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1 DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 3 GESTÃO AMBIENTAL E AS EMPRESAS ...................................................... 6 COMPETÊNCIAS GERENCIAIS ..................................................................... 8 Tipos de Competências ................................................................................. 10 As Competências e o líder sustentável .......................................................... 16 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A concepção de desenvolvimento é uma das causas da degradação ambiental, nela se encontra todas as ordinárias ideologias e políticas da década de 50 e 60. Esses são momentos pós segunda guerra mundial em que se impôs a ciência e a tecnologia como deuses onipresentes. Neste contexto, desenvolvimento por si só significou crescimento, bem-estar, progresso da sociedade e do indivíduo. Não se percebia que essa noção era pobre, limitada, obscura e mitológica (MAIMON, 1996; GOUNTLET, 1997; MORIN, 1985). A história da gestão ambiental no Brasil está diretamente relacionada com catástrofes e crises globais, como por exemplo, os dois choques do petróleo em 1973 e 1979 e o respectivo aumento de preços das commodities atingiram consideráveis economias de energia e de consumo de matéria-prima (MAIMON, 1996). Os atuais modelos de negócio das organizações estão contribuindo para o aumento da problemática ambiental (Hind, Wilson & Lenssen, 2009). Todavia, para Porter e Van Der Linde (1995), para desenvolverem-se de forma sustentável, as organizações necessitam alterar seus modelos ou criar novos modelos de processos, produtos, matéria-prima, mercado e negócio, e assim, modificar suas estratégias organizacionais. 4 Nas organizações privadas e públicas, dentre essas estratégias se encontra a gestão ambiental, a qual se tornou uma importante ferramenta de modernização e competitividade para as organizações que estão, cada vez mais, buscando formalizar sua atuação ambiental por meio das certificações que, embora sejam de adoção não obrigatória, passam a constituir requisitos necessários para a entrada ou permanência em determinados mercados (Silveira, Lima, Magalhaes, Martins & Magalhaes, 2006). A gestão ambiental pode se tornar, também, um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais etc. (Nilsson, 1998 apud Corazza, 2003), exercendo um papel fundamental na prevenção dos danos ambientais (Chan & Wong, 2006), e têm seu desempenho monitorado por diversos públicos (Hind, Wilson & Lenssen, 2009). 5 De acordo com Barbieri (2004, p. 19) a gestão ambiental empresarial corresponde “as diretrizes e atividades administrativas e operacionais realizadas objetivando obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo os danos causados pelas ações humanas quer evitando que eles surjam”. Não obstante, a competitividade empresarial passou a ser balizada também pelas questões ambientais, refletindo em uma gestão organizacional engajada com as questões do meio ambiente, determinando como requisito um elevado grau de competências técnicas (SUDIN, 2011). Wilkinson, Hill e Gollan (2001) destacam que os gestores terão de reconsiderar o papel atual no sentido de persuadir as organizações na implementação de práticas sustentáveis. Nesse contexto, Kleef e Roome (2007) questionam quais as capacidades e competências necessárias para efetivar o processo de mudança em prol da sustentabilidade ambiental. Além disso, Hind, Wilson e Lenssen (2009) recomendam que as pesquisas precisam avançar no sentido de identificar as competências gerenciais necessárias para uma gestão organizacional mais sustentável. Como corolário, Silveira et al. (2006), a partir de entrevistas com dez gestores ambientais de indústrias na região de Belo Horizonte/MG, identificaram as competências necessárias ao gestor ambiental (comunicação, criatividade, flexibilidade, iniciativa, foco no cliente, relacionamento interpessoal, capacidade de análise e negociação) e recomendaram verificar a aplicabilidade destas competências e outras que não foram identificadas para a função do gestor ambiental nas organizações. 6 Fernandes e Fleury (2007, p. 104) destacam que “há mais fumaça que fogo”, pois não há um consenso sobre o conceito de competências na prática empresarial, devaneando sobre modelos originais até velhos modelos tayloristas mascarados. GESTÃO AMBIENTAL E AS EMPRESAS O Brasil, a partir da segunda metade do século passado, vem ocorrendo grandes transformações, em função do crescimento demográfico (sua população aumentou 2,7 vezes entre 1950 e 1970, passando 74,3 % a viver nas zonas urbanas) e da modernização de suas bases de desenvolvimento. De um país predominantemente exportador de produtos agrícolas passou para um nível de industrialização mais avançado (VIANA e VERONESE, 1992). À medida que o manufaturado se expande e avança, a empresa deve criar sistemas de produção e distribuição capazes de reverter a perda do capital natural, e isto envolve além de um novo design de produtos, mercadologia e competição, uma reavaliação fundamental de papéis e das responsabilidades empresariais. De acordo com Capra, Hawquem e Lovins (2002), as empresas estão começando a encarar a perda de capital natural ou das funções do ecossistema como algo prejudicial aos seus interesses tanto a curto quanto em longo prazo. Numa pesquisa realizada pelo BNDES, CNI e Sebrae (1998) foi apurado que 85% das empresas consultadas adotam algum procedimento de gestão para a melhoria da qualidade ambiental, reciclagem e de redução de consumo de materiais, água e energia. Dentro destes procedimentos se encontra a gestão ambiental, que é definida como um conjunto de medidas e procedimentos definidos que visam reduzir e controlar os impactos introduzidos por uma atividade sobre o meio ambiente. Segundo Ferreira (1998, p. 31), “a gestão ambiental leva em consideração as variáveis de qualquer processo de gestão, visando principalmente o desenvolvimento sustentável”. Este processo envolve decisões que influenciam os diversos níveis da organização e envolve a alocação de recursos para a área de preservação do meio ambiente. Diante do fato de que a gestão ambiental passou a ocupar o interesse dos presidentese diretores, esta passou a exigir uma nova função administrativa na estrutura organizacional que propicia a empresa trabalhar neste sentido. Assim, o processo administrativo se torna importante, uma vez que possibilita a aplicação de 7 princípios e de funções para o alcance de seus objetivos, maximizando a interação dinâmica das funções administrativas. A função ambiental como integrante do organograma da empresa, é um fenômeno recente que assume desde a divisão de controle de poluição até a coordenação geral da mesma, além de departamentos em nível de staff, associados ou não, ao planejamento estratégico, departamento de meio ambiente vinculado ao marketing, entre outras opções (ANDRADE, TACHIZUA e CARVALHO, 2002, p. 9). Para Dias (2009), a gestão ambiental é usada para expressar a gestão empresarial orientada para minimizar problemas com o meio ambiente, sendo o principal instrumento para se alcançar um desenvolvimento industrial sustentável. Segundo Fang, Baptista e Bardecki (2001, p. 153), a responsabilidade sobre a condução dos planos de ações ambientais deve ser delegada a uma pessoa qualificada, sendo essencial a definição de papéis e funções que envolvem a função ambiental. Dentro disso, Reis e Queiroz (2002) propõem uma matriz de responsabilidades do SGA que tem o gestor ambiental, como responsável principal pelas funções de comunicar a importância da gestão ambiental, coordenar a equipe de auditoria ambiental, manter o sistema atualizado, coordenar comunicação com as partes interessadas, monitorar os processos chaves, identificar aspectos ambientais, elaborar orçamento para a gestão ambiental, manter registros do sistema de gestão ambiental, entre outros. 8 Os gestores são cobrados por resultados e precisam de orientação e informações para se adequar a esse novo momento gerencial. Na gestão ambiental, os responsáveis precisam ter, além de conhecimentos específicos sobre meio ambiente, conhecimentos gerenciais que os possibilitem alocar melhor os esforços e recursos para atingir os resultados desejados (SOUZA, 1993). Nota-se isto nas áreas de gerências tradicionais como produção e finanças, que já estão consolidadas dentro da empresa, pois a formação destes profissionais vai além de conhecimentos da área. Pode-se denotar a importância desta questão, considerando o motivo que leva as empresas a formarem área específica para gerenciar assuntos de meio ambiente e, no mínimo, isto terá que contribuir para seu resultado global (FERREIRA, 1998). A característica fundamental da existência de uma atividade/função que se preocupa com a variável ecológica é a existência de um núcleo central de autoridade e responsabilidade, dentro da organização que está envolvido com a preservação ambiental. O responsável pela área de meio ambiente poderá receber denominações entre as quais se inclui “gerente, coordenador, assessor, especialista” (DONAIRE, 1999, p. 85). Assim, se constitui a importância da função ambiental dentro da organização como fator determinante para o sucesso da aplicação de um sistema de gestão ambiental, o que torna essencial a definição clara de competências gerenciais. COMPETÊNCIAS GERENCIAIS No mundo dos negócios, o termo competência assume significados complexos, havendo várias definições e tentativas de classificações, sendo comumente divididas em competências ditas organizacionais e as voltadas para o individuo. A capacidade da organização para reagir com rapidez às mudanças, a aptidão para a aprendizagem e a competência dos funcionários tornaram-se fatores imprescindíveis para a criação e manutenção de vantagens competitivas. Neste contexto, destaca-se a importância da formação, capacitação e autodesenvolvimento daqueles que gerenciam os indivíduos no ambiente de trabalho. Portanto, a função do gerente se modificou ao longo dos anos. Ele necessita, além de ajustar-se à mudança, promovê-la em sua organização e trabalhar em ambientes imprevisíveis. Deixou de ser o chefe, aquele que apenas ordena e detém a autoridade e a informação, para atuar como alguém que prepara e dá poder a sua 9 equipe, compartilhando informações para que objetivos sejam alcançados (Robbins, 2002). Embora gerentes eficazes tenham algumas características comuns, como criatividade, orientação competitiva e disposição para crescer, eles não são produto exclusivo de características inatas. Habilidades necessárias ao gerenciamento eficaz, incluindo a liderança, podem ser aprendidas (Drucker, 1981; McCall, Lombardo & Morrison, 1988; Kotter, 1997). Sobre as competências gerenciais, Bitencourt (2001) ressalta que a primeira pessoa usar o termo competência gerencial em seu livro “The Competent Manager: a Model for Effective Performance”, foi Boyatizis, iniciando o debate acerca do tema. As competências gerenciais abrangem questões ligadas ao desenvolvimento e ações gerenciais no ambiente de trabalho. Kilimnik, Castilho e Maciel (2006) afirmam ainda, que os modelos de competências gerenciais são propostas que apresentam um amplo escopo de reflexões acerca das necessidades de planejamento, desenvolvimento e acompanhamento do perfil e formação gerencial a partir da realidade e estratégia de cada empresa, fato esse que caracteriza uma visão processual. Esta característica diferencia esta abordagem de conceitos que priorizam a listagem de atributos que, descontextualizados que por si só, não agregam valor à organização ou às pessoas. A gestão de pessoas por competências tem ganhado destaque dentro dos estudos e práticas de recursos humanos nas organizações. Geralmente envolve a definição de atributos que indicam um perfil para as pessoas alcançarem enquanto executam seu trabalho dentro das empresas. A sua definição se encontra atrelada à ação, ou seja, para que se identifique uma pessoa competente é preciso que se mostre isso na prática. O que lembra a afirmativa de Dutra (2002), onde afirma que o conceito de competência incorpora uma avaliação do indivíduo ligado a sua capacidade de entregar-se à empresa, segundo o que ela espera e necessita. A palavra competência é utilizada e se apresenta em contextos variados com significados específicos, sendo que, atrelado ao desenvolvimento do termo competência está o desenvolvimento das organizações que têm se tornado mais flexíveis, refletindo assim, as mudanças ocorridas na sociedade. Tais exigências apontam para a necessidade de se criar técnicas administrativas condizentes com as necessidades destes cenários (GRAMIGNA 2002). 10 Segundo Zarifian (2001), o modelo de competências está substituindo o modelo tradicional de cargos e salários na gestão das organizações. Isso se deve, principalmente, a “noção de evento”, ou a condição que a pessoa tem de mobilizar recursos para resolver situações imprevistas, desvinculando a competência das precondições da tarefa. E também, à necessidade de “comunicação” e flexibilidade das organizações, que contribui para a adoção do modelo. Além disso, a “noção de serviço” é incorporada a este conceito de competências, onde ninguém produz alguma coisa voltando-se a si mesmo, sem estabelecer redes de contatos dentro da organização. Para Resende (2000) existem diferenças entre as competências gerenciais e as requeridas pelos cargos. Enquanto a primeira são capacitações mais específicas da competência de gestão, compreendendo habilidades pessoais e conhecimentos de técnicas de administração ou gerenciamento, de aplicação em situações de direção, ordenação ou supervisão, a segunda representa competências gerais e específicas requeridas aos ocupantes dos diversos cargos da empresa. Na concepção de Ruas (2005), um tratamento mais adequado da noção de competência tem que aplicar-se em contextos específicos do trabalho, de forma a melhorar as interações entre as pessoas e as organizações. O autor tentautilizar estes dois conceitos, pelo fato de identificar competências gerenciais para o gestor ambiental. Ainda para Ruas et al. (2005), a competência gerencial é “a capacidade de mobilizar, integrar e colocar em ação conhecimentos, habilidades e formas de atuar (recursos de competência) a fim de atingir/superar desempenhos configurados na missão da empresa e da área”. Assim, um gestor é mais ou menos competente quanto mais próximo ou mais distante seu desempenho estiver do que lhe é esperado. Esta noção de competência parece trazer consigo uma outra mentalidade em relação ao trabalho, além de necessidades de alfabetização tecnológica. As competências disponíveis, que entraram em pauta, diz respeito às habilidades, às atitudes do indivíduo, frente a um contexto de trabalho especifico. Tipos de Competências Resende (2000) estabelece uma classificação das diversas categorias de competência, como: 11 a) Competências técnicas: exclusivo de determinados especialistas como, por exemplo: ter a capacidade de dirigir carretas conforme o tipo de carga a ser transportada – competência específica de motoristas de transporte de cargas. b) Competências intelectuais: relacionam-se com a aplicação de aptidões mentais, como por exemplo, ter discernimento de determinadas situações. c) Competências cognitivas: é um misto de domínio de conhecimento com capacidade intelectual. Exemplo: ter o domínio de conceitos e teorias. d) Competências relacionais: envolvem habilidades práticas de relações e interações. Exemplos: saber estabelecer relacionamentos em diversos níveis, interagindo em diversas áreas. e) Competências sociais e políticas: envolve simultaneamente relações e participações na atuação em sociedade. Exemplos: exercer influência sobre grupos sociais com o objetivo de interesse de associações. f) Competências didático-pedagógicas: competências relacionadas a educação e ensino. g) Competências metodológicas: competências voltadas a aplicação de técnicas e meios de organização de atividades e trabalhos. Exemplo: organizar o trabalho da equipe. h) Competências de lideranças: Competências que reúnem conhecimentos de técnicas e habilidades pessoais capazes de influenciar e conduzir pessoas para diversos alvos na vida profissional ou social. Exemplo: saber conseguir o apoio para causas filantrópicas, saber organizar e conduzir grupos comunitários. i) Competências empresariais e organizacionais: competências que se aplicam a díspares objetivos e maneiras de organização e gestão empresarial. Podendo ser classificadas da seguinte maneira: Competências essenciaisprincipais de gestão empresarial: universais a todas as áreas ou a um conjunto delas. Exemplo: competência logística e competência estratégica. 12 Competências de gestão: pertencentes especificamente ao nível gerencial, de áreas ou atividades fins e de apoio das empresas. Exemplo: competência de gestão da qualidade e competência de gestão de pessoas. Competências gerenciais: capacidades mais específicas de gestão, abrangendo habilidades pessoais e conhecimentos de técnicas de administração ou gerenciamento, bem como aplicação em situações de direção, coordenação ou supervisão. Exemplo: saber administrar, convergir ações para resultados comuns; conduzir reuniões de trabalhos produtivas. Competências requeridas pelos cargos: competências gerais e especificas que se requer dos ocupantes dos diferentes cargos da empresa. Exemplo: saber fazer o dimensionamento de peças, entre outros. 13 A partir desta classificação proposta por Resende (2000), é importante que se estabeleça a relação entre as competências do individuo com as competências da organização, numa perspectiva sistêmica. Pois ao definir sua estratégia competitiva, as organizações irão identificar suas competências essenciais e quais as competências necessárias a cada função. Assim, Fleury e Fleury (2001), propõem categorizar as competências em três blocos, para fazer a relação do indivíduo com toda a empresa de forma holística: Competências de negócio: relacionam-se ao entendimento do negócio, os objetivos na relação com o mercado, clientes e 14 concorrentes. Sendo o significado atribuído a essas competências, vistos a seguir: Visão estratégica: relaciona-se a competência de conhecer o negócio, identificando oportunidades e ameaças, forças e fraquezas dos ambientes externos e internos da empresa, bem como ter comprometimento e clareza com valores e objetivos organizacionais. Isto pode favorecer o profissional no momento de descobrir o significado de sua área de atividade, suas responsabilidades e quais as contribuições esperadas. Planejamento: relaciona-se com a capacidade do individuo de fazer a estruturação e sistematização de ações para minimizar ameaças e fraquezas e aproveitar oportunidades e forças. Também se refere a estabelecer mecanismos de controle e avaliação de ações para otimizar recursos. Competências técnicas: competências que são especificas para determinada ocupação, atividade ou operação. Conhecimentos específicos: refere-se a capacidade de deter informações e conhecimentos técnicos relacionados a área de atuação, atualizando-os constantemente e disponibilizando os novos conhecimentos desenvolvidos para garantir a sua circulação. Competências sociais: necessárias para interagir com outros indivíduos, sendo exemplificado como: Comunicação: é a capacidade de expressar claramente as ideias usando técnicas de comunicação acertadas para cada situação. 15 Negociação: relaciona-se a capacidade de discussão, estimulando de forma positiva, outras pessoas a colaborarem para que assim atinjam o objetivo organizacional, e também na busca de obtenção de consenso pelas partes envolvidas. Trabalho em equipe: habilidade em manter grupos heterogêneos trabalhando em conjunto, na busca pela sinergia. 16 As Competências e o líder sustentável O papel do líder dentro das organizações torna-se cada vez mais importante no momento em que as empresas passam por um processo de promoção de uma cultura voltada ao desenvolvimento sustentável. Deste modo, essa cultura poderá ser a norteadora da disseminação e compartilhamento da sustentabilidade na prática. O líder sustentável deve vislumbrar o negócio sob a ótica da sustentabilidade, ou seja, deve ter como objetivo o avanço econômico, porém respeitando o meio ambiente e o desenvolvimento social, tendo uma visão mais abrangente, pois enxergam o legado que a empresa deixará para as próximas gerações. São pautados no comprometimento com os valores e princípios sustentáveis. 17 Para isso, exige-se o desenvolvimento de novas competências e atitudes de toda a organização. Logo, para Fialho et al (2008), competências voltadas para a sustentabilidade abrangem uma ampla mistura de conhecimentos, habilidades e características pessoais que impliquem em comportamentos que podem ser avaliados e observados. Essas competências devem visar o desenvolvimento econômico, ambiental e social. As competências essenciais da liderança para a sustentabilidade, uma vez desenvolvida, propiciam a esses líderes terem atitudes conforme a urgência requer, levando as organizações e a sociedade para outro patamar de desenvolvimento, onde coexiste o desenvolvimento econômico, ambiental e social. 18 Voltolini (2011) estabelece três pontos em comum ao líder sustentável, sendo estes: a) Crença nos valores estruturantes do conceito de sustentabilidade: além de crer intimamente nos valores por de trás da sustentabilidade, estes lideres devem praticá-los e valorizá-los nas suas ações. Líderes em sustentabilidade devem ser “líderes com alma”, ou seja, devem possuir atributos como: ser indivíduos livres e independentes, capazesde combinar espírito coletivista, solidez moral, paixão pelo que fazem e habilidade de transmitir essa paixão a outros. Também é importante que o líder seja coerente entre o que se diz e o que se faz, para garantir credibilidade. b) Compreensão da noção de interdependência dos sistemas produtivo, ambiental e social: orientação para uma visão sistêmica dos valores econômico, social e ambiental. Por consequência, compreendem que dependem do equilíbrio gerado pela conjugação de lucro consistente, proteção ambiental e justiça social para obterem legitimidade. Estes líderes entendem a complexidade do tema, sua transversalidade e suas conexões não apenas com o negócio em si – um processo, um produto, uma estratégia – mas toda a cadeia de valor. Pois se orientam por uma visão sistêmica, que trata como um todo integrado o que para muitos ainda são apenas fragmentos – as dimensões econômica, ambiental e social. 19 c) Coragem e persistência na condução de mudanças importantes: no processo de implantação da sustentabilidade em uma organização exige diferentes competências do líder, pois a liderança para colocar a sustentabilidade no coração do negócio, se exige do líder que este expresse a necessidade de agir. Também é preciso a escolha de uma abordagem clara de sustentabilidade, relacionada ao negócio, e convoque a colaboração dos públicos de interesse para a mudança. Espera-se que estes líderes sejam capazes de converter compromissos em um programa de mudanças, com iniciativas e metas claramente definidas, métricas econômicas, sociais e ambientais inseridas no planejamento dos negócios. Já Lueneburger e Goleman (2010) dividem o processo de evolução da sustentabilidade em três fases, as quais exigem determinadas potencialidades dos líderes da organização. Logo, as competências fundamentais do líder sustentável, sob a ótica destes autores, na fase de instalação do processo de mudanças são: colaboração, poder de influência e liderança para a mudança. O líder deve comunicar uma visão convincente perante os stakeholders da organização. Para isso, o líder deve ser capaz de compreender as motivações das diferentes partes interessadas e se envolver para compor parcerias com os demais. Além disso, o líder deve possuir a capacidade de compreender e superar as barreiras para a sustentabilidade. Os líderes devem ajudar a identificar, definir e desenvolver um conjunto específico de processos de negócios voltados para gestão de riscos previamente não quantificados e identificar novas oportunidades. Silveira et al. (2006) destacaram comunicação, criatividade, organização do trabalho, flexibilidade, iniciativa, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, foco no cliente, capacidade de análise, negociação, tomada de decisão, raciocínio numérico e autocontrole como competências gerenciais necessárias para a função de gestor ambiental. Os estudos de Katz apud Maximiano (2000) dividiram as aptidões gerenciais em três categorias: • Aptidões técnicas, atividade específica para a realização das tarefas; • Aptidões humanas, compreensão das pessoas e suas necessidades; 20 • Aptidões conceituais, compreender e lidar a complexidade da organização. A utilização destes atributos está condicionada a posição ocupada na organização, assim para um supervisor de primeira linha ligado ao trabalho operacional as habilidades técnicas serão as mais importantes, em contrapartida os detentores de posições na alta administração demandarão maiores habilidades humanas e conceituais. Esta estratificação corrobora com a percepção da dificuldade enfrentada pelos gerentes técnicos quando assumem posições mais elevadas nas suas organizações, deparando-se com funções nas quais não possuem familiaridade e apresentam desempenho na maioria das vezes abaixo do esperado. Como se pode observar no modelo proposto por Katz (1995) na figura acima, a proporção de habilidades técnicas e conceituais varia segundo os diferentes níveis da organização. O denominador comum, aparentemente crucial em todos os níveis, é a habilidade humana, que se tem afigurado, cada vez mais, como uma habilidade gerencial fundamental. As organizações, segundo pesquisa realizada por Klemp Jr. (1999), julgam necessário que os seus gestores tenham qualidades éticas, orientação para as pessoas (colaboradores e clientes), capacidade para obter resultados, aprendizado e 21 direcionamento da organização. Além disso, devem raciocinar estrategicamente, e compreender conceitos, tendo flexibilidade e autoconfiança. Assim, as competências requeridas abrangem capacidades de raciocínio lógico/analítico, além daquelas baseadas nas habilidades de relacionamento dos indivíduos. Mintzberg e os papéis (competências) gerenciais No início dos anos 70, uma grande contribuição ao entendimento do papel dos gerentes foi oferecida pelo professor canadense Henry Mintzberg, que estudou um pequeno grupo de altos executivos. Ele concentrou-se nas atividades que os gerentes realizavam: o que eles faziam, com quem conversavam, como se comunicavam, quanto tempo trabalhavam sozinhos e assim por diante. Essa pesquisa deu-lhe a base para fazer a proposição de que as atividades dos gerentes classificam-se em dez papéis. Mintzberg definiu um papel como conjunto organizado de comportamentos que pertencem a uma função ou posição identificável e agrupou os dez papéis gerenciais em três famílias: papéis interpessoais, papéis de informação e papéis de decisão. Vocês podem conferir na imagem a seguir: 22 Papéis Interpessoais: Os papéis interpessoais abrangem as relações interpessoais dentro e fora da organização. Nesse papel os gerentes podem representar os significados de símbolo, líder ou ligação. a) Símbolo: O gerente age como um símbolo e representante (relações públicas) da organização. O papel de símbolo está presente em um certo número de tarefas. Nenhuma dessas tarefas envolve significativamente o processamento de informações ou a tomada de decisões; b) Líder: A liderança permeia todas as atividades do gerente. A importância da liderança envolve todas as atividades interpessoais nas quais há alguma forma de influência, seja com funcionários, clientes, fornecedores e outras pessoas; c) Ligação: O papel de ligação envolve a teia de relacionamentos que o gerente deve manter, principalmente com seus pares. Nesses relacionamentos, ele vincula sua equipe com outras, a fim de fazer o intercâmbio de recursos e informações que lhe permitem trabalhar. Papéis de Informação: Os papéis de informação estão relacionados com a obtenção e transmissão de informações, de dentro para fora da organização e vice-versa. a) Monitor: No papel de monitor, o gerente recebe ou procura obter informações que lhe permitem entender o que se passa em sua organização e no meio ambiente. Esse papel envolve a necessidade e a capacidade de lidar com uma grande variedade de fontes de informação, que vão desde a literatura técnica até a "rádio peão"; b) Disseminador: O papel de monitor tem o complemento da disseminação da informação externa para dentro da organização, e da informação interna de um subordinado para outro; c) Porta-voz: Enquanto o papel de disseminador está relacionado com a transmissão de fora para dentro, o papel de porta-voz envolve o inverso - a transmissão de informação de dentro para o meio ambiente da organização. Papéis de decisão: Os papéis de decisão envolvem a resolução de problemas e a tomada de decisões, relacionadas com novos 23 empreendimentos, distúrbios, alocação de recursos e negociações com representantes de outras organizações. Os trabalhos de Sbragia, Maximiano e Kruglianskas (1986), consideram as habilidades humanas como fundamentais no relacionamento com as interfaces interpessoais nas quais os gerentes de projetosestarão submetidos nos projetos, juntamente com as interfaces organizacionais e técnicas: • Interfaces Pessoais: sempre que duas ou mais pessoas estão trabalhando num mesmo projeto há um potencial para conflitos e problemas pessoais; • Interfaces Organizacionais: como uma unidade dentro do contexto organizacional, o projeto tem que atender a objetivos, aspirações e necessidades valorizadas pela organização; • Interfaces Técnicas: Como o projeto tem um resultado ou produto a ser alcançado, existem interdependências físicas para serem administradas, informações para serem integradas, prazos para serem cumpridos. Rhinesmith (1993), por seu turno, destaca como competências gerenciais fundamentais as seguintes capacidades de gerir: • Competitividade – capacidade de coletar informações relativas a pessoal, capital, tecnologia, fornecedores, processos ou oportunidades de mercado em uma base global e saber utilizá-las; • Complexidade – capacidade de apreender o todo, ter visão sistêmica e estar apto a lidar com interesses concorrentes, contradições e conflitos inerentes à nossa época, gerir interesses de múltiplos parceiros e gerenciar várias questões ao mesmo tempo; • Adaptabilidade – ter flexibilidade, adaptabilidade e disposição para a mudança, ter equilíbrio emocional, tolerância ao estresse, energia e maturidade; • Equipes – capacidade de atuar como facilitador e incentivador dos esforços da equipe); • Incerteza – capacidade de lidar com transformações contínuas, por meio do equilíbrio entre mudança e controle; e 24 • Aprendizado – capacidade de aprender sobre si mesmo continuamente, treinar e desenvolver os demais e facilitar a constante aprendizagem organizacional. Segundo Sbragia, Krugliankas e Maximiano (1986), “a evidência empírica sugere que uma boa parte do sucesso de um projeto depende da posse de um conjunto peculiar de aptidões por parte de seu gerente”, aptidões essas que se classificam em três famílias: conhecimentos (o que sabe?), as atitudes (suas reflexões sobre si, o ambiente de trabalho e outras interfaces), e as habilidades (o que sabe fazer?): • Conhecimentos – relaciona-se com a competência técnica pertinente ao projeto no qual o indivíduo vai gerenciar, dando suporte ao grupo e atuando como facilitador e gerente técnico; • Atitudes – os projetos são profundamente afetados pelas atitudes e comportamentos dos gerentes de projetos, atitudes que tendem a tornar-se um padrão de referência no desenvolver do empreendimento para os demais membros da equipe. • Habilidades – possuem três vertentes, a primeira relaciona-se com as habilidades gerenciais, ou seja a capacidade de planejar, organizar, dirigir, coordenar, controlar o projeto, assim como a destreza em distribuir a intensidade destas competências de acordo com o ciclo de vida do projeto. A segunda envolve o aspecto das relações humanas, como formar equipes, manter bom relacionamento no grupo, gerenciar conflitos e fomentar um clima motivacional ótimo para os integrantes do grupo. A terceira habilidade situa-se em aspectos políticos, considerados como a perspicácia de conhecer e manejar a cultura institucional ”dentro da qual o projeto será desenvolvido”. 25 26 REFERÊNCIAS BITENCOURT, C. C. A Gestão de Competências Gerenciais – A Contribuição da Aprendizagem gerencial. Tese (Doutorado). Porto Alegre, Setembro de 2001. Disponível em: <http://volpi.ea.ufrgs.br/teses_e_dissertacoes/td/000816.pdf>. Acesso em: 03 de maio de 2006. DONAIRE, D. (1999). Gestão ambiental na empresa (2a ed.). São Paulo: Atlas. FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria brasileira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. _________Construindo o conceito de competências. 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Os novos 27 horizontes da gestão: aprendizagem organizacional e competências. Porto Alegre: Bookman. SARAIVA, L. A. S. & CAPELAO, L. G. F. (2000). A nova administração pública e o foco no cidadão: burocracia X marketing? Revista de Administração Pública, 34(2), 59-77. VOLTOLINI, R. O perfil do líder sustentável. Portal HSM. 2011. Disponível em: <https://www.hsm.com.br/editorias/sustentabilidade/perfil-dos-lideres- sustentaveis>. Acesso em 04 set. 2011. ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001. 197 p.
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