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Fisiopatologia da Dor

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, , Fisiopatologia da Dor: . .
Características da Dor:
● Definição de Dor:
“Dor é a experiência sensorial e emocional
desagradavel, associada com um dano
tecidual real ou potencial”
● Características:
- Atua como instrumento de proteção por
detectar estímulos nocivos
- É capaz de sensibilizar-se nos
protegendo contra futuras lesões
futuras
- A dor pode ser dividida em dois componentes, um sensitivo-discriminativo e outro afetivo-emocional. O
primeiro refe as funções somáticas de reconhecimento de intensidade, duração, localização; ou seja; a
discriminação somática do estimulo. Já o segundo diz respeito a sensações e respostas emocionais
(medo, mal-estar) e memórias provocadas pela sensação somática da dor. As reações
neurovegetativas estão relacionadas com esse componente efetivo da dor, como alteração da FC, PA,
abertura pupilar….
- Por contar com essa mescla de características sensório-emocional, a dor também pode ser
segmentada a partir desses dois pilares de atuação da dor, nociceptivo e não nociceptivo.
Anatomia da via da Dor:
- É uma sensação evocada por estímulos nociceptivos nos receptores periféricos e codificada em
padrões de potenciais de ação até centros de integração, desde as sinapses iniciais no corno posterior
da medula espinal até os centros encefálicos de processamento e modulação.
- Nas extremidades periféricas da via estão presentes receptores do tipo terminações nervosas livres
(nociceptores), que captam da pele e das vísceras estímulos nocivos térmicos, químicos e
mecânicos.
- Esses estímulos dolorosos vão percorrer por duas vias distintas específicas, pois contam com
características particulares como diferenças nas fibras de condução, número de neurônios e os locais
por onde passam cada via; o que vai determinar cada tipo de dor.
➥ Trato Neoespinotalâmico ou Espinotalâmico lateral:
- Via mais recente
- Iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos
- Fibras nervosas do tipo Aδ - relativamente rápidas (12 a 30 m\s)
- Produz a dor aguda, em pontada, lacerante e bem localizada.
- Utiliza 3 neurônios para transmitir ao córtex
● Neurônio 1:
- tipo pseudounipolar, seu prolongamento segue das terminações nervosas livres chegando na
coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio 2
● Neurônio 2:
- Está localizado na lâmina 1 de Rexed, na coluna posterior; este cruza o plano mediano da
medula chegando ao funículo lateral oposto, desta forma ascende como trato espinotalâmico
lateral. Na ponte, esse trato une-se ao trato espinotalâmico anterior (pressão) e passa a ser
chamado de lemnisco espinal. Segue até o tálamo na região do núcleo ventral posterolateral
(VPL), onde faz sinapse com o neurônio 3.
● Neurônio 3:
- No VPL essa dor torna-se consciente
- Forma radiações talâmicas, chegando na cápsula interna e a coroa radiada.
- Chega no córtex sensitivo, no giro pós-central, áreas 3,2,1 de Brodmam.
- Dessa forma é possível identificar a área corporal comprometida.
➥ Trato Espinorreticulotalâmico ou Paleoespinotalâmico:
- Mais antiga via
- Iniciada principalmente por estímulos químicos
- Fibras nervosas lentas do tipo C - (0,5 a 2 m\s)
- Produz a dor crônica, mal localizada, difusa, contínua em queimação.
- Utiliza vários neurônios (no mínimo 4, podendo chegar 16) para chegar ao córtex
● Neurônio 1:
- Inicia da mesma forma que a via anterior,
● Neurônio 2:
- Ocupa a lâmina 5 de Rexed e cruza o lado oposto ou não cruza, dirigindo-se ao funículo
lateral do mesmo lado ou contralateral, e ascende para construir o trato espinorreticular. Na
medula junta-se ao trato espinotalâmico lateral. Direciona-se para a formação reticular, onde
faz sinapse com o neurônio 3, 4 e 5 em vários níveis da formação reticular.
● Neurônio 3, 4, 5, 6….
- As fibras reticulotalâmicas terminam nos núcleos intralaminares do tálamo (neurônio 4), a partir
dessa área neurônios fazem sinapse, os quais se dirigem para áreas límbicas e núcleos da
base (neurônios 7, 8 ….), partindo para amplas área do córtex sensorial (neurônio 9, podendo
chegar ao 12).
Neurofisiologia da Dor:
Os mecanismos envolvidos são desde a recepção, transmissão, processamento e a modulação de um
estímulo potencialmente nocivo ao corpo, assim como a sua percepção e conscientização.
➥ Nociceptores:
- Receptores especializados em receber estímulos potencialmente nocivos.
- Estão espalhados por quase todos os tecidos corporais.
- São formados por terminações nervosas livres
● Nociceptores Específicos:
- Respondem a estímulos térmicos ou mecânicos
- Sensíveis a temperaturas extremas (>45ºC ou <5ºC), e pressão intensa
- Compostos por fibras do tipo Aδ
● Nociceptores Polimodais:
- Não são seletivos a um único tipo de estímulo, respondendo tanto a mecânicos, térmicos e
principalmente químicos.
- Correspondem a fibras do tipo C
- Apresenta grande área receptiva ( quanto mais lenta mais espalhada.)
● Nociceptores Silentes:
- Presentes em vísceras e geralmente inativos
- Em casos de inflamação e distensão da cápsula ou lesão química é ativado.
➥ Transmissão:
- O estímulo nocivo, de alguma forma, abre os canais iônicos, o que muda o potencial de membrana no
sentido de uma hipopolarização. Essa variação do potencial de membrana é conhecida como
potencial gerador, sendo proporcional ao estímulo aplicado. Caso o potencial gerador alcance o limiar
de abertura dos canais iônicos sensíveis à voltagem, ocorrerá despolarização que se propagam ao
longo do axônio do neurônio sensitivo primário, cujo corpo celular está localizado no gânglio da raiz
dorsal ou no gânglio trigeminal, até alcançar o sistema nervoso central (SNC), a medula ou o tronco
encefálico. Esse neurônio é chamado neurônio de primeira ordem ou primeiro neurônio.
- O neurônio que recebe informações do neurônio de primeira ordem e transmite para as estruturas
suprassegmentares é chamado de neurônio de segunda ordem ou segundo neurônio. As lâminas I e II
(lâmina marginal e substância gelatinosa, respectivamente) recebem, prioritariamente, aferências de
estímulos nociceptivos provenientes de fibras Aδ. A maior parte dos neurônios de segunda ordem
presente nessa região da medula é chamada de neurônio nociceptivo específico.
- Os estímulos sensoriais não nocivos alcançam principalmente as lâminas III e IV. Na lâmina V, fazem
sinapse fibras Aδ, que medeiam informação não dolorosa, e fibras Aδ e C, que medeiam estímulos
dolorosos, projeções de interneurônios da lâmina II e aferências de nociceptores viscerais.
- Os neurônios de segunda ordem presentes na camada V são chamados, em sua maioria, de
neurônios dinâmicos de amplo espectro ou neurônios convergentes. A convergência de informações
nessa região (lâmina V) pode explicar, em parte, o fenômeno da dor referida, isto é, quando uma dor
de origem visceral é percebida em uma superfície corporal de maneira previsível.
- Às camadas VII e VIII do corno anterior da medula também chegam informações sensoriais
nociceptivas provenientes de circuitos complexos, inclusive contralaterais da medula.
➥ Transdução:
- O principal neurotransmissor com potencial excitatório é o glutamato (que é capaz de gerar potenciais
excitatórios pós-sinápticos (PEPS) rápidos por meio da ativação de receptores glutamatérgicos do tipo
AMPA. )
- Neurônios de 1 ordem também podem liberar peptídeos neurotransmissores, como a substância P,
que gera PEPS mais lentos.
- Glutamato e neuropeptídeos podem ser liberados simultaneamente, mas o tempo de permanência de
cada um na fenda sináptica é diferente. O glutamato, após liberado, atua na sinapse de maneira local,
por período relativamente curto, em função de processos efetivos de sua eliminação por parte da glia
e dos terminais pré-sinápticos (recaptação). Os neuropeptídeos, no entanto, exercem ação prolongada
e difusa porque sua eliminação na fenda sináptica depende da difusão e sua degradação depende da
ação de peptidases extracelulares.
➥ Processamento:
- A dor rápida é deflagrada durante a presença do estímulo nocivo, enquanto a dor lenta contínua
mesmo que o estímulo cesse.
- Notrato neoespinotalâmico os neurônios de terceira ordem ou terceiro neurônio deixam o VPL e
projetam para os córtex somestésicos primário (S1) e secundário (S2). As fibras deste trato são as
principais responsáveis pela condução da dor rápida. Assim, ele parece ser o trato de maior relevância
funcional na conscientização da dor. No tálamo, ocorre a percepção inicial da informação dolorosa,
porém essa percepção é vaga e imprecisa, e, somente quando a informação chega ao córtex cerebral,
ela pode ser definida quanto à localização precisa, e discriminação do tipo de sensação (agulhada,
queimação, pressão, etc.) e à intensidade.
- As fibras provenientes do trato paleoespinotalâmico são provenientes das lâminas VII e VIII,
ascendem, em especial, contralateralmente e terminam nos núcleos medianos da formação reticular
(FR) do tronco encefálico. Esse trato parece influenciar o sistema de ativação reticular ascendente
(SARA), com projeções difusas para diversas áreas cerebrais criando um estado fisiológico e
psicológico de alerta no indivíduo. Projeções ascendentes da FR alcançam, inclusive, núcleos da linha
média e intralaminares do tálamo. Esse trato parece influenciar tanto reações afetivo-motivacionais
quanto reflexos neurológicos defensivos e adaptativos, sejam eles somáticos ou vegetativos.
- A velocidade da dor também é decorrente do reduzido número de neurônios e sinapses até o córtex,
isso na dor aguda, já os componentes anatômicos que conduzem a dor lenta constituem substrato
para dimensão afetiva da dor.
- Existem outros tratos que também são responsáveis por conduzir a dor trato espinomesencefálico,
responsável pelo direcionamento dos olhos para e da cabeça para o estímulo nocivo, além de
participar do mecanismo de controle da dor; e o trato espinoparabraquial, que é parte integrante
desta via contribui para o aspécto afetivo da dor, o trato espino-hipotalâmico responsável pelo
controle vegetativo como respostas neuroendócrinas e cardiovasculares e o trato cervicotalâmico .
- O processamento da informação nociceptiva em diferentes níveis do SNC pode gerar respostas
motoras, vegetativas ou comportamentais. Respostas motoras, como reflexos de retirada, extensão
cruzada e ajustes posturais de proteção, minimizam a exposição ao agente agressor. Ajustes
vegetativos, como aumento da frequência cardíaca e respiratória, vasoconstrição e secreção
hormonal. Memória dolorosa, aspectos afetivos e conscientes da nocicepção embasam respostas
comportamentais, como esquiva. Assim, o processamento da informação nociceptiva gera respostas
adaptativas em diferentes níveis de complexidade
➥ Modulação da Dor:
- Na medula os neurônios de 2 ordem além de receberem projeções dos neurônios nociceptivos
provenientes da periferia, também recebem projeções de interneurônios inibitórios que são ativados
por fibras Aβ, que conduzem o estímulo tátil. (segmentar - inibição pré sináptica na medula)
- Algumas projeções descendentes supramedulares são capazes de modular a dor, como é o caso dos
neurônios do locus ceruleus, que alcançam o corno posterior da medula e ali liberam norepinefrina, a
qual inibe a substância P de agir, antes que faça a sinapse.
- A substância cinzenta periaquedutal, quando estimulada produz uma inibição seletiva da dor, sem
alterar demais modalidade sensorial; mas por fazer conexão com o núcleo magno da Rafe, do qual
partem projeções serotoninérgicas que inibem a dor, por meio de neurônios secretores de opióides.
(suprasegmentar)
As 3 principais classes de opióides endógenos são encefalinas (leucina e metionina-encefalina),
dinorfinas e betaendorfinas. Esses opióides são sintetizados a partir de três genes diferentes: o da
pró-encefalina, o da pró-dinorfina e o da próopiomelanocortina. Encefalinas e dinorfinas são
encontradas principalmente na PAG, na rafe e nas lâminas I e II do corno posterior da medula. O
pró-opiomelanocortina (POMC) é um polipeptídeo precursor expresso especialmente na hipófise, o
qual dá origem à betaendorfina e ao ACTH, ambos liberados na corrente sanguínea em situações de
estresse.
O corno dorsal da medula possui alta concentração de neurônios secretores de opióides endógenos,
os receptores são encontrados nos axônios de neûronios de 1 ordem, onde inativam canais de cálcio
diminuindo a liberação de neurotransmissores (glutamato/substância P - inibição pré-sináptica). Já
nos neurônios de 2 ordem os receptores opióides abrem os canais de potássio, com consequente
hiperpolarização, impedindo a transmissão do impulso, inibição pós-sináptica dos neurônios de 1 e 2
ordem.
Classificação da Dor:
➥ Dor Nociceptiva:
- Ocorre em decorrência da estimulação química, física e mecânica de nociceptores (terminações
nervosas livres)
→ SOMÁTICA:
- Superficial ou profunda
- Estímulo facilmente localizado, geralmente relacionados com sistemas tegumentar, osteomuscular ou
mucosas
- A dor somática ou estrutural é localizada mais facilmente pelo paciente e com frequência está
associada a traumatismo ou atividade física. A dor somática pode originar-se em músculos,
articulações, ligamentos, ossos, tendões e fáscia. A descrição do cliente pode variar desde uma dor
aguda e intensa até imprecisa e dolorida. Pode ser constante ou intermitente e o cliente
frequentemente a relaciona a alguma atividade física ou à postura. Tecidos estruturais podem
estimular fibras nervosas aferentes em decorrência de lesões traumáticas, como lacerações ou
esmagamento. Fibras aferentes também podem ser estimuladas pela pressão, p.ex., como resultado
de invasão de tumor, edema, congestão venosa ou inflamação nas articulações.
→ VISCERAL:
- Dor referida e mal localizada. A informação sensitiva proveniente de diversas áreas no interior do
corpo pode convergir nos neurônios espinais. Essa convergência é responsável pela sensação de dor
referida, a dor que é percebida em uma parte do corpo diferente daquela em que teve origem a lesão
ou o estímulo. No entanto, uma estrutura nervosa complexa nos cornos dorsais da medula espinal
pode inibir a transmissão da sensação dolorosa até o cérebro. Esses portões operam por meio de
vários neurotransmissores (substância P e somatostatina). A não transmissão até o cérebro impede o
reconhecimento da sensação de dor. A lesão é respondida relativamente e a origem do estímulo
desagradável é eliminada. O estímulo apenas se transformará em dor se for percebido no cérebro.
- A dor que se origina a partir da estimulação de nociceptores mais profundos pode ser visceral. A dor
visceral pode ter origem nas cavidades torácica, abdominal, pélvica ou craniana. Trata-se de uma
manifestação difusa, de localização imprecisa e frequentemente de difícil identificação com o
diagnóstico. Os sintomas mais comumente associados à dor visceral indicam atividade do sistema
nervoso autônomo. Podem ser caracterizados por palidez, sudorese, cólicas abdominais e diarreia.
Com frequência, ocorre aumento significativo na pressão arterial. A dor visceral é descrita como
profunda, dolorosa, em cólica ou de pressão intensa. Esse tipo de dor é frequentemente referido a
outras áreas do corpo.
➥ Dor Não Nociceptiva:
● Dor Neuropática:
- Ocorre de uma lesão das vias do SNP (nervos, plexos ou raiz nervosa) ou SNC (medula e encéfalo),
que em vez de estimulação de receptores de dor. Compreende uma dor desproporcional à lesão
tecidual, e sinais de lesão de nervos. A dor pode se desenvolver após lesão no SNC e SNP, e podem
envolver o SNS.
- A dor neuropática resulta de dano ao SNC ou sistema nervoso periférico. Não é necessária a
estimulação dos nervos para que o paciente informe que sente dor. A dor pode ser leve ou muito
intensa, sendo descrita, muitas vezes, como uma sensação de queimação ou cauterização. Tem
localização pouco definida e não responde às intervenções convencionais. Comumente, a dor
neuropática é contínua, e não intermitente. Pode ser acompanhada por parestesias, sensações de
calor ou frio, formigamento, dormência ou paralisia. Como resultado da lesão dos nervos, é comum a
dor neuropáticase transformar em um sintoma crônico que pode ser gravemente debilitante.
→ DOR CENTRAL :
- A hiperalgesia central ou sensibilização central, ocorre quando a dor intensa e persistente por mais de
24 horas, causa o aumento do fluxo de cálcio devido ao grande estímulo glutaminérgico em receptores
AMPA e NMDA. Basicamente após uma cascata neuroquímica pode haver a ativação de genes que
produziram novos receptores, canais iônicos ou enzimas que facilitam a despolarização em alguns
pontos do processamento da informação nociceptiva, podendo causar dor espontânea (alodinia)
→ DOR PERIFÉRICA:
- Diferente da dor crônica nociceptiva, a neuropática, como é o caso de uma lesão em nervo periférico
que pode mudar a excitabilidade da membrana, gerando potenciais de ação espontâneos, pós
descarga prolongada ou despolarização em resposta a estímulos mecânicos não nociceptivos (dor do
coto)
- Dano à bainha de mielina pode prejudicar prejudicar o isolamento entre os neurônios, e a excitação
de um outro qualquer pode induzir a despolarização do neurônio nociceptivo (excitação cruzada)
- Com relação a neuroplasticidade, se um polegar for amputado, o crescimento da arborização
dendrítica dos neurônios que carreiam a informação proprioceptiva do indicador, pode alcançar áreas
de representação cortical nociceptiva desse membro, gerando dor no dedo fantasma.
- Na hiperalgesia periférica estímulos que antes não deflagraram dor agora o fazem, esse aumento na
sensibilidade nociceptiva é decorrente da liberação de diversos mediadores químicos liberados no
local da lesão, como bradicinina, histamina, prostaglandina e substância P, que reduzem o limiar de
despolarização.
● Dor Psicogênica:
- A dor psicogênica, por sua vez, está relacionada à prevalência de fatores psicológicos na gênese da
sensação dolorosa. Esse tipo de dor pode ser observado em distúrbios psicológicos, como depressão
e ansiedade generalizada.
- A depressão e a ansiedade interagem na percepção da dor via mecanismos inibitórios e facilitatórios.
As vias noradrenérgicas e serotoninérgicas estão envolvidas no mecanismo da ansiedade e da
depressão, bem como no controle central da dor. A interação entre as unidades excitatórias e
inibitórias, a condição emocional, os traços constitucionais, as experiências pregressas e presentes, a
ocorrência de anormalidades orgânicas ou funcionais e as condições ambientais podem interferir na
transmissão da informação nociceptiva para centros nervosos, os quais participam da percepção ou
das reações reflexas diante da dor. O estresse psicológico, por exemplo, torna a dor mais intensa ou
menos tolerável.
Dor Visceral:.. ..
É definida como a dor gerada por estímulo nociceptivo de estruturas profundas localizadas no tórax, abdome
e pelve.
- A dor visceral é um tipo de dor nociceptiva, ela compreende a dor originada das diferentes vísceras do
abdômen e do tórax.
- Ela é percebida por terminações nervosas livres no estroma, parênquima e cápsula visceral e parietal.
- Esse tipo de dor pode ser dividida da seguinte forma:
Dor Visceral Verdadeira:,, ,,
➥ Características:
- Diferente da dor superficial, é que danos muito bem localizados nas vísceras, dificilmente causam dor
grave. Entretanto, a estimulação difusa das terminações nervosas causa dor grave. Isso ocorre
devido ao número reduzido de receptores presentes, dessa forma é necessário uma área mais
extensa para desencadear uma dor muito significativa.
- Conta com o predomínio de fibras nervosas do tipo C
- Segue o mesmo trajeto da via espinoreticulotalâmica
- Caracteriza-se por uma dor difusa, mal localizada, em queimação ou cólica.
- Assemelha-se a dor somática profunda
- A qualidade da dor é referente a cada tipo de órgão, a dor de vísceras maciças ou de processos não
obstrutivos de vísceras ocas caracteriza-se com surda (dor contínua e imprecisa, sem grande
intensidade); já a dos processos obstrutivos é descrita como em cólica
➥ Causas:
Qualquer estímulo que excite as terminações nervosas para a dor, em áreas difusas das vísceras, pode
causar dor visceral. Esses estímulos incluem isquemia do tecido visceral, lesão química das superfícies das
vísceras, espasmo da musculatura lisa de víscera oca, distensão excessiva de víscera oca e distensão do
tecido conjuntivo que circunda ou é localizado na víscera. Essencialmente, qualquer dor que se origina nas
cavidades torácica ou abdominal é transmitida pelas fibras delgadas do tipo C e, portanto, só podem transmitir
o tipo crônico-persistente de dor.
● Isquemia:
A isquemia causa dor visceral da mesma forma que causa dor em outros tecidos, presumivelmente, devido à
formação de produtos finais metabólicos ácidos ou produtos degenerativos dos tecidos, como a bradicinina,
enzimas proteolíticas ou outras que estimulem as terminações nervosas para dor.
● Estímulos Químicos:
Algumas vezes, substâncias nocivas escapam do trato gastrointestinal para a cavidade peritoneal. Por
exemplo, o suco gástrico ácido proteolítico pode escapar por úlcera gástrica ou duodenal perfurada. Esse
suco causa digestão disseminada do peritônio visceral, estimulando amplas áreas de fibras dolorosas. A dor
costuma ser é excruciante e grave.
● Espasmos de vÍsceras oca:
O espasmo de porção da alça intestinal, da vesícula biliar, do ducto biliar, do ureter ou de qualquer outra
víscera oca pode causar dor, possivelmente, pela estimulação mecânica das terminações nervosas da dor.
Outra possibilidade é a de que o espasmo pode acarretar diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo, o
que combinado com o aumento das necessidades metabólicas do músculo para nutrientes, causa dor grave.
Em geral, a dor de víscera espástica ocorre na forma de cólicas, com a dor chegando a alto grau de
gravidade e depois diminuindo. Esse processo continua de modo intermitente, uma vez a cada poucos
minutos. Os ciclos intermitentes resultam de períodos de contração da musculatura lisa. Por exemplo, a cólica
surge toda vez que a onda peristáltica percorre a alça intestinal excessivamente excitável. Essa dor do tipo
cólica frequentemente ocorre em pessoas com apendicite, gastroenterite, constipação, menstruação, parto,
doenças da vesícula biliar ou obstrução ureteral.
● Distensão excessiva de vísceras ocas:
O preenchimento excessivo de víscera oca também pode resultar em dor, presumivelmente, devido à
distensão excessiva dos tecidos propriamente ditos. A distensão excessiva também pode interromper os
vasos sanguíneos que circundam a víscera ou que passam por sua parede, talvez promovendo dor
isquêmica.
● Vísceras Intestinais:
Poucas áreas viscerais são quase completamente insensíveis à dor de qualquer tipo. Elas incluem o
parênquima do fígado e os alvéolos pulmonares. Por sua vez, a cápsula hepática é extremamente sensível
tanto ao trauma direto quanto à sua distensão, e os ductos biliares também são sensíveis à dor. Nos pulmões,
embora os alvéolos sejam insensíveis, tanto os brônquios quanto a pleura parietal são bastante sensíveis à
dor.
Dor referida: ..
- Frequentemente, a pessoa sente dor em uma parte do corpo que fica distante do tecido causador da
dor. Essa é a chamada dor referida.
- A dor em órgãos viscerais geralmente é referida à área na superfície do corpo.
- O conhecimento dos diferentes tipos de dor referida é importante para o diagnóstico clínico, pois em
várias doenças viscerais o único sinal clínico é a dor referida.
- Apresenta fibra do tipo C, na medula essa fibra faz sinapses com neurônios de 2° ordem da via de dor
da pele (espinoreticulotalâmica), dessa forma o córtex sensitivo identifica na região superficial
correspondente.
- Esse tipo de dor também caracteriza-se como difusa em queimação ou cólica.
➥ Mecanismo:
- Os ramos das fibras para a dor visceral fazem sinapse na medula espinal, nos mesmos neurônios de
segunda ordem (1 e 2) que recebem os sinais dolorosos da pele.
- Quando as fibras viscerais para a dor são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são
conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem ossinais dolorosos da pele,
e a pessoa tem a impressão de que as sensações se originam na pele.
Dor Parietal: ..
- Dor por dano causado ou percebido nas cápsulas parietais das vísceras
- A dor parietal é causada por doenças viscerais, que geralmente se dissemina para o peritônio, a
pleura ou o pericárdio parietal.
- Essas superfícies parietais, como a pele, são supridas com extensa inervação dolorosa, originada nos
nervos espinais periféricos. Portanto, a dor da parede parietal sobre a víscera apresenta
caracteristicas semelhantes, além de ser aguda.
- Exemplo pode enfatizar a diferença entre essa dor e a dor visceral verdadeira: incisão do peritônio
parietal é muito dolorosa, enquanto incisão similar do peritônio visceral ou da parede intestinal pode
não ser muito dolorosa ou até mesmo ser indolor.
- Possuem fibras do tipo A delta e C, dessa forma contam também com a via de dor rápida
- O neurônio de 1° segue o 2° neurônio espinal daquela região, percebendo a do no local afetado
mesmo, sem realizar decussação.
➥ Localização da dor:
● Dor visceral e parietal:
A dor oriunda de diferentes vísceras frequentemente é difícil de localizar, por inúmeras razões:
1. o sistema nervoso do paciente não reconhece a experiência anterior, a existência dos diferentes
órgãos internos; portanto, qualquer dor que se origine internamente pode apenas ser localizada com
imprecisão.
2. as sensações do abdome e do tórax são transmitidas por meio das duas vias para o sistema nervoso
central — a via visceral verdadeira e a via parietal.
3. A dor visceral verdadeira é transmitida pelas fibras sensoriais para dor, nos feixes nervosos
autônomos, e as sensações são referidas para as áreas da superfície do corpo, geralmente longe do
órgão doloroso.
4. As sensações parietais são conduzidas diretamente para os nervos espinais locais do peritônio
parietal, da pleura ou do pericárdio, e essas sensações geralmente se localizam diretamente sobre a
área dolorosa.
● Dor referida:
- Quando a dor visceral é referida para a superfície do corpo, a pessoa, em geral, a localiza no
segmento dermatômico de origem do órgão visceral no embrião, e não necessariamente no local atual
do órgão visceral.
- A dor oriunda de vísceras frequentemente se localiza em duas áreas na superfície do corpo ao mesmo
tempo, por causa da dupla transmissão da dor pela via visceral referida e a via parietal direta.
EX: Os impulsos dolorosos passam inicialmente do apêndice por fibras dolorosas viscerais,
localizadas nos fascículos nervosos simpáticos, seguindo para a medula espinal no nível de T-10 ou
T-11; essa dor é referida para área ao redor do umbigo e é do tipo persistente e espasmódica. Os
impulsos dolorosos, geralmente, se originam no peritônio parietal, onde o apêndice inflamado toca ou
está aderido à parede abdominal. Esses impulsos causam dor do tipo pontual diretamente sobre o
peritônio irritado, no quadrante inferior direito do abdome.

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