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pneumologia Radiografia de Tórax I: Ferramenta inicial, acesso mais fácil, menos oneroso. INCIDÊNCIAS: ➢ PA (sempre solicitar): póstero-anterior – a face anterior do tórax do paciente fica junto ao filme e o raio entra de trás para frente, demonstrando as estruturas de forma mais fidedigna, sem alterar tanto o tamanho. ➢ Perfil (sempre solicitar): observar estruturas que estão por trás do coração. ➢ Outras incidências: AP (anteroposterior: realizada em pacientes debilitados, acamados, que não podem ficar em pé. O raio entra pela frente, o filme está atrás do paciente, em seu dorso, e deturpa as estruturas, aparecendo maior), decúbito lateral (quando suspeita de derrame pleural com raios horizontais), ápico-lordótica (abre bem o tórax, a parte superior e do lobo médio deixando em evidências as estruturas ali alojadas), obliquas anterior e posterior (rotação no tórax para o lado direito ou esquerdo, solicitar quando suspeita de fratura de costelas). A visualização das estruturas depende da sua densidade e espessura Incidências PA e Perfil: ➢ Avaliar técnica (centrado ou rotação) ➢ Penetração (muito penetrado = mais preto; pouco penetrado = mais branco) ➢ Inspirado ou expirado. Estruturas a serem avaliadas: ➢ Tecido subcutâneo ➢ Tecido ósseo ➢ Pleura e diafragma ➢ Pulmões ➢ Mediastino e hilos. ➢ Raio x em PA e Perfil. ➢ Convencionado fazer o perfil esquerdo para não deturpar o tamanho do coração. ➢ Observar a rotação pela equidistância das clavículas. ➢ Observar a penetração pelo contraste da traqueia até a altura do esterno e dos corpos vertebrais e também pela visualização do parênquima, das estruturas vasculares, área cardíaca. ➢ Observar diafragma (arredondado) e seios costofrênicos (em forma de “v”). Mayara Medeiros – T78 Localização dos lobos pulmonares na incidência em PA e Perfil:___________________________ Localização das estruturas no Rx em perfil: Como medir a área cardíaca? Normalmente o diâmetro da sombra cardíaca é menor que 50% do maior diâmetro do tórax. Pode ser medida acuradamente, somente no Rx de Tórax em PA. Ou seja, se o coração estiver em tamanho normal, ele cabe dentro de um hemitórax, se ele ultrapassar esses limites, considera-se cardiomegalia. Situações que podem mimetizar aumento da área cardíaca: Rx de tórax em AP, em expiração e paciente sentado. Mediastino normal: ➢ Hilos: Os vasos sanguíneos pulmonares são visualizados como uma sombra branca próximo ao hilo e afilam-se em direção à periferia. ➢ Lobulação da sombra hilar é sinal de aumento dos linfonodos. ➢ O coração e os vasos sanguíneos definem o mediastino médio. Os compartimentos remanescentes são o anterior e posterior. ➢ A localização da massa mediastinal serve para identificar a natureza da massa. ➢ A CT de Tórax é a melhor modalidade para avaliar o mediastino. ANORMALIDADES RADIOLÓGICAS FREQUENTES: Pleura: . ➢ Espaço que recobre os pulmões. ➢ Pleura só se torna visível se preenchida por líquido (derrame pleural, hemotórax, empiema). ➢ Pelo raio-x não dá pra definir se é líquido seroso, sangue ou pus, só dá pra saber pela história do paciente e sua evolução clínica. ➢ Pneumotórax é acúmulo de ar no espaço pleural, forma-se uma linha na pleura mostrando que há acúmulo de ar no espaço pleural. ➢ Espessamento pleural: a pleura se espessa, tornando-se visível e pode ser confundida com derrame pleural. ➢ Tumores pleurais: podem, também, se tornar visíveis na radiografia. Derrame pleural: ➢ Pode ser livre ou loculado (encapsulado ou encistado). ➢ Se é livre, ele está dentro da pleura e se acumula na parte inferior. ➢ O derrame encapsulado pode mimetizar um tumor, podendo ser chamado de tumor fantasma, quando ele surge na cissura horizontal, ou mimetizar outras patologias. ➢ No primeiro Rx observa-se os bordos diafragmáticos livres, enquanto no segundo encontra-se obstruído. ➢ Observar seio costofrênico posterior está obstruído. Não se consegue delimitar a cúpula diafragmática. Pode estar encapsulado, pode ser tumor na cissura horizontal etc. ➢ Curva de Damoiseau: sugestiva de derrame pleural. Pode ser sangue (trauma) ou pus (empiema – se pneumonia associada). Hidropneumotórax ➢ Quando ar e fluido estão presentes no mesmo espaço, forma-se o nível hidroaéreo. Neste caso trata-se de um hidropneumotórax. ➢ Observa-se uma linha que é o pulmão que está sendo rechaçado por ar. Nessa foto há ar e líquido. Observa-se um nível hidroaéreo. Pode se tornar hipertensivo e empurrar o mediastino para o lado contrário. Pneumotórax hipertensivo: ➢ O pulmão direito encontra-se colabado, mediastino desviado para esquerda e o diafragma direito rebaixado. Este quadro caracteriza-se por sinais de insuficiência respiratória aguda com indicação de tratamento de urgência. ➢ Com o “balanço” do mediastino, sendo jogado para o outro lado, a pressão do ar da direita impede o retorno venoso e esse paciente faz hipotensão, pois o sangue não chega no coração devido a pressão na cavidade torácica que está muito aumentada. ➢ Deve ser drenado com urgência. Fibrotórax: ➢ É um espessamento pleural. Não visualizado limites pleurais. Pode ser por hemotórax que é reabsorvido, não-drenado, e se calcificou. PARÊNQUIMA: Padrão alveolar: . ➢ Há dois tipos de sinais mais importantes no padrão alveolar: opacidades coalescentes e broncograma aéreo (aerobroncograma). ➢ No padrão alveolar os vasos sanguíneos são obscurecidos pela densidade adjacente. ➢ No padrão alveolar há preenchimento dos alvéolos, aparecem no raio x como opacidades, geralmente coalescentes, podendo se estender, inclusive, de um alvéolo para outro e tomar grandes proporções de opacidades. O que chama atenção nele é que há presença de ar dentro da opacidade (broncograma aéreo). Observa-se nos processos inflamatórios/infecciosos dos pulmões, como por exemplo a pneumonia. ➢ Opacidade no lobo inferior direito e associado a ela, derrame, por isso obstruiu o seio costofrênico, muito frequente em pneumonias – Derrame pleural reacional. ➢ Opacidade tênue que borra a silhueta cardíaca. Pode ter broncograma aéreo no interior e isso configura uma consolidação, que é o padrão das pneumonias. ➢ Opacidade redonda, observa-se broncograma no interior. Pode mimetizar uma massa, mas se observa o ar no interior. Pneumonia no lobo superior direito. ➢ Perfil mostrando a pneumonia no lobo superior posterior do pulmão. ➢ Pneumonia no lobo inferior esquerdo: possui o seio costofrênico obstruído, pode ser que haja derrame associado (observado pelo perfil). Broncograma aéreo no interior. Padrão intersticial: ➢ Compreende os septos interlobares, tecido conectivo entre os alvéolos, em torno dos brônquios, dos vasos sanguíneos e por baixo da pleura. ➢ Há comprometimento do interstício pulmonar, tornando-se espessado, que são estruturas finas, quando o raio x está normal não são evidenciadas. ➢ Os septos interlobares estão espessados nas doenças que causam fibrose pulmonar. ➢ Observa-se linhas que vão até a periferia dos pulmões, diferente dos vasos, que vão apenas até a medular do pulmão. Padrão intersticial linear ou reticular. ➢ Padrão intersticial nodular: dá a impressão que o raio x está sujo. Ex.: tuberculose miliar ➢ Tipos de padrões intersticiais: linear ou reticular, nodular e reticulonodular. ➢ O padrão intersticial linear, também chamado reticular, pode ser secundário a processo inflamatório ou infeccioso. ➢ A doença intersticial avançada é representada pelo padrão em favo de mel (faveolamento), caracterizado por cistos de paredes espessas. Bronquiectasias: ➢ Doença que pega a porção terminal dosbrônquios e leva a processo inflamatório/ infeccioso, que pode deixar sequelas e espessar as paredes dos brônquios, pode dilatar as paredes e elas podem se apresentar de forma cilíndricas ou císticas. ➢ Todo pulmão direito comprometido, esquerdo com broncograma aéreo. Ausculta: estertores bolhosos. O diagnóstico é firmado pela tomografia de tórax. ➢ Paciente apresenta bronquiectasias císticas. Pode ter tosse matutina com expectoração e escarro. Como o brônquio está comprometido, o paciente vai ter dificuldade da drenagem do brônquio e, consequentemente acumulo de secreção. A tosse é crônica. ➢ Pode-se ter bronquiectasia cilíndrica, cística, varicosa, anel de sinete.. Massas: ➢ Opacidades arredondadas com mais de 3 cm de diâmetro. Abaixo disso é nódulo. ➢ Paciente com esse raio x é submetido a tomografia para melhor visualização das imagens. Imagem com predomínio de padrão intersticial, o tipo de tomografia solicitada é a tomografia de tórax com cortes finos ou de alta resolução. Nódulo: ➢ Quando a opacidade é menor que 3 cm. ➢ O melhor é pedir uma tomografia de tórax para a elucidação da imagem. ➢ Todo nódulo deve ser encarado como maligno até provar o contrário. Devendo ser avaliado por Rx prévio (lesão estável), TC de tórax, broncofibroscopia ou biópsia pulmonar. ➢ Calcificações estão comumente associadas com lesões benignas como os granulomas (como em pacientes com tuberculose), porém malignidade não pode ser baseada apenas na aparência radiológica. ➢ O diagnóstico diferencial de nódulos pulmonares é extenso e requer a combinação de história, exame físico e exames laboratoriais. DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS: Aspiração de corpo estranho: ➢ Nem todos corpos estranhos são radiopacos e, portanto, visualizados pelo Rx de tórax. ➢ Sinais indiretos são necessários para o diagnóstico. ➢ Hiperinsuflação obstrutiva: é demonstrada pela hiperlucência do pulmão afetado, rebaixamento do diafragma homolateral e desvio do mediastino para lado contralateral. Tem que diferenciar do pneumotórax. Atelectasia: ➢ Quando a obstrução da via aérea é completa, resulta no colapso pulmonar. ➢ Caracteriza-se pelo desvio de estruturas adjacentes para o lado da lesão. ➢ Paciente com sinais de Hiperinsuflação. Provavelmente portador de DPOC. ➢ Há rebaixamento das cúpulas diafragmáticas, devido ao peso de ar nos pulmões, mediastino superior desviado, traqueia desviada para o lado da lesão, repuxamento do hilo para o lado da lesão. ➢ A atelectasia pode ser localizada ou total. ➢ Do outro lado, paciente com um pulmão hiperlucente e o outro opaco. Estruturas puxadas para o lado da lesão. Atelectasia total do pulmão. Recorrer a tomografia de tórax Do outro lado consegue-se ver os vasos e parênquima pulmonar. DPOC ➢ Sinais de hiperinsuflação pulmonar: alargamento dos espaços intercostais, costelas retificadas, cúpulas diafragmáticas retificadas, coração em gota, hiperlucência pulmonar, aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (perfil – a hiperinsuflação faz distanciar o coração da parede torácica). ➢ Paciente com DPOC que têm predomínio de enfisema com doença crônica e avançada, apresentam pulmões hiperinsuflados. ➢ A diminuição das marcas pulmonares é típica do enfisema, enquanto seu aumento é típico da bronquite crônica (aumento da trama vasobrônquica). i- Predomínio de enfisema ii- Predomínio de bronquite, com componente enfisematoso. Congestão pulmonar: ➢ Quando os vasos sanguíneos estão desviados em direção aos ápices evidencia-se sinais de congestão pulmonar. Este fenômeno é chamado de cefalização (hipertensão venocapilar pulmonar). ➢ Paciente com cardiomegalia importante, com insuficiência cardíaca. ➢ Os vãos que, normalmente, predominam nas bases, estão cefalizados. ➢ Na insuficiência cardíaca congestiva, além do aumento da área cardíaca teremos os sinais de congestão. Neste caso temos um coração com aspecto de moringa (garrafa d'água) = Derrame pericárdico. ➢ Pode ser visto pelo ecocardiograma ou pela tomografia também. ➢ A combinação de aumento da área cardíaca, alargamento dos hilos (turgência hilar), congestão pulmonar é típico de ICC. ➢ Há predomínio do padrão intersticial predominando na medular do pulmão. ➢ Muitas vezes pode haver derrame pleural bilateral associado.