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SÍNDROMES EXTRAPIRAMIDAIS Semiologia do adulto e do idoso – EDUARDO FERREIRA Vias extra piramidais regulam a motricidade voluntária e contribui para involuntária. Estão relacionados com o tálamo, cerebelo e gânglios da base. Estas vias não sofrem decussação, são elas: Rubro-espinhal – Mm distais dos membros Tecto-espinhal: músculos da cabeça Retículo-espinhal – Ritmicidade da marcha o Bulbar – fascículo anterior – inibe movimentos antigravitários o Pontina – Fascículo lateral – estimula movimentos antigravitários Vestibulo-espinhal – manutenção do equilíbrio Harmoniza os movimentos e atua em movimentos automáticos e involuntários. Síndrome paleostriatal - Estão relacionadas com a iniciativa motora causando bradicinesia ou acinesia. Deficiência de movimentos voluntários, involuntários, movimentos automáticos e associados. Confere na síndrome parkinsoniana: Marcha em bloco, a pequenos passos, fáceis amímica. Hipertonia muscular (rigidez plástica) Tremor rítmico de repouso (comprometimento nigropalidal) Acinesia pode ser encontrada na doença de Wilson (degeneração hepatolenticular) Aspectos clínicos das síndromes – Tálamo – relaciona com os grupos talâmicos afetados: Grupo anterior: déficit de atenção, acinesia, alteração da linguagem e amnésia. Grupo posterior: hemianestesia, dor, defeitos no campo visual e déficit de atenção. Grupo lateral: perda sensitiva, dores paroxísticas e hemiataxia controlaterais. Distonia, mioclonias e Asterix. Grupo medial: apatia, agitação, sonolência e coma. Cerebelo Aferencias do cerebelo Via cortiço-ponto-cerebear – origina-se no córtex motor, pré-motor e somato-sensorial – planejamento de movimentos complexos. Feixe olivocerebelar – córtex motor, gânglios da base e formação reticular - correção do movimento em execução. Feixe vestíbuo-cerebelar – origem nos núcleos vestibulares – posição cefálica – auxílio no equilíbrio. Tratos espino-cerebelares dorsal e ventral – O primeiro tem duas aferências (fusos neuromusculares e órgãos tendinosos de Golgi) – avaliação inconsciente da posição e velocidade de movimento do corpo, assim como grau de contração muscular. O segundo tem aferencia de estímulos que chegam à base do corno posterior da medula – conduz informações posturais de todo um membro ao cerebelo. Aspectos clínicos – Cerebelo Astasia – dificuldade de manter-se de pé – base de sustentação alargada – tendência à queda multidirecional. Abasia – Dificuldade de marcha – forma ebriosa. Dismetria – Não consegue distinguir um alvo – movimentos interrompidos antes (hipometria) ou depois (hipermetria) do alvo. Decomposição – movimentos realizados em etapa – dificuldade de coordenação da musculatura. Disdiadococinesia: dificuldade de realizar movimentos rápidos, alternantes e coordenados. Tremo: elevada amplitude e baixa frequência, acentua no final do movimento. Gânglios da base Execução de padrões da atividade motora, controle cognitivo das sequências de padrões motores e auxilia na alteração da cronologia e gradação da intensidade de movimentos. Neostriado – aferência do córtex motor e áreas associativas. Núcleo caudado: aferências de áreas associativas – aprendizagem motora Putâmen: aferência do córtex motor Via direta – facilita movimento Via indireta – Inibe movimento o Ambas as vias são startadas pela dopamina. Núcleo lentiforme – putamem, globo pálido externo e interno. Aspectos clínicos Síndrome hipocinética (parkinsonismo) – comprometimento da substância negra pars compacta. o Intensificação da atividade inibitória do complexo pálido medial/substância negra pars reticulata sobre o tálamo – redução do estímulo cortical. o Clínica: Bradicinesia Hipertonia plástica Tremor de repouso de baixa frequência e elevada amplitude, instabilidade postural. Síndrome parkinsoniana bradicinesia, rigidez e tremor de repouso Síndrome hipercinética (Coréia, balismo, distonia e atetose) o Comprometimento dos neurônios do neostriado que tem o GABA e a encefalina como neurotransmissores – diminuição da atividade inibitória do complexo pálido medial/substância negra pars reticulata sobre o tálamo hiperatividade das projeções do tálamo sobe ao córtex. MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS ANORMAIS Estrutura do sistema piramidal, extrapiramidal e cerebelo lesados. Hipercinesias devem ser analisadas quanto a regularidade, frequência, velocidade, ritmicidade, localização e amplitude. Deve ser analisado os diversos fatores: repouso, movimentação voluntária, posturas, fadiga, atenção, estado emocional, sono, medicamentos). Movimentos coréicos – sem finalidade aparente, desordenados, irregulares, bruscos, breves e arrítmicos. Grande amplitude e em qualquer segmento corporal. Coréia de Sydenham ou reumática Heredodegenerativa de Huntington Vascular Infecciosa (encefalites) Tóxica (álcool) Movimentos atetóticos – lentos, ondeantes, irregulares e arrítmicos, sucedendo-se quase continuamente – predomínio distal. Incrementam o movimento atetótico: movimento voluntário é laborioso, postura ereta, marcha, emoções Balismos – grande amplitude, abruptos, contínuos, rápidos e ritmados. Segmentos proximais dos membros. Esteriotipados e violentos, descargas que arremessam o membro. Traduz lesão do núcleo subtalâmico contralateral. Mioclonias – abalo muscular brusco, breve e involuntário. Costumam ser bilaterais – porções proximais dos membros atingindo ou não a face. Podem ser rítmicas (miorritmias); as arrítmicas, simétricas ou não, irregulares e anárquicas, podem ser em salvas sucessivas separadas por intervalos. Mioclonias velopalatinas – músculos orobrânquio- respiratórios – ritmo regular de entre 120 e 140 contrações por minuto, e persistência durante o sono. Convulsões – Tônico – apresenta contração muscular súbita/clônica – movimentos involuntários em ambos os lados Soluços – Espasmo leve do diafragma associado à adução das cordas vocais. Espasmo tetânico – Contínuo, pode provocar trismo (constrição mandibular), riso sardônico e extensão da cabeça. Nos MMII – mão de parteiros – a tetania costuma ser desencadeada por alcalose e/ou hipocalcemia. Sinal de Trousseau e Chvostek Espasmo facial – contrações rápidas, breve intervalo, aspecto contínuo. M. orbicular da pálpebra é comum (blefarospasmo). Às vezes por compressão/irritação da fossa craniana posterior, ou por paralisia facial periférica. Às vezes idiopática. Crises oculógiras – espasmos tônicos da musculatura ocular extrínseca – desvio para várias direções, mais frequênte para cima. Parkisonismos pós-encefalíticos. Distonia de torção – contrações lentas e intensas – torções no corpo. Postura distônica. Início com o movimento voluntário e desaparece em repouso. Questões emocionais. Atetose é uma forma mais lenta desse movimento. Excessiva coativação dos músculos antagonistas durante os movimentos voluntários. Fasciculações – contrações involuntárias visíveis no repouso. Breves, irregulares e não provocam deslocamentos de segmentos corpóreos (ás vezes nos dedos pode). Patologia do neurônio motor periférico (por ELA). Cãibras – espasmos musculares dolorosos que costumam aparecer em resposta a uma forte contração de um músculo já encurtado – manobras que causem estiramento do músculo comprometido aliviam. São associadas à fadiga e a privação do sal. Tremores – oscilações rítmicas, involuntárias, envolvem todo o corpo ou parte do corpo em torno de sua posição de equilíbrio. Aspectos semiológicos Ritmo, amplitude, frequência, sede, complexidade, circunstância de aparecimento (repouso ou atividade neuromuscular), influência de estímulos externos (frio, emoção, fadiga). Tremor de repouso – Parkinsoniano. Durante o sono, o tremor cessa. Ritmo relativamente lento e regular, aparecedurante repouso no segmento afetado, com diminuição ou desaparecimento durante o movimento voluntário, MMII + afetados. Tremor de ação – Aparece durante a atividade gestual – dinâmica ou estática. Tremor cinético – enquanto se movimenta – síndrome cerebelar – decomposição de movimentos Postural – Durante a manutenção de uma atitude. Flapping tremor – tipo especial de tremor de atitude – prova das mãos estendidas – período de latência de uma a dois minutos – descargas sucessivas de flexão-extensão das mãos – bater das asas de um pássaro – batimentos lentos e irregulares, porém sincrônicos. Asteríxis – presente no coma hepático iminente, encefalopatia porto-cava, insuficiência pulmonar crônica, uremia. Doença hepatolenticular – Hipercinesia é um complexo: tremores, espasmos de oposição (movimentos desordenados que se opõem ao movimento), desordenados. Parece em ato voluntário ou manutenção de atitude. Oscilações bruscas, irregulares de grande amplitude. Tremor vibratório – Fino, rápido e nas mãos. Evidenciado na posição de juramento, com folhas de papel sobre dorso da mão. Frequentemente hipertireóideo. Tremores tóxicos – etilismo CASO 1 – SÍNDROME HIPOCINÉTICA Diagnóstico sindrômico – síndrome parkinsoniana Bradicinesia o Nas mãos: tocar os dedos em pinça o Pés: bater os pés nos chão um de cada vez o Predomínio da via indireta Tremor de repouso – predomínio de algum lado?, repouso e distal. Rigidez – alteração do tônus (hipertonia) – sinal da roda denteada. o Diferenciar aumento de tônus Espasticidade – SNMS, corticoespinhais ou piramidais. Rigidez – extrapiramidal Instabilidade postural – puxar o paciente para trás – se cair ou > 2 passos para trás Bradicinesia + um dos acima = síndrome parkinsoniana Síndrome parkinsoniana é diferente de doença de Parkinson Excluir medicações, causas secundárias, sinais de alerta para formas atípicas o Neuroinfecção o Medicação – neurolépticos o Tumores, traumas e hidrocefalia de hipertensão normal Resposta à terapêutica com Levodopa Diagnóstico topográfico – Núcleos da base: substancia negra? Vias de projeção Nigro-estriatais? Diagnóstico etiológico Substância negra diminuída Morte de neurônio por acúmulo de alfa sinucleína Começa no tronco cerebral – constipação, alteração do sono – sistema autonômico e depois migra para os gânglios da base em seguida vai para neocórtex pegando áreas cognitivas (demência na fase tardia) CASO 2 – SÍNDROME HIPERCINÉTICA Pediu para colocar a língua para fora e manter – não consegue Tronco ondulante Mão torta Presença de movimentos involuntários coreiformes acometendo membros, segmento cervical e orobucolingual erráticos, migratórios, não suprimidos, com impersistência motora da língua e maneirismos, não suprimíveis. Predomínio de via direta Síndrome extrapiramidal – hipercinética, caracterizada por coréia generalizada Síndrome cognitivo-comportamental – mal caracterizada (apatia, episódios depressivos, declínio cognitivo e surto psicótico). RASTREIO TC de crânio LCR e EEG inocentes Medicado com Haloperidol em baixas doses com boa resposta – bloqueou excessos de dopa. Caso hereditário de característica dominante, não ligada ao sexo, mas com idade de aparecimento cada vez mais jovem por geração – Fenômeno de antecipação – expansão de nucleotideos COREIA – Movimento involuntário hipercinético, rápido, irregular, arritmico, imprevisível, errático, sem finalidade e ao acaso, que pode acometer qualquer parte do corpo. Sinal da ordenha – Segurar o dedo do examinador – Paciente parece ordenhar Sinal da língua pegadora de mosca – língua parada fora da boca – fica guardando a língua. O paciente não consegue segurar um ato motor por muito tempo. Coréia de Huntington – neurodegenerativa, hederitária (50% de passar) Atrofia (neurodegenerativa) – gânglios da base, sobretudo o caudado (movimentos e cognição). Características Coréia Demência Alterações neuropsiquiátricas Neurodegenerativa autossômico-dominante Fisiopatologia: atrofia progressiva dos neurônios estriatais de via indireta (principalmente caudado) 30-50 anos, atípico em adolescente parecendo parkinsonismo (variante Westphal) Tratamento: anti-dopaminérgicos (olanzapina, risperidona, haldol). o Está atrofiado striatum, que recebe dopamia, então ela sobre na fenda sináptica. Não é aumento de produção de dopamina, mas excesso relativo. DIFERENCIAL DE COREIAS Neuroacantocitose – pacientes com automutilação – cheio de acantócitos. Coréia de Sydeham – Febre reumática – inflamação no cérebro - cardite, faringite e movimentos anormais. o Doença de São Vito (Coreia reumática de Sydenham) - 20 a 40% dos portadores de febre reumática (mais em meninas). Hemicoréia/hemibalismo por hiperglicemia não cetótica – lesão reversível no estriado Contexto de glicose alta no sangue. Tratar: controlar glicose e bloqueador dopaminérgico para ajudar a melhorar. Hemicoréia lesão contralateral geralmente lesional: natureza diabética, AVC. OUTROS TIPOS DE MOVIMENTOS ANORMAIS Tremor essencial - Tremor de ação – tremor fino de postura e ação, simétrico Tiques complexos – gestos sem propósito, suprimíveis, mas aliviados pela execução, maneirismos (tentar disfarçar) – Doença de Tubete Mioclonias – Projeção generalizada, não previsíveis, abalos de curtíssima duração, Shock- like. Não patológica (mioclonia do sono). Mas nos distúrbios metabólicos (uréia, amônia no sangue) mioclonias em pacientes críticos de UTI. Existe a mioclonia essencial. DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO Pode causar alteração do tônus muscular Movimentos voluntários Prejuízo dos movimentos voluntários Posturas e reflexos posturais anormais Estude: tremor, coréia, atetose, balismo, distonia, mioclonia, acatisia, tiques e estereotípicas. Prova prática. Diagnóstico sindrômico.
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