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1 Vanessa Telles- Medicina – Emergências Cirúrgicas Trauma de Pescoço Anatomia: Pescoço= região que vai desde a margem inferior da mandíbula e linha nucal superior do osso occipital até a fúrcula esternal e bardas superiores das clavículas Concentra estruturas de 8 sistemas: esquelético, nervoso, respiratório, digestório, endócrino, imunológico, vascular, linfático. O pescoço pode ser dividido de várias formas: ✓ Triangulo anterior e triangulo posterior ✓ Zona1, zona 2 e zona 3 (mais usada) ✓ Para questões cirúrgicas e drenagem linfática: regiões IA, IB, IIA, IIB, III, IV, V, VI e VII Músculo platisma- fina camada muscular que define se o trauma foi penetrante ou não. Veias jugular interna, externa e anterior. Artérias carótidas comum, externa (possui ramificações) e interna. Ducto linfático (à direita) e ducto torácico (à esquerda) Classificação do trauma de pescoço: Trauma de pescoço= alta morbidade, + em jovens com média de 28 anos. Podem ser do tipo penetrantes (arma de fogo, arma branca; retirar apenas em sala de cirurgia) ou não penetrantes Principal causa de óbito no trauma de pescoço: hemorragia e obstrução de via aérea. As lesões possíveis são: vasculares, neurológicas, vias aéreas, esôfago (gera infecção). Trauma nas diferentes zonas: ✓ Zona 1: caracterizado por hemotórax e lesões de vasos subclávios. Abrange: ACC proximais, artérias vertebrais, artérias subclávias, junções venosas jugulo-subclávia, veia inominada esquerda, ducto torácico, traquéia, esôfago, medula espinhal, plexo braquial proximal e nervo vago. TTO: Esternotomia ou toracotomia. ✓ Zona 2 (47-82% dos casos): caracterizado por multiplicidade de lesões e relativa facilidade de exploração. Abrange: ACC e bifurcações, artérias vertebrais, veias jugulares, laringe e traqueia cervical, esôfago cervical, medula espinhal e o vago, acessório espinhal e nervos hipoglosso. TTO: acesso cirúrgico direto. ✓ Zona 3: manejo complexo por cirurgia. Abrange: artérias carótidas internas, artérias vertebrais, veias jugulares internas, faringe, medula espinhal e os nervos facial, glossofaríngeo, vago, acessório espinhal e hipoglosso. TTO: craniotomia, mandibulotomia ou manobras de deslocamento mandibular. Quadro clínico: ✓ Sangramentos ✓ Hematoma estável ✓ Enfisema subcutâneo ✓ Crepitação ✓ Disfagia, disfonia ou dispneia ✓ Assintomático Manejo: ✓ ABCDE sempre! 2 Vanessa Telles- Medicina – Emergências Cirúrgicas ✓ Colar cervical: não é indicado em trauma penetrante sem lesão medular! Mas deve ter certeza que não há lesão medular. ✓ Exploração do pescoço em casos de: hematoma expansivo, hemorragia extensa, pulso carotídeo diminuído, estridor ou disfonia, hemoptise, enfisema subcutâneo, disfagia, odinofagia, sangue na orofaringe, alteração de consciência. ✓ IOT se: apneia, Glasgow 8 ou menos, incapacidade de manutenção das vias aéreas pérvias, necessidade de proteção das vias contra aspiração, risco iminente às vias, TCE necessitando de hiperventilação ✓ Intubação nasotraqueal contraindicada se: fratura de base de crânio ou da placa cribiforme ou apneia ✓ Cricotireoidostomia contraindicada se: < 12 anos, lesão de laringe ou laceração de traqueia. ✓ Traqueostomia se: < 12 anos ou trauma de laringe ou laceração de traqueia. ✓ Para lesões vasculares: reparos, enxertos, ligaduras, controle hemorrágico por pressão ou oclusão digital. Não fazer ligadura na art carótida interna por risco de AVCi!