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Texto sobre trajetória de escolarização e estrutura da educação brasileira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
 
Disciplina: Políticas da Educação Básica – EDU03022 
Professora: Nalú Farenzena 
Aluna: Aldrie Iasmin Machado Langassner Rezende Nº: 00325720 
 
Minha trajetória escolar 
 
Neste trabalho, venho apresentar a minha trajetória escolar na Educação Básica e 
relacioná-la com os conteúdos estudados na primeira etapa da disciplina de Políticas da 
Educação Básica. Segundo a LDB, a educação se divide em dois níveis: a Educação Básica e 
a Educação Superior, a Educação Básica é constituída por etapas e modalidades, as quais 
muitas estarão presente em meu percurso durante os anos como estudante da EB. 
Logo após meu primeiro ano de vida, comecei a frequentar a escola de educação 
infantil, pois minha mãe trabalhava e não havia quem pudesse ficar comigo durante seu horário 
de trabalho, em minha primeira escolinha, como é popularmente chamada, eu ficava em horário 
integral. Dois anos depois, retornei para minha terra natal e lá eu segui meus estudos em escolas 
de educação infantil (ou creches), porém somente no turno da tarde. Nestas escolinhas, tive 
acesso a diversos estímulos para o aprendizado e tenho certeza que isto fez muita diferença em 
minha vida como estudante, pois sabemos a importância que um ambiente que estimula seus 
alunos faz na vida de uma criança. 
Todos da minha família percebiam o quanto eu gostava do ambiente escolar e de 
aprender coisas novas, então meu avô começou a me ensinar os números e o alfabeto (também 
em inglês), como forma de incentivo ao aprendizado até que eu fosse para o ensino 
fundamental. Graças aos estímulos que tive na escola infantil e de minha família, 
principalmente de meu avô, e sua dedicação comigo, antes mesmo de ingressar definitivamente 
no ensino fundamental já estava bem avançada no processo de alfabetização, leitura e no 
aprendizado de operações matemáticas. 
Comecei a cursar o ensino fundamental no ano de 2006 na Escola Estadual Borges de 
Medeiros, considerada a melhor em minha cidade natal. De início, nunca tive dificuldades com 
disciplinas escolares e sempre estudava a mais depois da aula com meu avô por prazer pelo 
conhecimento e igualmente para podermos compartilhar mais momentos juntos. No ano de 
2009 meu avô faleceu e, mais tarde, nos mudamos para outra cidade. Por não ter muito 
conhecimento sobre a cidade, minha mãe me matriculou na escola que havia mais perto de 
nossa casa, porém o ensino lá era fraco e por este motivo a minha mãe resolveu me transferir 
para a escola central da cidade. Quando comecei a estudar na Escola Estadual Sete de Setembro 
tive bastante dificuldade, principalmente pela diferença na qualidade de ensino das duas 
escolas, visto que essa exigia um nível de ensino sólido, o que a outra escola não oferecia. Com 
o tempo estas dificuldades foram superadas e consegui me adaptar a esta escola e cursar até o 
8º ano do ensino fundamental nela, saindo bem preparada em todas as áreas para cursar o último 
ano do ensino fundamental. 
Em 2015 mudamos de cidade novamente e viemos morar em Canoas, aqui também 
escolhemos a escola mais perto de casa e no ano seguinte fiz meu 9º ano no Instituto Carlos 
Chagas, porém além de não me adaptar bem com os colegas, percebi novamente que o ensino 
oferecido por aquela escola era muito inferior às demais e o ambiente não era agradável. Esta 
série de fatores me fez ter o desejo de ir para uma instituição de ensino melhor, alguns 
professores me incentivaram a buscar uma escola que me desse uma base melhor, pois viam 
que eu tirava boas notas e me consideravam uma boa aluna, então intensifiquei meus estudos 
e no final do ano me formei no ensino fundamental e fiz o processo seletivo para estudar no 
Instituto Federal, no curso de Técnico em Eletrônica, e com muita dedicação obtive minha 
aprovação nesta instituição que mudou a minha vida e começando uma jornada na modalidade 
de educação profissional e tecnológica no ensino técnico integrado ao ensino médio. 
No ano de 2017 comecei meus estudos no IF, ao mesmo tempo que eu ficava 
maravilhada com a instituição, via que a distância da minha casa até o campus era um problema, 
pois eu precisava pegar dois ônibus para ir e isso levava em torno de uma hora do horário que 
eu saía da minha casa até o campus. Apesar de destinar duas horas por dia apenas com a minha 
locomoção no trajeto casa-campus, adorava estar no IF, pois lá vi uma estrutura material e de 
ensino que jamais tinha conhecido, também fui apresentada a projetos de extensão, bolsas de 
monitoria e de projetos que agregam grandemente a vida acadêmica dos estudantes de lá. A 
rotina com as matérias técnicas não era trivial e eu, assim como muitos alunos, tive certa 
dificuldade para me adaptar com um número maior de matérias, dadas também sua 
complexidade, apesar do tempo de adaptação consegui concluir o primeiro ano com aprovação. 
No início do segundo ano, houve um acontecimento envolvendo uma professora (de 
disciplina técnica), pois eu havia tirado nota baixa em sua prova e ela disse em frente a turma 
que eu estava no caminho da reprovação e, após isto, fiquei me sentindo insegura e comecei a 
ter diversas crises de ansiedade, afetando também meu desempenho em outras disciplinas. Com 
o tempo, fui percebendo que eu não gostava da área que envolvia eletrônica e que não era 
aquele caminho que eu gostaria de seguir e então fui explorando diferentes áreas e aproveitando 
tudo que a instituição proporcionava. Em todo o ano de 2018 eu havia tido uma professora de 
português maravilhosa, que me fazia ter brilho nos olhos nas aulas dela e em agosto do mesmo 
ano a instituição abriu vagas para um curso gratuito de francês e logo me inscrevi e adorava 
cada aula. Cada vez mais eu percebia minha afeição pela área de linguagens e percebi que 
minha profissão não poderia não ser relacionada a estas disciplinas que tanto amo. 
Em meu último ano escolar voltei a estudar na escola próxima a minha casa, pois a 
duração do curso no IF é de quatro anos e eu desejava me formar no tempo considerado normal, 
3 anos. Para reforçar meus estudos para o vestibular, fazia um curso preparatório para o ENEM 
e UFRGS no Instituto Federal aos sábados, visto que a escola que eu estudava era considerada 
“fraca” em seu ensino e passou por diversos problemas durante o ano, como falta de 
professores, greves, etc. Apesar disso, consegui encerrar mais este ciclo em minha vida e me 
formei no ensino médio no ano de 2019. 
Apesar de passar por diversas mudanças entre instituições e algumas dificuldades de 
adaptação, minha jornada escolar foi concluída com o objetivo concluído, pois segundo o Art. 
22 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) “A educação básica tem por 
finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores” e, considerando meu ingresso na UFRGS, a educação recebida por mim foi 
responsável por me preparar para desenvolver-me no meio acadêmico. Além da formação 
intelectual a escola foi muito importante para me fazer criar laços e também ter apoio em mais 
diversas situações pessoais, como o falecimento do meu avô, e me tornar uma pessoa mais 
altruísta, mostrando que nunca sabemos pelo que uma pessoa pode estar passando além do que 
vemos.

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