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Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne Bloqueio de nervos periféricos ● MEMBROS SUPERIORES: Existem 2 plexos importantes: Cervical e Braquial; PLEXO CERVICAL ● O plexo cervical vem de raízes C2, C3, C4 e as vezes C1 e C5; se divide em plexos superficiais e plexos profundos. ● Essa parte superficial vai ser responsável pela parte dermatológica, dos dermátomos correspondentes e essa divisão vai ser correspondente a todo emaranhado à direita. ● Locais que correspondem à inervação de C2, C3 e C4. ● A área de C2 é principalmente pelo ramo occipital: ● A área de C3 é principalmente pelo transverso e auricular; ● A área de C4 é principalmente pelo supraclavicular. Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne ● Outra indicação para esse tipo de bloqueio são as punções de linfonodos, traqueostomia, tireoidectomia; ● Existem 2 formas de bloqueio do emaranhado de nervos ● Temos como referência anatômica para esse bloqueio: O bordo posterior do músculo esternocleidomastoideo (ECM), e a julgular externa marcada pelo n° 4. ● Na imagem ao lado mostra os processos transversos das vertebras, que irão nos servir como referência anatômica. Ex: em pacientes magrinhos, você vai com seu dedo por baixo do ECM e você sente essas proeminências ósseas, sendo assim, podem ser nossa referência anatômica para o bloqueio. ● Como referência também: entre a cartilagem tireóidea, o osso hioide, C3 e C4. C4 fica mais ou menos ao ângulo da mandibula, que é outra referência anatômica que também teremos. ● A literatura diz que no ângulo da mandíbula a mais ou menos C4, nós faremos um bloqueio em leque nessa região. Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne ● OBS: na hora de fazer o bloqueio, sempre lembrar das variações anatômicas, que a anatomia nem sempre é a mesma em todo mundo. ● Conclui-se que é um plexo mais alto que a nível cervical, que tem sua importância a nível pescoço, clavícula, e algumas regiões da cabeça. É um bloqueio fácil de ser feito, dividido em ramos profundos, que não tem importância pela dificuldade do seu acesso e tem os ramos superficiais, representados por aqueles nervos retroauricular, occipital, transverso, supraclavicular, que são bloqueados como referência do ECM, no bordo posterior ou palpando as proeminências ósseas nos processos transversos de C2, C3 e C4. PLEXO BRAQUIAL ● Plexo mais baixo , mais complexo e que vai desde as raízes C5, C6, C7, C8 e T1. Se pegar C4 nós chamamos de pré fixado, se pegar T2 nós chamamos de pós fixados e se pegar os dois é um plexo pré pós fixado. Todo esse emaranhado se dá a nível de pescoço para formar os nervos terminais. ● Mais acima plexo cervical; e a partir de C5, C6, C7,C8 e T1 nas suas raízes anteriores formarão o plexo braquial. ● C5 e C6 irão se unir para formar o tronco superior ● O ramo de C7 formará o tronco médio, e C6 e T1 formará o tronco inferior, a nível de tronco sai um nervo importante para o bloqueio que é o supra escapular, que irá para a inervação da escápula que é importante nas cirurgias de ombro. ● Esses troncos por sua vez, irão se dividir em divisões e essas divisões serão anteriores e posteriores, com isso a união da divisão anterior, superior com o médio irá formar o fascículo lateral, a união de todas as divisões posteriores (superior, médio e inferior) irá formar o fascículo posterior e a divisão anterior do tronco inferior forma o fascículo medial. ● A partir dos fascículos quem vem com referência são as artérias, e estes fascículos estarão literalmente abraçando a artéria formando um feixe vasculo nervoso entremeado por músculo e fáceis formando um canal. ● Os fascículos irão se dividir, e a união do lateral com o medial irá formar o nervo mediano. Do lateral vai sair o nervo músculo cutâneo. ● Do fascículo posterior o grande ramo dele é o nervo radial, mas também parte o nervo axilar. ● Do fascículo medial, o de grande importância é o nervo ulnar. Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne ● TÉCNICA: realizada por três meios ou mistura deles. ● Parestesia é você identificar uma relação anatômica e imaginar que o nervo passa por ali, e você ir com agulha até que agulha toque a inervação e o paciente refira uma parestesia, literalmente um choque. É uma técnica que tem maior indice de falha, sofrida para o paciente, difícil de fazer em criança e idosos ou pacientes pouco cooperativo e barata, é necessário somente uma agulha hipodermica. ● Neuroestimulação: através da utilização de uma agulha específica e de um neuroestimulador você irá configurar um padrão de choque literalmente, você irá encaminhando com agulha quando você se aproxima do referido nervo, ou do referido plexo, a musculatura correspondente aquele nervo irá se contrair em frequência e amplitude pré estabelecida por você em um aparelho. ● USG: através da ultrassom conseguimos ver tanto agulha chegar próximo, como conseguimos vê a dispersão do anestésico local. A incidência de falha é muito menor, o risco de toxicidade é muito menor, utilizamos uma dose bem menor, o índice de acerto é bem maior e o conforto para o paciente é bem maior, com isso podemos fazer com paciente sedado. BLOQUEIO INTERISCALÊNICO • Localiza-se entre os dois escalenos anterior e médio. • Utiliza-se como referência o músculo esternocleidomastoideo, ele tem duas cabeças (uma vai para clavícula e a outra vai para a fúrcula esternal) formando um triângulo que vai servir como referência para acessos venosos centrais ● Ao rebater o ECM, vão ter dois músculos: escaleno anterior, escaleno médio e o plexo braquial. Palpando o bordo do ECM, com o dedo indicador e médio, tenta palpar o escaleno anterior e vem deslizando ao sentir uma espécie de “batentezinho” entre um músculo e outro, é sinal que está passando entre o escaleno anterior e o médio, e é entre eles que esta passando essa inervação essa é referência anatômica para esse bloqueio; ● Temos como referência também: o cruzamentos com a jugular externa e a proeminência laríngea que corresponde a nível de C5. Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne BLOQUEIO SUPRA-CLAVICULA ● Tem um risco muito alto de pneumotórax. ● Fala de como foi feito - Paciente semi-sentado e ia por trás da clávicula, chegando a 1ª costela e descendo lateralmente. ● BLOQUEIO EM DESUSO antes do ultra-som. ● Quanto mais distam mais homogêneo que o inter-escaleno. ● Livra o n. frênico e o supra-escapular. ● Quando a voltagem estiver aumentando, quer dizer que a agulha está chegando no nervo. ● Bloqueio mais perigoso pois esta mais próximo da cúpula diafragmática. BLOQUEIO INFRA-CLAVICULAR ● Guiado por neuroestimulo e tresor. ● Como referência - Acrômio da escupula 1 a 2 cm medial e 1 a 2 cm inferior livrando a caixa torácica. ● Relativamente fácil e homogêneo. ● Pega quase todos os nervos. ● Não pega o n. cutâneo nem o supra-escapular (depende da topografia da cirurgia). ● Ficou mais fácil também depois do USG -tendo como referência a própria artéria ● Fasciculos a nível infra e supra-clavicular B LOQUEIO AXILAR ● A parte mais alta da axila; ● Musculatura peitoral e deltoíde; ● É um bloqueio perivascular ● Referência anatômica: ● Artéria axilar ● Acima - Mediano ● Por baixo - Ulnar / Cubital ● Posterior - Radial ● Palpando e por neuroestimulo faz o bloqueio; ● Bloqueio axilar - ulnar → Faz um movimento ● Bloqueio axilar - radial → Faz outro movimento ● Por neuroestimulo é mais difícil ter complicação, já de forma grosseira o perigo é real; ● Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne BLOQUEIO DE COTOVELO BLOQUEIO RADIAL ● Mais para analgesia, anestesia nem tanto; ● Isola os nervos ● O radial ele desce e ele cruza no septo intramuscular. ● Musculo cutâneo inerva nervos flexores ● Lateral ao bíceps braquial ● O nervo radial desce e cruza formando um ramo profundo responsável por este movimento (ex: tensão dos dedos e mãos) e um parte sensitiva que cruza e vai para frente, tendo como referência anatômica o bíceps. Então lateral ao bíceps através de neuroestímulo ou parestesia você vai encontrar o nervo radial. Este nervo também é responsável pela inervação da região subcutânea do dorso da mão. ● O nervo radial é bloqueado tendo como referência o bíceps, este bloqueio pode ser em leque ou por USG na altura do seu cruzamento. É um nervo muito importante em cirurgias no úmero. O ortopedista isola este nervo antes do procedimento cirúrgico para evitar lesioná-lo, isso acaba provocando repercursões pós-operatória como parestesia. Logo o paciente acredita que esta parestesia seja ocasionada da anestesia e não da manipulação do ortopedista. NERVO MEDIANO ● A nível do cotovelo, o nervo mediano passa oposto ao nervo radial, junto a artéria braquial estando medial a ela. Poderá ser identificado através da parestesia ou auxílio do USG ou neuroestímulo nesta altura. Este nervo mediano não cruza (como o nervo radial faz). Este nervo desce estando entre os tendões flexores. ● É o nervo da síndrome do túnel do carpo, que é caracterizado pela compressão deste nervo ocasionando edemas e até necrose, ocorre em pacientes viciados em computadores ao realizar movimentos repetitivos. O tratamento é cirúrgico no intuito de livrar esses ligamentos e estruturas. ● Este nervo pode ser bloqueado a nível de punho, sendo o USG muito útil. Se não tiver USG, você deixa a mão em garra e identifica o nervo que estará medial a esses nervos mais grossos ou pede para o paciente fazer força na mão que dará o mesmo efeito. ● A inervação do nervo mediano abrange a palma da mão e as pontas dos dedos. Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne NERVO ULNAR ● Este nervo desce vindo do tronco inferior, passa pelo olécrano e epicôndilo medial. É o nervo do choque do cotovelo (qdo você bate o cotovelo este nervo é afetado). ● Este nervo é muito fácil de bloquear quando guiado por USG, ele desce junto a artéria ulnar e tendão flexor ulnar do carpo, sendo essas ultimas as referências anatômicas que temos para realizar o seu bloqueio. Ao pedir para o paciente fazer força você pode sentir o tendão estando medial ao nervo. NERVO MUSCULO CUTANEO ● É proveniente do fascículo lateral alto e não é bloqueado a nível axilar, ele cruza o coracobraquial, vindo do coracobraquial e do bíceps. ● A nível do cotovelo vai formar o cutâneo lateral do antebraço e inervar essa região sendo meramente sensitiva, é motora somente nos plexores. ● Como bloquear? No interescaleno ou axilar guiado por USG, sendo fácil bloquear. NERVOS DIGITAIS ● Represetado pelo dedo mediano ● Dois pares (palmar e dorsal) ● MÃO: A inervação terminal vai formar um arco e desses arcos vai partir dois pares nervos para cada nervo: um par dorsal e um par palmar. ● Então um bloqueio tronco ulnar é indicado para exérese da unha, redução de fratura, drenagem de abscesso, ou seja qualquer procedimento naquela região. Lembrando que se injetar anestésico local em abscesso (infectado) se transforma em sal, a alternativa é fazer a nível do tronco ulnar. ● Na ortopedia é comum fraturas expostas e amputação de falange, neste caso você pode fazer bloqueio tronco-ulnar. Como fazer? Você palpa a articulação e faz nas duas extremidades, como são dois dedos você vai até o final e volta bloqueando, faz em ambos os lados ou dentro da Alice Maria Afecções cirúrgicas - José Benício Dantas Medicina 2020.2 Beatriz Rayanne capsula articular. Na capsula articular você injeta uma vez, o bloqueio é fácil e por isso muitos cirurgiões e ortopedistas fazem. ANESTESIA REGIONAL INTRAVENOSA OU BLOQUEIO DE BIER ● A anestesia regional intravenosa ou bloqueio de bier é muito comum no centro cirúrgico. Como faz? Você vai injetar um anestésico dentro da veia do paciente e o anestésico vai difundir e bloquear as estruturas adjacentes, bloqueio muito utilizado em cirurgias de cistos sinoviais, retirada de material de síntese, cirurgia da dermatologia, tenorrafias, tumores em geral e cirurgias de curto prazo. ● Ex: cirurgia para retirar material de síntese (cirurgia rápida): o paciente vai estar com acesso venoso e com a faixa de esmarch eu vou exsanguinar o braço do paciente (esvaziar o vaso), logo depois vai garrotear a extremidade. Quando garrotear vou retirar a faixa de smarch e logo em seguida injetar lindocaína sem vasoconstricção (só pode ser tipo de anestésico sendo proibido utilizar outro anestésico ou até mesmo lindocaína com vasoconstricção). Ao injetar o paciente já esta pronta para a cirurgia. Se após 5 minutos o paciente sentir incomodado você pode desinsuflar um e insuflar outro. Mas a região estará anestesiada e o paciente vai ficar tranquilo e ainda posso fazer uma sedação para o paciente não ficar ansioso. Ao garrotear estou diminuindo o sangramento e pode ficar ate 01h30min nos MMSS e 02h nos MMII. O profissional deve ficar monitorando e depois desse horário deve soltar o garrote. Por isso só indicado em cirurgias curtas. ● E uma vez que você realizou o garrote tem que ficar no mínimo 20 minutos sob o risco de intoxicação sistêmico, se soltar antes de 20 minutos tem muito anestésico na corrente sanguínea e o paciente tem o risco de overdose. A ordem: 1)garrotear 2) Soltar a faixa de smarch 3) Faço anestesio e libero para cirurgia 4) insuflo um e solto o outro. MEMBROS INFERIORES ● Inervam o plexo lombosacro ● Nervo ciático, femural, cutâneo lateral da coxa, obturatório ● Nervo tíbial, fibular superficial, fibular profundo, safena e sural = BLOQUEIO PENTABLOQUEIO.
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