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Sistema Somatossensorial Sensações Térmicas Tipos de receptores ✓ Imediatamente abaixo da pele em pontos discretos e separados – 1ª ordem periférico ✓ Área de estimulação: 1mm²– amplo campo receptivo ✓ Mecanismo de estimulação: modificação da velocidade de reações químicas ✓ Sensível: a mais alterada ✓ Podem ser sensíveis a estímulos químicos – pimenta, menta ✓ Dentro de faixa não nociva ao corpo ➢ Receptores de FRIO: identificados histologicamente ✓ 3-10 vezes mais que os de calor e variável nas diferentes áreas do corpo (lábio > dedo) ✓ Fibras tipo A delta pequenas e ramificadas e por fibras tipo C ✓ Pico: 25ºC → perigo de congelamento = lesão ✓ Mostra a temperatura agradável ➢ Receptores de CALOR: sem identificação histológica ✓ Terminações nervosas livres ✓ Fibras tipo C ✓ Pico: 45ºC → perigo de queimadura = lesão tecido ADAPTAÇÃO ✓ Elevado grau de adaptação lenta, mas nunca completamente ✓ Maior eficácia de resposta durante alterações da temperatura, mas respondem a estados constantes ✓ Detecção pela estimulação química ao alterar a velocidade das reações intracelulares ✓ Necessidade de somação espacial: intensidade x área ✓ Poucos termorreceptores em qualquer área da pele ✓ Dificuldade de avaliação das gradações de temperatura ✓ Alterações de 0,01ºC somente detectadas se ocorrerem sobre toda a superfície do corpo ✓ Via de transmissão para o SNC: paralela à transmissão da dor pelo sistema ântero-lateral ✓ Ascendente ou descendente no trato de Lissauer, terminando, nas lâminas I, II e III dos cornos dorsais ✓ Terminam em áreas reticulares do tronco encefálico e no complexo ventrobasal do tálamo ✓ Vai para córtex somatossensorial primário ou sistema límbico, hipotálamo A dor e a nocicepção ✓ Nocicepção é diferente de dor ✓ Dor é a percepção nociceptiva – reação para remover o estímulo que lesou o tecido ✓ Pode haver dor sem estímulos nociceptivos ➢ Dor fisiológica: gerada nos nociceptores ➢ Dor neuropática: gerada nas vias de transmissão (pode ser chamada de dor crônica) Dor fisiológica ✓ Acionamento de nociceptores – periférico ✓ Vias envolvendo projeções para hipotálamo e amigdalas ✓ Interpretação cognitivo-emocional da nocicepção Nociceptores ✓ Terminações nervosas livres ✓ Difusamente distribuídos nas camadas superficiais da pele ✓ Tecidos mais profundos (periósteo, paredes atriais) ✓ Receptores não adaptáveis ✓ Gera informação e responde a informações de potencial de ação chegadas a ele ✓ Estimulação nociva: mecânica, térmica e química (polimodais) ✓ Elevado limiar de excitação – ao ponto de quase causar dano ao tecido ✓ Pode gerar potencial receptor ou liberar substâncias químicas ✓ Prurido é estimulação de nociceptores ✓ Hiperalgesia: diminuição do limiar – estímulos que antes não estimulavam o nociceptor passam a estimular (aumento da sensibilidade) ✓ Aumenta a sensibilidade à medida que é exposto Acionamento de termonociceptores ✓ Acima de 45ºC ✓ Modificação do limiar de excitação dos nociceptores pela mudança de temperatura ✓ Temperaturas que antes não estimulavam o nociceptor passam a estimular ✓ Superfície e vísceras apresentam diferentes respostas DOR AGUDA/RÁPIDA DOR CRÔNICA/LENTA Em picada, súbita, pontual, agulhada, elétrica Difusa, em queimação, pulsátil, persistente, nauseante Sentida em cerca de 0,1s Percepção mais demorada Elevada intensidade inicial e decréscimo progressivo Baixa intensidade inicial e aumento progressivo Não sentida na maior parte dos tecidos profundos Associada à destruição de pele ou tecidos profundos Sabrina Linard – M41 ✓ Intensidade da dor é relacionada ao dano tecidual Interação entre estímulos químicos e mecânicos ✓ Lesão tecidual = rompimento da membrana plasmática e liberação dos componentes internos ✓ Mediadores diretos: bradicinina, íons K+ e H+, ATP, histamina, serotonina, enzimas proteolíticas ✓ Potenciadores: prostaglandinas, substância P. CGRP ✓ Espalha potenciais de ação para outros terminais e os excita – sensibilização periférica / hiperalgesia primária ✓ A maior parte das dores viscerais não possui a fase aguda ✓ Isquemia: fluxo sanguíneo bloqueado – acúmulo de ácido lático (anaeróbio) / percepção proporcional a atividade Primeiro estímulo → intensidade da pressão (mecânico) Segundo estímulo → lesão tecidual (químico) Vias de transmissão para o SNC Fibras periféricas da nocicepção Seguem o sistema ântero-lateral DOR AGUDA/RÁPIDA: estimulação mecânica ou térmica aguda e transmissão através de fibras A delta (6-30m/s) – alta V (neurotransmissor: glutamato) ✓ Permite a percepção do aparecimento do estímulo – reação imediata ✓ Mecano-nociceptores, termo-nociceptores ✓ Localização precisa – associação a receptores táteis ✓ Mais superficial ✓ Primeiro sente a pontada, depois lateja DOR CRÔNICA/LENTA: estimulação química e transmissão através de fibras tipo C (0,5-2m/s) – baixa V (neurotransmissor: substância P) ✓ Não permite localização precisa ✓ Permite a percepção da permanência do estímulo ✓ Nociceptores poli modais ✓ Substância gelatinosa: lâminas II e III Entrada na medula espinhal NEURÔNIOS DE 1ª ORDEM ➢ Fibras A delta → lâminas I e V ➢ Fibras C → lâminas II e III ✓ Resposta imediata – arco reflexo ✓ Percepção e reação antes da dor ✓ Modulação: potencialização ou redução da percepção (entre 1º e 2º) – processamento inicial (hiperalgesia ou analgesia) NEURÔNIOS DE 2ª ORDEM ✓ Coluna dorsal da medula espinhal ✓ Convergência de informações da pele e das vísceras – dor referida Trato espinotalâmico lateral – dor aguda/rápida Sai da medula e vai para o tálamo NEURÔNIOS 3ª ✓ Núcleos ventrais posteriores lateral e inferior ao tálamo NEURÔNIOS 2ª ✓ Subida contralateral (mantendo a somatotopia) – comissura anterior e ascende na coluna anterolateral Trato espinorreticular – dor crônica/lenta Término difuso no tronco encefálico → dor mal localizada Poucas fibras ascendem até o tálamo NEURÔNIOS 3º ✓ Núcleos reticulares do bulbo, ponte e mesencéfalo ✓ Área tectal do mesencéfalo ✓ Substância cinzenta periaquedutal ✓ Núcleos intralaminar e ventrolateral do tálamo para regiões basais do encéfalo NEURÔNIOS 2º ✓ Subida contralateral e ipsilateral ✓ Pela comissura anterior EXACERBAÇÕES DA DOR FISIOLÓGICA Sensibilização periférica: hiperalgesia primária ✓ Reflexo axônico (substância P e CGRP) ✓ Alteração do tipo e do número de receptores álgicos → menor limiar global para estimulação nociceptiva ✓ Mediadores diretos que atuam no próprio neurônio para potencializar ✓ Fisiologicamente benéfico Sensibilização central: hiperalgesia secundária ✓ Atividade espontânea nas lâminas IV e V de Rexed ✓ Estimulação de ambas as fibras A delta e C (glutamato – NMDA) ✓ Dor neuropática – patologicamente danoso ✓ Potencialização do neurônio de 1ª ordem Importância das sensibilizações periféricas e centrais → Modificações comportamentais para proteção da área afetada Outras funções gerais da dor Funções da formação reticular, tálamo e córtex ✓ Importância do córtex: interpretação do tipo e localização da dor ✓ A percepção de dor não é afetada pela remoção do córtex somatossensorial → participação de estruturas encefálicas inferiores A dor aumenta o nível de excitabilidade geral do cérebro ✓ Dificuldade para dormir na presença de dor intensa – sistema de alerta ✓ Estimula áreas reticulares do tronco encefálico e núcleos intralaminares do tálamo Correlação com o sistema límbico e regulação hormonal ✓ Fibras para o hipotálamo, núcleos amigdaloides e septais (áreas subcorticais) ✓ Córtex cingulado anterior → carga emocional da dor ✓ Pode haver sofrimento, náusea,sudorese, vômito Interrupção cirúrgica das vias dolorosas – Cordotomia ✓ A medula espinhal é cortada no quadrante anterolateral do lado oposto da dor ✓ Difícil para áreas superiores que cruzam as fibras no encéfalo ✓ Dor retorna pela sensibilização de outras vias Modulação da dor Potencialização/Hiperalgesia ✓ Aumentam a percepção da dor ✓ Prostaglandinas, substância P. CGRP (calcitonina) ✓ Tornar a dor permanente independente do estímulo enquanto a estrutura não se recupera Analgesia Sistemas de analgesia endógenos ✓ Capacidade do próprio SNC minimizar a entrada de sinais de dor – detecção e percepção ✓ Atua na sinalização nociceptiva ✓ Suprimida em casos de emergência em que a sobrevivência depende de ignorar a dor ✓ Exacerbada por experiencias passadas ✓ Ocorre em várias etapas TEORIA DA COMPORTA DE CONTROLE DA DOR (MEDULAR) / TEORIA DO PORTÃO ✓ Acionamento do terminal periférico ✓ Estimulação de fibras do tato epicrítico (Aβ) → Inibição lateral das fibras nociceptivas (A delta e C) ✓ Aβ faz sinapse com interneurônio inibitório ✓ Tratamento da dor por estimulação elétrica e acupuntura ✓ Reflexo de colocar a mão onde foi estimulado → estímulos táteis reduzem a percepção da dor – projeção inibitória Obs: os neurônios fazem milhares de sinapses e nem sempre é da mesma via SISTEMA DESCENDENTE CENTRAL (OPIÓIDES) ✓ β-Endorfina/Leu e Met-encefalinas/Dinorfina – há receptores (semelhantes à morfina) ✓ Inibição pré ou pós-sinápitca (diminui NT) ✓ Acionados por vias descendentes de modulação – encéfalo superior, transmissão álgica ✓ Interneurônio do complexo inibitório da dor ✓ Abole a dor, altera a percepção sensorial e vicia ✓ Coceira como efeito colateral (antagônicos) NEUROTRANSMISSORES ✓ Encefalinas, serotonina, noradrenalina – opioides ✓ Liberados por axônios no núcleo reticular paragigantocelular e núcleo magno da rafe ✓ Inibe a retransmissão da fibra 1ª para 2ª / pré e pós-sináptica EFEITO PLACEBO ✓ Fármaco inerte – inconsciente ✓ Produção de endorfina – analgésico próprio Anestesia ✓ Bloqueia todas as células sensoriais ✓ Atuam nos canais iônicos – bloqueiam os sinais elétricos Dor visceral ASPECTOS GERAIS ✓ Presença preferencial de nociceptores ✓ Lesões viscerais bem localizadas raramente causam dor intensa ✓ Estimulação difusa das terminações ao mesmo tempo → Dor intensa (ex: isquemia do intestino) ✓ Vísceras insensíveis: parênquima do fígado e alvéolos do pulmão ✓ Causa: distensão acentuada ou espasmos de vísceras ocas (cólicas) – distúrbios de estimulação química e isquemia Dor crônica Via de transmissão da dor visceral verdadeira ✓ Divisão sensorial do SNA ✓ Fibras do tipo C ✓ Sensações referidas à superfície distante da causa Dor aguda ✓ Dor parietal causada por lesão tecidual: Acometimento do peritônio parietal, pleura ou pericárdio parietal Via parietal e dupla transmissão ✓ Nervos espinhais locais ✓ Fibras do tipo A delta ✓ Sensações localizadas sobre a área dolorosa ✓ Dupla: via visceral referida e via parietal direta Dor referida ✓ Sensação de dor em local distante do tecido causador ✓ Dor em órgãos viscerais é referida na superfície ✓ Localização da dor referida através das vias parietais ✓ Origem embrionária em comum da inervação das vísceras e da pele ✓ Ex: Dor no braço no ataque cardíaco, Dor abdominal/peritônio (periumbilical) pela apendicite ✓ Neurônio 1ª faz muitas sinapses ✓ Convergência de sinapse sobre o neurônio 2º de dor superficial ✓ Cérebro não distingue sinal visceral de somático Cefaleia ✓ Dor referida para a superfície da cabeça ✓ Ausência de nociceptores no SNC = cérebro insensível a dor Origem intracraniana de dor na abobada craniana ✓ Estimulação de áreas sensoriais → parestesia ou formigamento ✓ Estiramento da dura-máter na base do crânio ✓ Lesão do tentório ✓ Estiramento dos seios venosos cerebrais ✓ Vasos sanguíneos das meninges (artéria meníngea média) ✓ Meningite ✓ Baixa pressão do líquido cefalorraquidiano ✓ Enxaqueca – sintomas prodrômicos (náusea) ✓ Alcoólica Estimulação acima do tentório → metade frontal (V nervo) Estimulação abaixo tentório → metade occipital (IX, X nervos) Origem extracraniana ✓ Espasmo muscular ✓ Irritação nasal: atrás dos olhos, testa, couro cabeludo ✓ Distúrbios visuais: irradiação e contração excessiva Disfunções sensoriais Lesões ✓ Afetam primeiro os neurônios maiores e mais ativos ✓ Ex: lesões por pressão do nervo ciático → Dormência de extremidades e dificuldade no caminhar Neuropatia periférica Toxinas ou distúrbios metabólicos → padrão em meia e luva Leões traumáticas de nervos periféricos ✓ Processo de regeneração mais falha em fibras pequenas ✓ Proliferação exacerbada dos “brotos de regeneração” das fibras maiores (Aβ) → Alodinia: Emaranhado/nódulo neuronal que causa dor ao toque leve Dor fantasma: Sensação de toque na região ausente ao tocar o coto ✓ Infecções de neurônios primários (Herpes Zóster) Nevralgias ✓ Disfunção na transmissão do N. trigêmeo ou N. glossofaríngeo ✓ Áreas de gatilho (mecanorreceptores) muito sensíveis na face ✓ Ataque de dor espontânea Neuropatia central (síndrome talâmica) ✓ Pode ser causada por falha de irrigação a partir de ramos da A. cerebral posterior ✓ Lesão da região anterior e posterior do tálamo Associada a anormalidades de transmissão sensorial prévias ✓ Perda e/ou falha na condução somática do lado oposto ✓ Ataxia ✓ Retorno anômalo da somestesia do lado oposto ✓ Sensações afetivas extremamente desagradáveis ✓ Facilitação central da via espinorreticular – relato de dores intensas e enlouquecedoras