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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE O QUE É ANSIEDADE? - É um estado de humor difuso, indefinido, em geral de apreensão, de inquietação, sobre alguma catástrofe iminente. - Todas as pessoas têm ansiedade “normal‖. São processos instintivos básicos de luta ou fuga. - Ansiedade OBJETO INDEFINIDO. - Medo OBJETO DEFINIDO. - Há grande interação entre os fatores genéticos e a experiência de vida pessoal. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Transtorno do Pânico (TP) Agorafobia ―Transtorno de Estresse Pós-Traumático‖ (TEPT) – (reclassificado pelo DSM 5: Transtornos relacionados ao trauma e a estressores). Fobias Sociais Fobias Específicas Transtorno de Ansiedade de separação ―TOC‖ (retirado do grupo na classificação do DSM 5: TOC e Transtornos relacionados). Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) - Ansiedade e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias. - O DSM 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos mentais), exige duração pelo menos de 6 meses. - A ansiedade é adaptativa? Existem 5 diferenças: - Intensidade: na ansiedade patológica a intensidade é muito maior. - Frequência: na ansiedade patológica os episódios são mais frequentes. - Nível de reação: Na adaptativa o nível de reação é proporcional ao estímulo, ao contrário da patológica. - Duração: É limitada na ansiedade adaptativa e prolongada na patológica. - Profundidade: O grau de sofrimento é maior na ansiedade patológica. EPIDEMIOLOGIA - Taxa de prevalência de 17,7% ao longo da vida, com prevalência média entre 3 a 8% na população geral (muito frequente). - Maior prevalência em mulheres de 2:1 - Em geral inicia no fim da adolescência ou inicio da vida adulta. - O transtorno provavelmente afete um grupo heterogêneo de pessoas. ETIOLOGIA - Desconhecida. - Teorias psicanalíticas Freud e os conflitos psíquicos (desejos sexuais ou agressivos inconscientes). Capacidade de resistir ao estresse/ resiliência depende da carga genética - Ansiosa por tudo. -Constantemente tensa por diversos temas. -Teorias comportamentais teoria da aprendizagem social (pessoas em ambiente familiar ansioso/estressante tende a ser estressada). Teorias existenciais ―vazio de sentido da existência‖. Contribuição das ciências biológicas - SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO estimulação desse sistema causa sintomas cardiovasculares, musculares, gastrintestinais e respiratório. -NEUROTRANSMISSORES norepinefrina, GABA. (Obs.: aumento da PA aumenta as catecolaminas circulantes que aumenta a adrenalina e excita o SNA). - EIXO HIPOTÂLAMO-HIPOFISÁRIO-ADRENAL aumento da síntese de cortisol (hormônio do estresse aumenta o alerta, a vigilância, a atenção focada...). O aumento de cortisol HAS, osteoporose, imunossupressão, dislipidemia e alterações cardiovasculares. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (DSM 5) A - A ansiedade e preocupação excessivas ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses, com diversos eventos ou atividades; B- O individuo considera difícil controlar a preocupação. C- A ansiedade e a preocupação estão associados com 3 (ou mais) dos seguintes sintomas: 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos á flor da pele; 2. Fatigabilidade; 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de ―branco― na mente; 4. Irritabilidade; 5. Tensão muscular; 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). TRANSTORNO DO PÂNICO (TP) - Um ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado por sentimentos de catástrofe iminente. - Ansiedade paradoxal => ocorre em picos de ansiedade súbitas, limitantes. TP (Picos de ansiedade) TAG - História: Na Guerra Civil Americana, Jacob Mendes DaCosta observou essa síndrome nos soldados de combate —> Síndrome do Coração Irritável (Síndrome de DaCosta). - Freud: Neurose de angústia. - Dos pacientes com transtorno de Pânico 91% tem pelo menos outro transtorno psiquiátrico: depressão maior, fobia social, fobia específica, TEPT e TOC, transtornos de personalidade e hipocondria. Sempre é o meio Bio-psico-social (múltiplos fatores Pode estar associada à Fibromialgia EPIDEMIOLOGIA - Prevalência ao longo da vida: 1 a 4% - Mulheres mais afetas que homens 3:1 - Único fator social identificado: história recente de divórcio ou separação. - Idade média de apresentação: em torno de 25 anos (adultos jovens). - Parentes em primeiro grau de pacientes com transtorno de pânico têm um risco 4 a 8 vezes maior para o transtorno do que os parentes em primeiro grau de outros pacientes psiquiátricos (hereditariedade). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - Os sintomas físicos podem incluir taquicardia, palpitações, dispneia, sudorese; - O ataque dura, em média, de 20 a 30 minutos, ou menos. - O exame formal do estado mental durante o ataque pode revelar ruminação, dificuldade de fala e comprometimento da memória; - É possível experimentar depressão ou despersonalização durante um ataque; - Os sintomas podem aparecer de forma rápida ou gradual. - SENTIMENTO DE PERDA DE CONTROLE. - Além dos fatores genéticos, os fatores psicossociais são muito importantes na gênese do TP: - Defesa mal sucedida contra os impulsos provocadores de ansiedade. - Presença de um gatilho psicológico claro para os ataques de pânico. - Alta incidência de eventos de vida estressante (perdas). - Fatores de personalidade: pessoas que ―mantém o controle de tudo ao redor‖ - sentimento de medo de perda do controle. Obs.: é comum a ansiedade antecipatória (paciente tem medo da ocorrência do ataque, por isso é comum a ideação suicida. Tudo isso limita o paciente fazendo com que ele não saia de casa sozinho, assim o TP pode está associado à agorafobia). - Atentar para o risco de suicídio. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ORGÂNICO PARA O TP DOENÇAS CARDIOVASCULARES: Angina, ICC, PVM, IAM, Taquicardia paradoxal, prolapso de valva mitral. DOENÇAS PULMONARES: asma, hiperventilação, embolia pulmonar.. DEONÇAS NEUROLÓGICAS: Epilepsia, enxaquecas, AV transitório, AV isquêmico DOENÇAS ENDÓCRINAS: Doença de Addison, síndrome carcinoide, hipertiroidismo, hipoglicemia INTOXICAÇÕES POR DROGAS: anfetaminas, cocaína, maconha, alucinógenos. ABSTINÊNCIA DE DROGAS: álcool, benzodiazepínicos, opiáceos. (OBS.: Essas condições podem levar ao TP, por isso, em Pacientes com TP deve-se investigar fatores orgânicos) AGORAFOBIA - Vem da raiz grega Ágora (assembleia, lugar de reunião, espaço público). - Refere-se a um medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil; - É possível que seja a mais incapacitante das fobias; - Frequentemente associados a Transtorno de Pânico (essa associação é chamada de síndrome do pânico), porém, pode ocorrer sem os ataques de pânico em algumas pessoas. - Pode ocorrer sem associação a outros transtornos mentais; - O DSM-V a classifica como condição separada. Epidemiologia - Prevalência ao longo da vida: em torno de 2 a 6% Diagnóstico e Características - Indivíduos com agorafobia evitam de forma rígida situações nas quais seria difícil obter ajuda; - Preferem está acompanhados por um amigo ou familiar em ruas movimentadas, lojas superlotadas, espaços fechados. Fobias - É um medo irracional que provoca a esquiva consciente do objeto, atividade ou situação específica temida. - São os transtornos mentais mais comum: 5-10% da população, sendo o mais comum nas mulheres e o segundo entre os homens. - A presença ou antecipação da entidade fóbica provoca grave sofrimento no individuo afetado, que reconhece sua reação comoexcessiva; - Fobia Específica: medo ou ansiedade acentuados em relação a um objeto ou situação. - Fobia Social: medo ou ansiedade acentuados frente a uma situação social (temor de ser avaliada por terceiros). FOBIAS ESPECÍFICAS OBS.: a pessoa não é ansiosa, só manifesta o quadro quando entra em contato com o objeto. Fobia Social - Também conhecida como transtorno de ansiedade social; - Caracteriza-se por medo excessivo de humilhação ou embaraço em vários contextos sociais - MEDO DO JULGAMENTO SOCIAL. - Tipo Generalizado de Fobia Social —> condição crônica e debilitante - Diagnóstico Diferencial: Transtorno de Personalidade Esquiva Transtorno de ansiedade de separação - ansiedade de separaç o e um fenômeno evolutivo universal em humanos, que surge nos bebês antes de 1 ano de idade e marca a conscientização da criança de uma separação entre ela e sua mãe ou seu cuidador primário (SADOCK, 2017). - Geralmente se resolve em tornos dos 2,5 anos de idade quando a criança passa a frequentar a pré-escola -> aprendizagem social. -Em cerca de 15% das crianças pequenas a ansiedade se mostra como dificuldade do desapego às figuras paternas, medo intenso e persistente, timidez e retraimento social frente à pessoas desconhecidas. - O transtorno é diagnosticado quando uma ansiedade excessiva e inapropriada à fase do desenvolvimento, surge em relação à separação de uma figura importante de apego (apego excessivo a figura materna/cuidador). - Formação futura de uma personalidade ansiosa, dependente e esquiva. (OBS.: Quando ocorre no adulto é devido um processo de fixação da fase infantil). - O DSM 5 que substituiu o DSM-IV-TR, retirou o Transtorno de ansiedade de separação dos transtornos ―usualmente presentes na infância e adolescência‖ e o colocou dentro dos Transtornos de ansiedade. - Existem 3 características chave: Medo excessivo e persistente ou preocupações antes e no momento da separação (só a ideia causa ansiedade). Sintomas comportamentais e somáticos antes, durante e depois da separação. Evitação persistente ou tentativas de escapar da situação de separação. - Nas crianças menores: choro, agarrar-se aos pais. Queixas sobre a separação e chamar pelos pais depois de terem partido. - Persistência dos sintomas pode gerar ataques de pânico. Tratamento dos transtornos de ansiedade ANSIEDADE NÃO É DOENÇA É SINTOMA!!!!! - Freud: Expressão particular de um conflito psíquico. - AVALIAÇÃO DE CAUSAS ORGÂNICAS QUE PODEM GERAR SINTOMAS DE ANSIEDADE: doenças da tireoide, doenças adrenais, hipertensão, diabetes, cardiopatias, pneumopatias, tumores.... - DESCARTADO CAUSAS ORGÂNICAS resta as NEUROSES (causas psicodinâmicas). - PSICOTERAPIAS: de apoio, interpessoal, cognitivo-comportamental, orientada ao insight, de grupos.... FARMACOTERAPIA Benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, clonazepam). Antidepressivos: Especialmente os Inibidores seletivos de receptação da serotonina (ISRS- ex: fluoxetina), duais, tricíclicos. Antipsicóticos atípicos: Olanzapina, Quetiapina Betabloqueadores: Propranolol (especialmente na fobia social, usar antes da exposição ao público), Atenolol... Manifestações periféricas da ansiedade. Diarreia Vertigens Hiperidrose Reflexos aumentados Palpitações Dilatação pupilar Inquietação, síncope, taquicardia Formigamentos, tremores, perturbações estomacais Urgência urinária
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