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Erisipela É uma infecção bacteriana da pele que acomete a derme e epiderme. Uma bactéria considerada não patogênica após um distúrbio na pele pode tornar-se um patógeno oportunista, levando a infecção cutânea. A pele humana normal é colonizada por microrganismos, incluindo bactérias e fungos, que permanecem na superfície cutânea como parasitas. A flora aeróbica residente da pele consiste de cocos Gram-positivos de Staphylococcus spp., Micrococcus spp., bastonetes Gram-positivos, Corynebacterium spp., Brevibacterium spp. e Gram-negativos Acinetobacter spp. No folículo piloso, há anaeróbicos Propionebacterium spp., além de fungos Pityrosporum spp. Epidemiologia Mais comum em: · Diabéticos; · Obesos; · Portadores de deficiência da circulação das veias dos MMII; · Pele de pernas mais inchadas; Não é contagiosa e seus nomes populares são: esipra, mal-da-praia, mal-do-monte, maldita, febre-de-santo-antônio. Etiologia e fisiopatologia Causas: 1. Streptococcus pyogenes do grupo A de Lancefield; 2. Raramente pelos estreptococcus hemolíticos do grupo B, C e D; Essas bactérias entram na pele por meio de traumas e soluções de continuidade da pele (devido infecções fúngicas superficiais ou processos inflamatórios ou infecciosos); Os fatores para o desenvolvimento dessas infecções são o rompimento da barreira cutânea devido a trauma (cortes, mordida de inseto), inflamação (radioterapia), infecção de pele preexistente (impetigo, tinea pedis), varicela, insuficiência venosa, obstruções linfáticas. Quadro clínico · Inicio abrupto de febre elevada; · Mal-estar e astenia; · Eritema; · Edema; · Calor e rubor no local afetado; · Lesão delimitada e elevada; · Bolhas de conteúdo seroso e hemorrágico no local afetado; · Linfagite (infecção de vasos linfáticos) e adenomegalia (aumento dos linfonodos no pescoço); Os locais de maior acometimento são: perna, braço e face. Complicações Se tratado no início não são tão evidentes complicações. Mas em outros casos: 1. Abcessos; 2. Ulcerações superficiais ou profundas; 3. Trombose de veias; 4. Tromboflebite; 5. Gangrena; Diagnóstico Baseia – se nos achados clínicos e pelos resultados das culturas. · Cultura para bactérias, coletada por meio de aspirado de fluido, após infiltração subcutânea de solução salina, pode resultar positiva. · A biópsia de lesão cutânea com cultura para bactérias pode dar resultado negativo. · O hemograma pode revelar leucocitose em 50% dos doentes, com desvio à esquerda. · Hemoculturas apresentam positividade baixa nos doentes de erisipela e celulite . · Os exames de velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR) podem estar elevados em 85 e 97% dos doentes, respectivamente. Os níveis mais elevados desses exames são observados nos doentes mais graves. Diagnostico diferencial O principal diagnóstico diferencial é com a Celulite, infecção cutânea que compromete uma parte maior dos tecidos moles, estendendo-se profundamente através da derme e tecido subcutâneo, podendo-se iniciar com erisipela. Difere da erisipela, pois esta é mais profunda e não pode utilizar penicilina. Em geral a lesão é extremamente dolorosa e infiltrativa, com bordas mal delimitadas que se estendem ao tecido subcutâneo. Sua demarcação com pele é indistinguível e não cresce centrifugamente. Tratamento · Controle e tratamento da possível entrada para erisipela; · Repouso e elevação do membro afetado; · 1° OPÇÃO= Penicilina (beta-lactâmicos) ou Cefalosporina 1° geração; por 10 dias; Penicilina G cristalina = tem um pico, porém fica pouco tempo no organismo (meia vida curta). Utiliza em casos agudos para matar logo a bactéria. ENDOVENOSA 4/4 horas ou 6/6 horas. Penicilina G procaína = tem um pico e fica mais tempo no organismo (meia vida longa). INTRAMUSCULAR 12/12 horas ou 24/24 horas. Penicilina G benzatina = não tem um pico, fica depositada no músculo por um tempo maior. Utilizada frequentemente em casos recorrentes! VIA ORAL 8/8 horas ou 12/12 horas. A diferença dessas são a meia vida e o pico. Atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana, ou seja, atua bloqueando a síntese do peptídeo glicano. · 2° OPÇÃO= Eritromicina (macrolídeos);10 dias; Eritromicina = VIA ORAL 6/6 horas. Claritromicina = VIA ORAL 12/12 horas. Azitromicina = VIA ORAL 24/24 horas. Atua nos ribossomos das bactérias inibindo a síntese de proteínas. Usado no caso de alérgicos a Penicilina! · 3° OPÇÃO= Cefalosporina de 3° geração; via parenteral. A duração do tratamento deve ser individualizada de acordo com a resposta clínica do paciente, podendo se estender de 5 a 10 dias. Prevenção As crises repetidas de erisipela podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos sempre bem limpos e secos, tratando adequadamente as “frieiras”, evitando e tratando os ferimentos das pernas e tentando manter as pernas desinchadas. Deve-se evitar o ganho de peso, bem como permanecer muito tempo sem se movimentar, em pé ou sentado. O uso constante de meia elástica é uma grande arma no combate ao edema, bem como fazer repouso com as pernas elevadas sempre que possível.