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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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MURMIAP 
 
 
 
 
MANUAL DE USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E INSUMOS NA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA DE FORTALEZA 
 
 
 
1ª EDIÇÃO 
 
 
 
FORTALEZA 
FEVEREIRO/2016 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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“O que mais me surpreende na 
humanidade, são os "homens". Porque 
perdem a saúde para juntar dinheiro. 
Depois perdem dinheiro para recuperar a 
saúde. E por pensarem ansiosamente no 
futuro, esquecem do presente de tal 
forma que acabam por não viver nem o 
presente nem o futuro. E vivem como se 
nunca fossem morrer... 
... E morrem como se nunca tivessem 
vivido ” 
 
Dalai Lama 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de Saúde de 
Fortaleza (MURMIAP) - 2016. 
 
Célula de Atenção Primária; 
Célula de Assistência Farmacêutica; 
Célula de Atenção à Saúde Mental; 
110 páginas 
 
 
 
1.Uso Racional de Medicamentos; 2. Terapêutica; 3.Padronização na prescrição de Medicamentos; 4. Elenco 
de medicamentos da atenção primária em saúde; 5. Atenção Primária à Saúde. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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Prefeitura de Fortaleza 
Secretaria Municipal de Saúde 
Coordenadoria de Políticas e Organização das Redes de Atenção à 
Saúde 
Célula de Atenção Primária á Saúde 
 
 
 
 
Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra 
Prefeito de Fortaleza 
 
 
 
Maria do Perpétuo Socorro Martins Breckenfeld 
Secretária de Saúde do Município 
 
 
 
Lúcia Carvalho Cidrão 
Secretária Executiva 
 
 
 
Maria Imaculada Ferreira Fonseca 
Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde- COPAS 
 
 
 
André Luiz Benevides Bomfim 
Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS 
 
 
 
Magno de Souza Sampaio 
Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF 
 
 
 
Carolina Aires de Castro 
Gerente da Célula de Atenção à Saúde Mental – CEASM 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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Célula de Assistência Farmacêutica 
 
Magno de Souza Sampaio 
Gerência da Célula de Abastecimento 
 
Saullo Diego de Moura de Oliveira 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional I 
 
Elida Flávia Peixoto Landim 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional II 
 
Olavo Honório Pitombeira Júnior 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional III 
 
Osvaldina Nogueira de Menezes 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional IV 
 
Rômulo José dos Reis Gomes 
Lawrence Pinheiro Marinho 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional V 
 
Thiago Luciano Ayres Sampaio 
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional VI 
 
Georgeline Medeiros Silveira 
Farmacêutica da Farmácia Viva Lúcia Gurgel 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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Equipe de Elaboração 
 
André Luiz Benevides Bomfim 
Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS 
Andreia Maluf Favaro 
Farmacêutica da Célula de Atenção à Saúde Mental 
Antonio Carlos Araújo Fraga 
Farmacêutico da Célula de Vigilância Sanitária de Fortaleza 
Emilio Rossetti Pacheco 
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza 
Frederico Fernando Esteche 
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza 
Helaine Cristina Alves de Vasconcelos 
Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica 
Leandro Araujo Da Costa 
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza 
Magda Moura de Almeida 
Médica de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza 
Magno de Souza Sampaio 
Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF 
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro 
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza 
Otenberg Nogueira De Souza Júnior 
Médico de Família e Comunidade 
Rafaela Yasmine de Sousa Ferreira 
Residente de Medicina de Família e Comunidade da Regional I 
Roberto Ribeiro Maranhão 
Médico de Família e Comunidade da Unidade Lineu Jucá Regional I 
Talita Rodrigues de Souza 
Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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SUMÁRIO 
I. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. VIII 
II. PREFÁCIO .............................................................................................................. IX 
 
1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA ... 11 
1.1 Atenção Primária em Saúde ........................................ ..........................................12 
1.2 Estruturação da Assistência Farmacêutica ............................................................ 14 
1.3 Elenco de Medicamentos Padronizados no Município de Fortaleza ...................... 17 
 
2. INFORMAÇÕES ÚTEIS .......................................................................................... 21 
2.1 Dicas para Prescrição Racional de Medicamentos ................................................ 22 
2.2 Medicamentos Sujeitos ao Controle Especial ........................................................ 24 
2.3 Classificação de Risco dos Medicamentos na Gravidez e Amamentação ............ 27 
 
3. COMPONENTE DESCENTRALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA...... 31 
3.1 Orientações sobre os Medicamentos Essenciais Padronizados............................ 32 
Ácido Acetilsalicílico .................................................................................................... 34 
Amoxicilina / Amoxicilina + Clavulanato....................................................................... 36 
Beclometasona ............................................................................................................ 38 
Budesonida .................................................................................................................. 40 
Carbonato de Cálcio + Colecalciferol .......................................................................... 42 
Captopril ...................................................................................................................... 44 
Cefalexina .................................................................................................................... 46 
Cloreto de Sódio .......................................................................................................... 48 
Enalapril ....................................................................................................................... 50 
Gliclazida ..................................................................................................................... 52 
Ibuprofeno ................................................................................................................... 54 
Levodopa + Benzerazida ............................................................................................. 56 
Levodopa + Carbidopa ................................................................................................ 58 
Losartana ..................................................................................................................... 60 
Metformina ................................................................................................................... 62 
Miconazol .................................................................................................................... 64 
Omeprazol ...................................................................................................................66 
Permetrina ................................................................................................................... 68 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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Prednisona/ Prednisolona ............................................................................................ 70 
Prometazina................................................................................................................. 72 
Ranitidina ..................................................................................................................... 74 
Sais para Reidratação Oral ......................................................................................... 76 
Sinvastatina ................................................................................................................. 78 
Sulfametoxazol + Trimetoprima ................................................................................... 80 
 
4. COMPONENTE ESTRATÉGICO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ............... 83 
4.1 Programa de Controle do Tabagismo .................................................................... 85 
4.2 Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma ............................... 85 
4.3 Programa de Insulinas e Insumos para Diabetes .................................................. 86 
4.4 Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS ................................... 88 
4.5 Programa de Tuberculose e Hanseníase .............................................................. 89 
4.6 Programa de Alimentação e Nutrição .................................................................... 90 
4.7 Programa de Cuidado com a Mulher ..................................................................... 91 
 
5. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ..................................................................... 93 
5.1 Fitoterápicos no Sistema Único de Saúde ............................................................. 94 
5.2 Farmácia Viva Lúcia Gurgel................................................................................... 95 
5.3 Medicamentos Fitoterápicos Disponíveis para Prescrição .................................... 96 
Creme de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) .............................................. 96 
Elixir de Aroeira 7% (Myracrodruon urundeuva Allemão) ........................................... 96 
Elixir de Erva Cidreira (Lippia Alba) ............................................................................ 97 
Pomada de Confrei a 5% (Symphytum officinale L.) .................................................. 97 
Sabonete Líquido de Alecrim Pimenta (Lippia sidoides Cham) .................................. 98 
Tintura de Alecrim Pimenta a 20% (Lippia sidoides Cham) ........................................ 98 
Tintura de Malva Santa a 20% (Plectrantus barbarus Benth) ..................................... 99 
Xarope de Chambá (Justicia pectoralis Jacq) ............................................................ 99 
Xarope de Guaco (Mikania glomerata Sprengel) ...................................................... 100 
 
6. INSUMOS PARA TRATAMENTO DE FERIDAS .................................................. 101 
6.1 Princípios Básicos no Tratamento de Feridas ..................................................... 102 
6.2 Tipos de Feridas mais Comuns na Atenção Primária .......................................... 103 
6.3 Tipos de Curativos Realizados na Atenção Primária ........................................... 106 
6.4 Insumos Padronizados para Curativos no Município ........................................... 106 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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APRESENTAÇÃO 
O Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de 
Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, traz a relação de medicamentos padronizados 
pela Assistência Farmacêutica do Município, representando mais uma importante contribuição no 
campo da assistência à saúde nos serviços da comunidade. 
O Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Saúde de Fortaleza 
é fruto do trabalho dedicado aos atuais e futuros profissionais de medicina de família e comunidade e 
tem por objetivo servir como instrumento de consulta rápida, orientando a equipe de saúde, em 
especial aos médicos, com relação aos itens medicamentosos disponíveis para prescrição, e 
padronizar as condutas referentes à prescrição desses medicamentos na rede básica assistencial. 
É fundamental que todos os profissionais de saúde que realizam assistência primária no 
município e em especial os prescritores tomem conhecimento e se conscientizem da política 
institucional referente à padronização e indicação de uso dos medicamentos normatizados neste 
manual, priorizando a prescrição dos medicamentos aqui relacionados. Consulta recente ao 
Conselho Federal de Medicina reforçou a obrigatoriedade do médico, quando trabalhando em uma 
instituição pública ou privada, seguir as normas por ela emanadas. Esta é uma contribuição para a 
disseminação do conhecimento técnico e o fortalecimento de estratégias para a efetivação do 
controle de medicamentos na esfera pública, com apoio de todos os envolvidos. 
O principal desafio ao uso racional de medicamentos na atenção básica é a falta de 
acesso dos profissionais de Saúde à informação de qualidade e isenta de conflito de interesses. 
Muitas unidades básicas de saúde não possuem sistema informatizado com acesso à internet para 
busca de evidências, comprometendo a pesquisa sistemática por fontes confiáveis de informação. 
A contínua atualização das informações do conhecimento científico torna necessária a 
reedição deste manual a cada dois anos, para permitir atualizações do elenco de medicamentos 
disponíveis, através da incorporação de novas tecnologias e substituição daquelas que se mostram 
menos eficazes e em desuso na atenção primária em saúde. 
 
 
 
Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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PREFÁCIO 
É com satisfação que a Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção 
à Saúde apresenta o Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária 
de Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, um dos produtos estratégicos na promoção 
do uso seguro e racional dos medicamentos na atenção primária em saúde. Este manual pretende 
cumprir sua missão junto à sociedade, tornando-se referência para atividade de seleção e 
padronização de medicamentos, no contexto da assistência farmacêutica no município de Fortaleza. 
As Células de Atenção Primária à Saúde e Assistência Farmacêutica compuseram 
equipes de trabalho, para realização de análise crítica na elaboração das diretrizes e protocolos de 
recomendação para utilização racional de medicamentos. Desta forma, mostra a amplitude do 
comprometimento da gestão e a responsabilidade na obtenção de um consenso para tomada de 
decisões estratégicas no nível primário de saúde. 
Nesta primeira edição, foi incluída a lista de medicamentos padronizados pela Assistência 
Farmacêutica do Município, orientações sobre assistência à saúde no município, informações úteis 
sobre a utilização de medicamentos em crianças, gestantes e idosos, como realizar uma boa 
prescrição de medicamentos, classificação de risco dos medicamentos na gravidez e na 
amamentação, bem como informações sobre medicamentos sujeitos ao controle especial, 
medicamentos fitoterápicos disponíveis no município e insumos para o tratamento de feridas. 
Ressaltamos que os protocolos de recomendação de utilização, resultante deste trabalho, 
estarão brevemente disponibilizados em versão eletrônica na internet, no site da Secretaria Municipal 
de Saúde, no ícone “Downloads”, onde ficará disponível para consulta pública dosleitores a fim de 
receber críticas e sugestões para seu aperfeiçoamento em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sms. Em 
caso de dúvidas, sugestões ou comentários, envie um e-mail para (farmaceuticocelaf@gmail.com). 
Este material destina-se a ser um relevante instrumento na disseminação de informações para a 
comunidade científica e um norteador para orientações aos prescritores. 
Assim, estaremos seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde, quanto às 
atividades relacionadas à seleção e padronização, política institucional para dispensação de 
medicamentos, farmacovigilância e educação continuada à equipe da saúde. Desta maneira, 
construindo os padrões das práticas para o uso seguro e racional do medicamento. 
Desejamos a todos que aproveitem bem o manual! 
 
Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza 
http://www.fortaleza.ce.gov.br/sms
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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ASSISTÊNCIA 
FARMACÊUTICA NO 
MUNICÍPIO DE FORTALEZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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1. ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE 
O Relatório Dawson, em 1920, preconizou a organização do sistema de atenção à saúde 
em diversos níveis, criando a concepção moderna de Atenção Primária em Saúde (APS) (MENDES, 
2012). Em Alma-Ata, 1978, a Conferência Internacional sobre APS, organizada pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), representou um 
marco histórico da APS (GIOVANELLA, 2008). 
 
A conferência de Alma-Ata definiu a APS como: 
Cuidados essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de 
natureza prática, cientificamente críveis e socialmente aceitáveis, 
universalmente acessíveis na comunidade aos indivíduos e às famílias, com a 
sua total participação e a um custo suportável para as comunidades e para os 
países, à medida que se desenvolvem num espírito de autonomia e 
autodeterminação (UNICEF, 1979). 
Nos anos seguintes, houve um embate entre as concepções de APS abrangente e 
seletiva. A concepção de APS abrangente ou integral, defendida pela Declaração de Alma-Ata, foi 
questionada por órgãos internacionais por ser pouco propositiva. A APS seletiva prevaleceu nos 
países em desenvolvimento com ações organizadas em programas verticais focalizados utilizando 
recursos limitados e de custo reduzido com finalidade de combater as principais doenças 
(GIOVANELLA, 2008). 
Na última década surgiu um movimento de renovação da atenção primária, estimulado 
pela OMS e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com objetivo de alcançar os Objetivos 
do Milênio acordados nas Nações Unidas. Vários documentos foram publicados, entre eles, 
“Renovação da Atenção Primária em Saúde nas Américas” (OPAS/OMS, 2005) e “Atenção Primária 
à saúde: Agora Mais do que Nunca” (OMS, 2008), com uma atualização da concepção abrangente 
de APS, estratégia utilizada para reorganizar os sistemas de saúde (GIOVANELLA, 2008). Neste 
projeto adotaremos a concepção de APS abrangente ou integral. 
A APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde é compreendida 
como uma forma de organização dos serviços de saúde, com objetivo de integrar todos aspectos 
desses serviços, a partir do ponto de vista da população, o que implica a articulação da APS como 
parte e como coordenadora de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS). Responde às necessidades de 
saúde da população, através de serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção de 
saúde. A Atenção Primária integra os cuidados, lida com o contexto e influência as respostas das 
pessoas a seus problemas de saúde. Essas perspectivas estão em harmonia com as diretrizes do 
Sistema Único de Saúde (MENDES, 2012). 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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A Atenção Primária tem características diferentes dos outros níveis de atenção, como 
priorização dos problemas mais frequentes, simples ou complexos, que surgem em fases iniciais, 
portanto menos definidos; maior proporção de pacientes em tratamento continuado; maior variedade 
de diagnósticos e maior dedicação à prevenção de doenças e promoção à saúde (TAKEDA, 2004). 
As quatro principais características da Atenção primária são: porta de entrada para o 
sistema de saúde, primeiro contato; continuidade do cuidado, longitudinalidade; integralidade da 
atenção e coordenação do cuidado às necessidades dos indivíduos, famílias e comunidade. Outras 
características são a centralização na família, orientação na comunidade e a valorização da cultura. 
Alguns elementos não são únicos da Atenção Primária, porem são essenciais, como registro 
adequado, continuidade de pessoal, a qualidade clínica e a comunicação dentro da equipe e com os 
pacientes. As suas três funções essenciais são: a resolubilidade, a comunicação e a 
responsabilização (STARFIELD, 2004). 
No Brasil a Estratégia de Saúde da Família foi adotada como politica de estado para 
expansão da APS, com um papel importante na organização do Sistema Único de Saúde (SUS). A 
ESF apresenta características únicas em relação à APS de outros países, como a presença de 
equipes multiprofissionais. O crescimento do número de equipes de saúde da família trouxe a 
medicina de família e comunidade para o centro da discussão da saúde no Brasil, principalmente no 
campo da formação médica (SAMPAIO, 2012). 
Diante da grande cobertura populacional da estratégia de saúde da família e da necessidade 
de reformulação, fortalecimento e adequação de formação de recursos humanos para atuar 
na atenção primária, o governo brasileiro aprovou em outubro de 2013 a Lei 12.871, que tem 
como um dos eixos principais a formação médica brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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2. ESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
 
MISSÃO: prestar assistência farmacêutica de qualidade aos 
usuários e profissionais da saúde, da rede pública de 
Fortaleza, contribuindo na ampliação do acesso e utilização 
racional dos medicamentos essenciais. 
VISÃO: contribuir com a Política Nacional de Medicamentos 
através da aquisição, informação, produção, dispensação e 
controle de medicamentos, garantindo para os usuários da 
rede básica de atenção, medicamentos confiáveis, 
promovendo saúde à população, com segurança e eficácia. 
VALORES: responsabilidade, respeito mútuo, dedicação ao 
trabalho e competência científico – profissional. 
 
De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, a Assistência Farmacêutica (AF) 
pode ser definida como: “Grupo de atividades relacionadas com o medicamento destinadas a apoiar 
as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos 
em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a 
eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a difusão de 
informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente 
e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos”. 
A organização e estruturação da AF, nos diferentes níveis de atenção, tem-se dado, 
principalmente, a partir de um ciclo logístico do medicamento, que abrange todas as etapas inerentes 
ao seu gerenciamento: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e 
dispensação. Essas etapas, apesar de guardarem certa independência, devem estar articuladas, de 
modo a assegurar o gerenciamento adequado dos medicamentos, atendendo às necessidades e 
agregando valor às ações e serviços da atenção básica. Selecionar os medicamentos com base 
técnico/científica, considerando segurança, eficácia e custo/efetividade e gerenciar de forma 
adequada os recursos financeiros, implica no desenvolvimento de açõesestruturantes com 
planejamento realizados para curto, médio e longo prazo. 
A AF está inserida nos diversos níveis de atenção à saúde (primária, secundária e 
terciária) assumindo importância fundamental no sistema de saúde devido à sua transversalidade 
com as demais ações e programas de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde tem como meta 
ampliar o acesso aos medicamentos para a atenção primária de saúde e a sua utilização racional. 
A Organização Mundial de Saúde estima que, no mundo, mais da metade de todos os 
medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente, e que metade dos 
pacientes não os usa, corretamente. Portanto, é gasto muito dinheiro que, ao invés de benefícios, 
pode trazer sérios riscos à saúde. O uso racional dos medicamentos requer que “o usuário receba 
medicamentos apropriados para sua situação clínica, nas doses que satisfaça as necessidades 
individuais, por um período adequado e ao menor custo possível para ele e sua comunidade”. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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Embora tenha uma definição bastante simples, o uso racional de medicamentos, engloba 
um objetivo com muitos obstáculos a ser alcançado atualmente. A prescrição e dispensação dos 
medicamentos são, sem dúvida, as etapas que mais impactam diretamente sobre o uso racional, 
devendo ser permanentemente qualificadas, a fim de melhorar a previsão orçamentária do município 
e os indicadores de saúde da população atendida. 
É no momento da prescrição que é possível ao prescritor escolher a opção mais efetiva 
para o tratamento do seu paciente, sem riscos e no menor custo possível. É no momento da 
dispensação que deve ocorrer uma boa interação entre o profissional farmacêutico e o usuário. Esse 
é o momento em que o paciente deve receber todas as informações e orientações sobre o uso 
correto do medicamento, de modo a contribuir com a adesão ao tratamento. 
Algumas estratégias para o uso racional de medicamentos são acessíveis e passíveis de 
implementação, tais como a seleção adequada, a elaboração de formulário terapêutico, a 
farmacovigilância e a educação dos usuários quanto aos riscos da automedicação. 
As medidas regulatórias adotadas nos países também contribuem para o uso racional de 
medicamentos. Podem-se destacar, entre elas, os critérios adotados para a concessão de registro 
que devem considerar a sua segurança, eficácia e as condições de fabricação. Outra medida é a 
revisão da classificação de medicamentos sob prescrição, restringindo a venda livre de 
medicamentos que possam apresentar qualquer risco ao usuário. 
Uma das estratégias mais adequadas para a promoção do uso racional de medicamentos 
está relacionada à produção de conhecimento, elaboração de informações com base em evidências 
e divulgação de fontes confiáveis e acessíveis de consulta. 
É importante que as condutas terapêuticas sejam uniformizadas de maneira a tornar 
impessoais as decisões de escolha de medicamentos utilizados e para facilitar o desenvolvimento de 
trabalhos de educação continuada com os prescritores, dispensadores e usuários. 
 
RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA PROVIMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
A Assistência Farmacêutica representa hoje uma das áreas com maior impacto financeiro 
no âmbito do SUS de uma forma geral, o que também é uma realidade nas secretarias estaduais de 
saúde (SES) e sua gestão neste âmbito se reveste de fundamental importância. 
O acesso aos medicamentos depende de um financiamento sustentado. Ao se definir a 
política de assistência farmacêutica e os medicamentos a serem disponibilizados nos diferentes 
programas de saúde, em qualquer instância gestora do SUS, deverão ser assegurados os recursos 
financeiros que viabilizem as ações de saúde e a sua continuidade. 
O financiamento da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade das três esferas de 
gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Conforme estabelecido na 
portaria GM/MS número 204/2007, os recursos federais são repassados na forma de blocos de 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
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financiamento, entre os quais os blocos de financiamento do custeio da assistência farmacêutica, que 
é atualmente constituído por três componentes: 
 COMPONENTE BÁSICO: Destina-se à aquisição de medicamentos e insumos no 
âmbito da atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e 
problemas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção 
básica, sendo composto de uma parte financeira fixa (valor per capta pactuado na 
Comissão Intergestores Bipartite - CIB, como contrapartida de estados e 
municípios) e uma parte financeira variável (valor per capta pactuado de forma 
centralizada ou descentralizada, destinados a aquisição de medicamentos e 
insumos para os programas de cobertura de hipertensão, diabetes, asma e rinite, 
saúde mental, saúde da mulher, alimentação e nutrição e combate ao tabagismo). 
 COMPONENTE ESTRATÉGICO: Destina-se ao financiamento para o custeio de 
ações de assistência farmacêutica nos programas de endemias de abrangência 
nacional, tais como tuberculose, hanseníase, malária, leishmaniose, doença de 
chagas, doenças sexualmente transmissíveis, hemoderivados e imunobiológicos. 
 COMPONENTE EXCEPCIONAL: Destina-se ao financiamento dos programas de 
atendimentos dos agravos presentes na tabela de procedimentos ambulatoriais a 
nível estadual e executados conforme Protocolos Clínicos e Diretrizes 
Terapêuticas, publicados pelo Ministério da Saúde. 
 
Após o processo de descentralização da atenção básica aos municípios, os mesmos 
passaram a ser os responsáveis diretos pelas ações de saúde neste âmbito. Assim o repasse 
financeiro ficou vinculado à implementação das atividades relacionadas à reorientação da assistência 
farmacêutica. A partir de então foi possível planejar a aquisição dos produtos medicamentosos de 
acordo com as demandas prioritárias, ampliando o acesso dos usuários do sistema de saúde aos 
medicamentos básicos, promovendo assim o uso racional. 
O elenco de medicamentos para atenção básica seria constituído por dois componentes: 
COMPONENTE ESTRATÉGICO: Contempla o conjunto de medicamentos e produtos, 
cuja responsabilidade pelo financiamento e/ou aquisição é do ministério da saúde. Dentre eles, 
hipertensão e diabetes, inclusive insulina; asma e rinite; saúde da mulher; Alimentação e Nutrição e 
combate ao tabagismo. 
COMPONENTE DESCENTRALIZADO: Constituído pelo incentivo aos medicamentos 
essenciais, definidos num elenco mínimo e obrigatório que deve constar na Relação Nacional de 
Medicamentos Essenciais, financiado com recursos do ministério da saúde, estados e municípios. 
A dispensação do medicamento para o usuário da Atenção Básica é realizado a partir de 
uma prescrição médica, para um período de até 30 dias do tratamento prescrito. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
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3. ELENCO DE MEDICAMENTOS PADRONIZADOS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA 
 
Medicamentos são importantes recursos terapêuticos capazes de curar doenças, 
minimizar sintomas, prevenir patologias ou alterar sistemas fisiológicos. Medicamentos essenciais 
são aqueles que satisfazem às necessidades prioritárias no processo do cuidado à saúde de uma 
população. Eles devem ser selecionados com o objetivo de atender aos problemas de relevância em 
saúde pública, devendo ser consideradas as evidências de eficácia e segurança, assim como, dados 
das relações custo-efetividade e custo-benefício. 
A seleção de medicamentos possibilita ganhos terapêuticos e econômicos, sendo os 
ganhos terapêuticos aqueles relacionados à promoção do uso racional e à melhoria da qualidade 
terapêutica, e os econômicos aqueles que se referem à racionalização dos custos dos tratamentos. 
Dessa forma, a lista padronizada de medicamentos favorece a qualidade naassistência, uniformizando as condutas terapêuticas, tornando impessoais as decisões de escolha 
dos medicamentos e facilitando a educação continuada de prescritores, dispensadores e usuários. 
Esta relação de medicamentos destina-se ao uso exclusivo dos pacientes atendidos 
nas unidades próprias da rede municipal de saúde, sendo disponibilizados nas unidades conforme o 
perfil assistencial das mesmas. Cada medicamento foi designado pela denominação comum 
brasileira (DCB) acompanhado de concentração, forma e apresentação farmacêuticas, conforme 
apresentado a seguir: 
 
MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA 
Aciclovir 200mg Comprimido 
Ácido Acetilsalicílico 100mg Comprimido 
Ácido Fólico 5mg Comprimido 
Ácido Valpróico 
500 mg Comprimido 
50mg/ml Solução Oral 
Albendazol 
400mg Comprimido 
40mg/ml Suspensão Oral 
Alendronato (Sódico) 70mg Comprimido 
Alopurinol 300mg Comprimido 
Amiodarona (Cloridrato) 200mg Comprimido 
Amitriptilina (Cloridrato) 25 mg Comprimido 
Amoxicilina 
50 mg/ml Suspensão Oral 
500mg Cápsula 
Amoxicilina + Clavulanato de Potássio 
50mg+12,5mg/ml Suspensão Oral 
500mg+125mg Comprimido 
Anlodipino (Besilato) 5mg Comprimido 
Atenolol 50mg Comprimido 
Azitromicina 
40mg/ml Suspensão Oral 
500mg Comprimido 
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 18 
MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA 
Beclometasona (Dipropionato) 50mcg e 250mcg Aerossol Oral 
Benzilpenicilina Benzatina 
1.200.000 UI e 
600.000UI 
Pó p/ Solução Injetável 
Benzilpenicilina Procaína+Potássica 300.000UI+100.000UI Pó p/ Solução Injetável 
Biperideno (Cloridrato) 2 mg Comprimido 
Budesonida 50 mcg Aerossol nasal 
Captopril 25 mg Comprimido 
Carbamazepina 
200 mg Comprimido 
20mg/ml Suspensão Oral 
Carbonato de Cálcio 1250 mg* Comprimido 
Carbonato de Cálcio + Colecalciferol 600 mg + 400 UI Comprimido 
Carbonato de Lítio 300 mg Comprimido 
Carvedilol 6,25mg/25 mg Comprimido 
Cefalexina 
50 mg/ml Suspensão Oral 
500 mg Cápsula 
Ciprofloxacino (Cloridrato) 500 mg Comprimido 
Claritromicina 500 mg Comprimido 
Clomipramina (Cloridrato) 25 mg Comprimido 
Clonazepam 2,5 mg/ml Solução Oral 
Cloreto de Sódio 0,9% Solução Injetável e Nasal 
Clorpromazina (Cloridrato) 
25mg e 100 mg Comprimido 
40 mg/ml Solução Oral 
Dexametasona 
0,1% Creme Dermatológico 
0,1mg/ml Solução Oral 
Diazepam 
5 mg Comprimido 
5 mg/ml Solução Injetável 
Digoxina 0,25 mg Comprimido 
Dipirona Sódica 
500 mg Comprimido 
500 mg/ml Solução Oral 
500 mg/ml Solução Injetável 
Doxazosina (Mesilato) 2 mg Comprimido 
Enalapril (Maleato) 5mg e 20 mg Comprimido 
Noretisterona (Enantato) + Estradiol 
(Valerato) 
50mg+5mg/ml Solução Injetável 
Eritromicina 
500 mg Comprimido 
50 mg/ml Suspensão Oral 
Espiramicina 500 mg Comprimido 
Espironolactona 25 mg Comprimido 
Fenitoína 100 mg Comprimido 
Fenobarbital 
100 mg Comprimido 
40 mg/ml Solução Oral 
Finasterida 5 mg Comprimido 
Fluconazol 150 mg Cápsula 
Fluoxetina (Cloridrato) 20 mg Comprimido 
Folinato de Cálcio 15mg Comprimido 
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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA 
Furosemida 40 mg Comprimido 
Glibenclamida 5 mg Comprimido 
Glicazida MR** 30 mg Comprimido 
Haloperidol 
1 mg e 5 mg Comprimido 
2 mg/ml Solução Oral 
Haloperidol (Decanoato) 50 mg/ml Solução Injetável 
Hidroclorotiazida 25 mg Comprimido 
Ibuprofeno 
600 mg Comprimido 
50 mg/ml Suspensão Oral 
Isossorbida (Mononitrato) 40 mg Comprimido 
Itraconazol 100 mg Cápsula 
Levodopa + Benserazida 
100mg + 25mg 
Comprimido 
Birranhurado/Cápsula HBS*** 
200mg + 50mg Comprimido 
Levodopa + Carbidopa 
200mg + 50mg e 
250 mg + 25mg 
Comprimido 
Levonorgestrel + Etinilestradiol 0,15mg + 0,03mg Comprimido 
Levotiroxina (Sódica) 25 mcg e 100 mcg Comprimido 
Lidocaína (Cloridrato) 2% Geléia 
Loratadina 
1 mg/ml Xarope 
10 mg Comprimido 
Losartana 50 mg Comprimido 
Medroxiprogesterona 150mg/ml Solução Injetável 
Metformina (Cloridrato) 500 mg Comprimido 
Metildopa 250 mg Comprimido 
Metoclopramida (Cloridrato) 
10 mg Comprimido 
4 mg/ml Solução Oral 
Metronidazol 
100mg/g Creme Vaginal 
250 mg Comprimido 
40mg/ml Suspensão Oral 
Miconazol (Nitrato) 
2% Creme Vaginal 
2% Creme Dermatológico 
Nistatina 100.000 ui/ml Suspensão Oral 
Nitrofurantoína 100 mg Comprimido 
Noretisterona 0,35mg Comprimido 
Nortriptilina (Cloridrato) 25 mg Cápsula 
Ondansentrona (Cloridrato) 4 mg Comprimido 
Óleo mineral 100% Solução Oral 
Omeprazol 20 mg Cápsula 
Paracetamol 
500 mg Comprimido 
200 mg/ml Solução Oral 
Permetrina 
1% Loção Cremosa 
5% Creme Dermatológico 
Pirimetamina 25 mg Comprimido 
Prednisolona 3 mg/ml Solução Oral 
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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA 
Prednisona 5mg e 20 mg Comprimido 
Prometazina (Cloridrato) 
25 mg Comprimido 
25 mg/ml Solução Injetável 
Propranolol (Cloridrato) 40 mg Comprimido 
Propiltiouracila 100 mg Comprimido 
Ranitidina (Cloridrato) 
150 mg Comprimido 
15 mg/ml Solução Oral 
Sais para Reidratação Oral 27,9 g Pó p/ solução Oral 
Salbutamol (Sulfato) 100 mcg/dose Aerossol Oral 
Sinvastatina 20 mg e 40 mg Comprimido 
Sulfadiazina de Prata 
500 mg Comprimido 
1% Pasta 
Sulfametoxazol + Trimetoprima 
400 mg + 80 mg Comprimido 
40 mg + 8 mg/ml Suspensão Oral 
Sulfato Ferroso 
40 mg de ferro Comprimido 
25 mg/ml de ferro Solução Oral 
Tiamina (Cloridrato) 300 mg Comprimido 
Timolol (Maleato) 0,5% Solução Oftálmica 
Varfarina (Sódica) 5 mg Comprimido 
* Equivalente a 500mg de cálcio elementar. 
** Liberação Modificada. 
***HBS: Hydrodynamically Balanced System (Sistema de Liberação Prolongada). 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de 
organização. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 
72pg. 
2. BRASIL. CONASS. Assistência Farmacêutica no SUS. Coleção pra entender a gestão do SUS. 
Brasília: CONASS, volume 7, 2011. 186pg. 
3. FORTALEZA. Comissão Intergestores Bipartite. Resolução nº 17, de 01 de outubro de 2015. Dispõe 
sobre a atualização da Relação de Medicamentos Essenciais de Fortaleza. Diário Oficial do Município, 
Poder Executivo, 22 dez. 2015. 
4. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Relatório de Gestão, 2010. Fortaleza, 2010b. Disponível 
em: <http://www.saudefortaleza.ce.gov.br>. Acesso em: 05 outubro 2015. 
5. Universidade Aberta do SUS. Uso racional de medicamentos [Recurso eletrônico] / Universidade Aberta 
do SUS; Alexandra Crispim Boing, Ana Paula Veber, Fabíola Stolf. – Florianópolis: UFSC, 2010. 52 pg. 
6. WALTER SJJ. Reflexões sobre o uso racional de medicamentos. Revista Pharmacia Brasileira nº 78 - 
Setembro/Outubro 2010. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES ÚTEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 22 
DICAS PARA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS 
 
A prescrição médica é uma relação terapêutica importante entre o médico e o paciente e 
representa o produto da perspicácia diagnóstica e da capacidade terapêutica do médico que fornece 
instruções destinadas ao alívio ou a restauração da saúde do paciente. Entretanto, mesmo a 
prescrição escrita dentro dos melhores padrões científicos atuais pode tornar-se inútil, se não utilizar 
parâmetros racionais de escolha terapêutica e fornecer instruções adequadas sobre como 
administrar os medicamentos prescritos. A prescrição constitui documento legal pelo qual se 
responsabilizam quem prescreve, quem dispensa o medicamento e quem administra, estando sujeito 
a legislações de controle e vigilância sanitários. 
Ao ser atendido em uma instituiçãode saúde, o doente se entrega por inteiro nas mãos 
daqueles (profissionais e instituição), em quem deposita confiança para a resolução do seu problema 
de saúde e espera que estes sejam resolvidos, ou minimizados, sem que nenhum agravo adicional 
ocorra, decorrente da sua passagem pela instituição. 
Os agravos adicionais são denominados eventos adversos relacionados à medicamentos 
e são a principal causa de doenças iatrogênicas e podem ser resultantes de causas evitáveis e não 
evitáveis relacionadas a medicamentos. O potencial iatrogênico da prescrição “per si” decorre de 
erros na escolha da dose, na via de administração, na freqüência ou na interação dos fármacos. 
As causas evitáveis incluem aquelas resultantes do uso inapropriado de medicamentos e 
sua redução requer uma melhor compreensão das causas e fatores de risco associados ao erro na 
provisão do cuidado ao paciente e as causas inevitáveis estão relacionadas às condições intrínsecas 
do paciente. 
Superar as falhas e problemas requer o reconhecimento de que toda atividade de 
assistência à saúde possui pontos frágeis que podem comprometer a segurança do paciente e que a 
chave para reduzir o risco é criar um ambiente que elimine a cultura da culpa e punição e os 
substitua por uma cultura de vigilância e cooperação, expondo dessa forma os pontos fracos que 
podem concorrer para causar o erro. 
A adoção de práticas profissionais baseadas em protocolos e evidências clínicas, a boa 
qualidade da comunicação entre os profissionais que prestam assistência ao paciente, a abertura 
para se aprender a partir das falhas ocorridas e a compreensão de que devemos tornar a assistência 
brasileira mais segura, nos torna parte atuante no processo que conduz à maior segurança na saúde. 
O ato de prescrever constitui uma etapa no processo de cuidado com o paciente. Baseada 
no processo de decisão para qualquer atitude técnica em qualquer campo do conhecimento, a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe seis etapas básicas para se alcançar uma terapêutica 
efetiva: 
 Definição clara do problema de saúde. 
 Especificação dos objetivos terapêuticos. 
 Seleção do tratamento mais eficaz e seguro para um paciente específico. 
 Prescrição, incluindo medidas medicamentosas e não medicamentosas. 
 Informação sobre a terapêutica para o paciente. 
 Monitoramento do tratamento proposto. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 23 
A Organização Mundial da Saúde considera que a prescrição por nome genérico é um dos 
indicadores para avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos, pois promove o uso racional, a 
redução dos custos dos medicamentos, com consequente melhoria do acesso, da adesão, do 
respeito ao tratamento, da diminuição dos erros de medicação. 
Para que os resultados da prescrição sejam efetivos, é preciso facilitar e promover a 
cooperação ativa entre os profissionais envolvidos. Para garantir o uso racional de medicamentos e 
evitar erros de prescrição e medicação, faz-se necessário seguir algumas recomendações: 
1. Conheça bem as indicações da terapia instituída para seu paciente. 
2. Utilize sempre letra legível usando letra de forma clara, por extenso e sem rasuras ou opte 
pela prescrição impressa. 
3. Escrever o nome do medicamento, segundo a Denominação Comum Brasileira (DCB), 
lembrando que a prescrição pelo nome genérico é obrigatória no sistema público de 
saúde. 
4. Especificar forma farmacêutica e concentração do medicamento, via de administração, 
intervalo entre as doses e a duração do tratamento. 
5. As doses devem adotar os sistemas de registros de pesos e medidas oficiais brasileiros. 
6. A prescrição de medicamentos com a indicação “usar se necessário”, “se necessário” ou 
“quando necessário”, necessita que no mínimo sejam especificados a dose máxima e o 
intervalo mínimo entre as doses. Essa forma de prescrição denota que o médico abdicou 
do seu dever, transferindo o julgamento da necessidade do medicamento para outro. 
7. Evitar o uso de abreviações e evite utilizar fórmulas químicas para denominar os 
medicamentos nas prescrições (ex: HCTZ, Fe2SO4, AAS, SMT+TMP). 
8. Usar receituário específico para prescrição de fármacos sujeitos ao controle especial e 
para os antimicrobianos quando a aquisição dos mesmos for de responsabilidade do 
usuário. 
9. Estar atento para grafias de números com zeros ou vírgulas evitando erros de dosagem. 
10. Assinar e colocar o carimbo legível permitindo identificar o profissional prescritor. 
11. Nome por extenso, endereço e telefone do prescritor são desejáveis, de forma a 
possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso 
dos medicamentos prescritos. 
12. A data da prescrição também é outro item importante, pois além de registrar as 
atualizações realizadas durante o tratamento do seu paciente, valida a utilização correta 
das receitas de medicamentos controlados pelo órgão sanitário regulador, por meio de 
receituário específico. 
13. Nos retornos identifique alergias e outros problemas de medicação que possam 
eventualmente estar interferindo na eficácia terapêutica e na adesão à terapia, tais como 
interações medicamentosas, reações adversas ou intoxicações. 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. LUIZA VL, GONÇALVES CBC. A Prescrição Medicamentosa. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, 
L. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan; 2010. 
2. MADRUGA CMD. Manual de orientações básicas para prescrição médica. Brasília, 2ª edição, 
CRM-PB/CFM, 2011. 62pg. 
3. NERI EDR, VIANA PR, CAMPOS TA. Universidade Federal do Ceará. Hospital Universitário 
Walter Cantídio. Dicas para uma boa prescrição hospitalar. Fortaleza, 2008. 38pg 
4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para a boa prescrição médica. Porto Alegre: 
Artmed, 1998. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 24 
MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, medicamentos psicotrópicos são substâncias 
que agem no sistema nervoso central, produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, 
possuindo grande propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de autoadministração, o que 
caracteriza a idéia de fármacos que levam à dependência física ou psíquica. 
 Os medicamentos psicotrópicos podem ser divididos em 4 categorias principais. 
 Os ansiolíticos sedativos, particularmente os benzodiazepínicos, são utilizados para a 
farmacoterapia dos distúrbios de ansiedade. 
 Os antidepressivos (agentes que elevam o humor) e os antimaníacos ou estabilizadores do 
humor (notavelmente os sais de lítio e determinados anticonvulsivantes) são utilizados no 
tratamento dos distúrbios afetivos do humor e condições relacionadas. 
 Os antipisicóticos ou neurolépticos são utilizados no tratamento de doenças psiquiátricas 
muito graves - as psicoses e a mania, exercendo efeitos benéficos sobre o humor e o 
raciocínio, porém muitos neurolépticos clássicos estão associados ao risco de efeitos 
colaterais característicos que estimulam doenças neurológicas, enquanto os antipisicóticos 
modernos estão associados a um ganho ponderal e a efeitos metabólicos adversos, como 
diabetes. 
No entanto, na prática clínica, essas distinções por categorias tornaram-se menos válidas 
pelas seguintes razões: vários medicamentos de uma classe serão utilizados para tratar problemas 
anteriormente atribuídos a outra classe. 
Por exemplo; alguns antidepressivos (Fluoxetina, Clomipramina) são também utilizados 
para tratar uma ampla faixa de Transtornos de Ansiedade. Neurolépticos Atípicos (Olanzapina, 
Risperidona), são também utilizados para estabilizar a fase maníaca do THB e parecem ter também 
alguma atividade como Antidepressivos. 
Então se torna necessário ter uma visão mais ampla sobre as diversas aplicabilidades 
dos medicamentos que agem sobreo SNC, conhecidos como psicofármacos. 
Assim a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, através da Portaria 344/98 e 
da RDC 58/07, regulamenta a venda comercialização, dispensação de Medicamentos Sujeitos ao 
Controle Especial. Elas legislam sobre controle da prescrição e dispensação dos seguintes grupos de 
medicamentos: entorpecentes, psicofármacos, antiretrovirais, retinóides de uso sistêmico, 
imunossupressores, anabolizantes e psicotrópicas – que exigem formulários de receita específicos e 
se diferenciam quanto às exigências para a prescrição convencional dos medicamentos. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 25 
O MS implantou, em 1999, o Programa para a Aquisição dos Medicamentos Essenciais 
para a área de Saúde Mental, o qual tem como objetivo a reestruturação da assistência psiquiátrica 
em curso no país. Este Programa impõe a necessidade de reversão do modelo de assistência 
vigente, como a implantação de uma rede de serviços ambulatoriais, com acessibilidade e 
resolubilidade garantidas. 
O elenco de medicamentos que compõe o Programa, consta na Relação Nacional de 
Medicamentos Essenciais, desde a versão publicada em 1999, e são considerados essenciais ao 
tratamento de transtornos mentais dos pacientes atendidos na rede ambulatorial do SUS. 
No Município de Fortaleza são padronizadas pela assistência farmacêutica básica para 
atendimento das demandas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as seguintes classes de 
medicamentos sujeitos ao controle especial: 
 Antidepressivos: amitriptilina, clomipramina, fluoxetina, nortriptilina. 
 Ansiolíticos: clonazepam, diazepam. 
 Anticonvulsivantes: ácido valpróico, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital. 
 Antiepilético: clonazepam. 
 Antimaníacos: carbonato de lítio. 
 Antiparkinsoniano: biperideno. 
 Antipisicóticos: clorpromazina, haloperidol. 
 
TIPOS DE RECEITUÁRIO 
 LISTA B1: Substâncias Psicotrópicas (notificação de receita de cor azul) 
Formulários de Notificação de Receita B, de cor azul, são fornecidos por profissional, hospital 
ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo necessário 
Para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de 
medicamento para uso injetável. 
 LISTA C1: Substâncias Sujeitas ao Controle Especial (receita cor branca em 2 vias) 
Formulários de Notificação de Receita C, de cor branca, são fornecidos por profissional, 
hospital ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo 
necessário para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso 
de medicamento para uso injetável. 
 
A receita e a notificação devem conter dados obrigatórios do prescritor e do paciente. A 
receita de controle especial deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com letra legível e sem 
rasuras ou digitada. Já a notificação de receita deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com 
letra legível e sem rasuras. A posologia deve ser expressa com algarismos arábicos, por extenso e 
sem emendas. A validade das receitas é de 30 dias a contar da data de emissão e deverá ser 
atendida uma única vez dentro deste prazo. Uma exceção ocorre com os medicamentos 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 26 
anticonvulsivantes e antiparkinsonianos, pois podem ser prescritos para até seis meses de 
tratamento. 
São padronizadas para atendimento da saúde mental as seguintes apresentações 
farmacêuticas de medicamentos: 
Ácido Valpróico 
 Comprimido de 500mg 
 Solução Oral de 50mg/mL 
Amitriptilina 
 Comprimido de 25mg 
Biperideno 
 Comprimido de 2mg 
Carbamazepina 
 Comprimido de 200mg 
 Suspensão Oral de 20mg/mL 
Carbonato de Lítio 
 Comprimido de 300mg 
Clomipramina 
 Comprimido de 25mg 
Clonazepam 
 Solução Oral de 2,5mg/mL 
 
 
 
 
Clorpromazina 
 Comprimido de 25mg e 100mg 
 Solução Oral de 40mg/mL 
Diazepam 
 Comprimido de 5mg 
 Solução Injetável de 5mg/mL 
Fenitoína 
 Comprimido de 100mg 
Fenobarbital* 
 Comprimido de 100mg 
 Solução Oral de 40mg/mL 
Fluoxetina 
 Cápsula de 20mg 
Haloperidol 
 Comprimido de 1mg e 5mg 
 Solução Oral de 40mg/mL 
 Solução Injetável de 50mg/mL 
Nortriptilina 
 Comprimido de 25mg 
Legenda: 
 Medicamento pertencente à lista B1 
 Medicamento pertencente à lista Lista C 
* Pertence à lista B1, mas fica sujeito à prescrição da receita de controle especial em 2 vias. 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de organização. 
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 72pg. 
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico 
sobre substancias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Poder Executivo, Brasília, 27 de dezembro de 1998. 
3. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Vigilância Sanitária. Orientações para a 
dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial. 2015.14pg. 
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 27 
Classificação de Risco dos Medicamentos na gravidez e amamentação 
 
1. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ 
 
A primeira linha de informação para qualquer produto comercializado que venha a ser 
utilizado por gestantes e nutrizes consiste em relatos de eventos adversos às agências regulatórias. 
A notificação e o relato de uma possível ligação entre o medicamento e um evento adverso particular, 
é frequentemente a primeira indicação de problemas, às vezes muito raros para serem identificados 
nos ensaios clínicos pré-comercialização. 
As referências mais comuns do uso de medicamentos nessas situações provêm de 
relatos de casos observados e relatados por médicos cuja paciente ou mais de uma, tenham feito 
uso de um medicamento em particular coincidentemente com o período da gestação ou durante a 
amamentação. Tal informação é, na realidade, um dado observacional não podendo ser considerado 
de caráter definitivo ou conclusivo no que diz respeito ao risco associado ao medicamento nessas 
circunstâncias. É possível encontrar na literatura relatos com conclusões divergentes, muitas vezes 
por que outros fatores possam ter sido levados em consideração, ou pelo contrário, ignorados 
durante as análises feitas sobre o assunto. 
Também é importante considerar que os dados obtidos a partir de estudos com animais 
não podem ser, integralmente, extrapolados para humanos. Esses dados provêm da interpretação 
dos dados observados pelos autores ou compilação das análises de outrem, existindo dessa forma 
sempre a possibilidade de uma avaliação incorreta ou inconsistente com as intenções do autor. 
Nenhum medicamento está isento de riscos, independentemente da via de administração. 
O efeito potencial dos medicamentos sobre o feto e neonato varia de acordo com a idade 
gestacional. Portanto, antes de se administrar qualquer medicamento em uma mulher grávida, deve-
se valorizar a relação risco-benefício, considerando que o fato de não tratar determinadas patologias 
poder ser tanto ou mais perigoso para o feto que o medicamento em questão. 
O Food and Drug Administration (FDA) estabeleceu 5 categorias para indicar o potencial 
de teratogenicidade do medicamento durante o período gestacional: 
 
CATEGORIA DEFINIÇÃO 
A 
Refere-se a medicamentos e substâncias para as quais os estudos controlados em 
mulheres não têm mostrado risco para o feto durante o primeiro trimestre, não 
havendo nenhuma evidência de risco em trimestres posteriores, sendo bastante 
remota a possibilidade de dano fetal. 
B 
Os estudos realizados em animais não demonstraram risco fetal, mas não há 
estudos controlados em mulheres ou animais grávidos que mostrem efeitosadversos (que não seja uma diminuição na fertilidade), não sendo confirmado em 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 28 
estudos controlados em mulheres no primeiro trimestre (e não há nenhuma 
evidência de um risco em trimestres posteriores). 
Também se aplica aos medicamentos nos quais os estudos em animais mostraram 
efeitos adversos sobre o feto, mas os estudos controlados em humanos não 
demostraram riscos para o feto. 
Podemos considerar os medicamentos e substâncias incluídas nessa categoria 
como de prescrição com Cautela. 
C 
Os estudos em animais têm demonstrado que esses medicamentos podem exercer 
efeitos teratogênicos ou é tóxico para os embriões, mas não há estudos 
controlados em mulheres ou não há estudos controlados disponíveis em animais 
nem em humanos. Este tipo de medicamento deve ser utilizado apenas se o 
benefício potencial justificar o risco potencial para o feto. Podemos considerar os 
medicamentos incluídos nessa categoria como de prescrição com Risco. 
D 
Já existe evidência de risco para os fetos humanos, mas os benefícios em certas 
situações, com o nas doenças graves ou em situações que põem em risco a vida, 
e para as quais não existe outra alternativa terapêutica – para os quais fármacos 
seguros não podem ser utilizados ou são ineficazes – podem justificar seu uso 
durante a gravidez, apesar dos riscos. Podemos considerar os medicamentos e 
substâncias incluídas nessa categoria como de prescrição com Alto Risco. 
X 
Os estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o medicamento causa 
anormalidades fetais ou há evidências de risco fetal baseada em experiências em 
humanos ou ambos. O risco supera claramente qualquer possível benefício. Os 
medicamentos e substâncias dessa classe são contra-indicados em mulheres 
gestantes e são considerados como de prescrição com Perigo. 
 
Para indicar o potencial de teratogenicidade dos medicamentos relacionados neste 
manual foram utilizadas informações sobre teratogenicidade definidas pelo FDA. Estes 
medicamentos estarão indicados com a letra correspondente à classificação do FDA mais um 
asterisco. Dois asteriscos indicam que a informação não está disponível ou não existem dados para o 
uso. 
Exemplo: 
 
 
 
2. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA AMAMENTAÇÃO 
 
O leite materno é fundamental para a saúde da criança pela sua disponibilidade de 
nutrientes e substâncias imunoativas. A amamentação favorece a relação afetiva mãe-filho e o 
desenvolvimento da criança, do ponto de vista cognitivo e psicomotor. Apresenta, também, a 
propriedade de promover o espaçamento das gestações e de diminuir a incidência de algumas 
doenças na mulher. 
Apesar da excelência do leite materno, existem ocasiões em que o profissional de saúde 
deve considerar o risco/benefício da terapia medicamentosa na mãe que amamenta. A 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 29 
recomendação para interromper a amamentação na vigência de tratamento medicamentoso da nutriz 
é muito comum, apesar de, na maioria das vezes, ser possível compatibilizar o tratamento com a 
manutenção da amamentação. Profissionais de saúde com frequência são influenciados pelos efeitos 
teratogênicos de uma minoria de drogas usadas durante a gestação. 
Mas é importante lembrar que, enquanto a placenta permite a passagem de drogas para 
o feto, o epitélio alveolar mamário funciona como uma barreira quase impermeável. 
A maioria das drogas passa para o leite materno, mas em pequenas quantidades; e 
mesmo quando presentes no leite, as drogas poderão ou não ser absorvidas no trato gastrointestinal 
do lactente. Só excepcionalmente, quando a doença materna requer tratamento com medicações 
incompatíveis com a amamentação, esta deve ser interrompida. 
Na maioria dos casos, os níveis dos fármacos e/ou seus metabólitos no leite materno 
estão diretamente relacionados com a dose do medicamento utilizado pela mãe. Além da quantidade 
da substância presente no leite e das consequências disso para o lactente, importa considerar, ainda, 
o intervalo de tempo entre a administração do medicamento e seu aparecimento no leite materno. 
Em relação aos medicamentos excretados no leite materno, as recomendações são de 
que a amamentação seja efetuada antes da administração do fármaco a mãe, entretanto alguns 
medicamentos podem estar presentes no leite materno, mesmo num período posterior a sua 
administração, sendo capaz de exercer um efeito tardio ao que era esperado. 
As drogas podem ser administradas à mãe por diversas vias, tais como oral, injetável 
(venosa ou intramuscular), retal ou vaginal, aerossol e tópica (pomadas e cremes). Uma vez no 
sangue materno, os medicamentos podem ser excretados parcialmente para a glândula mamária e, 
daí, para o leite. Assim, a presença e/ou a concentração da droga no leite dependerá, dentre outros 
fatores, da via de administração à mãe. O fator determinante da quantidade de droga que aparece no 
leite é sua concentração no sangue materno, exceto se for um medicamento de aplicação tópica 
diretamente na mama. 
É valido lembrar também que o conteúdo de um medicamento no leite materno pode 
variar dependo do período da lactação. O colostro substância que é secretada antes da excreção do 
leite, possui uma concentração relativamente menor de gorduras e açúcares. 
O conteúdo lipídico do leite também difere entre cada amamentação, com as primeiras 
frações contendo menos gorduras que as frações finais. Quase sem exceção, um medicamento que 
e mais lipossolúvel ira se transferir mais rapidamente, e em maiores quantidades, para o leite 
materno do que aquele que for menos lipossolúvel. Dessa forma, medicamentos com baixa 
lipossolubilidade e aqueles que são hidrossolúveis difundem-se lentamente para o leite materno e 
devem ser preferidos para as mulheres que amamentam. 
Embora o conhecimento sobre o uso de drogas durante o período da amamentação 
tenha sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos no lactente de muitas drogas utilizadas 
pela nutriz, principalmente de novos fármacos que estão constantemente entrando no mercado. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 30 
Além disso, para muitas drogas novas ainda não há dados suficientes sobre transferência 
para o leite materno e segurança para uso no período da lactação. Mas, em geral, há uma tendência 
em reduzir o número de drogas consideradas incompatíveis com a amamentação. 
As categorias de risco dos medicamentos abordadas neste Manual e seus respectivos 
marcadores são os seguintes: 
1. USO COMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO 
Desta categoria fazem parte os fármacos cujo uso é potencialmente seguro durante a 
lactação, haja vista não haver relatos de efeitos farmacológicos significativos para o lactente. 
2. USO CRITERIOSO DURANTE A AMAMENTAÇÃO 
Nesta categoria estão os medicamentos cujo uso no período da lactação depende da 
avaliação do risco/benefício. Quando utilizados, exigem monitorização clínica e/ou laboratorial do 
lactente, devendo ser utilizados durante o menor tempo e na menor dose possível. Novos 
medicamentos cuja segurança durante a amamentação ainda não foi devidamente documentada 
encontram-se nesta categoria. 
3. USO CONTRAINDICADO DURANTE A AMAMENTAÇÃO 
Esta categoria compreende os fármacos que exigem a interrupção da amamentação, 
pelas evidências ou risco significativo de efeitos colaterais importantes no lactente. 
X. INCOMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO 
Esta categoria compreende os fármacos que são incompatíveis com a amamentação. 
?. SEM DADOS DISPONÍVEIS 
Esta categoria compreende os fármacos que ainda não dispõe de literatura que possa 
evidenciar a segurança na utilização do mesmo durante a amamentação. 
 
Para indicar o potencial de segurança dos medicamentos relacionados neste manual 
foram utilizadas informações indicadas com o símbolo correspondenteà categoria de risco. 
Exemplo: 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e 
Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias / Ministério da Saúde, 
Secretaria da Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. 2ª edição Brasília: 
Editora do Ministério da Saúde, 2010. 92 p. 
2. SCHVARTSMAN C, LEWI DS, MORGULIS RNF, ALMEIDA SM. Manual Farmacêutico 2011/2012. 
Hospital Albert Einstein. São Paulo, 2010. 480p. 
3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem. Grupo de 
Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na gravidez e 
lactação. Coordenacao Mirian Parente Monteiro. Fortaleza - Ceará, 2008.112p. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 31 
 
 
 
 
 
 
COMPONENTE 
DESCENTRALIZADO 
DA ASSISTÊNCIA 
FARMACÊUTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 32 
Orientações sobre os Medicamentos Padronizados na Atenção Primária 
 
Instruções para Consulta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Traz informações sobre procedimentos 
que devem ser orientados aos pacientes 
no momento da prescrição e reforçados 
durante a dispensação do medicamento 
Apresenta o fármaco sobre os 
quais as orientações serão 
dadas. 
Inclui todas as apresentações 
comerciais disponíveis pela 
assistência farmacêutica no 
município de Fortaleza. 
 
Sinaliza a classificação de 
risco do medicamento quando 
utilizado na gravidez e durante 
lactação. 
Fornece dados de custo 
e consumo com o 
medicamento durante a 
gestão de compra do 
ano de 2014. 
 
Traz informações sobre a 
problemática atual na 
prescrição do medicamento, 
cuidados a serem observados 
durante o uso e os perigos 
advindos do uso prolongado 
do fármaco. 
Descreve as indicações de uso 
mais frequentes na atenção 
primária em saúde e as 
respectivas doses posológicas. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relaciona os efeitos decorrentes 
das interações com outros 
medicamentos dispensados pela 
atenção primária e como 
conduzir o uso concomitante. 
 
Descreve as reações adversas 
de ocorrência mais comuns 
Lista as fontes utilizada na busca 
das informações. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 34 
Nome da Substância 
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO 
 
Apresentações disponíveis no 
elenco de medicamentos de Fortaleza: 
100mg Comprimido 
 
 
Indicações mais frequentes e posologias na APS: 
 
Adultos 
Analgésico e antipirético 
Dose usual: 40 a 60mg/kg/dia, VO, 4 a 6 vezes ao dia. 
Antiagregante em pacientes arteriopatas (coronarianas,etc.) 
Dose usual: 81 a 500mg/dia. 
Artrite reumatoide 
Dose usual: 3,2 a 6g/dia, VO. 
 
Crianças: 
Analgésico e antipirético 
Dose usual: 10 a 15mg/kg, VO, 4 a 6 vezes ao dia. 
Anti-inflamatório 
Dose usual: 60 a 100mg/kg/dia, VO, fracionados em 3 a 4 administrações. 
Antiagregante plaquetário 
Dose usual: 3 a 5mg/kg/dia, VO, 2 vezes por semana. 
 
ALERTA 
Problemática 
1. Prescrições desnecessárias para prevenção primária de eventos cardiovasculares 
em pacientes com baixo e médio risco cardiovascular; 
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado 
- Evitar o uso nos primeiro e último 
trimestres da gravidez (encerramento 
prematuro do canal arterial fetal). 
- Não há evidências que apoiem o uso de 
AAS especificamente no tratamento de 
demência associada à doença 
cerebrovascular. 
- Risco de ulceração gástrica e 
sangramento. 
- Insuficiência hepática grave e 
nefrotoxicidade. 
- Risco de desenvolvimento precoce de 
degeneração macular relacionada à 
idade. 
63o item no ranking de gasto com 
medicamentos em Fortaleza. 
5
o 
item no ranking de medicamentos 
dispensados em Fortaleza 
 
Á
C
ID
O
 A
C
ETILSA
LIC
ÍLIC
O
 
 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 35 
ORIENTAÇÕES: 
 Administrar com bastante água ou com alimento a fim de evitar desconforto. A presença do 
alimento retarda a velocidade, mas não a extensão da absorção. 
 Orientar que o paciente evite deitar-se dentro de 15 a 30 minutos após a administração. 
 Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas. 
 
INTERAÇÕES COM AAS 
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL 
Prednisona 
Aumenta o risco de 
sangramento 
gastrointestinal e 
ulcerações. 
Monitorar a terapia prescrita. Redução gradativa da 
dose do AAS juntamente com a dose dos 
corticosteróides. 
Cetoprofeno 
Evitar uso concomitante quando terapia crônica ou 
em doses altas. Quando for necessário, monitorar 
sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e 
INR) de alterações hematológicas. 
Furosemida Reduz o efeito diurético 
Espaçar os horários de administração dos 
medicamentos Captopril 
Reduz a eficácia anti-
hipertensiva 
Varfarina 
Aumenta o risco de 
hemorragias 
Monitorizar evidências de sangramento. 
Ibuprofeno 
Reduz o efeito 
antiplaquetário 
Uso concomitante deve ser evitado. Caso seja 
necessário, orientar a administração do AAS 30 
minutos antes ou 8 horas após o ibuprofeno. 
TTPA – Sigla em inglês para: Tempo de Ativação Parcial de Tromboplastina; INR – Razão 
Normalizada Internacional; AAS – Ácido Acetilsalicílico 
 
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS: 
• Náuseas e vômito. 
• Dor abdominal. 
• Úlcera gastrointestinal. 
• Sangramento. 
• Broncoespasmo. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de 
Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 
2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg. 
2. Micromedex
®
 Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare, 
2015. 
3. Rands G, Orrell M, Spector AE. Aspirin for vascular dementia (Cochrane Review). In: The Cochrane 
Library, issue 2, 2009. Oxford: Update Software. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 36 
Nome da Substancia 
AMOXICILINA 
AMOXICILINA + CLAVULANATO DE POTÁSSIO 
 
Apresentações disponíveis no 
elenco de medicamentos de Fortaleza: 
500mg Comprimido 
50mg/ml Suspensão 
500mg + 125mg Comprimido 
500mg + 125mg/ml Suspensão 
 
ALERTA 
Problemática 
1. Prescrições com esquemas prolongados de tratamento sem indicação. 
2. Tratamento de amigdalites agudas recorrentes não complicadas. 
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado 
- Hipersensibilidade às penicilinas. 
- Colite pseudomembranosa (prolongada 
ou significativa) de intensidade leve à 
grave pode surgir durante o uso ou em até 
2 semanas após a última dose. 
- Supercrescimento de microrganismos 
resistentes ao medicamento. 
- O uso de altas doses de amoxicilina 
pode predispor ao risco de cristalúria 
(manter hidratação adequada). 
 
Indicações mais frequentes e posologias na APS* 
Adultos 
Infecções causadas por microrganismos sensíveis** 
250 a 500 mg por via oral, a cada 8 ou 12 horas. 
Profilaxia de endocardite bacteriana 
2 g, por via oral, em dose única, de 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja 
sangramento. 
Erradicação de Helicobacter pylori 
1 g, por via oral, a cada 12 horas, combinada a claritromicina 500 mg e omeprazol 20 mg, ambos 
por via oral, a cada 12 horas, durante 7 a 14 dias. 
Associado com Clavulanato: 250 + 62,5 a 500 + 125 mg, por via oral, a cada 8 ou 12 horas 
 
Crianças 
Infecções causadas por microrganismos sensíveis** (10 opção) 
20 a 90 mg/kg, dividido a cada 8 ou 12 horas. 
Profilaxia de endocardite bacteriana 
50 mg/kg, por via oral, em dose única, 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que hajasangramento. 
15o item no ranking de gasto com 
medicamentos em Fortaleza. 
39o item no ranking de 
medicamentos dispensados em 
Fortaleza 
A
M
O
X
IC
ILIN
A
/A
M
O
X
IC
ILIN
A
 + C
LA
V
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LA
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A
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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 37 
Associado com Clavulanato: 20 a 90 mg/kg de amoxicilina, por via oral, a cada 8 ou 12 horas. 
* A dose e a duração do tratamento dependem do local e gravidade da infecção, mas geralmente são eficazes 
entre 7 e 14 dias. ** A amoxicilina Associado ao clavulanato (Bactérias produtoras de betalactamase infeccoes 
não-graves por Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, E. coli, algumas espécies de klebsiella, 
Enterobacter, Helicobacter pylori). 
 
ORIENTAÇÕES: 
 A alimentação não interfere na ação de amoxicilina, que pode ser ingerida com alimentos. 
 Recomendar a reconstituição da suspensão com água filtrada ou fervida, até a marca 
indicada no frasco e agitação do mesmo sempre que for retirar a dose correspondente. 
 A suspensão oral, após reconstituição, ficará estável por 14 dias se for conservada em 
geladeira (entre 2ºC e 8ºC). 
 A suspensão contém açúcar. Utilizar com cautela e informar aos portadores de diabetes. 
 Informar que as cápsulas não devem ser mastigadas ou partidas. 
 Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do 
tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar e reaprazar os horários. 
 Os pacientes devem ser alertados para não interromper o uso antes do final do tratamento, 
mesmo quando houver melhora dos sintomas após a primeira dose. 
 
INTERAÇÕES COM AMOXICILINA 
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL 
Alopurinol 
Aumenta a chance de 
desenvolvimento de reações 
alérgicas de pele (exantema). 
Reduzir a dose de alopurinol ou 
terapia farmacológica alternativa 
Anticoncepcionais 
Hormonais 
Reduz a eficácia da terapia 
contraceptiva. 
Recomendar a utilização de 
métodos de barreira durante a 
terapia antibiótica 
Varfarina 
Aumenta o risco de 
sangramento. 
Monitorização intensiva da terapia 
concomitante (Tempo protrombina 
e INR). 
* INR - Razão Normalizada Internacional 
 
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS: 
• Diarréia (3 a 15%) 
• Náuseas (3%) 
• Vômitos (2%) 
• Eritema e Exantema (3%) 
• Candidíases Mucocutânea (4%) 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento 
de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 
2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso 
indiscriminado de antimicrobianos e Resistência Microbiana. In: Uso racional de medicamentos – 
Temas selecionados. 1ª edição. Brasília, 2012. 
3. Bula do medicamento de referência - CLAVULIN
®
 (Glaxosmithkline). 
4. Micromedex
®
 Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson 
Healthcare, 2015. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 38 
 
Nome da Substancia 
BECLOMETASONA 
DIPROPIONATO 
 
Apresentações disponíveis no 
elenco de medicamentos de Fortaleza: 
50mcg/250mcg Aerossol Oral 
 
ALERTA 
Problemática 
1. Prescrições para exacerbação aguda de asma e bronquite não asmática. 
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado 
- Os efeitos terapêuticos não são 
percebidos imediatamente, portanto não 
deve ser usado como medicamento de 
alívio durante crises de falta de ar. 
- A formulação contém aproximadamente 
9mg de álcool/dose. 
- O uso concomitante com corticosteróides 
sistêmicos deverá ser realizado sob doses 
ajustadas. 
- Efeitos sistêmicos (retardo do crescimento 
em crianças e adolescentes, redução da 
densidade mineral óssea, catarata e glaucoma, 
principalmente se uso em altas doses). 
- Pode causar fenômenos de sensibilização e, 
excepcionalmente, efeitos colaterais sistêmicos 
típicos da classe terapêutica. 
 
Indicações mais frequentes e posologias na APS: 
 
CRIANÇAS 
Asma – Tratamento após a crise 
Dose baixa (menores de 12 anos): 100 a 200 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. 
Dose media/alta (de 5 a 12 anos): 200 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. 
 
Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica) 
Maiores de 6 anos: 100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas. 
Após melhora dos sintomas reduzir a dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12 
horas. 
 
ADULTOS 
Asma – Tratamento após a crise 
Dose baixa: 100 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. 
Dose media/alta: 400 a 1000 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. 
18
o
 item no ranking de gasto com 
medicamentos em Fortaleza. 
132
o 
item no ranking de medicamentos 
dispensados em Fortaleza 
B
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M
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A
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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 39 
 
Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica) 
100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas. Após melhora dos sintomas reduzir a 
dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12 horas. 
 
ORIENTAÇÕES 
 Orientar que o frasco seja agitado sempre antes de usar. 
 Orientar o paciente quanto ao modo de utilizar corretamente o aerossol e os espaçadores, 
bem como a realização periódica de manutenção e limpeza dos artefatos, a fim de evitar 
obstrução. 
 Alertar que o uso de espaçador nas formas aerossol favorece a ação do medicamento e reduz 
a ocorrência de efeitos adversos. 
 Alertar que o enxágue bucal após administração e o uso de espaçador reduzem o risco de 
candidíase oral, rouquidão e disfonia. Não engolir a água do enxágüe. 
 Orientar para não interromper o uso abruptamente, devido aos riscos de efeitos adversos 
importantes. 
 Orientar para notificar a falta de resposta ao tratamento, para possível ajuste de dose. 
 
INTERAÇÕES COM BECLOMETASONA 
As interações descritas na literatura para a beclometasona referem-se à administração sistêmica 
deste fármaco. Para a administração nasal não há informação de interações, mas em caso de 
absorção sistêmica, interações farmacológicas poderiam ocorrer, especialmente com fármacos 
inibidores de enzimas envolvidas no metabolismo da beclometasona. 
 
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS 
 Candidíase Orofaringeana. 
 Tosse. 
 Rouquidão. 
 Irritação da Faringe. 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de 
Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª 
edição, Brasília, 2010, 1135pg. 
2. Bula do medicamento de referência - CLENIL
®
 (Chiesi). 
3. Fortaleza. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Atenção às Condições Crônicas. Guia de bolso para o 
programa de atenção integral à criança e adulto com asma de Fortaleza. PROAICA – 1ª edição. Ceará, 
2015. 16 p. 
4. Micromedex
®
 Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare, 
2015. 
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 
2016 
 40 
 
Nome da Substancia 
BUDESONIDA 
 
Apresentações disponíveis no 
elenco de medicamentos de Fortaleza: 
50mcg Aerossol Nasal 
(equivale a 32 mcg de budesonida por dose). 
 
ALERTA 
Problemática 
1. Terapia inicial combinada de corticóide inalatório e agonista β-2 de longa 
duração no tratamento de asma leve e moderada, sem tentativa prévia de 
monoterapia com corticóide inalatório. 
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado 
- Os efeitos terapêuticos não são 
percebidos IMEDIATAMENTE, 
portanto não deve ser usado como 
medicamento de alívio durante crises 
de falta de ar. 
- Aparecimento de sinais ou sintomas 
de hipercorticismo, supressão da 
função hipotálamo-hipófise-adrenal

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