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Mic�se� sistêmica� Conceito ● São infecções causadas por fungos patogênicos primários ● De forma geral, têm o trato respiratório como porta de entrada, por onde se disseminam ● Podem ser divididas em 2 grupos: ○ Micoses sistêmicas causadas por fungos dimórficos: ■ Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii ○ Micoses sistêmicas causadas por leveduras clássicas: ■ Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans ■ Candida albicans e não albicans Características em comum ● Distribuição geográfica bem definida ● Agentes microbianos que podem ser encontrados em solo e/ou dejetos de animais ● Principal porta de entrada → vias aéreas superiores Diagnóstico laboratorial ● Epidemiológico ● Clínico ● Sorológico ○ Antígenos e anticorpos ● Micológico: ○ Exame direto ■ Cultivo do agente em laboratório ○ Exame histopatológico ● Material biológico de análise: ○ Sangue ■ Não tão apurado como outras amostras, mas também é bom ○ Escarro ○ Medula óssea ○ Lavado brônquio-alveolar ○ Líquor ■ Fungos com tropismo pelo SNC ○ Tecidos → pele, parênquima cerebral, osso, fígado, linfonodos… Paracoccidioidomicose ● Infecção fúngica: ○ ● Conceito : ○ Doença granulomatosa crônica que se inicia com infecção pulmonar ■ Disseminações → lesões nas mucosas nasal, oral e intestinal (ocasionalmente) ● Agentes etiológicos ○ Paracoccidioides brasiliensis ○ Paracoccidioides lutzii ● Habitat: ○ Fase miceliana → solo ● Fungos dimórficos: ○ 25-28 ºC: fase miceliana (infectante): ■ ➢ Filamentosa ➢ Hifas hialinas septadas ➢ Clamidósporos (estruturas globosas) ■ ○ 37 ºC: fase leveduriforme (parasitária) ■ ➢ Multi Brotamento semelhante à roda e ao Mickey Mouse ■ ● Ocorrência: ○ Indivíduos do sexo masculino, especialmente os trabalhadores rurais ■ Hormônio feminino: ➢ Impede a conversão da fase micelial → leveduriforme ■ Fator profissional → exposição ao risco ● Fases: ○ Aguda ou subaguda (juvenil): ■ 3 a 5% dos casos ■ Rápida disseminação do fungo ■ Forma mais grave e de pior prognóstico ○ Crônica: ■ 90% dos casos ■ Uni ou multifocal ■ Pode demorar meses ou anos para se tornar aparente ■ Frequente em indivíduos masculinos (em média, de 29 anos → mas a idade não é um fator limitante) ● Epidemiologia: ○ Ocorre na América Latina ■ Exceções → Chile e Guianas ■ Brasil: ➢ RS, SP, MG, RJ e MT ■ ● Ciclo de transmissão: ○ ○ Humanos: ■ Trabalhadores entram em contato com os esporos do fungo ■ Com a inalação, o fungo se converte na forma de levedura, principalmente nos pulmões ○ Animais: ■ De sangue quente ➢ Conversão das fases ■ Raros os casos de desenvolvimento da doença ○ Predisposição: ■ Fatores genéticos ■ Número populacional (esporos) ■ Gênero do hospedeiro (masculino)... ● Fatores de virulência: ○ Termotolerância ■ Variação entre as formas ○ Dimorfismo ■ Temperatura induz ➢ Fase micelial → fase levedura ■ pH, [CO2]... também induzem o dimorfismo ○ Parede celular: ■ Resistência à atividade de enzimas de fagócitos ○ Fagócitos humanos produzem enzimas para a digestão da parede celular do fungo apenas na fase miceliana ○ Proteínas de adesão ■ gp43 → disseminação do fungo ○ Enzimas proteolíticas → invasão tecidual ● Quadro clínico: ○ Fungo tem acesso a partir da inalação de propágulos infecciosos ○ Amplo período de latência ○ Paracoccidioidomicose como infecção : ■ Afeta ambos os sexos ■ Apresenta-se de forma assintomática ■ Pode evoluir para cura espontânea ■ Caracterizando o período de latência da doença pela reação intradérmica positiva ➢ Enquanto o paciente não apresenta sintomas, a reação intradérmica pode ser positiva ○ Paracoccidioidomicose como doença: ■ Divisões : ➢ Aguda ou subaguda (juvenil): ✓ Forma grave ✓ Evolução rápida ✓ Afeta ambos os sexos ✓ Depressão da resposta imune celular e anticorpos específicos ➢ Moderada: ✓ Instalação e progressão mais lentas ✓ Deterioração do estado geral e da capacidade de trabalhos menores ↳ Somente um sistema ou cadeia linfática ➢ Grave: ✓ Instalação e progressão rápidas ✓ Deterioração grave do estado geral e da capacidade de trabalho ↪ Nódulos linfáticos, fígado, baço e medula óssea ➢ Crônica (tipo adulto): ✓ Duração prolongada ✓ Instalação lenta e gradual ✓ Alteração progressiva do estado geral do paciente ✓ Pacientes do sexo masculino (30 anos ou mais) ➢ Unifocal: ✓ Sinais e sintomas referidos a um único órgão ou sistema: ↳ Pulmões, suprarrenais,, pele, sistema nervoso ✓ Imunidade celular pouco deprimida ✓ Níveis moderados de anticorpos ➢ Multifocal: ✓ Sinais referidos a mais de um órgão ou sistema: ↳ Pele, pulmões, suprarrenais e mucosas ✓ Alterações variáveis das respostas celular e humoral ● Casos clínicos: ○ ■ Em crianças ○ ■ Crônica ● Diagnóstico laboratorial: ○ Exame microscópico direto de espécime clínico (EMD): ■ Pus, escarro, raspados de lesões, biópsias, lavados bronco-alveolares ■ KOH [10%] ou Gram (não distingue uma levedura da outra, apenas é possível diferenciar a estrutura) ➢ Clarificação da amostra: ✓ ↳ KOH ■ Histopatológico → biópsia ○ Dados do paciente e médico: ■ Contato clínico-laboratorial na anamnese ○ Deve ser processado imediatamente ■ Exame micológico direto ■ Cultura ○ Morfologias observadas: ■ Célula leveduriforme: ➢ ■ ● Isolamento e cultivo: ○ Fungo exigente nutricionalmente (fastidioso) ○ Meios de cultura ricos (Fava Netto) ○ Temperaturas de incubação (devido ao dimorfismo): ■ 28 ºC → fase miceliana ■ 37 ºC → fase leveduriforme ○ Tempo de crescimento ■ De 15 a 30 dias ● Macromorfologia: ○ ○ ■ Colônias brancas lisas ■ Micélio aéreo curto ■ Temperatura de incubação → 25 ºC ○ ○ ■ Colônias cerebriformes (semelhante ao cérebro humano) brilhantes ■ Fase de levedura ■ Temperatura → 37 ºC ○ Ágar Mycosel ou Fava Netto + cloranfenicol: ■ 37 ºC ■ ■ ➢ Multi Brotamento em torno da levedura ● Tratamento: ○ Diferentes esquemas terapêuticos ■ Adotados de acordo com a forma clínica e o estado imunológico do paciente ■ Tipos: ➢ Sulfonamidas ✓ Sulfadiazina ✓ Sulfametoxazol-trimetoprim ➢ Anfotericina B ✓ Cetoconazol ✓ Itraconazol ✓ Fluconazol ○ Avaliaçãoclínica micológica e sorológica dos pacientes deve ser feita periodicamente ○ Dose de manutenção: ■ Por um período aproximado de 2 anos tem sido preconizada, mesmo após a cura clínica, micológica e sorológica ● Critérios de cura: ○ Evitar a recidiva: ■ Ausência de sinais clínicos ■ Ausência de infecções pulmonares (raio X) ■ Sorologia negativa (2 anos) ■ Acompanhamento do paciente ○ Teste sorológico: ■ Eletroimunofluorescência → positivo ○ Teste de susceptibilidade antifúngica: ■ Histoplasmose ● Conceito: ○ Infecção fúngica ■ ○ Porta de entrada e manifestações primárias → pulmão ■ Iniciada após a inalação do fungo ○ O microrganismo fúngico pode ocasionalmente disseminar-se por via hematogênica ou linfática ■ Preferência → sistema retículo-endotelial, nasofaringe e outros órgãos ○ A ativação do sistema imune celular rapidamente controla a infecção ■ Mas, há casos em que isso não é suficiente para resolver o problema ● Agente etiológico: ○ Histoplasma capsulatum ■ H. capsulatum var . capsulatum: ➢ ➢ Disseminação para o sistema retículo endotelial ➢ Envolve os pulmões ■ H. capsulatum var . duboisii: ➢ ➢ Envolvimento de ossos e pele ➢ Agente da histoplasmose africana ● Distribuição geográfica: ○ Regiões de clima tropical e subtropical ○ EUA: ■ Vales dos rios Mississipi-Missouri e região dos Grandes Lagos ○ Argentina: ■ Vale do rio da Prata ○ Brasil: ■ Regiões da Serra do Mar ○ Distribuição das micoses em torno do mundo: ■ ➢ Histoplasmose → verde claro ○ Distribuição das variações da histoplasmose: ■ ● Humanos vulneráveis: ○ Micose associada aos espeleólogos (especialistas em cavernas), e a turistas, escoteiros, biólogos… ● Habitat: ○ Preferências por solos fofos e úmidos, com pH levemente ácido e enriquecidos pelo nitrogênio proveniente da matéria orgânica em decomposição, como fezes de aves e morcegos ○ Desenvolvimento em ampla faixa de temperatura: ■ 18 a 37 ºC ○ Aquisição da micose: ■ Inalação de conídios presentes no ar de demolição de galinheiros, viveiros de pássaros, cavernas habitadas por morcegos… (hipóteses) ➢ ✓ Hospedeiro inala os microconídios do fungo ✓ Via de entrada → sistema respiratório ✓ Ao chegar aos pulmões, se converte na forma leveduriforme ■ Não está diretamente associada a morcegos, e sim às suas fezes ● Fatores de virulência: ○ Termotolerância ○ Dimorfismo ■ Comum em micoses sistêmicas ■ ➢ Temperatura ambiente: ✓ Macro Conidias (globosas) ✓ Microconídios: ↳ Menores e perto das macroconídios associadas às hifas ➢ 37 ºC: ✓ Leveduras associadas a macrófagos do hospedeiro ○ Parede celular → resistência ao ataque de fagócitos ○ Proteínas de adesão → lactosilceramida ○ Enzimas proteolíticas → invasão tecidual ● Características: ○ Assintomática (infecção): ■ 90-95% dos casos ■ Sem sintomatologia clínica ■ Reação intradérmica à histoplasmina → positiva ○ Pulmonar aguda: ■ Corresponde à primo-infecção pulmonar sintomática ■ Sintomatologia variável ➢ De sintomas leves e inespecíficos até quadros graves de insuficiência respiratória, com necessidade de ventilação mecânica ■ Exame radiológico: ➢ Pode estar normal ou alterado ■ Dependendo do tamanho do inóculo dos esporos e da competência imunológica → cura espontânea ○ Principais sintomas: ■ Febre, cefaléia, mal-estar, tosse não-produtiva, dor subesternal não-pleurítica, perda de peso, mialgia e fadiga ○ Histoplasmose aguda → raio X: ■ ➢ Distribuição dos nódulos ○ Histoplasmose crônica: ■ Curso subclínico, com quadro semelhante à reativação da tuberculose (com evolução arrastada ao longo de meses ou anos) ➢ Diagnóstico muitas vezes errado ○ Sintomatologia variável: ■ Tosse produtiva, perda de peso, febre baixa e hemoptise ○ Exame radiológico: ■ Filtrado pulmonar intersticial em lobos superiores ■ Espessamento pleural ➢ ✓ Cavitações e perda de volume no pulmão direito ● Histoplasmose disseminada aguda: ○ Forma severa e pouco frequente ○ Pacientes com AIDS e outras formas de imunossupressão ○ Mortalidade de pacientes imunossuprimidos → aproximadamente 90% ○ Sintomas da forma aguda: ■ Febre alta, perda de peso, hepatoesplenomegalia, lesões cutâneas e mucosas… ■ Radiografia de tórax: ➢ Infiltrado micronuclear intersticial bilateral ○ ● Histoplasmose disseminada crônica: ○ Astenia (perda de força física), diminuição de peso, hepatoesplenomegalia (quase sempre ausente) ■ Pulmões podem estar comprometidos ○ Casos graves: ■ Falência cardiorrespiratória, insuficiência hepática e renal, coagulopatia de consumo e síndrome de choque ○ Órgãos acometidos: ■ Fígado, linfonodos, medula óssea, coração (endocardite e pericardite), SNC (cerebelite), mucosa oral, tubo digestivo, pele e trato urinário ○ ○ ■ HIV positivo ● Histoplasmose cutânea por inoculação primária: ○ Ocorrência rara ○ Pápula ou nódulo que tende a ulcerar no local do trauma ○ Curso benigno e autolimitante ○ Descrição do estudo de caso: ■ ■ ○ Diagnóstico inicial: ■ Dados do paciente e médico: ➢ Contato clínico-laboratorial ✓ Anamnese ■ Coleta e transporte do material adequados ■ Biópsia → soro fisiológico ■ Imediato processamento da amostra ➢ Exame micológico direto ✓ Material cínico: ↳ Biópsia, escarro ou lavado bronco-alveolar ✓ Coloração micológica: ↳ May-Grunwald-Giemsa ✓ Histopatológico: ↳ HE, PAS, Grocott-Gomori ✓ ✓ Gram: ↳ ➢ Cultura ■ ○ Microscopia óptica do tecido cardíaco: ■ ➢ Células leveduriformes → amarronzadas ■ ➢ Pequenas células leveduriformes com paredes brancas (não se coram pela espessura), externas ou no interior de macrófagos e células gigantes ○ ○ Cultura : ■ Meios de cultura: ➢ Ágar Sabouraud, Mycosel, ágar sangue e BHI ■ Temperatura de incubação: ➢ 28 ºC → fase miceliana ➢ 37 ºC → fase leveduriforme ■ Crescimento: varia de 15-60 dias ■ ■ ● Identificação: ○ Macromorfologia: ■ Observação pela placa ○ Micromorfologia: ■ Microcultivo ○ Conversão micelial → leveduriforme ■ 25 ºC - 37ºC ■ ● Tratamento: ○ Forma aguda ou crônica: ■ Anfotericina B ➢ Dose total = 500mg ■ Azólicos: ➢ Cetoconazol → 400 mg ➢ Itraconazol → 100 mg via oral, por 6 meses ○ Forma disseminada crônica:■ Anfotericina B ➢ 6 semanas ou até dose cumulativa de 1-2 g ○ Pacientes imunossuprimidos: ■ Anfotericina B ➢ 1 mg/kg a cada q ou 2 semanas ■ Itraconazol → 200 mg/dia
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