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5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Patologia UCXIII Glândula Adrenal Histologia Dividida em córtex e medula Córtex: 3 camadas da córtex: glomerulosa (células em estruturas arredondadas), fasciculada (mais espessa, células em feixes ou cordões) e reticulada (mais interna e delgada, células em rede) o Glomerulosa: mineralocorticoides. Equilíbrio sódio-potássio (controle de PA), absorção de Na o Fasciculada: produção de glicocorticoides, sendo o cortisol o principal (metabolismo geral de carboidratos, proteínas e lipídios), ação anti- inflamatória o Reticulada: andrógenos, DHEA, androstenediona, estrogênio Medula: produção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) Vasoconstrição, hipertensão, alterações da frequência cardíaca e efeitos metabólicos, como elevação da taxa de glicose no sangue em resposta a sinais de fibras nervosas pré-ganglionares no sistema nervoso simpático Células poliédricas em cordões ou aglomerados, sustentados por rede de fibras reticulares Citoplasma contém grânulos de acúmulo Hiperfuncionamento: Hiperadrenalismo Excesso de cortisol – Cushing Excesso de aldosterona – Hiperaldosteronismo Excesso de andrógenos – Síndromes adrenogenitais ou virilizantes OBS.: Pode haver sintomas sobrepostos ou doenças com aumento de mais de 1 hormônio Hipercortisolismo: Cushing Principal causa: exógena (iatrogênica – administração de corticoides como anti-inflamatórios, automedicação ou imunossupressão) Causas endógenas: doenças hipotalâmicas-hipofisárias primárias, secreção de ACTH ectópica por neoplasias não hipofisárias ou neoplasias adrenocorticais primárias (adenoma ou carcinoma) ou, raramente, hiperplasia cortical primária Doenças hipotalâmicas-hipofisárias primárias: 70% dos casos de Cushing endógeno e espontâneo o 4x mais frequente em mulheres, 30-40 anos o Maioria: adenoma de hipófise produtor de ACTH o Menos frequente: hiperplasia de células corticotróficas ou tumor de hipotálamo produtor de CRH o A adrenal neste caso deve apresentar hiperplasia cortical (pelo estímulo de ACTH) → Hipercortisolismo Secreção de ACTH ectópica por neoplasias não hipofisárias: o Cerca de 10% de casos de Cushing o Principal: Carcinoma de pequenas células do pulmão, carcinoides, carcinoma medular. 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 o Pode haver também produção de CRH ectópico o Adrenais: exibem hiperplasia cortical Neoplasias adrenocorticais primárias (adenoma ou carcinoma) ou, raramente, hiperplasia cortical primária o 15-20% dos casos de Cushing endógena: Cushing independente de ACTH (ACTH diminuído, CORTISOL aumentado) Características Clínicas do Cushing: exacerbação da ação fisiológica dos glicocorticoides Hipertensão, aumento de peso, gordura centrípeta, face em lua cheia Diminuição da massa muscular, fraqueza Perda de colágeno, estrias cutâneas Osteoporose Hirsutismo Morfologia: a adrenal pode apresentar: Atrofia cortical (nos casos de Cushing exógeno → adrenal “preguiçosa”) Hiperplasia difusa (córtex espessada) (nos casos de Cushing dependente de ACTH) Hiperplasia nodular (macro ou micronódulos) na Hiperplasia cortical primária Adenoma/Carcinoma (final) Hiperplasia difusa da glândula suprarrenal: Excesso de aldosterona: hiperaldosteronismo Causas primárias: Hiperaldosteronismo idiopático (hiperplasia nodular bilateral – 60% dos casos); Adenoma adrenocortical ou carcinoma; Familiar (gene CYP11B2.) Superprodução autônoma de aldosterona → supressão do sistema R-A, diminuição atividade renina Causas secundárias: Liberação de aldosterona em resposta à ativação do sistema renina-angiotensina (níveis aumentados de renina) Causas: diminuição da perfusão renal (nefroesclerose, estenose de artéria renal); hipovolemia e edema arterial (ICC, cirrose, Síndrome nefrótica) Clínica: Hipertensão é a principal Causa mais comum de HAS secundária Levam a comprometimento e aumento do risco cardiovascular e de doenças cerebrovasculares Perda renal de K – hipocalemia → fraqueza, parestesias, distúrbios visuais Morfologia: sem particularidades, depende muito da causa Se adenomas → poucas diferenças dos produtores de cortisol o Geralmente não há supressão de ACTH e o córtex não costuma ser atrófico Deposição de corpos de espironolactona (paciente em uso de medicação) 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Excesso de andrógenos: síndromes adrenogenitais ou virilizantes Síndromes Adrenogenitais Excesso de androgênios (dehidroepiandrosterona e androstenediona (convertidas em Testosterona nos tecidos periféricos) Regulados pelo ACTH Várias etiologias: distúrbios gonadais ou supra-renais primários Síndrome androgênica isolada ou associada com Cushing Causas suprarrenais: Neoplasias adrenocorticais virilizantes Hiperplasia suprarrenal congênita: grupo de distúrbios autossômicos recessivos (defeito hereditário em uma enzima envolvida na biossíntese dos esteroides corticais – principalmente cortisol) → redução do cortisol leva a um aumento do ACTH → Hiperplasia de adrenal → produção aumentada de precursores do cortisol, que são canalizados para a síntese de androgênios = virilização) Pode haver também prejuízo na produção de aldosterona – levando à perda de sal + virilização Defeito enzimático mais comum: Deficiência de 21- hidroxilase (90%) (enzima necessária para síntese de cortisol e aldosterona, mas não de esteroides sexuais) o Enzima 21-hidroxilase – criança tem deficiência de cortisol e de aldosterona – teste do pezinho Quando um tumor faz virilização, há maior chance dele ser carcinoma e não adenoma Clínica: depende do tipo do defeito enzimático e do grau, perinatal/infância Deficiência de enzima 21-H: virilização (genitália ambígua/hirsutismo, oligomenorreia e acne em pós- púberes, puberdade precoce em meninos, ou até problemas de fertilidade) Deficiência de aldosterona – perda de sal, Vômitos, desidratação Morfologia: Hiperplasia supra congênita: bilateralmente aumentadas, córtex espessado e nodular, acastanhado pela depleção de lipídios, células compactas eosinofílicas ou claras. Insuficiência Adrenal Primária Aguda Causas: o Pacientes com insuficiência crônica que passaram por algum stress o Retirada súbita de corticoides em usuários crônicos (suprarrenais atróficas) o Hemorragia suprarrenal maciça → Destruição do córtex Exemplo: pacientes anticoagulados, CIVD, gestação, sepse → Síndrome de Waterhouse Friderichsen (geralmente associado à sepse por N. meningitidis, mas pode outros microorganismos) + comum em crianças Síndrome de Waterhouse-Friderichsen: hemorragia suprarrenal bilateral em um lactente com sepse devastadora, resultado em insuficiência suprarrenal aguda. Glândulas hemorrágicas e retraídas Insuficiência Adrenal Primária Crônica: Doença de Addison Incomum Destruição progressiva do córtex Principal causa: autoimune (60-70%) o Auto-anticorpos para enzimas esteroidogênicas o Pode ocorrer em associação com síndromes poliendócrinas autoimunes Outras causas: o Infecções: Tuberculose, fungos (Histoplasma, coccidioides) outros agentes nos pacientes HIV o Neoplasias metastáticas Clínica: fadiga, fraqueza, anorexia, sintomas gastrointestinais, síncopes, mialgia, artralgias, diminuição da libido, hiperpigmentação, hipotensão 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Distúrbios eletrolíticos → retenção de K e perda de Na Insuficiência Adrenocortical Secundária Distúrbios hipotálamo ou hipofisários (reduz CRH/ ACTH) Exemplos: Metástases, neoplasias, infecções, irradiação Sintomas semelhantes aos da doença de Addison (não há hiperpigmentação cutânea, síntese de aldosterona preservada) Morfologiada Insuficiência Adrenal: a depender da causa o Secundária (falta de CRH/ACTH) → glândulas reduzidas, achatadas no córtex. o Auto-imune → glândulas contraídas; infiltrado linfocitário o Causas infecciosas → infiltrado crônico granulomatoso o Metástase Metástase de Adenocarcinoma pulmonar para a adrenal: Adrenalite autoimune: extenso infiltrado de mononucleados, perda de células corticais Neoplasias corticais Podem ser adenomas ou carcinomas Atinge mais mulheres de 30-50 anos Adenomas funcionantes → hiperaldosteronismo/ Cushing Neoplasia virilizante → provavelmente Carcinoma Maioria dos adenomas é NÃO funcionante, são de achados incindentais Macro: nódulos amarelos, amarelo-acastanhados Micro: proliferação de células semelhantes às da córtex (repletas de lipídios), pode ter atipias Cotículas de gordura: neoplasia de adrenal Diferenciar adenomas X carcinomas é difícil, pois os critérios são indefinidos – muitas vezes só sabemos que é maligno quando há metástase Carcinomas são mais raros Mais comum; metástases de outros órgãos para a adrenal Carcinomas: primários São raros (mais comum metástases de outros sítios). Podem estar associados às Síndromes de Li-Fraumeni e Beckwith-Wiedemann Geralmente lesões grandes, invasivas, mal delimitadas, com necrose Células podem ser semelhantes às da adrenal normal, até altamente pleomórficas Tendência de invasão de grandes vasos Metástases locais ou à distância SV média de 2 anos Carcinoma Adrenocortical: Não há critérios morfológicos inequívocos para confirmar malignidade. Limítrofe: Neoplasia adrenocortical de potencial maligno incerto Invasão de grandes vasos ou meta à distância já permite fechar o diagnóstico de carcinoma 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Neoplasias de medula adrenal Origem embriológica da Crista neural (células cromafins) Secretam catecolaminas em resposta a sinais de fibras nervosas pré-ganglionares no sistema nervoso simpático Coleções similares de células estão distribuídas por todo o corpo no sistema Paraganglionar extra-adrenal (Paragangliomas) Neoplasias (neuroblastoma e ganglioneuroblastomas) e Feocromocitoma Felocromocitoma: neoplasia das células cromafins Liberam catecolaminas Incomuns Importância clínica: Hipertensão corrigível cirurgicamente o 90% dos pacientes apresentam, sendo que ⅔ mostram quadros paroxísticos de elevação da PA, taquicardia, palpitações, dores de cabeça, sudorese, tremores o Pode levar a complicações cardiovasculares e cerebrovasculares Regra dos 10: o 10% são extra-adrenais: “paragangliomas” (ex corpo carotideo) o 10% são bilaterais (> se associados a síndromes familiares) o 10% são malignos (> se localização extra- adrenal) *mesmo tumores benignos podem levar ao óbito devido à hipertensão grave o 10% não cursam com hipertensão Até 25% são familiares → mutações de linhagem germinativa (RET, NF1, VHL...) Morfologia: Podem ser pequenos, bem delimitados, até grandes massas invasivas. Cor parda/marrom, com necrose ou hemorragia Microscopia: Células cromafins poligonais a fusiformes, separadas por uma vasta rede vascular. Citoplasma granular. Atipias, invasões capsular ou vascular não confirmam malignidade o O diagnóstico definitivo é quando presença de metástases. Existem alguns critérios para prever comportamento Ninhos de células com citoplasma roxo abundante, granulares. Podem ser encontradas células bizarras
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