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MARLENE - DIREITOS SOCIAIS PCC

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MARLENE LUIZ DA SILVA
Evolução dos Direitos Sociais no Brasil
RECREIO
2020
INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal de 1988 é considerada inovadora por trazer pela, primeira vez na história do Brasil, os direitos sociais como dever do Estado no intuito de garantir a dignidade da pessoa humana aos cidadãos brasileiros. 
Os direitos sociais são fruto de lutas e manifestações populares em que a sociedade buscou unir esforços a fim de conquistar melhorias em sua condições de vida, seja no âmbito do trabalho, da saúde da educação ou qualquer outro setor da vida individual ou coletiva. 
A Revolução Industrial, ocorrida na Europa no século XVIII, representou uma profunda transformação na sociedade em diversos aspectos. Um dos mais relevantes diz respeito às relações que envolvem o trabalho. Com a introdução dos grandes maquinários em substituição à mão-de-obra nas indústrias, os trabalhadores eram dispensados de seus empregos e acabavam à mercê da própria sorte, sendo condenados a uma vida marginalizada, sem qualquer traço de dignidade ou perspectiva de melhora. 
Foi nesse contexto, com o intuito de valorizar a pessoa humana, que os primeiros direitos do cidadão foram estipulados. 
DESENVOLVIMENTO
No Brasil, a questão dos direitos individuais e coletivos sempre teve caráter controverso. 
Na época da colonização, os portugueses trouxeram consigo toda uma estrutura pronta, suas leis, suas instituições, sua forma de administrar, como por exemplo o governo geral, as capitanias hereditárias, tudo baseado em suas políticas, crenças, costumes. Assim, pode-se dizer que toda essa estrutura foi ‘montada’ no Brasil, de onde veio apenas um elemento, mas o mais importante para a formação de uma sociedade: o povo. 
Nesse contexto, a sociedade brasileira, desde seus primórdios, foi moldada aos costumes europeus, que estabeleceram uma relação centralizadora em todo o desenvolvimento político, social e cultural que aqui se deu. 
A luta por direitos no Brasil sempre foi desigual e injusta, pois o povo quase nunca teve voz ativa para lutar por seus direitos e reivindicar uma determinada situação política. Como exemplos, podem-se mencionar o Movimento de Canudos (1896 – 1897), liderado por Antônio Conselheiro, e o Movimento do Contestado (1912 – 1916), com os irmãos João Maria e José Maria à frente, que foram revoluções populares que defendiam a volta da monarquia ao Brasil e que foram brutalmente combatidos e deles nada restou. 
Em nível mundial, podem-se apontar dois grandes referenciais da garantia de direitos inspiração para que outros Estados editem suas leis: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), que foi o documento culminante da Revolução Francesa e, portanto, é inspirado nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que delineia os direitos humanos básicos.
Os direitos fundamentais foram conquistados ao longo de um período histórico, em um processo dinâmico, fortemente marcado por lutas e manifestações sociais em busca dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Na classificação doutrinária, quando se fala em direitos fundamentais, há os de primeira, segunda e terceira geração.
Os direitos de primeira geração estão relacionados à liberdade. São os direitos civis, como por exemplo, o direito de ir e vir, o direito à vida, à propriedade, liberdade de imprensa, de professar fé, entre outros.
A segunda geração de direitos diz respeito à igualdade. São os direitos políticos – basicamente o de votar e o de ser votado. Denota a importância da participação pública nas decisões políticas da sociedade.
Direitos fundamentais de terceira geração têm relação com o ideal de fraternidade. São os direitos sociais, que visam uma melhor qualidade de vida e a garantia da dignidade. Em tese, se todos os direitos sociais são garantidos a todos os cidadãos, a sociedade se aproxima cada vez mais de uma sociedade fraterna, livre, justa e solidária, que seria o ideal para a vida em coletividade (SOUZA, 2017) 
No final da década de 1980, o Brasil se encontrava em uma situação extremamente complexa, com o fim da ditadura militar e as consequências advindas desse período, como recessão econômica, alta inflação e diversos problemas sociais. Nesse contexto, a Constituição Federal de 1988 é considerada revolucionária por marcar uma mudança importante no cunho da democracia brasileira (MARANGONI, 2012).
Também chamada de ‘Constituição Cidadã’, por colocar os direitos fundamentais em primeiro plano, estabelece direitos imprescindíveis à garantia do exercício da cidadania, direitos esses que garantem as condições mínimas para o ser humano viver com dignidade. Tais direitos são diretamente influenciados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
Segundo o Art. 6º da Constituição Federal, os direitos sociais são: “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988).
Percebe-se, assim, que os direitos sociais são uma série de direitos inerentes ao trabalhador, aos indivíduos, não apenas individualmente, mas também em termos de coletividade, de sociedade. Nas palavras de Moraes (2006, p. 43), os direitos sociais
caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, que configura um dos fundamentos de nosso Estado Democrático, como preleciona o art. 1º, IV. […]. A constituição consagra os direitos sociais a partir do art. 6º. 
Dentre os objetivos da República Federativa do Brasil estão o de construir uma sociedade justa, livre e solidária e o de erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Para tal, são necessárias as garantias dos direitos básicos. 
A educação é considerada o mais importante dos direitos sociais, pois a partir dela é possível que se garantam os demais, seja enquanto indivíduo, seja enquanto sociedade. Para Alcântara (2018, p. 1),
a educação funciona como valor propulsor do desenvolvimento social. Com o acesso à educação, o desenvolvimento do ser humano se torna mais viável, permitindo ao indivíduo ampliar condições de vida digna, pois permite ampliação do pensamento, qualificação científica, prática para o trabalho, bem como o seu preparo para o exercício da cidadania.
A constituição entende que o direito à saúde é um dos mais elementares. O cuidado com a saúde deve estar muito bem estruturado nas políticas públicas governamentais, buscando tê-la como um dos pilares na concretização da igualdade e da justiça social (ALCÂNTARA, 2018). 
A saúde é regulamentada no âmbito constitucional nos artigos 196 a 200. Vale destacar que a saúde faz parte da seguridade social, que abrange também a previdência social e a assistência social aos desamparados. 
O direito à alimentação é assegurado pela Emenda Constitucional 64/2010. Com isso, tornam-se parte da Lei as políticas públicas que garantam que não haja fome no país, visto quea fome atenta contra a dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. 
O Direito ao trabalho também é um direito social. São base desse direito os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa. O Brasil é um país capitalista que acredita na livre iniciativa, que, em termos teóricos, promove as condições necessárias para a realização do trabalho. Nesse contexto, há de se chamar a atenção para o fato de que o capitalismo é um regime de produção que fundamenta o enriquecimento à base da exploração da mão-de-obra. Se o capitalismo não fosse limitado pelos valores sociais do trabalho, a exploração se elevaria a um patamar desumano, como ocorria antes das declarações de direitos dos trabalhadores, na Europa no século XVIII. Dentre as garantias que o direito ao trabalho assegura aotrabalhador estão a limitação da jornada de trabalho, benefícios como recebimento de férias, décimo terceiro salário, dentre outros. 
Com relação ao direito à moradia, este é assegurado pela E.C. 26/2000. Sabe-se que a moradia é uma das necessidades mais básicas do ser humano, desde o início dos tempos. Paradoxalmente, este também é um grande problema social, não só no Brasil, mas em diversas partes do mundo. Assim é preciso que o Estado promova meios para que a população tenha moradia digna, bem como rede de esgoto, água potável e rede de energia elétrica. No Brasil, bancos públicos como a Caixa Econômica Federal mantém projetos e políticas habitacionais de financiamento da casa própria. 
A E.C 90/2015 regulamento o direito social ao transporte público de qualidade, que realmente atenda às necessidades do cidadão brasileiro. De acordo com Cidade e Leão Junior, 2016; p.199, 
Na visão material, o direito ao transporte se trata de direito que garante acesso aos demais direitos sociais (logo, direito meio) e se presta a assegurar o status jurídico material do cidadão, tornando acertada a inserção no rol do artigo 6º da Constituição Federal, até por ser considerado 2 como cláusula pétrea em extensão do disposto no §4º do artigo 60, do mesmo dispositivo legal.
O lazer faz parte da condição humana. Oliveira (2010, p. 1) entende que 
O reconhecimento do direito social do lazer contribui para a expansão do ser humano na sua essencialidade, com a liberação para o convívio familiar, a confraternização com os amigos, a prática de atividades lúdica, esportivas, culturais, ao desfrute das artes, ao estudo, o que o condiciona a um crescimento pessoal, familiar e social.
Assim, como parte das políticas públicas que objetivam proporcionar o lazer ao cidadão, os municípios criam espaços públicos de convivência, como parques, praças, academias abertas, além de eventos e festividades. 
No que se refere à segurança como direito social, tem-se não somente a questão da propriedade privada e da segurança individual, mas em todos os aspectos: social, alimentar, no ambiente de trabalho etc. Para Silva Júnior, (2017, p.1), 
o direito à segurança como um direito social, sendo um direito fundamental e indissociável do conceito contemporâneo de dignidade da pessoa humana, logo, imprescindível ao desenvolvimento de cada indivíduo e compondo o ideário de mínimo existencial. Nesta esteira, haja vista que a segurança pública é “dever do Estado”, como diz o art.144 da CF 1988, reconhece-se que a segurança pública é um típico direito fundamental.
O direito à previdência social objetiva a garantia de políticas públicas que assegurem a aposentadoria do trabalhador brasileiro, além de outros benefícios de seguridade social, voltadas para saúde, previdência social e assistência social. 
A proteção à maternidade e à infância é regulada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), legislação infraconstitucional, que se filia a uma doutrina de proteção integral. O ECA não existe para punir, sua parte geral é protetiva. Os direitos assegurados pelo documento são direitos fundamentais de uma pessoa humana de condições especiais, neste caso, em fase de desenvolvimento.
As políticas de assistência social aos desamparados
tem por objetivos: proteção à família, a maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; também contempla o amparo às crianças e adolescentes carentes; promove a integração ao mercado de trabalho; habilita e reabilita as pessoas portadoras de deficiência, bem como dá a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idos que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser lei (MELO, 2015, p. 1). 
Percebe-se, assim, que os direitos sociais são um conjunto de necessidades elementares às quais o Estado tem a obrigação de assegurar a todos os cidadãos, com o intuito de promover o bem-estar individual e coletivo, no sentido de construir uma sociedade justa, livre e solidária.
CONCLUSÃO
Em pleno século XXI, não é possível afirmar que em todos os países do mundo os direitos básicos são garantidos a todos os cidadãos. Alguns países ainda não conseguem viver em estado democrático de direito, não conseguem ter uma constituição democrática, não têm uma sociedade legitimada pra lutar por seus direitos. Mas em boa parte dos países, especialmente os ocidentais, há a consolidação dos direitos civis, políticos e sociais, pelo menos de forma escrita, na formalidade da lei.
Mas nem sempre foi assim. Antes da Constituição de 1988, por exemplo, a educação não era um direito universal no Brasil. Estudava apenas quem tinha condições financeiras. A constituição se diz cidadã, mas boa parte dos direitos ainda não são efetivados e a população ainda sofre com problemas como concentração de renda, corrupção, desigualdade social etc.
O estabelecimento dos direitos sociais pela Constituição Federal de 1988 representa, inegavelmente, um considerável avanço para a sociedade como um todo, entretanto, sabe-se que ainda há muito caminho até a efetivação desses direitos, no sentido de que todos os cidadãos possam usufruir deles, bem como que possam também cumprir seus deveres, consolidando assim o pleno exercício da cidadania.
PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
A fim de consolidar os conhecimentos dos alunos do ensino médio sobre os direitos sociais no Brasil, propõe-se a realização de uma atividade em equipe em que os estudantes se dividirão em pequenos grupos (duplas ou trios), que representarão cada um dos direitos sociais estabelecidos no artigo 6º da Constituição Federal. 
Os alunos serão orientados a realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a importância de cada um desses direitos e será apresentado um seminário em que cada dupla desenvolverá sobre o respectivo direito. 
A avaliação será baseada no conteúdo da apresentação, na organização da atividade, no entrosamento entre os alunos e nas intervenções que fizerem durante a apresentação do seminário.
REFERÊNCIAS
ALCANTARA, Juliano Paniago de. Os direitos sociais à saúde e educação no Brasil: análise do instituto da intervenção: análise do instituto da intervenção. análise do instituto da intervenção. 2018. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/os-direitos-sociais-a-saude-e-educacao-no-brasil-analise-do-instituto-da-intervencao/amp/. Acesso em: 15 maio 2020.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 
CIDADE, Roberto Berttoni; LEÃO JÚNIOR, Teófilo Marcelo de Arêa. Direito ao Transporte como Direito Fundamental Social. In: Revista de Direito Urbanístico, Cidade e Alteridade, Brasília v.2, n.1, p.196-216, jan.-jun. 2016. 
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das letras, 1995.
MARANGONI, Gilberto. Anos 1980, década perdida ou ganha? 2012. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23. Acesso em: 12 maio 2020. 
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MELO, Aurizelia do Nascimento. A assistência ao idoso desamparado de baixa renda e o direito ao benefício de prestação continuada. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/36961/a-assistencia-ao-idoso-desamparado-de-baixa-renda-e-o-direito-ao-beneficio-de-prestacao-continuada. Acesso em: 16 maio 2020.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2015.
OLIVEIRA, Márcio Batista de. O direito ao lazer na formação do homem social. 2010. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-76/o-direito-ao-lazer-na-formacao-do-homem-social/. Acesso em: 15 maio 2020. 
SOUZA, Isabela. Direitos humanos: conheça as três gerações!. conheça as três gerações!. 2017. Disponível em: https://www.politize.com.br/tres-geracoes-dos-direitos-humanos/. Acesso em: 15 maio 2020.
TOMAZI, N.D. Sociologia para o Ensino Médio. 2ª ed. São Paulo: Saraiva,2010.

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