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P á g i n a | 1 AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DO JUÍZADO ESPECIAL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP PETER PAN, brasileiro, estado civil ..., programador de computadores, portador da Cédula de Identidade RG n.º ... e inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob o n.º ..., usuário do endereço eletrônico: e-mail desconhecido, residente e domiciliado à Av./Rua ..., número ..., bairro ..., São Paulo/SP, vem, respeitosamente, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), com endereço profissional sito à Rua/Av. ..., à presença de Vossa Excelência, pelo procedimento comum, com fundamento nos artigos 12 e 18 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), propor a presente AÇÃO DE REPARAÇÃO CIVIL CUMULADA COM PERDAS E DANOS em desfavor de: MAGIC LTDA., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua ..., n.º ..., bairro ..., CEP ..., Londrina/PR, inscrita no CNPJ sob o n.º ..., endereço eletrônico: e-mail desconhecido. Pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: P á g i n a | 2 DOS FATOS Peter Pan, Autor, é programador de computadores, no município de São Paulo, onde é domiciliado. Ao ser contratado para participar da criação de um novo aplicativo para celulares, adquiriu um notebook de última geração, da loja MAGIC LTDA., Ré, pelo valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). O produto, fabricado pela empresa STAR, norte-americana, é importado com exclusividade por algumas lojas no Brasil, como a MAGIC LTDA., Ré. Frisa-se, o produto não possui qualquer prazo de garantia, além daqueles informados no Código de Defesa do Consumidor (CDC). O Autor efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do mesmo em sua residência. Salienta-se, o Autor debitou, em uma única prestação, em seu cartão de crédito o pagamento. Após 04 (quatro) dias da compra, o notebook foi entregue na residência do Autor. Este seguiu, prontamente, todas as instruções contidas no manual, o Autor tentou ligar o aparelho – sem sucesso –, mas constatou que o produto não funcionava. No dia seguinte (5º dia depois da compra), o Autor dirigiu-se à sede da empresa Ré em Londrina/PR, para exigir a substituição do produto. Entretanto, foi informado de que a empresa, por ser representante da marca do computador no Brasil, possuía, APENAS, um serviço de assistência técnica para onde o produto deveria ser encaminhado para verificar os motivos pelos quais não ligava. O Autor assinou e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao conserto. Tinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica. O Autor testou o aparelho na própria loja e constatou que, apesar do equipamento ligar aparentemente, o notebook não inicializava. O Autor recusou-se a retirar o produto e exigiu, dessa vez, a restituição da quantia paga. Ao ter seu pedido negado, o Autor deixou a loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informado sua insatisfação exigindo a devolução do dinheiro. Expostos os fatos, passa o Autor a expor a sua fundamentação jurídica. P á g i n a | 3 DOS FUNDAMENTOS 1 DA LEGITIMIDADE 1.1 ATIVA E PASSIVA Quanto à relação de consumo, Peter Pan e MAGIC LTDA. são as partes legítimas da presente ação. Estamos diante do consumidor e fornecedor, respectivamente. 2 RELAÇÃO DE CONSUMO Em tese, salienta-se, os termos consumidor e fornecedor, como também, produto ou serviço, são dependentes, ou seja, estão atrelados uns nos outros. Não se sustentam por si mesmos, nem podem ser considerados isoladamente para ocorrer a RELAÇÃO DE CONSUMO. V. Excelência, no caso em apreço, há uma relação firmada entre consumidor e fornecedor (elemento subjetivo), a qual possui como objeto a aquisição de um produto – notebook (elemento objetivo). Com base no Código de Defesa do Consumidor, existe uma relação de consumo, sim, entre o Autor e a Ré. Porém, a Ré é responsável pelo produto (notebook), de acordo com o artigo 12 do código mencionado. Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. V. Excelência, o Autor tentou solucionar o problema por diversas vezes, tanto que fora na sede da empresa Ré no estado do Paraná. Num primeiro momento, quis SUBSTITUIR o produto adquirido. Posteriormente, depois que o produto retornou da assistência técnica, o Autor constatou que os problemas persistiam. Desse modo, desejou a RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA, porém, negaram-lhe o pedido. P á g i n a | 4 Entretanto, o direito do Autor de ter o valor restituído está expresso do Diploma Consumerista, pois o vício não foi corrigido satisfatoriamente no lapso temporal de 30 (trinta) dias. Dessa forma, informa-nos o art. 18 do Código de Defesa do Consumidor (CDC): Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. § 1° NÃO SENDO O VÍCIO SANADO no prazo máximo de trinta dias, PODE O CONSUMIDOR EXIGIR, ALTERNATIVAMENTE e à sua escolha: I - A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - A RESTITUIÇÃO imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - O abatimento proporcional do preço. Grifei Desse modo, V. Excelência, está nítida a existência de relação de consumo e a obrigação da Ré de arcar com os valores pedidos. 3 DOS LUCROS CESSANTES A doutrina civilista menciona que os lucros cessantes correspondem àquilo que a vítima deixou razoavelmente de lucrar por força do dano, ou seja, “o que ela não ganhou”. No caso em apreço, o Autor foi contratado para participar da criação de um novo aplicativo para celulares e, justamente, por este motivo, adquiriu o notebook de última geração da empresa Ré. Por não ter o notebook em funcionamento, o Autor deixou de ganhar o que estava conveniado no referido contrato. Exposta a fundamentação jurídica, passa o Autor a formular o seu pedido. P á g i n a | 5 DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Pelo exposto, requer o Autor que sejam julgados PROCEDENTES os pedidos da presente ação, a Ré seja condenada ao pagamento de R$ ... como forma de reparar os danos materiais sofridos pelo Autor decorrentes do vício do produto; R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) – restituição do valor pago inicialmente pelo produto; e R$ ... referentes aos lucros cessantes, pois o Autor não estava a exercer suas atividades laborais. Além disso, todos os valores citados, corrigidos monetariamente. Desse modo, a condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, conforme art. 85, § 2º do Código de Processo Civil (CPC/15), por ter dado causa à presente demanda litigiosa. Requer ainda: 1) Determinar a citação da Ré para, querendo, contestar a ação no prazo legal, se assim entenderem conveniente, sob pena de revelia ou confissão ficta prevista no artigo 344 a 346, do CPC, em caso do não comparecimento, concedendo ao final, a procedência integral dos pedidos; 2) Em respeito ao art. 319, VII, CPC/15,a designação de audiência prévia de conciliação. P á g i n a | 6 DAS PROVAS Protesta por provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pela produção de prova documental, testemunhal, depoimento pessoal do representante da Ré, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem necessários. Dá-se à causa o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) – restituição do valor pago inicialmente pelo produto + R$ ... (lucros cessantes) + R$ ... (reparação dos danos materiais sofridos pelo Autor decorrentes do vício do produto – em conformidade com art. 292, Código de Processo Civil de 2015. Nesses termos, pede deferimento. Local ..., data ... ______________________________________________ Advogado ... N.º OAB ...
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