesta aula. 
Os negócios estão se tornando cada vez mais competitivos, a lucratividade da empresa depende da estratégia operacional da empresa, porém, com a globalização, o capital 
especulativo percorre o mundo atrás de rentabilidade e retorno, fato que afeta as economias de diversos países e, com isso, também influencia o dia de dia das empresas. 
Primeiramente, as empresas realizam seu planejamento financeiro que, segundo Weston e Brigham (2000, p.343), envolve a realização de projeções de vendas, renda e ativos 
baseada em estratégias alternativas de produção e marketing, seguidas pela decisão de como atender às necessidades financeiras previstas. Por sua vez, o controle financeiro situa- 
se na fasede implementação dos planos, caracterizando-se como um processo de ajustamento. Dessa definição, vamos avaliar tanto as projeções quanto os fluxos de mercadorias e 
os fluxos financeiros. 
Quanto às projeções de vendas, para que as empresas atinjam suas metas, uma série de variáveis externas à empresa deve ser considerada: mudanças na renda da população, 
mudanças nos preços das empresas concorrentes, novos bens substitutos etc. Em uma escala mais ampla, um determinado mercado pode ser afetado pela atuação de uma empresa 
multinacional. 
Para Hoji (2009), as multinacionais são empresas que distribuem sua produção em mais de um país, buscando redução do custo e economia de escala. Para Weston e Brigham 
(2000), as empresas estão buscando o caminho internacional devido a cinco principais motivos: buscar novos mercados, novas matérias-primas, novas tecnologias, aumentar a 
eficiência na produção e evitar problemas políticos e regulatórios. 
Um caminho encontrado pelas empresas para atuar em mercados globais é o das fusões e aquisições . Para Weston e Brigham (2000), a busca por sinergias é um dos motivos das 
fusões, sendo que dentre as principais sinergias, pode-se citar: economias de escala, maior eficiência administrativa e maior poder de mercado. Outros motivos estariam 
relacionados a questões tributárias, à compra de ativos abaixo do seu custo de substituição e à diversificação, entre outros. 
A ordem liberal das finanças internacionais caracteriza-se pela expansão do capital financeiro nos mercados globais e pelo enfraquecimento do 
poder regulatório estatal. Desse modo, as crises financeiras recorrentes e cada vez mais intensas na economia global devem-se ao processo natural 
de expansão dos mercados financeiros ou devem-se à falta de regulação? Fonte: BELLUZZO, L. G. M.; COUTINHO, L. (1996) 
Logo, uma determinada empresa, ao fazer suas projeções de vendas e receitas, tem que levar em conta que o ambiente competitivo está em constante mudança. Nesse ponto, pode- 
se distinguir a gestão financeira doméstica da gestão financeira multinacional. Weston e Brigham (2000) destacam que a tarefa de um gestor de uma empresa multinacional é mais 
complexa, pois envolve o conhecimento de: diferentes denominações monetárias, das ramificações econômicas e legais de uma determinada operação, diferentes idiomas, 
diferenças culturais, diferente papel e atuação dos governos e o risco político. 
Para Hoji (2009), em uma operação comercial internacional, surgem dois outros tipos de risco, o risco de cambial e o risco político. O risco cambial pode ser definido como a 
variação inesperada e não quantificável da moeda estrangeira em relação à moeda local. Para Gitman (2004), como muitas empresas atuam também em mercados estrangeiros, 
parte das suas receitas e de seus custos está atrelada à moeda estrangeira, desse modo, o risco cambial é causado pela oscilação da taxa de câmbio entre as moedas doméstica e 
estrangeira, causando assim oscilações na receita e nos custos da empresa. 
Para reduzir o risco de câmbio, são adquiridas divisas no mercado a termo ou é realizado hedging no mercado futuro (HOJI, 2009). Na gestão internacional de caixa, uma empresa 
multinacional pode reagir aos riscos de câmbio existentes protegendo (fazendo hedge) suas exposições indesejáveis em termos de caixa ou realizando certos ajustes em suas 
posições (GITMAN, 2004, p. 661). O Quadro 2 apresenta uma lista de ferramentas para redução do risco de câmbio. 
Quadro 2 : Ferramentas utilizadas para redução do risco de câmbio 
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Por sua vez, o risco político existe quando o governo do país devedor não permite a remessa de divisas para o exterior, em determinadas circunstâncias. Hoji (2009) destaca que 
para reduzir o risco político, são exigidas cartas de crédito, seguro de crédito para exportação, fianças bancárias internacionais e garantias de agências oficiais de fomento. No 
Quadro 2, é apresentada uma lista de medidas para mitigar o risco político: 
Quadro 3: Enfoques para lidar com riscos políticos 
Outro ponto importante para a empresa é a decisão de como atender às necessidades financeiras previstas, uma decisão de investimento. Entretanto, o crescente fluxo de capital 
especulativo entre os países aumenta a volatilidade no preço de diversos ativos financeiros, os quais exercem influência nos ativos reais da economia. 
Em 1944, celebrou-se o Acordo de Bretton Woods, que deu vida ao que muitos consideram o mais bem-sucedido arranjo institucional das finanças 
internacionais dos últimos 150 anos. Dele emergiu uma nova ordem financeira internacional, que procurava combinar a estabilidade propiciada pelo 
regime de câmbio fixo do antigo padrão ouro com a flexibilidade necessária no período pós-guerra. A partir de 1973, findou-se esse acordo e as 
moedas dos diferentes países passaram a oscilar livremente, sendo a taxa de câmbio uma importante variável nas análises econômicas, a partir de 
então. 
Fonte: CUNHA, A. M., 2006, p. 483-501. 
De acordo com Hull (2006), a volatilidade de um ativo é a medida de incerteza quanto aos retornos por ele proporcionados. Essa característica implica em maior instabilidade na 
realização dos negócios, devido ao elevado grau de risco presente na comercialização do produto. Segundo Purcell e Koontz (1999), o cálculo da volatilidade é realizado a partir de 
uma série temporal histórica dos preços diários de um determinado ativo, por meio da fórmula: 
Em que, 
s é a volatilidade histórica; 
n é o número de variações nos preços (logo, n+1 é o número de observações de preços); 
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sendo s o preço do ativo que está sendo analisado, com média r . i 
Enfim, incorporamos novas variáveis relacionadas à decisão de planejamento e controle financeiro do gestor público. Em um ambiente cada vez mais competitivo, o gestor público 
se defronta com variáveis que estão fora do seu controle e uma dessas variáveis é a concorrência. Como o ambiente competitivo está em constante mudança, o gestor deve 
considerar esse ponto em sua análise. Em uma estratégia de longo prazo, esse ambiente competitivo conduz à busca de economias de escala, maior eficiência administrativa, novos 
insumos, diversificação etc., fato que faz com que o gestor cogite a possibilidade de atuar em novos mercados, especialmente em mercados internacionais. Nessa esfera, 
identificamos novos riscos, o risco cambial e o risco político e os instrumentos utilizados para reduzir esses riscos, demonstrando que o simples crescimento do mercado financeiro 
propicia um maior movimento especulativo dos ativos e, consequentemente, atribui uma maior volatilidade do mercado. Saber calcular e interpretar essa volatilidade é uma 
ferramenta importante na gestão financeira de uma empresa. 
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ATIVIDADES 
1. O sucesso da operação, do desempenho e da viabilidade a longo prazo, de qualquer negócio, depende de uma sequência contínua de decisões. Dentre as decisões presentes no 
planejamento de uma empresa, é correto afirmar: 
a) As decisões estratégicas estão ligadas ao dia a dia da empresa, tomadas para alcançar padrões de funcionamento preestabelecidos. 
b) As decisões administrativas permitem a geração de um nível detalhado de informação de tarefas ou atividades possibilitando a criação de indicadores plausíveis sobre a situação 
da empresa. 
c) As decisões operacionais ocorrem no nível gerencial e produzem efeitos a médio prazo; estão relacionadas com a estruturação dos recursos da empresa visando ao melhor 
resultado possível. 
d) As decisões financeiras envolvem tanto o diagnóstico, monitoramento, a tomada dedecisões e prognósticos quanto ao futuro do empreendimento, sendo que essas decisões 
impactam sobre os recursos financeiros existentes. 
e) As decisões financeiras de longo prazo englobam colocação de disponibilidades, cessão de créditos, endividamento e recursos bancários. 
2. A atuação profissional de um gestor financeiro é a de “aparar as arestas”, ou seja, se precaver de surpresas derivadas do desconhecido e antecipar decisões minorando os riscos 
conhecidos. Em última instância, esse gestor está lidando com o risco e a incerteza. Nesse contexto, classifica as opções abaixo em risco e incerteza: 
I) Contingência desfavorável e pode ser medido em termos de probabilidade objetiva. 
II) Todo evento derivado do desconhecido. 
III) Situações singulares, em que não há a possibilidade do cálculo, a priori, de algo acontecer. 
IV) São fenômenos que se pode identificar e medir, avaliar e minimizar por meio de uma gestão técnica. 
A classificação correta é: 
a) I- incerteza; II - risco; III - risco; IV - incerteza. 
b) I- risco; II - incerteza; III - incerteza; IV - risco. 
c) I- risco; II - risco; III - incerteza; IV - risco. 
d) I- incerteza; II - incerteza; III - risco; IV - incerteza. 
e) I- risco; II - risco; III - incerteza; IV - incerteza. 
3. O risco pode ser classificado de acordo com as suas fontes e os agentes que são afetados por esse risco. Quanto à tipologia dos riscos, é correto afirmar: 
a) O risco operacional está associado à capacidade da empresa de saldar suas operações. 
b) O risco financeiro está associado à capacidade da empresa de cobrir seus custos de produção. 
c) O risco de liquidez está relacionado com a possibilidade de que um ativo não possa ser liquidado com facilidade a um preço concebível. 
d) O risco de mercado está atrelado à volatilidade da taxa de câmbio. 
e) O risco de evento está atrelado a mudanças adversas na legislação tributária. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
No campo das finanças, a administração financeira é uma ampla área que envolve decisões estratégicas, tácitas e operacionais da empresa. Nessa área, podemos ilustrar os 
conceitos de função financeira, gestão financeira e análise financeira. A função financeira engloba a preparação, execução e controle das decisões financeiras da empresa. 
Por sua vez, a gestão financeira é um conjunto de rotinas relacionadas a aspectos do passado (registro e monitoramento), do presente (controle financeiro) e do futuro 
(planejamento financeiro) da instituição. E a análise financeira engloba um conjunto de instrumentos, técnicas e métodos necessários para gerar informações úteis à gestão 
financeira. 
As decisões são tomadas levando em conta três ciclos que coexistem dentro da empresa: ciclo operacional, ciclo econômico e financeiro. Esses ciclos refletem a cultura 
organizacional da empresa e afetam decisões, como a estocagem e a política de crédito, além de influenciar aspectos relacionados ao fluxo de caixa e capital de giro da empresa. 
Para entender o estado da arte da gestão financeira, apresentamos alguns fatos históricos e teorias que foram responsáveis pelo arcabouço institucional da gestão financeira 
moderna. Porém, como ponto de partida, focamos na década de 1950, período em que foram formadas as bases das finanças modernas. O passo seguinte é mostrar os riscos 
decorrentes do ambiente econômico no qual a empresa está inserida. 
Com a análise do binômio risco-retorno, reescrevemos um conhecido ditado popular para“quanto maior o risco percebido maior será o retorno potencial”, identificando assim a 
importante diferença de risco e incerteza. Posteriormente, classificamos os diferentes riscos existentes: financeiro, operacional, liquidez, mercado etc. Posteriormente, vamos 
realizar uma análise do ambiente institucional, apresentando os conceitos de Sistema Financeiro Nacional, Mercado Financeiro e Mercado de Capitais. 
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REFERÊNCIAS 
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REFERÊNCIAS ON-LINE 
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Economia e Sociedade , Campinas, n. 7. Instituto de Economia/Unicamp, 1996. 
BERNSTEIN, P. L. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco . 10. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 
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out. 2014. 
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APROFUNDANDO 
Farias (2013) realizou um estudo sobre os ciclos presentes na atividade Bombeiro Militar, em Alagoas. Nesse sentido, o ciclo operacional é composto de quatro fases: 
Fase preventiva ou normativa: nessa fase, busca-se evitar a ocorrência do sinistro, analisar os riscos, estudar, revisar e elaborar normas de segurança. O objeto da fase preventiva 
ou normativa constitui-se das normas de segurança consagradas nacionalmente e internacionalmente. Os recursos humanos da fase preventiva ou normativa constituem-se dos 
militares especializados nas atividades de segurança contra incêndio e pânico e de elaboração de textos normativos. Os recursos materiais constituem-se de um acervo bibliográfico 
de normas e catálogos técnicos sobre equipamentos, sistemas, processos e métodos de segurança. 
Fase passiva ou estrutural: nessa fase, busca-se restringir ou minimizar, com prontidão, as consequências e os danos de um sinistro, que não pode ser evitado, instalando, 
inspecionando, fazendo manutenção e operando sistemas e dispositivos de segurança contra incêndio e pânico. O objeto da fase passiva ou estrutural constitui-se dos projetos, dos 
sistemas e dos dispositivos de segurança, alocados nas instalações prediais, industriais ou comerciais. Os recursos humanos da fase passiva ou estrutural constituem-se de pessoal 
habilitado, ou seja, com formação ou especialização nas atividades de elaboração de projetos, instalação, manutenção e operação de sistemas e dispositivos de segurança 
(proteção física de estabelecimentos). Os recursos materiais constituem-se de sistemas, equipamentos e dispositivos de segurança que fazem parte ou que estão alocados na área 
de edificação do próprio usuário. 
Fase ativa ou de combate: constitui-se do socorro ou da prestação de serviço quando há participação do poder operacional da corporação, no atendimento a qualquer caso real de 
sinistro, para extinguir o incêndio, prestar atendimento pré–hospitalar, resgatar ou salvar vidas e bens. O objeto da fase ativa ou de combate é formado pelo poder operacional da 
corporação, das técnicas, táticas e estratégias das operações de bombeiro militares. Os recursos humanos da fase ativa ou de combate constituem-se do próprio efetivo da 
corporação em suas diversas áreas de atuação específicas. Os recursos materiais da fase ativa ou de combate são as viaturas e equipamentos empregados nas missões 
institucionais. 
Fase investigativa ou pericial: a finalidade da fase investigativa ou pericial é elucidar a causa de surgimento de caso real de sinistro, ocorrência de propagação, surgimento de 
vítimas e respectivos prejuízos, e, principalmente, para retroalimentação das demais fases do ciclo operacional. O objeto da fase investigativa ou pericial é o próprio local ou caso 
real de sinistro, seus indícios e vestígios relativos e absolutos. Os recursos humanos da fase investigativa ou pericial são os peritos, os auxiliares de perícia e os técnicos de 
laboratório. A fase investigativa ou pericial é imprescindível para que se tenha o ciclo operacional de bombeiro completo, pois esta funciona como retroalimentação do ciclo 
operacional de bombeiro. 
Enfim, esse relato de caso nos mostra que cada atividade tem suas peculiaridades, sendo necessário entender o funcionamento de cada ciclo presente nessas atividades. Para saber 
mais sobre o assunto, acesse: 
< http://www.pergamum.udesc.br/ dados-bu/00001a/00001a5f.pdf >. 
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EDITORIAL 
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Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação 
a Distância; TONIN, Julyerme. 
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Julyerme Tonin. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
35 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0014-6 
CDD - 22 ed. 352.4 
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INSTRUMENTOS DE 
PLANEJAMENTO E CONTROLE 
FINANCEIRO 
Professor (a) : 
Me. Julyerme Tonin 
Objetivos de aprendizagem 
• Apresentar o conceito introdutório de orçamento empresarial. 
• Definir os conceitos de orçamento operacional, de caixa e de capital. 
• Apresentar os conceitos de política de crédito e de cobrança e gestão de estoque. 
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Conceito de Orçamento 
• Planejamento do Capital de Giro e Fluxo de Caixa 
• Política de Crédito e Gestão de Estoque 
Introdução 
Os conceitos predominantes da função financeira na atualidade, apresentados na unidade I, são frutos do conhecimento acumulado ao longo do tempo. Nesse contexto, as 
atribuições do gestor financeiro tornaram-se cada vez mais complexas e pluralistas. Por exemplo, sabemos que o gestor financeiro toma decisões com base em dados e indicadores 
provenientes de uma constelação de processos desenvolvidos no interior da empresa. No entanto, essas decisões financeiras não ocorrem em um ambiente de total certeza em 
relação a seus resultados. Assim, por estarem focadas no futuro da empresa, essas decisões envolvem certo grau de risco e incerteza. 
Como forma de minimizar os riscos e incertezas na tomada de decisões, é fundamental que o gestor financeiro domine os instrumentos de planejamento e controle financeiro. 
Assim, você irá conhecer alguns instrumentos úteis ao planejamento e controle financeiro, como: orçamento, capital de giro, fluxo de caixa, política que crédito e gestão de estoque. 
Antes de abordar cada um desses temas, é necessário enfatizar também que o Planejamento e Controle Financeiro (PCF) são instrumentos úteis para a racionalização dos gastos, 
segurança e qualidade dos projetos e otimização dos investimentos. O processo de planejamento deve incorporar os fatores de perturbação (riscos) suscetíveis de ocorrer e, 
consequentemente, afetar os resultadosda empresa. Por sua vez, o controle tem o papel de acompanhar custos e confrontar os resultados obtidos com as estimativas realizadas. É 
na etapa de controle que são revistas as estimativas, ocorrendo, assim, um feedback entre controle e planejamento e vice-versa. 
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CONCEITO DE ORÇAMENTO 
Uma das etapas no processo de decisão do gestor financeiro é a etapa de Análise, Planejamento e Controle Financeiro. Weston e Brigham (2000) destacam que o Planejamento 
Financeiro envolve a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseada em estratégias alternativas de produção e marketing, seguidas pela decisão de como atender às 
necessidades financeiras previstas. Enquanto que o Controle Financeiro situa-se na fase de implementação dos planos, caracterizando-se como um processo de ajustamento em 
feedback para assegurar que os planos sejam seguidos e modificar os planos existentes em resposta a mudanças no ambiente operacional. 
Nessa fase de planejamento e controle, uma importante ferramenta é o orçamento. O Orçamento nada mais é do que um instrumento contendo a definição quantitativa dos 
objetivos da empresa e dos recursos necessários para que sejam atingidos esses objetivos. Enquanto que no planejamento persegue-se o futuro da empresa, o orçamento é o elo 
final desse planejamento, pois o mesmo expressa em termos monetários o planejamento operacional da empresa. 
“Uma crítica que se faz ao processo orçamentário é que o mesmo demanda muito tempo, é muito dispendioso e adiciona pouco valor aos seus 
usuários, além de estar desconectado do ambiente competitivo e econômico da empresa”. 
Essas foram algumas das críticas apontadas no estudo de Hope e Fraser (2003). 
Com base no que estudamos até aqui, reflita sobre as potenciais desvantagens apresentadas pelos autores. 
Fonte: o autor 
Para Gonçalves (2000), as empresas são grandes coleções de processos, como: administração geral, manufatura, marketing, processos educacionais, desenvolvimento de tecnologia, 
financeiro, organizacionais, legais, comerciais, de suporte aos clientes, entre outros. Baseado nas considerações de Peter Keen (1997), o autor destaca que o grupo financeiro, pode 
ser subdividido em: gestão do orçamento empresarial, planejamento de investimentos, acompanhamento do desempenho, gestão de créditos aos clientes, gestão de caixa, entre 
outros. 
Então, caro(a) aluno(a), até aqui já vimos que uma das etapas da gestão financeira compreende a análise, planejamento e controle. No tocante ao planejamento, podemos selecionar 
uma parcela importante referente à gestão do orçamento empresarial. Desse modo, estamos saindo do foco abrangente da gestão financeira, para o foco mais específico da gestão 
do orçamento. 
Para Leite et al. (2008), o orçamento empresarial não deve ser entendido como instrumento limitador e controlador de gastos, mas como forma de focalizar a atenção nas 
operações e finanças da empresa, antecipando os problemas, sinalizando metas e objetivos que necessitem de cuidado por parte dos gestores, contribuindo para a tomada de 
decisões com vistas ao atendimento da missão e do cumprimento das estratégias das empresas. 
Para Atkinson et al. (2000 apud LEITE et al., 2008), o orçamento reflete as condições quantitativas de como alocar recursos para consecução dos objetivos, bem como é o 
instrumento de divulgação das metas de curto prazo da empresa. Para Frezzatti (2006), o orçamento é mais do que uma estimativa, pois evidencia o compromisso dos gestores em 
termos de objetivos e metas a serem alcançados. Para Leite (2008), outra finalidade do orçamento é indicar a existência de problemas potenciais e servir como ferramenta para 
encontrar as respectivas soluções. Ademais, o orçamento disponibiliza informações de quanto recurso será necessário para financiar os estoques de um determinado ciclo 
produtivo, antevendo potenciais problemas, funcionando, assim, como uma ferramenta para encontrar as possíveis soluções. 
Cabe destacar que o processo orçamentário refere-se ao conjunto das atividades 
de planejamento, coordenação, preparação, controle e reprogramação das operações empresariais. Para Frezatti (2006), o processo orçamentário da empresa pode ser dividido em 
planos que englobam aspectos relacionados ao orçamento operacional, de caixa e de capital, os quais são: plano de marketing, plano de produção, plano de investimento, plano de 
recursos humanos, plano de custos e despesas e plano financeiro. 
Dependendo da atividade de planejamento também é possível particionar o orçamento em diferentes extratos. Leite (2008), em sua dissertação de mestrado, divide o orçamento 
levando em conta a sua estrutura e finalidade. Para a autora, o orçamento pode ser dividido em: 
• Orçamento Operacional - focado nas atividades geradoras de renda de uma determinada empresa, o qual pode ser subdividido em: Orçamento de Vendas; Orçamento de 
Produção; Orçamento de Despesas Administrativas Financeiras; Orçamento de Marketing, e Outras Receitas e Despesas Operacionais (LEITE, 2008, p. 125). 
• Orçamento de Caixa - apresenta os recursos necessários para a execução do plano geral de operações e também da realização das transações monetárias da empresa (LEITE, 
2008). Uma das conclusões a partir da observação desse orçamento é o caixa mínimo operacional, ou seja, o saldo de caixa que uma empresa planeja ter no início do mês a fim de 
conduzir suas atividades no período (WESTON; BRIGHAM, 2000). 
• Orçamento de Capital - ou orçamento de investimentos - engloba as despesas necessárias para aquisição, modificação, substituição, construção e transformações que tenham o 
caráter de melhoria ou reposição da capacidade produtiva ou prestação de serviços (LEITE, 2008). Constitui- se em um programa de aplicação de capital de longo prazo vinculado 
ao plano estratégico da empresa (HOJI, 2009). 
Orçamento de capital faz parte do plano estratégico da empresa e pode englobar diferentes projetos: substituição de equipamentos com o intuito de manutenção dos negócios; 
substituição de equipamentos visando à redução do custo; expansão dos produtos ou mercados existentes; expansão em novos produtos ou mercados e projetos de segurança e ou 
ambientais para atender à legislação, acordos trabalhistas etc. (WESTON; BRIGHAM, 2000). 
O processo de orçamento de capital consiste em cinco fases distintas e inter- relacionadas que, segundo Gitman e Madura (2003), são: 
• Geração de propostas: feitas em todos os níveis da empresa, devendo ser revisadas em nível superior, principalmente as que são mais dispendiosas. 
• Revisão e análise: permite analisar a adequação das propostas e sua viabilidade econômica. Nessa fase, rejeitam-se ou não se rejeitam os projetos. 
• Tomada de decisão: com base em informações das etapas anteriores e no recurso disponível (próprio ou financiado), a empresa decide sobre o que e onde investir. 
• Implementação: após a aprovação, os gastos são feitos e os projetos, implementados. Normalmente, os gastos de um grande projeto ocorrem em fases. 
• Acompanhamento: os resultados são monitorados e os custos e benefícios são comparados com a previsão. 
O horizonte do planejamento do orçamento depende das incertezas presentes no mercado e dos objetivos do próprio orçamento. Os orçamentos a longo prazo, chamados 
orçamentos de capital, são quase sempre preparados para determinados projetos, como compras de equipamentos, localização de fábricas e introdução de linhas de produtos, 
geralmente compreendem um maior período de tempo. 
Existem diferentes metodologias de elaboração do orçamento. Além da clássica classificação quanto à sua estrutura e finalidade (OrçamentosOperacional, de Caixa e de Capital), o orçamento pode ser classificado quanto ao nível de Atividade (Orçamento Estático ou flexível), ao período de 
tempo (Orçamento Periódico ou contínuo) e à Projeção de Valores (Orçamento Incremental, Base Zero ou por Atividades). 
Fonte: LEITE, R. M. (2008). 
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Os orçamentos gerais, que consolidam os planos globais de uma organização em um prazo mais curto, são geralmente preparados anualmente. Para Hoji (2009), o orçamento geral 
de uma empresa é formado por um conjunto de orçamentos específicos: orçamento de vendas, de produção, de matérias-primas, de custos indiretos de fabricação, de custo de 
produção, de despesas gerais, de investimento de aplicação financeiro de caixa e de resultado. Na literatura internacional, Hansen e Mowen (2003) apresentam um fluxograma do 
processo orçamentário ou um orçamento mestre que permite relacionar os diferentes extratos do processo orçamentário (Figura 1). 
Figura 1: Modelo de Fluxograma do processo Orçamentário Fonte: Leite (2008, p.147) 
Enfim, o orçamento compõe-se em um elemento primordial, na medida em que se constitui na formalização do plano estratégico, em um instrumento ativo de controle e 
acompanhamento das metas estabelecidas pela empresa. 
PLANEJAMENTO DO CAPITAL DE GIRO E FLUXO DE 
CAIXA 
Até então, falamos sobre vários aspectos do planejamento da empresa. Destacamos que após a etapa de registro e monitoramento, tem-se a etapa de controle financeiro e, 
posteriormente, de planejamento financeiro. Assim, o planejamento financeiro em si está vislumbrando o futuro da empresa. Vimos também que o planejamento antecede as 
decisões de investimento da empresa. Quanto ao termo capital, até então, só mencionamos o orçamento de capital, que constitui-se em um programa de aplicação de recursos 
vislumbrando o longo prazo. 
Nessa etapa, partimos para duas variáveis importantes para qualquer gestor financeiro, o capital de giro e o fluxo de caixa. Para Hoji (2009), o estudo do capital de giro é 
fundamental para a gestão financeira, dado que a empresa precisa recuperar os custos realizados em um ciclo operacional e obter o lucro desejado. Assaf Neto (2007) salienta que a 
importância do planejamento do capital de giro para as empresas tem aumentado nos últimos anos, em decorrência das elevadas taxas de juros praticadas no mercado, do 
acirramento da concorrência determinado pela abertura de mercado e dos planos de expansão das empresas. 
Para Hoji (2009), o capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicadas em ativos circulantes, que se transformam constantemente 
dentro do ciclo operacional da empresa. Para Assaf Neto (2007), a gestão do capital de giro (circulante) envolve basicamente as decisões de compra e venda tomadas pela empresa, 
assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras. 
A expressão “capital de giro” originou-se com o velho mascate ianque que lotava sua carroça com mercadorias e então se punha a caminho para 
vender seus artigos. Chamava-se capital de giro porque era o que ele na verdade vendia ou“girava” para produzir seus lucros. A carroça e o cavalo 
eram seus ativos permanentes. O consumo de capital para comprar as mercadorias, foram os empréstimos de capital de giro (WESTON; BRIGHAM, 
2000, p. 379). 
Enfim, qualquer que seja a noção adotada, o conceito de capital de giro (circular de capital circulante) identifica os recursos que giram (circulam). Em outras palavras, corresponde a 
uma parcela de capital imposta ao negócio em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, que assume várias formas ao longo do seu ciclo produtivo e de vendas 
(ASSAF NETO, 2007). 
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Em termos contábeis, tem-se a definição de Capital de Giro Líquido (CGL), exibindo o valor líquido das aplicações, ou seja, processado no ativo (capital) circulante da empresa, ou 
seja, é calculado pela diferença entre o Ativo e o Passivo Circulante. Entretanto, na utilização do termo Capital de Giro Próprio (CGP), o mesmo pode ser feito por meio da simples 
diferença entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente, demonstrando assim o volume de capital próprio da empresa que está financiando o ativo circulante e o realizável a. 
longo prazo (ASSAF NETO, 2007). 
Para Hoji (2009), os passivos circulantes representam as fontes de financiamento do capital de giro na empresa, no curto prazo, sendo que algumas fontes são geradas pelas 
próprias operações da empresa (duplicatas a pagar, salários e encargos a pagar etc.), enquanto outras fontes são provenientes de atividades financeiras (financiamento e 
empréstimos bancários). 
Em termos econômicos, o capital de giro é afetado por uma importante variável, a inflação. As variações nos preços por si só não são apenas o problema, o problema ocorre quando 
há variações desproporcionais nos fatores de produção e nos preços das mercadorias. Também é necessário corrigir o capital de giro, exigindo uma maior margem de precaução de 
recursos. 
Juntamente com o conceito de capital de giro, tem-se o conceito de fluxo de caixa. O fluxo de caixa nada mais é do que uma ferramenta que controla a movimentação financeira em 
um determinado período de tempo. O fluxo de caixa é um recurso fundamental para os gestores saberem com precisão qual a situação financeira da empresa, e possibilita ao gestor 
vislumbrar o montante de obrigações assumidas, quais os valores a receber e o saldo disponível. 
As principais funções da caixa de diálogo são o banco mínimo de caixa que pode ser utilizado imediatamente. Nesse sentido, Hoji (2009) destaca que a empresa deve levar em conta 
as seguintes obrigações para manter o saldo mínimo de recursos no caixa: pagamentos e compromissos financeiros decorrentes da compra de matérias- primas e contratação de 
serviços; amortização de empréstimos e financiamentos, desembolso para investimentos permanentes e pagamentos de eventos não previstos. 
Cabe destacar também que a manutenção do saldo mínimo de caixa está focada no curto prazo da empresa. Porém, a boa gestão do caixa também permite conhecer a capacidade 
de obtenção de caixa a longo prazo, ou seja, sabendo o montante que a empresa poderá tomar emprestado, é possível planejar um crescimento sustentável da empresa. 
Em termos contábeis, seguindo uma tendência internacional, a Lei 11.638/07 modificou o artigo 176 da Lei 6.404/76, determinando a elaboração e 
publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) para as companhias abertas e companhias fechadas de grande porte (BRASIL, 2007). 
De forma simplificada, a Demonstração dos Fluxos de Caixa indica a origem de todo o dinheiro que entrou em caixa (e equivalentes a caixa) bem como a aplicação de todo o 
dinheiro que saiu do caixa em determinado período e, ainda, o resultado do fluxo financeiro. 
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de 
caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor (Resolução CFC 1.125/08, item 7). No Brasil, as aplicações financeiras no 
mercado primário em títulos de renda fixa, públicos ou privados, por um prazo de até 90 dias contados da data da aquisição do título, podem ser 
enquadradas na categoria de equivalentes de caixa (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 567). 
Para Iudícibus et al. (2010), a função da DFC é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro, de uma empresa, ocorridos durante certo período, 
auxiliando na análise da capacidade da entidade de gerar e de suas necessidades de utilizar caixa e equivalentes de caixa. 
De acordo com o autor, a DFC é chamada de demonstração dos fluxosde caixa (no plural) porque engloba os fluxos de três atividades distintas: 
• Operacionais: envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e 
financiamento (CPC 03, item 06). Normalmente, relacionam-se com as transações que aparecem na Demonstração de Resultados. Exemplos: recebimentos pela venda de produtos 
e serviços à vista e pagamento à vista de fornecedores. 
• Investimentos: atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa 
(CPC 03, item 06). As aquisições de Ativos não Circulante – Imobilizado, Investimentos e Intangível bem como a venda destes itens e a participação em outras empresas devem ser 
destacadas nesta atividade. 
• Financiamentos : atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade (CPC 
03, item 06). Exemplos: financiamentos e aporte de capitais, como também o pagamento de dividendos e amortização de financiamentos. 
Existem duas formas de evidenciação da DFC, a elaborada pelo método direto e a elaborada pelo método indireto. Tanto o método Direto como o Indireto devem destacar os fluxos 
das atividades: operacionais, de investimento e de financiamento. A principal diferença entre os métodos que pode ser destacada refere-se à apresentação das atividades 
operacionais. 
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais, como os recebimentos pelas vendas de produtos e 
serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo final das operações expressa o volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um período. 
O método indireto faz“conciliation between the late graphic”ou o mecanismo de operações organizacionais, por isso também é chamado de método da conciliação. Para fazer a 
conciliação entre o lucro líquido com o caixa gerado nas operações, é necessário: remover do lucro líquido os diferimentos de transações que foram caixa no passado e todas as 
alocações no resultado de eventos que podem ser caixa no futuro, e remover do lucro líquido as alocações ao período do consumo de ativos não circulantes e aqueles itens cujos 
efeitos no caixa sejam classificados como atividades de investimento ou financiamento (IUDÍCIBUS et al., 2010). 
O acirramento da concorrência exige das empresas maior eficiência na gestão dos seus recursos. A busca pela eficiência induz os responsáveis pela 
gestão empresarial a avaliarem suas decisões embasadas em informações consistentes, sendo que o fluxo de caixa é uma importante ferramenta de 
gestão. Nesse contexto, o que é mais prejudicial à empresa, a insuficiência ou o excesso de recursos em caixa? 
Fonte: o autor 
Enfim, a movimentação das disponibilidades do caixa da empresa, em um dado período, deve ser estruturada na DFC, conforme as atividades: operacionais, de investimentos e de 
financiamento. A soma algébrica dos resultados líquidos de cada um desses grupamentos totaliza a variação no caixa do período, que deve ser conciliada com a diferença entre os 
saldos respectivos das disponibilidades, entre o início e o fim do período considerado. Stickney e Weil (2001) apresentam de uma forma simplificada como é elaborada a DFC 
(Figura 2). 
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Figura 2: Etapas de Elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
Fonte: adaptada de Stickney e Weil (2001, p. 173). 
POLÍTICA DE CRÉDITO E GESTÃO DE ESTOQUES 
Para Hoji (2009, p. 509), “o planejamento financeiro consiste em adequar o volume de recursos exigidos para executar as atividades operacionais e de investimento da empresa, com 
as fontes de recursos”. Nesse contexto, é necessário avaliar tanto a estrutura de capital quanto a capacidade de obtenção de financiamento de uma determinada empresa. Nesse 
contexto, planejar, controlar e analisar adequadamente a alocação de recursos na empresa é uma importante tarefa do gestor financeiro. 
Desse modo, segundo o autor, o planejamento e controle das operações financeiras devem avaliar o comportamento das despesas e das receitas financeiras. A formulação de 
orçamentos, o acompanhamento do fluxo de caixa e capital de giro são ferramentas úteis nesse processo. Primando por uma adequada alocação de recursos da empresa, o gestor, 
juntamente com a alta administração, deve formular um política de crédito ou de cobrança e uma adequada gestão de estoques. 
Para Weston e Brigham (2000), o volume de vendas e a média de deslocamento entre as vendas e as carreiras são características dos responsáveis pelo acúmulo de renda. Ou seja, 
ao conceder o crédito, a empresa aumenta suas vendas, reduz os seus estoques e aumenta a sua conta. Porém o autor ressalta que essas posições em recebíveis têm custos diretos e 
indiretos, então, cabe ao gestor monitorar os recebíveis da empresa, elaborando uma política de crédito e um nível ótimo de contas a receber. Para Schrickel (2000, p. 25), crédito 
pode ser descrito como “ato de cessão temporária de parte do patrimônio a um terceiro com a expectativa de que esta parcela volte à sua posse integralmente, após decorrido o 
tempo estipulado”. 
A gestão de crédito e cobrança é uma ação coordenada pela área comercial da empresa e envolve riscos decorrentes da inadimplência dos clientes. Então, o risco de crédito figura 
juntamente com os riscos operacionais e financeiros, dentre os principais riscos da empresa. Sendo que um desses riscos pode potencializar os demais riscos. 
Para J. P. Morgan (2013), o risco de crédito pode ser definido como a possibilidade de perdas resultantes pelo não recebimento de valores contratados junto a clientes em 
decorrência da incapacidade econômico-financeira desses mesmos clientes. 
Para Sousa e Chaia (2000), a venda a prazo consiste na troca de um ativo real (bem) por um direito a realizar-se no futuro (crédito), assim a avaliação da relação risco- retorno 
também deve ser aplicada para vendas a prazo. As vendas a prazo geram, para a empresa, indicadores, como o prazo médio de cobrança e o cronograma de vencimentos. 
É interessante destacar que a avaliação do risco de crédito está relacionada com o ciclo econômico. 
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Podemos verificar que em momentos distintos de um determinado ciclo econômico, as taxas de juros oscilarão, fato que pode contribuir com uma 
maior ou menor inadimplência. Essa relação entre ciclo econômico e probabilidade foi fundamental para a elaboração de uma matriz de risco da 
Standard & Poor´s para avaliar diferentes categorias de clientes (rating). 
Nesse contexto, desenvolveu-se a avaliação de risco de investimento, ou seja, um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para 
alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. A partir da nota de risco recebida 
por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o 
capital investido por causa da instabilidade do país em questão. Segue abaixo um exemplo da atuação das agências de rating: 
O Prazo Médio de Cobrança é parte integrante dos ciclos operacional e financeiro da empresa e pode ser descrito como o tempo decorrido, em média, entre a venda de seus 
produtos e o efetivo ingresso dos recursos. Enquanto que, para Weston e Brigham (2000), o cronograma de vencimentos é um relatório que mostra o comportamento dos 
recebíveis, com informações sobre o tempo até ser pago, a percentagem dos recebíveis atualmente vencidos ou a vencer em um determinado período de tempo. Outro ponto 
importante na análise do crédito são os parâmetros

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