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Estudo de texto 1 (6°ano)

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Sugestão de avaliação
Quem é você?
Conta o livro Opus Romanorum, seleção de con-
tos da Idade Média, que o rei Roberto, da Sicília,
era muito cruel, egoísta e arrogante. Seu povo vi-
via infeliz, sofrendo privações, mas ele só pensa-
va nos seus próprios prazeres.
Um dia, entrou num templo, curioso por saber
por que tantas pessoas ali se encontravam a ouvir
um pregador. Sentado no lugar de honra, não pres-
tava muita atenção ao que ouvia, mas, a certa al-
tura, uma frase lhe chamou a atenção: “O poder
dos céus é maior do que qualquer poder da terra.
Mesmo o mais poderoso rei pode ser destronado
a qualquer momento”.
O rei ficou irritado com aquela frase e pensou:
“Que estupidez! Quem poderia me destronar?
Não há poder maior que o meu!”.
E, pensando naquela frase que achara tão fora
de propósito, acabou adormecendo. Quando
acordou, viu-se sozinho no templo. Tentou sair,
mas tudo estava trancado. Furioso, esmurrou a
porta, até que um empregado do templo, do lado
de fora, lhe perguntou:
— Quem é você? O que está fazendo aí?
— Eu sou o rei! Abram essa porta!
Imediatamente os guar-
das do palácio acorreram
e quiseram levar aquele
louco ao calabouço. Mas
o rei que ocupava o
trono ordenou:
— Esperem! Esse
não é o rei, mas
dará um excelente
bobo da corte! Vis-
tam-no adequadamen-
te. E dêem-lhe como
aposentos o estábulo!
E foi assim que, em
meio às gargalhadas de
toda a corte, Roberto foi vestido com boina e
guizos. Muito tempo ele levou para entender sua
nova situação: ele, o poderoso rei da Sicília, era
agora o bobo da corte, dormia num estábulo e
ninguém o reconhecia como rei.
Três anos se passaram. O reino prosperava a
olhos vistos. O novo rei era sábio, justo e magnâ-
nimo. Todos os súditos o louvavam e não se viam
mais pedintes pelas ruas, nem pobres famintos.
Três vezes por ano, o rei mandava chamar o bobo
à sua presença e, a sós com ele, perguntava, olhan-
do-o atentamente em seus olhos:
— Quem é você?
— Eu sou o rei! — respondia Roberto, cheio de
orgulho, todas as vezes.
O rei o olhava com tristeza e enviava-o de volta
ao estábulo. Roberto se desesperava, mas não dei-
xava de perceber o quanto o reino prosperava nas
mãos do outro rei. E outros três anos se passaram.
Um dia, o rei e toda a corte, incluindo o bobo,
foram participar de uma cerimônia. E entraram
no templo. Roberto sentou-se no fundo, no lugar
mais humilde que havia. De repente, ouviu uma
frase que lhe era familiar: “O poder dos céus é
maior do que qualquer poder da terra. Mesmo o
mais poderoso rei pode ser destronado a qual-
quer momento”.
Na mesma hora, Roberto se recordou daquele
episódio de seu passado. Foi como se um raio o
atingisse: ele havia desafiado um poder maior que
o dele e aquele era seu castigo. Naquela noite, na
sua cama de palha, ele chorou e pediu perdão,
reconhecendo quão tolo, egoísta e incompetente
tinha sido.
O empregado julgou tratar-se de um demente.
Abriu a porta com cuidado e o que viu passar foi
um miserável mendigo vestido com andrajos.
Sem coroa e sem cetro, o rei transformado em
mendigo invadiu o palácio, furioso, gritando que
era o rei e que alguém lhe pregara uma peça. Mas,
quando chegou à sala do trono, ficou estupefato
ao ver, sentado no trono, um homem igualzinho
a ele, um outro rei da Sicília.
— Tirem esse impostor daí! — berrou Roberto.
— Eu sou o rei!
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No dia seguinte, mais uma vez o rei mandou
chamá-lo e lhe perguntou:
— Quem é você?
— Eu sou um bobo. Um verdadeiro bobo, pois
tive tudo nas mãos para ser feliz e fazer feliz o
meu povo e só agora entendo por que fracassei.
No mesmo instante, ele
sentiu uma espécie de
torpor e desmaiou. Quando
acordou, estava de volta
ao templo e o sacerdote
repetia aquela
mesma frase.
Vestido com seus trajes
reais, Roberto agora
portava o cetro e a
coroa de um
verdadeiro rei.
Conto adaptado por Rosane Pamplona
especialmente para esta obra.
1 Identifique os três momentos principais
da ação seguindo este esquema.
7 Leia.
“O empregado julgou tratar-se de um de-
mente.”
• A linguagem utilizada nessa frase é formal
ou informal?
• E a linguagem do restante do texto?
Destaque uma frase que justifique sua
resposta.
8 Releia.
“O rei ficou irritado com aquela frase e pen-
sou: ‘Que estupidez! Quem poderia me des-
tronar? Não há poder maior que o meu!’”
• Qual dos termos destacados não perten-
ce à mesma classe gramatical?
• A que classe pertencem os outros quatro
termos destacados?
9 Reescreva a frase, substituindo o sinal
 por substantivos.
, , e , estas devem ser as
características de um verdadeiro rei.
10 Leia.
O rei da Sicília era muito cruel, egoísta e
arrogante. Seu povo vivia de modo miserável
e era infeliz, insatisfeito, triste e reprimido.
Escreva os substantivos que derivam dos
adjetivos destacados. Exemplo: do adjeti-
vo miserável deriva o substantivo miséria.
11 Forme substantivos compostos usando
os substantivos do quadro.
Produção de texto
Imagine que o rei Roberto, depois de tudo
o que lhe aconteceu, tenha feito um discur-
so a seu povo. Escreva esse discurso.
Na elaboração do discurso leve em considera-
ção as seguintes informações do texto.
• O rei Roberto era cruel e arrogante.
• Seu povo vivia infeliz.
• O rei passou por uma experiência muito
difícil.
• O rei tirou ensinamentos de sua experiência.
jóias guarda rei peixe flor
2 Destaque do texto o trecho que indica o
tempo e o lugar em que se passa a ação
da história.
3 Os acontecimentos que correspondem à
ação numa narrativa mantêm uma relação
de causa e conseqüência. Retire do texto
dois exemplos que ilustrem essa idéia.
4 Transcreva a passagem em que o nar-
rador indica, pela primeira vez, a trans-
formação do rei em mendigo.
5 De acordo com a história, qual é o papel
ou função do governante de um país?
6 Identifique os acontecimentos da narra-
tiva que se relacionam com a questão da
identidade.
1. Situação inicial
2. Elemento modificador
3. Situação final
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Respostas
Unidade 1
Estudo de palavras
1. Moto: motocicleta; foto: fotografia; vôlei: voleibol; micro:
microcomputador; cine: cinema ou cinematógrafo; extra: ex-
traordinário; quilo: quilograma; pólio: poliomielite.
2. Sono profundo: ressonar; moedas: tilintar; sinos: badalar; cam-
painha: soar; flash fotográfico: pipocar; ondas: marulhar; fogo
na lareira: crepitar; chuva no telhado: tamborilar; flecha voan-
do: zunir.
3. Basquetebol: inglês; almofada: árabe; risoto: italiano; chofer:
francês; psicologia: grego; tricô: francês; soprano: italiano; al-
gema: árabe; almanaque: árabe; maestro: italiano; filantropia:
grego; alcachofra: árabe; bandolim: italiano; alvará: árabe;
handebol: inglês.
Ortografia
1. As respostas dos doublets e do triplet reproduzem criações
de Augusto de Campos.
LONGE CÉU
monge cem
monte com
ponte cor
ponto dor
porto dar
PERTO MAR
2. Assento; tacha; sexta; fazes (2a pessoa do singular do presen-
te do indicativo do verbo fazer); paço; traz (3a pessoa do sin-
gular do presente do indicativo do verbo trazer ); cocho; vez.
3. Cocho; traz; sexta; vez; tacha; assento; fazes e paço.
4. Em cima (ou embaixo), embaixo (ou em cima); de repente;
por isso; Afora; afora; exceção; abaixo (ou acima).
Sugestão de avaliação
1. Situação inicial: O rei Roberto é cruel e faz o seu povo sofrer.
Elemento modificador: A transformação do rei em mendigo.
Situação final: O arrependimento do rei e a compreensão de
seus erros.
2. “Conta o livro Opus Romanorum, seleção de contos da Idade
Média, que o rei Roberto, da Sicília, era muito cruel, egoísta e
arrogante.”
3. O rei Roberto transformado invade o palácio e é preso. O se-
gundo rei é justo e magnânimo e o reino prospera.
4. “O empregado julgou tratar-se de um demente. Abriu a porta
com cuidado e o que viu passar foi um miserável mendigo
vestido com andrajos.”
5. É fazer o povo feliz.
6. O rei perdesua identidade. Outra pessoa assume a identidade
real. O rei, transformando-se, encontra uma nova identidade.
7. Formal.• Formal. • “Vistam-no adequadamente.”
8. • Irritado (adjetivo). • Os outros termos destacados são subs-
tantivos.
9. Sugestões: generosidade, sabedoria, altruísmo, inteligência,
justiça, desprendimento, nobreza, magnanimidade, etc.
10. Crueldade, egoísmo, arrogância, infelicidade, insatisfação, tris-
teza e repressão.
11. Possibilidades: porta-jóias, guarda-civil, guarda-móveis, urubu-
rei, peixe-boi, peixe-espada, espinha-de-peixe (tipo de estam-
pa têxtil), beija-flor, couve-flor, etc.
Produção de texto (sugestão)
Caros súditos
Hoje é um dia muito especial para mim. Depois de ter vivido uma
dolorosa experiência, pela primeira vez posso dizer que agora estou
ao lado de meu povo. Reconheço que muitas vezes não agi com
sabedoria e justiça, dando prioridade a mim e não a meu reino e
meus súditos. Espero que saibam perdoar os meus erros. E prome-
to-lhes que, a partir de hoje, tudo mudará, pois aprendi que um rei
verdadeiro é aquele que faz feliz o seu povo.

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